Pandemia e Auxílio Emergencial em 2020: os efeitos nas disparidades intrarregionais de renda no Nordeste a partir da decomposição do índice de GINI

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Joana Priscila Barbosa da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52079
Resumo: A questão das disparidades de renda presentes no Nordeste não é algo novo. O Nordeste é uma região heterogênea, formada por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe (CARVALHO, 2001). Essa heterogeneidade tem origem nos processos de ocupação humana e econômica, sendo possível destacar, segundo Araújo (1997), vários subconjuntos socioeconômicos divergentes dentro da região. Em 2020, surgiu uma pandemia, conhecida como pandemia do Novo Coronavírus, que abalou o mundo e o país, com reflexos, também, no Nordeste. Além de evidenciar tais heterogeneidades, a pandemia resultou em uma crise econômica e social, impondo a necessidade de um conjunto de medidas, dentre elas: as de isolamento social para impedir a proliferação do vírus e aquelas associadas à proteção do emprego e da renda. Conforme Trovão e Araújo (2020), a crise do coronavírus abalou todos os segmentos do mercado de trabalho, tanto o trabalho formal, quanto o trabalho informal. A presente dissertação tem como objetivo analisar o impacto em 2020 da pandemia e a importância do auxílio emergencial para a desigualdade de renda domiciliar per capita (RDPC), mensurada pelo Índice de Gini, para todos os estados da região Nordeste. Para realizar esse estudo estima-se o Índice de Gini, bem como sua decomposição a partir das diversas fontes de renda, baseando-se na metodologia apresentada por Hoffman (2009). Para alcançar tal objetivo, utilizou-se como fonte de dados, os microdados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19, para os meses de maio de 2020 a novembro de 2020, e os microdados anuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNADC, para os anos de 2019 e 2020, do IBGE. Apesar dessas bases não serem comparáveis entre si, a escolha de utilizar as duas justifica-se como forma de analisar dois aspectos da nova realidade imposta pela presença da pandemia de Covid-19. Com a PNAD COVID-19 busca-se compreender o que aconteceu com as disparidades de renda na região ao longo do primeiro ano da pandemia, enquanto que a PNADC nos mostrará uma comparação entre o antes e durante a pandemia. Para realizar esse estudo, foi proposta uma divisão regional a partir de três recortes, com base nas similaridades de estrutura produtiva, concentração populacional e grau de pobreza e/ou riqueza dos estados. Os estados da região foram divididos nos seguintes grupos: I) Bahia, Pernambuco e Ceará; II) Maranhão e Piauí e; III) Sergipe, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Pretende-se, também, observar qual foi o papel do Auxílio Emergencial implementado em 2020 na mitigação dessas disparidades. Reconhece-se a existência de mais de um programa para a manutenção da renda no período pandêmico de 2020, porém a escolha realizada para o presente trabalho foi a de focar na análise do Auxílio Emergencial por conta de sua amplitude. Esse auxílio foi implementado para contemplar trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI) e a população mais vulnerável beneficiária de programas de transferência de renda como o Bolsa Família (PBF). A partir dos resultados obtidos por meio dos microdados da PNAD COVID19, a presença do auxílio emergencial em 2020 aponta para uma tendência inicial de redução das desigualdades de renda em todos os estados do Nordeste, porém com uma reversão no momento subsequente (segunda tendência). A primeira tendência está relacionada à implementação do programa e ao pagamento das cinco primeiras parcelas nos valores de R$ 1.200/ R$ 600; já a segunda ocorre, de maneira generalizada, após a redução desses valores para R$ 600/ R$ 300, a partir do mês de setembro. Já com resultados obtidos pela PNADC, observa-se uma realidade para o Nordeste e seus estados em dois momentos distintos: o ano pré-pandêmico de 2019 e, posteriormente, o ano pandêmico de 2020. Esses dados revelam uma queda do Índice de Gini em toda a região Nordeste entre 2019 e 2020, ressaltando também a importância do Auxílio Emergencial nesse processo. Além disso, demonstram o crescimento da progressividade para o Gini das rendas associadas à Proteção Social no Nordeste e na maior parte dos estados em 2020.
