O sistema da dívida pública no debate do movimento da reforma sanitária brasileira: impactos sobre o (des)financiamento do SUS
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57867 |
Resumo: | A presente tese problematiza em que aspectos o sistema da dívida e sua auditoria tem sido considerado nos debates e produções no campo da saúde coletiva, sobretudo no que diz respeito ao sub financiamento / desfinanciamento da Política de Saúde no Brasil contexto de implantação e desenvolvimento do Sistema único de Saúde (SUS) enquanto sistema público responsável para efetivar a saúde como direito assegurado na CF de 1988. Compreende-se que o processo de construção do SUS tem se dado em um contexto de prioridade ao capital portador de juros, especialmente em sua forma fictícia, num país dependente, extremamente desigual e com suas políticas econômicas historicamente restritivas, voltadas ao cumprimento de metas inflacionárias e de superávit primário, tem implicado em contenção e redução do financiamento das políticas de proteção social, as quais tem sido fortemente tencionada pelo projeto do grande capital, atingindo profundamente o sistema de seguridade social brasileira, uma das maiores conquistas insculpida na Carta Magna ainda vigente e permanentemente ameaçada e atacada no processo de contrarreformas desde a década de 1990 (inclusive nos governos de coalizão de centro-esquerda) em detrimento de uma perspectiva de rede solidária de proteção social. Nosso objetivo geral consiste em analisar como a saúde coletiva / Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB) vem pautando a relação entre o sistema da dívida e o financiamento do SUS no âmbito do capitalismo contemporâneo na realidade brasileira. Tendo como objetivos específicos, analisar a relação entre a mundialização financeira, o capital fictício e o sistema da dívida na particularidade brasileira;desvelar a natureza do Estado a partir dos fundamentos da crítica da economia; como também analisar o sistema da dívida no âmbito do debate da Reforma Sanitária. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada no materialismo histórico e dialético de Marx. Utilizamos à análise documental, examinando publicações da Revista Saúde em Debate deste o seu primeiro volume de publicação (1976) até dezembro de 2019, cujo acervo constitui o primeiro e mais expressivo meio de publicação do MRSB. Conclui-se que a questão do sub e desfinanciamento da política de saúde no Brasil vem sendo pouco problematizada a partir da crítica da economia política, sobretudo no que se refere a relacioná-la com o sistema da dívida numa perspectiva de análise totalizante no horizonte estratégico da saúde como um bem em oposição a saúde como custo, como mercadoria. Constata-se que a maioria das analises da politica e do financiamento se alinham a formulaçoes da Reforma Sanitária flexibilizada, reduzindo o desfinanciamento a crise fiscal, com poucas obras discutindo profundamente a relação entre o sistema da dívida pública e o financiamento da politica de saúde no Brasil. Indicando a necessidade de reposicionar a Reforma Sanitária Brasileira no campo da luta mais geral da classe trabalhadora, contestando análises que requentam formulações flexibilizadas de forma a recompor o debate e a luta de que a efetivação da saude como direito requer a superação da sociedade de classes. |
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Natal, RN, 2023.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57867A presente tese problematiza em que aspectos o sistema da dívida e sua auditoria tem sido considerado nos debates e produções no campo da saúde coletiva, sobretudo no que diz respeito ao sub financiamento / desfinanciamento da Política de Saúde no Brasil contexto de implantação e desenvolvimento do Sistema único de Saúde (SUS) enquanto sistema público responsável para efetivar a saúde como direito assegurado na CF de 1988. Compreende-se que o processo de construção do SUS tem se dado em um contexto de prioridade ao capital portador de juros, especialmente em sua forma fictícia, num país dependente, extremamente desigual e com suas políticas econômicas historicamente restritivas, voltadas ao cumprimento de metas inflacionárias e de superávit primário, tem implicado em contenção e redução do financiamento das políticas de proteção social, as quais tem sido fortemente tencionada pelo projeto do grande capital, atingindo profundamente o sistema de seguridade social brasileira, uma das maiores conquistas insculpida na Carta Magna ainda vigente e permanentemente ameaçada e atacada no processo de contrarreformas desde a década de 1990 (inclusive nos governos de coalizão de centro-esquerda) em detrimento de uma perspectiva de rede solidária de proteção social. Nosso objetivo geral consiste em analisar como a saúde coletiva / Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB) vem pautando a relação entre o sistema da dívida e o financiamento do SUS no âmbito do capitalismo contemporâneo na realidade brasileira. Tendo como objetivos específicos, analisar a relação entre a mundialização financeira, o capital fictício e o sistema da dívida na particularidade brasileira;desvelar a natureza do Estado a partir dos fundamentos da crítica da economia; como também analisar o sistema da dívida no âmbito do debate da Reforma Sanitária. