Distribuição temporal da mortalidade infantil em uma capital do Nordeste do Brasil, 2003-2016: reflexões sobre a qualidade da assistência na atenção primária à saúde
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26882 |
Resumo: | O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição temporal dos óbitos infantis, os fatores biossociodemográficos relacionados à mortalidade infantil, as principais causas, tipo de evitabilidade do óbito e os fatores relacionados à qualidade da assistência à saúde maternoinfantil na Atenção Primária à Saúde em Natal/RN, uma capital do Nordeste do Brasil, entre os anos de 2003 a 2016. Estudo ecológico, de série temporal, realizado com os dados do Sistema de Informações de Mortalidade. As taxas de mortalidade infantil (TMI), neonatal (TMN) e pós-neonatal (TMP) e a TMI por causa de morte e tipo de evitabilidade do óbito foram calculadas para cada ano avaliado. Utilizou-se o método joinpoint para calcular a Variação Percentual Anual (Anual Percentage Change- APC). Foram analisadas as variáveis biossociodemográficas: sexo, raça, tipo de gestação, tipo de parto, idade gestacional, e peso ao nascer. Para avaliar a associação destas variáveis e a ocorrência de óbito infantil no período neonatal e pós-neonatal, foi calculada a razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança de 95%. Para avaliar a qualidade da assistência na Atenção Básica (AB) foram utilizados dados do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) 2014. A TMI reduziu significativamente -12,74% (IC95% -23,9%; -0,8%), entre 2007 e 2011. Das causas de morte, houve redução significativa somente nas mortes por doenças respiratórias e nas doenças endócrinas e nutricionais. Das variáveis biossociodemográficas analisadas o sexo, o tipo de gestação, o tipo de parto, a idade gestacional ao nascimento e o peso ao nascer apresentaram associação com a mortalidade neonatal, com maior probabilidade de vir a óbito no período neonatal os nascidos do sexo masculino; de gestação gemelar; de parto vaginal; prematuros e que apresentaram muito baixo peso ao nascer. Quanto a assistência materno-infantil aumentou significativamente o número de gestantes que realizaram mais de 7 consultas pré-natal e o número de leitos de UTI neonatal. Dos óbitos infantis, 71,7% foram considerados evitáveis, com redução significativa nas mortes evitáveis por adequada atenção à mulher no parto e ao recém-nascido, e por ações de promoção à saúde. Em relação a qualidade da assistência pré-natal observou-se alguns indicadores que podem influenciar negativamente na taxa de mortalidade infantil: contra referência da maternidade (7,4%); existência de um sistema que alerta para a data provável do parto (10,2%); consulta em horário especial qualquer dia da semana (34,7%) e a captação precoce de gestantes e intercorrências na gestação (45,3%). Conclui-se que houve redução significativa na TMI em Natal/RN foi atingido, porém a TMI voltou a subir nos anos posteriores, o que mostrou que os esforços, apesar de importantes, foram insuficientes para manter a mortalidade infantil em queda. Ainda existe elevada ocorrência de morte por causas evitáveis e falhas na assistência na Atenção Básica observadas pela baixa oferta de alguns indicadores de saúde materno-infantis pactuados. |
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Santos, Camila Dayze PereiraBrito, Ewerton William GomesMarchioni, Dirce Maria LoboGama, Zenewton André da SilvaLyra, Clelia de Oliveira2019-04-08T20:57:03Z2019-04-08T20:57:03Z2018-12-07SANTOS, Camila Dayze Pereira. Distribuição temporal da mortalidade infantil em uma capital do Nordeste do Brasil, 2003-2016: reflexões sobre a qualidade da assistência na atenção primária à saúde. 2018. 58f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26882O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição temporal dos óbitos infantis, os fatores biossociodemográficos relacionados à mortalidade infantil, as principais causas, tipo de evitabilidade do óbito e os fatores relacionados à qualidade da assistência à saúde maternoinfantil na Atenção Primária à Saúde em Natal/RN, uma capital do Nordeste do Brasil, entre os anos de 2003 a 2016. Estudo ecológico, de série temporal, realizado com os dados do Sistema de Informações de Mortalidade. As taxas de mortalidade infantil (TMI), neonatal (TMN) e pós-neonatal (TMP) e a TMI por causa de morte e tipo de evitabilidade do óbito foram calculadas para cada ano avaliado. Utilizou-se o método joinpoint para calcular a Variação Percentual Anual (Anual Percentage Change- APC). Foram analisadas as variáveis biossociodemográficas: sexo, raça, tipo de gestação, tipo de parto, idade gestacional, e peso ao nascer. Para avaliar a associação destas