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Essa heterogeneidade tem origem nos processos de ocupação humana e econômica, sendo possível destacar, segundo Araújo (1997), vários subconjuntos socioeconômicos divergentes dentro da região. Em 2020, surgiu uma pandemia, conhecida como pandemia do Novo Coronavírus, que abalou o mundo e o país, com reflexos, também, no Nordeste. Além de evidenciar tais heterogeneidades, a pandemia resultou em uma crise econômica e social, impondo a necessidade de um conjunto de medidas, dentre elas: as de isolamento social para impedir a proliferação do vírus e aquelas associadas à proteção do emprego e da renda. Conforme Trovão e Araújo (2020), a crise do coronavírus abalou todos os segmentos do mercado de trabalho, tanto o trabalho formal, quanto o trabalho informal. A presente dissertação tem como objetivo analisar o impacto em 2020 da pandemia e a importância do auxílio emergencial para a desigualdade de renda domiciliar per capita (RDPC), mensurada pelo Índice de Gini, para todos os estados da região Nordeste. Para realizar esse estudo estima-se o Índice de Gini, bem como sua decomposição a partir das diversas fontes de renda, baseando-se na metodologia apresentada por Hoffman (2009). Para alcançar tal objetivo, utilizou-se como fonte de dados, os microdados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19, para os meses de maio de 2020 a novembro de 2020, e os microdados anuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNADC, para os anos de 2019 e 2020, do IBGE. Apesar dessas bases não serem comparáveis entre si, a escolha de utilizar as duas justifica-se como forma de analisar dois aspectos da nova realidade imposta pela presença da pandemia de Covid-19. Com a PNAD COVID-19 busca-se compreender o que aconteceu com as disparidades de renda na região ao longo do primeiro ano da pandemia, enquanto que a PNADC nos mostrará uma comparação entre o antes e durante a pandemia. Para realizar esse estudo, foi proposta uma divisão regional a partir de três recortes, com base nas similaridades de estrutura produtiva, concentração populacional e grau de pobreza e/ou riqueza dos estados. Os estados da região foram divididos nos seguintes grupos: I) Bahia, Pernambuco e Ceará; II) Maranhão e Piauí e; III) Sergipe, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Pretende-se, também, observar qual foi o papel do Auxílio Emergencial implementado em 2020 na mitigação dessas disparidades. Reconhece-se a existência de mais de um programa para a manutenção da renda no período pandêmico de 2020, porém a escolha realizada para o presente trabalho foi a de focar na análise do Auxílio Emergencial por conta de sua amplitude. Esse auxílio foi implementado para contemplar trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI) e a população mais vulnerável beneficiária de programas de transferência de renda como o Bolsa Família (PBF). A partir dos resultados obtidos por meio dos microdados da PNAD COVID19, a presença do auxílio emergencial em 2020 aponta para uma tendência inicial de redução das desigualdades de renda em todos os estados do Nordeste, porém com uma reversão no momento subsequente (segunda tendência). A primeira tendência está relacionada à implementação do programa e ao pagamento das cinco primeiras parcelas nos valores de R$ 1.200/ R$ 600; já a segunda ocorre, de maneira generalizada, após a redução desses valores para R$ 600/ R$ 300, a partir do mês de setembro. Já com resultados obtidos pela PNADC, observa-se uma realidade para o Nordeste e seus estados em dois momentos distintos: o ano pré-pandêmico de 2019 e, posteriormente, o ano pandêmico de 2020. Esses dados revelam uma queda do Índice de Gini em toda a região Nordeste entre 2019 e 2020, ressaltando também a importância do Auxílio Emergencial nesse processo. Além disso, demonstram o crescimento da progressividade para o Gini das rendas associadas à Proteção Social no Nordeste e na maior parte dos estados em 2020.The issue of income disparities present in the Northeast is not something new. The Northeast is a heterogeneous region, formed by nine states: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte and Sergipe (CARVALHO, 2001). This heterogeneity originates in the processes of human and economic occupation, and it is possible to highlight, according to Araújo (1997), several divergent socioeconomic subsets within the region. In 2020, a