Haroldo de Campos e o barroco: a criatura de ou(t)ro - ensaios para um guia das Galáxias
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22199 |
Resumo: | Esta pesquisa consiste na realização de uma espécie de roteiro de leitura do livro Galáxias, de autoria do poeta, crítico e tradutor brasileiro Haroldo de Campos, com base nos pressupostos conceituais do barroco histórico e trans-histórico. Propõe-se, deste modo, um possível mapeamento das referências que engendram pequenas estórias em rotação pelas páginas galáticas, visando proporcionar ao leitor uma modalidade de guia que possa incitar tanto mais a fruição da referida obra. Para tal empresa, buscou-se assinalar as marcas expressivas que definem a poética haroldiana como singular prática barroca na modernidade, investigando em sua obra as conexões tecidas com o Barroco, a fim de verificar os modos operacionais empregados pelo Poeta no seu exercício de tradução das tradições literárias. Galáxias, a nosso ver, constitui este projeto poético de alta voltagem barroca, amálgama de recursos criativos içados da mais rica tradição literária, nacional e estrangeira, e processados antropofagicamente nas sendas da produção artístico-literária contemporânea. Publicado pela primeira vez em 1984, contendo cinquenta páginas-fragmentos, o livro de Haroldo de Campos surge para, dentre outros fins, suscitar o entrecruzar de gêneros literários, como a prosa e a poesia; dissolver as fronteiras entre a cor local e a dicção alheia; transfundir tradição e modernidade; fundir arte e ideologia; mixar fato e fantasia; remixar forma e conteúdo, superpor significado e significante. Todos estes procedimentos literários, intersemiotizados, promovem uma caleidoscópica tessitura verbal que empreende, nas palavras do autor, “a viagem como livro e o livro como viagem” (CAMPOS, 2004, p. 119). Viagem esta, urdida por uma rede intertextual e paródica, dada a ver através de inventivos recursos fono-prosódicos, donde sobressaltam aliterações, anagramas, paronomásias e trocadilhos, desenhando no curso galático sibilantes e sinuosas imagens que reivindicam a lúdica co-participação do leitor para a fruição plena da leitura. Isto posto, nosso roteiro de leitura empenha-se sobretudo na tentativa de amplificar os ecos das construções épicas e epifânicas que transitam pelas páginas da obra, que ora velam, ora revelam pequenas estórias que, por um instante apreendidas, podem descortinar outras tantas estórias e, com isso, tornar a leitura ainda mais prazerosa. O fim primeiro das Galáxias, assim entendemos, não terá sido outro senão o da fecundação do gosto pela leitura. Daí, nosso roteiro de leitura: fecundar no leitor o gosto pelas leituras galáticas, tal qual a leitura das Galáxias de Haroldo de Campos. |
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Prazeres, Armando Sérgio doshttp://lattes.cnpq.br/0247178304805979http://lattes.cnpq.br/5505816853188766Lima, Samuel Anderson de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/4097533367851915Maldonado, Reny Gomeshttp://lattes.cnpq.br/4085048832593221Tabosa, Leila Maria de Araújohttp://lattes.cnpq.br/8137656322322185Ferro, Manuel Geraldo SimplícioSilva, Francisco Ivan da2017-03-10T00:16:40Z2017-03-10T00:16:40Z2016-02-25PRAZERES, Armando Sérgio dos. Haroldo de Campos e o barroco: a criatura de ou(t)ro - ensaios para um guia das Galáxias. 2016. 506f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22199Esta pesquisa consiste na realização de uma espécie de roteiro de leitura do livro Galáxias, de autoria do poeta, crítico e tradutor brasileiro Haroldo de Campos, com base nos pressupostos conceituais do barroco histórico e trans-histórico. Propõe-se, deste modo, um possível mapeamento das referências que engendram pequenas estórias em rotação pelas páginas galáticas, visando proporcionar ao leitor uma modalidade de guia que possa incitar tanto mais a fruição da referida obra. Para tal empresa, buscou-se assinalar as marcas expressivas que definem a poética haroldiana como singular prática barroca na modernidade, investigando em sua obra as conexões tecidas com o Barroco, a fim de verificar os modos operacionais empregados pelo Poeta no seu exercício de tradução das tradições literárias. Galáxias, a nosso ver, constitui este projeto poético de alta voltagem barroca, amálgama de recursos criativos içados da mais rica tradição literária, nacional e estrangeira, e processados antropofagicamente nas sendas da produção artístico-literária contemporânea. Publicado pela primeira vez em 1984, contendo cinquenta páginas-fragmentos, o livro de Haroldo de Campos surge para, dentre outros fins, suscitar o entrecruzar de gêneros literários, como a prosa e a poesia; dissolver as fronteiras entre a cor local e a dicção alheia; transfundir tradição e modernidade; fundir arte e ideologia; mixar fato e fantasia; remixar forma e conteúdo, superpor significado e significante. Todos estes procedimentos literários, intersemiotizados, promovem uma caleidoscópica tessitura verbal