O comportamento da mortalidade no Rio Grande do Norte entre 1801 e 1870
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21743 |
Resumo: | Esta dissertação empreendeu um estudo demográfico do comportamento da mortalidade no Rio Grande do Norte no século XIX, mais precisamente, entre 1801 e 1870. Ela contribui para um conjunto ainda escasso de trabalhos no Brasil que se dedicam ao estudo demográfico do período de pré-transição, ou seja, uma fase anterior ao início do declínio dos níveis de mortalidade e de natalidade. Ademais, esse trabalho representou um desafio ao propor uma análise quantitativa e de emprego de técnicas demográficas utilizando dados que não foram delineados propriamente para esses fins. Contextualmente, o século XIX foi marcado pela ocorrência de doenças epidêmicas devido, principalmente, às péssimas condições sanitárias e de assistência médica, e que desempenharam papel importante na estrutura de causas de óbito do período. No caso do Rio Grande do Norte são elencadas pela literatura a atuação importante de doenças como varíola, cólera e febre amarela. Tendo em vista as limitações inerentes aos dados históricos sobre população e contagem de óbitos, esse estudo aplicou técnicas demográficas específicas para correção e estimação dos indicadores de mortalidade. Devido à disponibilidade de informações de população e óbitos totais e por grupo etário, foram conduzidas análises para cinco pontos no tempo (1801, 1805, 1839, 1846 e 1870). Análises preliminares indicaram que o melhor método para a correção do sub-registro da mortalidade adulta foi o Método de Growth Balance de Brass (1975). Para estimar a mortalidade infanto-juvenil, optou-se por utilizar uma função de mortalidade já existente, utilizando-se como critério de escolha aquela que mais se aproximou da função de mortalidade estimada para mortalidade adulta. Após a análise de diversos níveis das tabelas de vida de Coale e Demeny (1996) do modelo oeste (nível 6) e leste (nível 18), e de 19 funções de mortalidade de diferentes países disponíveis no site The Human Mortality Database, a função mais aproximada foi a da Islândia em 1850. Assim, aplicou-se o método de padronização indireta para ajustar o nível da mortalidade e obteve-se uma nova função de mortalidade para o estado do Rio Grande do Norte. Entre os principais resultados verificou-se que a taxa específica da mortalidade do Rio Grande do Norte apresentou altos níveis de mortalidade na infância entre crianças de zero a quatro anos, e na população adulta observou-se uma alta mortalidade nas idades acima de 50 anos. A expectativa de vida ao nascer foi de 32,3 anos, uma estimativa semelhante ao que Mortara (1941) encontrou para o Brasil em 1870 (esperança de vida de 32,7 anos) e 1890 (esperança de vida de 30,6 anos). De um modo geral, os resultados encontrados indicam congruência entre o padrão etário estimado para a mortalidade com crianças e idosos sendo mais afetados, e o padrão etário de mortalidade típico de regiões afetadas por epidemias como as registradas para o Rio Grande do Norte ao longo do século XIX. Sugere-se que trabalhos futuros seja aprofundado o estudo da mortalidade no Rio Grande do Norte, com a produção de novas estimativas com base em outras fontes documentais e censitárias que busquem especificar ainda mais o caso da mortalidade da região em estudo no mesmo período pré-transição demográfica. |
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Dias, Dayane Júlia CarvalhoMyrrha, Luana Junqueira DiasAlveal, Carmen Margarida OliveiraFreire, Flávio Henrique Miranda de AraújoRodarte, Mario Marcos Sampaio2017-01-25T11:01:25Z2017-01-25T11:01:25Z2016-07-01DIAS, Dayane Júlia Carvalho. O comportamento da mortalidade no Rio Grande do Norte entre 1801 e 1870. 2016. 51f. Dissertação (Mestrado em Demografia) - Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21743Esta dissertação empreendeu um estudo demográfico do comportamento da mortalidade no Rio Grande do Norte no século XIX, mais precisamente, entre 1801 e 1870. Ela contribui para um conjunto ainda escasso de trabalhos no Brasil que se dedicam ao estudo demográfico do período de pré-transição, ou seja, uma fase anterior ao início do declínio dos níveis de mortalidade e de natalidade. Ademais, esse trabalho representou um desafio ao propor uma análise quantitativa e de emprego de técnicas demográficas utilizando dados que não foram delineados propriamente para esses fins. Contextualmente, o século XIX foi marcado pela ocorrência de doenças epidêmicas devido, principalmente, às péssimas condições sanitárias e de assistência médica, e que desempenharam papel importante na estrutura de causas de óbito do período. No caso do Rio Grande do Norte são elencadas pela literatura a atuação importante de doenças como varíola, cólera e febre amarela. Tendo em vista as limitações inerentes aos dados históricos sobre população e contagem de óbitos, esse estudo aplicou técnicas demográficas específicas para correção e estimação dos indicadores de mortalidade. Devido à disponibilidade de informações de população e óbitos totais e por grupo etário, foram conduzidas análises para cinco pontos no tempo (1801, 1805, 1839, 1846 e 1870). Análises preliminares indicaram que o melhor método para a correção do sub-registro da mortalidade adulta foi o Método de Growth Balance de Brass (1975). Para estimar a mortalidade infanto-juvenil, optou-se por utilizar uma função de mortalidade já existente, utilizando-se como critério de escolha aquela que mais se aproximou da função de mortalidade estimada para mortalidade adulta. Após a análise de diversos níveis das tabelas de vida de Coale e Demeny (1996) do modelo oeste (nível 6) e leste (nível 18), e de 19 funções de mortalidade de diferentes países disponíveis no site The Human Mortality Database, a função mais aproximada foi a da Islândia em 1850. Assim, aplicou-se o método de padronização indireta para ajustar o nível da mortalidade e