pandemic, known as the New Coronavirus pandemic, shook the world and the country, with reflexes, also, in the Northeast. Besides showing such heterogeneities, the pandemic resulted in an economic and social crisis, imposing the need for a set of measures, among them: those of social isolation to prevent the proliferation of the virus and those associated with the protection of employment and income. According to Trovão and Araújo (2020), the coronavirus crisis has shaken all segments of the labor market, both formal and informal work. The present dissertation aims to analyze the impact in 2020 of the pandemic and the importance of emergency aid for inequality of per capita household income (DPRK), measured by the Gini Index, for all states in the Northeast region. To carry out this study we estimate the Gini Index, as well as its decomposition from the various sources of income, based on the methodology presented by Hoffman (2009). To achieve this goal, we used as a data source, the monthly microdata from the National Household Sample Survey - PNAD COVID19, for the months of May 2020 to November 2020, and the annual microdata from the National Continuous Household Sample Survey - PNADC, for the years 2019 and 2020, from IBGE. Although these bases are not comparable to each other, the choice to use the two is justified as a way to analyze two aspects of the new reality imposed by the presence of the Covid-19 pandemic. With the PNAD COVID-19 we seek to understand what happened to income disparities in the region over the first year of the pandemic, while the PNADC will show us a comparison between before and during the pandemic. To carry out this study, a regional division was proposed from three clippings, based on the similarities of productive structure, population concentration and degree of poverty and/or wealth of the states. The states of the region were divided into the following groups: I) Bahia, Pernambuco and Ceará; II) Maranhão and Piauí and; III) Sergipe, Alagoas, Paraíba and Rio Grande do Norte. It is also intended to observe what role the Emergency Aid implemented in 2020 played in mitigating these disparities. We recognize the existence of more than one program for income maintenance in the pandemic period of 2020, but the choice made for this work was to focus on the analysis of the Emergency Aid because of its amplitude. This aid was implemented to contemplate informal workers, individual microentrepreneurs (MEI) and the most vulnerable population who are beneficiaries of cash transfer programs such as Bolsa Família (PBF). From the results obtained by means of the PNAD COVID19 microdata, the presence of the emergency aid in 2020 points to an initial trend towards a reduction in income inequalities in all the Northeastern states, but with a reversal at the subsequent moment (second trend). The first trend is related to the implementation of the program and the payment of the first five installments in the amounts of R$ 1,200/ R$ 600; the second occurs, in a generalized way, after the reduction of these amounts to R$ 600/ R$ 300, starting in September. With the results obtained by PNADC, a reality is observed for the Northeast and its states in two distinct moments: the pre-pandemic year of 2019 and, later, the pandemic year of 2020. These data reveal a drop in the Gini Index throughout the Northeast region between 2019 and 2020, also highlighting the importance of the Emergency Aid in this process. In addition, they demonstrate the growth of progressivity for the Gini of incomes associated with Social Protection in the Northeast and most states in 2020.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIADesigualdade de rendaNordesteAuxílio emergencialPandemiaCoronavírusPandemia e Auxílio Emergencial em 2020: os efeitos nas disparidades intrarregionais de renda no Nordeste a partir da decomposição do índice de GINIinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALPandemiaAuxilioEmergencial_Silva_2022.pdfapplication/pdf1004221https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/52079/1/PandemiaAuxilioEmergencial_Silva_2022.pdf5c2f970aec98d19ef8cdf4a69bf5d379MD51123456789/520792023-04-10 18:44:08.898oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/52079Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2023-04-10T21:44:08Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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