variáveis e a ocorrência de óbito infantil no período neonatal e pós-neonatal, foi calculada a razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança de 95%. Para avaliar a qualidade da assistência na Atenção Básica (AB) foram utilizados dados do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) 2014. A TMI reduziu significativamente -12,74% (IC95% -23,9%; -0,8%), entre 2007 e 2011. Das causas de morte, houve redução significativa somente nas mortes por doenças respiratórias e nas doenças endócrinas e nutricionais. Das variáveis biossociodemográficas analisadas o sexo, o tipo de gestação, o tipo de parto, a idade gestacional ao nascimento e o peso ao nascer apresentaram associação com a mortalidade neonatal, com maior probabilidade de vir a óbito no período neonatal os nascidos do sexo masculino; de gestação gemelar; de parto vaginal; prematuros e que apresentaram muito baixo peso ao nascer. Quanto a assistência materno-infantil aumentou significativamente o número de gestantes que realizaram mais de 7 consultas pré-natal e o número de leitos de UTI neonatal. Dos óbitos infantis, 71,7% foram considerados evitáveis, com redução significativa nas mortes evitáveis por adequada atenção à mulher no parto e ao recém-nascido, e por ações de promoção à saúde. Em relação a qualidade da assistência pré-natal observou-se alguns indicadores que podem influenciar negativamente na taxa de mortalidade infantil: contra referência da maternidade (7,4%); existência de um sistema que alerta para a data provável do parto (10,2%); consulta em horário especial qualquer dia da semana (34,7%) e a captação precoce de gestantes e intercorrências na gestação (45,3%). Conclui-se que houve redução significativa na TMI em Natal/RN foi atingido, porém a TMI voltou a subir nos anos posteriores, o que mostrou que os esforços, apesar de importantes, foram insuficientes para manter a mortalidade infantil em queda. Ainda existe elevada ocorrência de morte por causas evitáveis e falhas na assistência na Atenção Básica observadas pela baixa oferta de alguns indicadores de saúde materno-infantis pactuados.The objective of this study was to analyze the temporal distribution of infant deaths, biossociodemographic factors related to infant mortality, the main causes, type of avoidance of death and factors related to the quality of maternal and child health care in Primary Health Care in Natal / RN, a capital of Northeastern Brazil, between 2003 and 2016. Ecological study, of a time series, carried out with data from the Mortality Information System. Infant mortality rates (IMR), neonatal (TMN) and post-neonatal (MTP), and IMR due to death and type of avoidance of death were calculated for each year evaluated. The joinpoint method was used to calculate the Annual Percentage Change (APC). The biossociodemographic variables were analyzed: sex, race, type of gestation, type of delivery, gestational age, and birth weight. To assess the association of these variables and the occurrence of infant death in the neonatal and post-neonatal period, the prevalence ratio (PR) and the 95% confidence interval were calculated. To evaluate the quality of care in Primary Care (AB), data from the Program for Improving Access and Quality of Primary Care (PMAQ-AB) 2014 were used. IMR significantly reduced -12.74% (95% CI -23.9 %, -0.8%) per year, between 2007 and 2011. Of the causes of death, there was a significant reduction only in deaths due to respiratory diseases and in endocrine and nutritional diseases. From the biosociodemographic variables analyzed, gender, type of gestation, type of delivery, gestational age at birth and birth weight were associated with neonatal mortality, with a higher probability of death in the neonatal period; of twin gestation; vaginal delivery; preterm infants with very low birth weight. Regarding maternal and child care, the number of pregnant women who performed more than 7 prenatal visits and the number of neonatal ICU beds significantly increased. Of the infant deaths, 71.7% were considered avoidable, with a significant reduction in avoidable deaths due to adequate attention to the woman in childbirth and to the newborn, and by health promotion actions. Regarding the quality of prenatal care, some indicators were found that may have a negative impact on the infant mortality rate: against maternity leave (7.4%); existence of a system that alerts to the probable date of birth (10.2%); consultation during special hours any day of the week (34.7%) and the early collection of pregnant women and intercurrences during pregnancy (45.3%). It was concluded that a significant reduction in IMR in Natal / RN was achieved, but IMR increased again in later years, which showed that efforts, were