obteve-se uma nova função de mortalidade para o estado do Rio Grande do Norte. Entre os principais resultados verificou-se que a taxa específica da mortalidade do Rio Grande do Norte apresentou altos níveis de mortalidade na infância entre crianças de zero a quatro anos, e na população adulta observou-se uma alta mortalidade nas idades acima de 50 anos. A expectativa de vida ao nascer foi de 32,3 anos, uma estimativa semelhante ao que Mortara (1941) encontrou para o Brasil em 1870 (esperança de vida de 32,7 anos) e 1890 (esperança de vida de 30,6 anos). De um modo geral, os resultados encontrados indicam congruência entre o padrão etário estimado para a mortalidade com crianças e idosos sendo mais afetados, e o padrão etário de mortalidade típico de regiões afetadas por epidemias como as registradas para o Rio Grande do Norte ao longo do século XIX. Sugere-se que trabalhos futuros seja aprofundado o estudo da mortalidade no Rio Grande do Norte, com a produção de novas estimativas com base em outras fontes documentais e censitárias que busquem especificar ainda mais o caso da mortalidade da região em estudo no mesmo período pré-transição demográfica.This dissertation undertook a demographic study of mortality in Rio Grande do Norte during the nineteenth century, more precisely, between 1801 and 1870. It contributes to a still scarce set of studies in Brazil that are dedicated to the pre-demographic transition. Moreover, this work represented a challenge to propose a quantitative and employment demographic analysis techniques using data that were not designed specifically for these purposes. Contextually, the nineteenth century was marked by the occurrence of epidemic diseases, mainly due to poor sanitary conditions and medical care, and that played an important role in the causes of death structure of the period. In the case of Rio Grande do Norte the literature points to infeccious diseases such as smallpox, cholera and yellow fever playing a import role along the nineteenth century. Given the inherent limitations of historical data on population and deaths count, this study applied specific demographic techniques for correction and estimation of mortality indicators. Due to the availability of population information and total deaths and age group, analyzes were conducted to six points in time (1801, 1805, 1839, 1846 and 1870). Preliminary analysis indicated that the best method for correcting the underreporting of adult mortality was the Growth Balance Brass Method (1975). To estimate child mortality, was chosen an existing mortality function, using as criteria the one closest to adult mortality function. After analyzing various levels of life tables of Coale and Demeny (1996) western model (level 6) and east (level 18), and 19 mortality functions of different countries available on the site The Human Mortality Database, the function chosen was the Iceland in 1850. So we applied the indirect standardization method to adjust the level of mortality and obtained a new mortality to the Rio Grande do Norte. It was found that the specific rate of mortality of Rio Grande do Norte showed high levels of infant mortality among children aged zero to four years and in adults there was a high mortality at ages above 50 years. Life expectancy at birth was 32.3 years, a similar estimate to what Mortara (1941) found for Brazil in 1870 (life expectancy of 32.7 years) and 1890 (life expectancy of 30.6 years). In general, the results indicate congruence between the mortality age pattern estimated (children and the elderly as the most affected) and the mortality age pattern typical of areas affected by epidemics such as registered to Rio Grande do Norte over XIX century. It is suggested that future work be deepened the study of mortality in Rio Grande do Norte, with the production of new estimates based on other documentary and census sources that seek to further specify the case of mortality of the study area in the same period pre-demographic transition.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DEMOGRAFIADemografia históricaPré-transição demográficaTransição da mortalidadeDoenças infecciosasMétodo de Growth Balance de Brass (1975)O comportamento da mortalidade no Rio Grande do Norte entre 1801 e 1870info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdfComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdfapplication/pdf1340597https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21743/1/ComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdf1b27b060e4eb7e414869da27be0bb166MD51TEXTDayaneJuliaCarvalhoDias_DISSERT.pdf.txtDayaneJuliaCarvalhoDias_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain261942https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21743/4/DayaneJuliaCarvalhoDias_DISSERT.pdf.txt556101833922b56516734f0b8fc354c8MD54ComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdf.txtComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdf.txtExtracted texttext/plain261652https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21743/6/ComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdf.txtfa6465673808e77e22b1dfd837b5f88fMD56THUMBNAILDayaneJuliaCarvalhoDias_DISSERT.pdf.jpgDayaneJuliaCarvalhoDias_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg1852https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21743/5/DayaneJuliaCarvalhoDias_DISSERT.pdf.jpg12d78a9949205f3d8c4076b5e99c40caMD55ComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdf.jpgComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1214https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21743/7/ComportamentoMortalidadeRN_Dias_2016.pdf.jpg56dec7dad2b5b2091e740abf03eff71aMD57123456789/217432019-05-26 02:48:49.453oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/21743Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-05-26T05:48:49Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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