Do segredo ao sagrado. O autoconhecimento nas narrativas autobiográficas de C. G. Jung

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Adeilton Dias
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24940
Resumo: A tese constitui o esforço para compreender a noção de autoconhecimento presente nas narrativas autobiográficas de Carl Gustav Jung, publicadas no livro intitulado Memórias, Sonhos, Reflexões (Memórias, Sonhos, Reflexões, 2016). O estudo destes fragmentos autobiográficos indicou que, em Jung, o conhecimento do ser humano sobre si mesmo opera construções do imaginário que nos religam a um sentido de realidade por meio do cultivo de afinidades ancestrais da sensibilidade. Foi este o argumento que persegui. E mais: longe de ser um fechamento narcisista do sujeito em si mesmo, há ali uma noção de autoconhecimento que fomenta um tipo de ética e estética de vida. Das construções do imaginário derivam uma ética do sujeito para consigo mesmo (autoética), endereçando-o ao encontro do outro (socioética). Em grande parte, a saúde deste encontro depende do cultivo de um senso de realidade que só pode ser levado a cabo por meio do engajamento na comunidade humana, com a aceitação das consequências que lhes são inerentes. Há também uma dimensão da ética que remete ao antrhopos (antropoética). Essa atitude em assumir o destino humano demanda, inclusive, uma reaproximação do sujeito com a memória ancestral, com suas forças psíquicas primordiais, que se dá pelo cultivo das afinidades ancestrais da sensibilidade. As sucessivas aproximações ao material de pesquisa foram realizadas com o apoio das ideias de Mircea Eliade (1947, 1992a, 1992b, 2012), Gaston Bachelard (1978, 2008, 2013), Edgar Morin (2008, 2011a, 2013, 2014) e Teresa Vergani (2009), além de outros que podem ser observados ao longo do texto. Em Jung, o autoconhecimento é uma construção lenta e paciente, mediada pela relação com imagens e símbolos, produto complexo e inacabado de uma itinerância que dura toda uma vida, se pensarmos em termos de indivíduo; e séculos, se pensarmos em termos de humanidade.
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O estudo destes fragmentos autobiográficos indicou que, em Jung, o conhecimento do ser humano sobre si mesmo opera construções do imaginário que nos religam a um sentido de realidade por meio do cultivo de afinidades ancestrais da sensibilidade. Foi este o argumento que persegui. E mais: longe de ser um fechamento narcisista do sujeito em si mesmo, há ali uma noção de autoconhecimento que fomenta um tipo de ética e estética de vida. Das construções do imaginário derivam uma ética do sujeito para consigo mesmo (autoética), endereçando-o ao encontro do outro (socioética). Em grande parte, a saúde deste encontro depende do cultivo de um senso de realidade que só pode ser levado a cabo por meio do engajamento na comunidade humana, com a aceitação das consequências que lhes são inerentes. Há também uma dimensão da ética que remete ao antrhopos (antropoética). Essa atitude em assumir o destino humano demanda, inclusive, uma reaproximação do sujeito com a memória ancestral, com suas forças psíquicas primordiais, que se dá pelo cultivo das afinidades ancestrais da sensibilidade. As sucessivas aproximações ao material de pesquisa foram realizadas com o apoio das ideias de Mircea Eliade (1947, 1992a, 1992b, 2012), Gaston Bachelard (1978, 2008, 2013), Edgar Morin (2008, 2011a, 2013, 2014) e Teresa Vergani (2009), além de outros que podem ser observados ao longo do texto. Em Jung, o autoconhecimento é uma construção lenta e paciente, mediada pela relação com imagens e símbolos, produto complexo e inacabado de uma itinerância que dura toda uma vida, se pensarmos em termos de indivíduo; e séculos, se pensarmos em termos de humanidade.This thesis constitutes an effort to understand the self-knowledge presented in the autobiographical narratives of Carl Gustav Jung on his book Memories, Dreams, Reflections (JUNG, 2016). The study of the autobiographical fragments indicates that in Jung, the knowledge of the human being about himself operates constructions of the imaginary bidding us a sense of reality through the cultivation of ancestral affinities of sensibility. This was the argument I pursued. Furthermore, far from being a narcissistic closure of the subject per se, a notion of self-knowledge promotes some sort of ethics and aesthetics of life. From the constructions of the imaginary, derives the ethics from the subject to oneself (self-ethics) addressed to the other (socio-ethics). This encounter depends on the cultivation of a sense of reality that can only be carried out through the engagement in the human community, with the acceptance of their consequences. Also, a dimension of ethics refers to the anthropos. This attitude of engaging human destiny even demands a rapprochement of the subject with the ancestral memory as its primordial psychic forces and given by the cultivation of the ancestral affinities of the sensibility. The successive approaches to the research material were carried out with the support of the ideas of Mircea Eliade (1947, 1992a, 1992b, 2012), Gaston Bachelard (1978, 2008, 2013), Edgar Morin (2008, 2011, 2013, 2014), Teresa Vergani (2009), among many others. The Jung self-knowledge is a slow and patient construction, mediated by images and symbols relations, a complex and unfinished product of a lifelong itinerancy whether in terms of the individual and centuries in terms of humanity.porCNPQ::OUTROS::CIENCIAS SOCIAISCarl Gustav JungNarrativas autobiográficasAutoconhecimentoDo segredo ao sagrado. O autoconhecimento nas narrativas autobiográficas de C. G. Junginfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAISUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTAdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.txtAdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain438437https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24940/2/AdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.txt69d307b1e64e5a0d633e204c03e5ce0aMD52SegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdf.txtSegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain438426https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24940/4/SegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdf.txt543e51ae09a44d2ea977d0a4a13a953bMD54THUMBNAILAdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.jpgAdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg12589https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24940/3/AdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.jpgb26a4bef920f9b0d0981dff4411fca9fMD53SegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdf.jpgSegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2284https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24940/5/SegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdf.jpgf1ac1790c187d96481a91bf3eb53747cMD55TEXTAdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.txtAdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain438437https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24940/2/AdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.txt69d307b1e64e5a0d633e204c03e5ce0aMD52THUMBNAILAdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.jpgAdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg12589https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24940/3/AdeiltonDiasAlves_TESE.pdf.jpgb26a4bef920f9b0d0981dff4411fca9fMD53ORIGINALSegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdfSegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdfapplication/pdf5627358https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24940/1/SegredoSagradoAutoconhecimento_Alves_2018.pdf65b4fc25d3d20a947e832bc1b9d2e4b4MD51123456789/249402019-05-26 03:23:45.471oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/24940Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-05-26T06:23:45Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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