insufficient to keep infant mortality in decline. There is still a high occurrence of death due to preventable causes and failures in care in Primary Care observed by the low supply of some maternal and child health indicators agreed upon.CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAMortalidade infantilCausas de morteAtenção primária à saúdeQualidade da assistência à saúdeDistribuição temporal da mortalidade infantil em uma capital do Nordeste do Brasil, 2003-2016: reflexões sobre a qualidade da assistência na atenção primária à saúdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTDistribuiçãotemporalmortalidade_Santos_2018.pdf.txtDistribuiçãotemporalmortalidade_Santos_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain123599https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26882/2/Distribui%c3%a7%c3%a3otemporalmortalidade_Santos_2018.pdf.txt30e124c79e0e3e339d9c97a2d8a6b69aMD52THUMBNAILDistribuiçãotemporalmortalidade_Santos_2018.pdf.jpgDistribuiçãotemporalmortalidade_Santos_2018.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1399https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26882/3/Distribui%c3%a7%c3%a3otemporalmortalidade_Santos_2018.pdf.jpgd447a1ea8ea9cbcd0a341dd56655f386MD53ORIGINALDistribuiçãotemporalmortalidade_Santos_2018.pdfapplication/pdf1725597https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26882/1/Distribui%c3%a7%c3%a3otemporalmortalidade_Santos_2018.pdf44c05b2674211134ae36910c56809d6aMD51123456789/268822019-05-26 02:35:22.352oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/26882Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-05-26T05:35:22Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição temporal dos óbitos infantis, os fatores biossociodemográficos relacionados à mortalidade infantil, as principais causas, tipo de evitabilidade do óbito e os fatores relacionados à qualidade da assistência à saúde maternoinfantil na Atenção Primária à Saúde em Natal/RN, uma capital do Nordeste do Brasil, entre os anos de 2003 a 2016. Estudo ecológico, de série temporal, realizado com os dados do Sistema de Informações de Mortalidade. As taxas de mortalidade infantil (TMI), neonatal (TMN) e pós-neonatal (TMP) e a TMI por causa de morte e tipo de evitabilidade do óbito foram calculadas para cada ano avaliado. Utilizou-se o método joinpoint para calcular a Variação Percentual Anual (Anual Percentage Change- APC). Foram analisadas as variáveis biossociodemográficas: sexo, raça, tipo de gestação, tipo de parto, idade gestacional, e peso ao nascer. Para avaliar a associação destas variáveis e a ocorrência de óbito infantil no período neonatal e pós-neonatal, foi calculada a razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança de 95%. Para avaliar a qualidade da assistência na Atenção Básica (AB) foram utilizados dados do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) 2014. A TMI reduziu significativamente -12,74% (IC95% -23,9%; -0,8%), entre 2007 e 2011. Das causas de morte, houve redução significativa somente nas mortes por doenças respiratórias e nas doenças endócrinas e nutricionais. Das variáveis biossociodemográficas analisadas o sexo, o tipo de gestação, o tipo de parto, a idade gestacional ao nascimento e o peso ao nascer apresentaram associação com a mortalidade neonatal, com maior probabilidade de vir a óbito no período neonatal os nascidos do sexo masculino; de gestação gemelar; de parto vaginal; prematuros e que apresentaram muito baixo peso ao nascer. Quanto a assistência materno-infantil aumentou significativamente o número de gestantes que realizaram mais de 7 consultas pré-natal e o número de leitos de UTI neonatal. Dos óbitos infantis, 71,7% foram considerados evitáveis, com redução significativa nas mortes evitáveis por adequada atenção à mulher no parto e ao recém-nascido, e por ações de promoção à saúde. Em relação a qualidade da assistência pré-natal observou-se alguns indicadores que podem influenciar negativamente na taxa de mortalidade infantil: contra referência da maternidade (7,4%); existência de um sistema que alerta para a data provável do parto (10,2%); consulta em horário especial qualquer dia da semana (34,7%) e a captação precoce de gestantes e intercorrências na gestação (45,3%). Conclui-se que houve redução significativa na TMI em Natal/RN foi atingido, porém a TMI voltou a subir nos anos posteriores, o que mostrou que os esforços, apesar de importantes, foram insuficientes para manter a mortalidade infantil em queda. Ainda existe elevada ocorrência de morte por causas evitáveis e falhas na assistência na Atenção Básica observadas pela baixa oferta de alguns indicadores de saúde materno-infantis pactuados. |
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