Agronegócio e injustiça ambiental na Chapada do Apodi(CE): a convivência precária com o Semiárido na fronteira do capital

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Jackson Araújo de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55830
Resumo: Na Chapada do Apodi, no estado do Ceará, a expansão do agronegócio tem reconfigurado a questão agrária da região, ensejando processos de injustiça ambiental. De maneira concomitante, se articulam movimentos de resistência ao modelo de desenvolvimento preconizado pelo agronegócio. Tal processo é verificado na porção da Chapada do Apodi circunscrita ao município de Tabuleiro do Norte, onde ocorre a expansão do agronegócio de grãos, com destaque para o algodão, mediante atuação da empresa Nova Agro Agropecuária LTDA. Observa-se, nessa região, que os conflitos são mais visíveis e intensos, pondo em confronto racionalidades muitas vezes divergentes e/ou excludentes. No recorte da pesquisa, onde vivem camponeses(as) distribuídos em 10 comunidades, é possível verificar a convivência com o Semiárido sendo diretamente afetada pela territorialização do capital, tornandoa ainda mais precária. Dessa forma, objetiva-se compreender as limitações impostas pela injustiça ambiental à convivência com o Semiárido na Chapada do Apodi, no município de Tabuleiro do Norte. Os objetivos específicos são: 1) caracterizar os territórios da convivência com o Semiárido na Chapada do Apodi; 2) investigar o cenário de injustiça ambiental, frente às ações do Estado e do agronegócio; 3) evidenciar as estratégias de resistência que possibilitam a convivência com o Semiárido. A pesquisa se constitui como de natureza qualitativa, cujos procedimentos metodológicos são organizados em quatro etapas: 1) levantamento e revisão bibliográfica; 2) levantamento de dados secundários; 3) trabalhos de campo; 4) sistematização e análise dos dados. A partir da investigação, constatou-se que o agronegócio tem aprofundado os processos de injustiça ambiental na Chapada do Apodi, impondo desproporcionalmente os malefícios dessa atividade econômica aos(às) camponeses(as). Contando com o apoio do Estado, os impactos produzidos pelo agronegócio, tais como desmatamento, destruição de tecnologias sociais, mau cheiro em função da aplicação de agrotóxicos e possível mortandade de abelhas, dentre outros, tem provocado limitações à convivência com o Semiárido. Todavia, os(as) camponeses(as), contando com uma rede de apoio, têm produzido resistência frente ao avanço do capital, fundamentando a permanência da vida no território.
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De maneira concomitante, se articulam movimentos de resistência ao modelo de desenvolvimento preconizado pelo agronegócio. Tal processo é verificado na porção da Chapada do Apodi circunscrita ao município de Tabuleiro do Norte, onde ocorre a expansão do agronegócio de grãos, com destaque para o algodão, mediante atuação da empresa Nova Agro Agropecuária LTDA. Observa-se, nessa região, que os conflitos são mais visíveis e intensos, pondo em confronto racionalidades muitas vezes divergentes e/ou excludentes. No recorte da pesquisa, onde vivem camponeses(as) distribuídos em 10 comunidades, é possível verificar a convivência com o Semiárido sendo diretamente afetada pela territorialização do capital, tornandoa ainda mais precária. Dessa forma, objetiva-se compreender as limitações impostas pela injustiça ambiental à convivência com o Semiárido na Chapada do Apodi, no município de Tabuleiro do Norte. Os objetivos específicos são: 1) caracterizar os territórios da convivência com o Semiárido na Chapada do Apodi; 2) investigar o cenário de injustiça ambiental, frente às ações do Estado e do agronegócio; 3) evidenciar as estratégias de resistência que possibilitam a convivência com o Semiárido. A pesquisa se constitui como de natureza qualitativa, cujos procedimentos metodológicos são organizados em quatro etapas: 1) levantamento e revisão bibliográfica; 2) levantamento de dados secundários; 3) trabalhos de campo; 4) sistematização e análise dos dados. A partir da investigação, constatou-se que o agronegócio tem aprofundado os processos de injustiça ambiental na Chapada do Apodi, impondo desproporcionalmente os malefícios dessa atividade econômica aos(às) camponeses(as). Contando com o apoio do Estado, os impactos produzidos pelo agronegócio, tais como desmatamento, destruição de tecnologias sociais, mau cheiro em função da aplicação de agrotóxicos e possível mortandade de abelhas, dentre outros, tem provocado limitações à convivência com o Semiárido. Todavia, os(as) camponeses(as), contando com uma rede de apoio, têm produzido resistência frente ao avanço do capital, fundamentando a permanência da vida no território.In Chapada do Apodi, in the state of Ceará, the expansion of agribusiness has reconfigured the agrarian issue in the region, giving rise to processes of environmental injustice. At the same time, movements of resistance to the development model advocated by agribusiness are articulated. This process is verified in the portion of Chapada do Apodi circumscribed to the municipality of Tabuleiro do Norte, where the expansion of grain agribusiness occurs, with emphasis on cotton through the action of the company Nova Agro Agropecuária LTDA. In this perspective, in spaces where capital is territorialized makes it possible to observe that conflicts are more visible and intense, confronting rationales that are often divergent and/or exclusive. In the research section, where peasants live distributed in ten communities, it is possible to verify the coexistence with the Semiarid being directly affected by the territorialization of the capital, making it more precarious. In this way, the objective is to understand the limitations imposed by environmental injustice on coexistence with the Semiarid region in Chapada do Apodi, in the municipality of Tabuleiro do Norte. The specific objectives are: 1) to characterize the territories of coexistence with the Semiarid in Chapada do Apodi; 2) investigate the scenario of environmental injustice, in view of the actions of the State and agribusiness; 3) highlight the resistance strategies that make living with the semi-arid region possible. The research is of a qualitative nature, whose methodological procedures are organized in four stages: 1) survey and bibliographic review; 2) secondary data collection; 3) field works; 4) systematization and data analysis. From the investigation, it was found that agribusiness has deepened the processes of environmental injustice, disproportionately imposing the harm of this economic activity on peasants. Relying on the support of the State, the impacts produced by agribusiness, such as deforestation, destruction of social technologies, bad smell due to the application of pesticides and possible death of bees, among others, have led to limitations in living in the semiarid region. However, peasants, relying on a support network, have produced resistance against the advance of capital, supporting the permanence of life in the territory.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - CERESUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIAInjustiça ambientalConvivência com o semiáridoAgronegócioChapada do ApodiTabuleiro do NorteAgronegócio e injustiça ambiental na Chapada do Apodi(CE): a convivência precária com o Semiárido na fronteira do capitalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALAgronegocioinjusticaambiental_Sousa_2023.pdfapplication/pdf12785998https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/55830/1/Agronegocioinjusticaambiental_Sousa_2023.pdfc448c666b433e7854933fef7ede12d00MD51123456789/558302023-12-12 21:00:18.038oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/55830Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2023-12-13T00:00:18Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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