que empreende, nas palavras do autor, “a viagem como livro e o livro como viagem” (CAMPOS, 2004, p. 119). Viagem esta, urdida por uma rede intertextual e paródica, dada a ver através de inventivos recursos fono-prosódicos, donde sobressaltam aliterações, anagramas, paronomásias e trocadilhos, desenhando no curso galático sibilantes e sinuosas imagens que reivindicam a lúdica co-participação do leitor para a fruição plena da leitura. Isto posto, nosso roteiro de leitura empenha-se sobretudo na tentativa de amplificar os ecos das construções épicas e epifânicas que transitam pelas páginas da obra, que ora velam, ora revelam pequenas estórias que, por um instante apreendidas, podem descortinar outras tantas estórias e, com isso, tornar a leitura ainda mais prazerosa. O fim primeiro das Galáxias, assim entendemos, não terá sido outro senão o da fecundação do gosto pela leitura. Daí, nosso roteiro de leitura: fecundar no leitor o gosto pelas leituras galáticas, tal qual a leitura das Galáxias de Haroldo de Campos.This investigation consists in the proposition of a kind of reading guideline for the book Galáxias (Galaxies, in a free translation), written by the Brazilian poet, reviewer and translator Haroldo de Campos, based on the conceptual tenets of the historical and transhistorical baroque. Thus, a possible mapping of the references, which generates little rotating stories over the “galactic” pages, is proposed, aiming at providing the reader with a kind of guideline that encourages him or her to go deeper into the book fruition. For that purpose, the expressive marks that define the haroldian poetry as singular baroque practice in modernity was searched for, by means of investigating, in his poetic work, the connections interlaced with the Baroque, in order to check the operative ways the author dealt with in his translation of the literary traditions. Galáxias, in my opinion, is a baroque high voltage poetic project that blends creative resources extracted from the richest national and foreign literary tradition, processed anthropophagically in the ways of the contemporary artistic production. Published by the first time in 1984, with fifty pages, the Haroldo de Campos’ book comes out for, among other purposes, prompting the literary genres interlace, as prose and poetry; dissolving the boundaries between local color and alien diction; transfusing tradition and modernity; melting art and ideology; mixing fact and fantasy; remixing form and content, superposing signified and signifier. All these literary proceedings, intersemioticized, promote a kaleidoscopic verbal weave, which undertakes, in the author’s words, “the travel as a book and the book as a travel” (CAMPOS, 2004, p. 119, my translation). This travel, is achieved by means of an intertextual and parodic net, made known through inventive phono-prosodic resources, in which alliterations, anagrams, paronomasias and wordplays come forth, drawing on the galactic path, sibilant and sinuous images that claim the reader’s ludic copartnership for full reading fruition. Having said that, our reading guideline is chiefly focused on the attempt to amplify the construction of the epic and epiphanic echoes that transit by the work pages, and these echoes both veil and unveil little stories that, once digested, might uncover many other stories and, thus, make reading even more pleasing. The main aim of Galáxias, I think, is no other than to encourage a liking for reading. The same goes for our reading guideline: to back up the reader to enjoy the galactic reading, just like the reading of Haroldo de Campos’ Galáxias.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICAHaroldo de CamposGaláxiasBarrocoPoesiaRoteiro de leituraPequenas estóriasHaroldo de Campos e o barroco: a criatura de ou(t)ro - ensaios para um guia das Galáxiasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEMUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdfArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdfapplication/pdf3608492https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22199/1/ArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdffb0bd4deadd4434245c29c666377bc90MD51TEXTArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdf.txtArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain1319235https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22199/2/ArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdf.txt995e2903fbdc3aadc23d54affba48ab3MD52THUMBNAILArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdf.jpgArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2593https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22199/3/ArmandoSergioDosPrazeres_TESE.pdf.jpg93767b0ac80baaac76d8fda25de67436MD53123456789/221992017-11-03 21:23:20.542oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/22199Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-04T00:23:20Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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