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada no materialismo histórico e dialético de Marx. Utilizamos à análise documental, examinando publicações da Revista Saúde em Debate deste o seu primeiro volume de publicação (1976) até dezembro de 2019, cujo acervo constitui o primeiro e mais expressivo meio de publicação do MRSB. Conclui-se que a questão do sub e desfinanciamento da política de saúde no Brasil vem sendo pouco problematizada a partir da crítica da economia política, sobretudo no que se refere a relacioná-la com o sistema da dívida numa perspectiva de análise totalizante no horizonte estratégico da saúde como um bem em oposição a saúde como custo, como mercadoria. Constata-se que a maioria das analises da politica e do financiamento se alinham a formulaçoes da Reforma Sanitária flexibilizada, reduzindo o desfinanciamento a crise fiscal, com poucas obras discutindo profundamente a relação entre o sistema da dívida pública e o financiamento da politica de saúde no Brasil. Indicando a necessidade de reposicionar a Reforma Sanitária Brasileira no campo da luta mais geral da classe trabalhadora, contestando análises que requentam formulações flexibilizadas de forma a recompor o debate e a luta de que a efetivação da saude como direito requer a superação da sociedade de classes.This doctoral thesis intends to problematize in which aspects the debt system and its audit has been considered in the debates and productions in the field of collective health, especially with regard to the treatment given the question of the sub and unfinancing of the public policy of Health in Brazil context of implementation and development of the Brazilian national health system (SUS) as a public system responsible for effectiving health as a guaranteed right in the Constitution of the Federative Republic of Brazil promulgated in 1988. It is understood that the process of construction of the SUS has been given in a context of priority to the capital bearer of interest, especially in its fictitious form, in a dependent country, extremely unequal and with its historically restrictive economic policies, Focused on the fulfillment of inflationary targets and primary surplus, has implicated in containment and reduction of the financing of social protection policies, which have been strongly intended by the large capital project, reaching deeply the Brazilian Social security system, one of the greatest achievements listed in the Constitution of the Federative Republic of Brazil still in force and permanently threatened and attacked in the process of counterinsurments since the decade of 1990 (including the central-left coalition governments) in the detriment of a solidarity network perspective of social protection. Our general objective is to analyze how the collective health/Brazilian Sanitary Reform Movement (MRSB) has been guiding the relationship between the debt system and the financing of the Brazilian national health system in the context of current capitalism in the Brazilian reality. With specific objectives, to analyze the relationship between financial globalization, fictitious capital and the debt system in the Brazilian particularity; uncovering the nature of the State from the foundations of the critique of the economy; finally, to analyze the debt system in the context of the Health Reform discussion. This is a qualitative research based on Marx‟s historical and dialectical materialism. We used documentary research, examining publications of Revista Saúde em Debate from its first volume of publication (1976) to December 2019, whose collection constitutes the first and most expressive means of publication of the Brazilian sanitary reform movement. It is concluded that the issue of under and underfunding of public health policy in Brazil has been little discussed from the criticism of political economy, especially with regard to its relationship with the debt system in a totalizing perspective with the strategic objective of health as a universal guarantee in opposition to the idea of the monetization of health, as merchandise. It is observed that most analyzes of policy and financing are based on flexible Sanitary Reform formulations, reducing underfinancing to the fiscal crisis, with the absence of works that deeply discussed the relationship between the public debt system and the financing of public policy of health in Brazil. Finally, it points out the need to reposition the Brazilian Health Reform in the field of the more general struggle of the working class, contesting analyzes that reaffirm flexible formulations to recompose the discussion and the struggle that the realization of health as a right presupposes the overcoming of class SocietyUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIALUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADASServiço SocialPolítica de saúde(Des)FinanciamentoSaúde públicaSistema Único de SaúdeReforma sanitária brasileiraSistema da dívidaBrasilO sistema da dívida pública no debate do movimento da reforma sanitária brasileira: impactos sobre o (des)financiamento do SUSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALThaisaSimplicioCarneiroMatias_TESE.pdfapplication/pdf1600601https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/57867/1/ThaisaSimplicioCarneiroMatias_TESE.pdf036c1215af8183175bcafa9ef0163473MD51123456789/578672024-03-14 18:00:53.541oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/57867Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2024-03-14T21:00:53Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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