Variabilidade acústica nos botos-cinza (Sotalia guianensis, Van Benédén, 1864)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Nara Pavan
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22600
Resumo: Na comunicação o sinal é transmitido por um emissor e pode carregar informações a respeito de sua identidade, seu tamanho, seu status sexual, suas habilidades para luta e sobrevivência. Múltiplos fatores podem interferir nessa comunicação, alterando o sinal emitido em consequência de variação no ambiente, na morfologia corporal, na aprendizagem social e na transmissão cultural. Sinais acústicos podem variar entre populações. O dialeto é a variação nos sinais de duas populações que trocam genes e variação micro ou macrogeográfica, dependendo da distância, existe entre populações onde não há intercâmbio de indivíduos. Estes termos não estão bem estabelecidos na comunidade científica e muitas vezes são considerados sinônimos ou são usados incorretamente, por isso foi feita uma revisão para explicar os termos envolvidos na variação acústica. Uma padronização dos termos foi proposta esclarecendo os processos que podem ou não estarem relacionados com a evolução desta tipo de variação. A variação acústica está presente em sinais de odontocetos (golfinhos e outros cetáceos com dentes, Ordem Cetartiodactyla), que usam esta modalidade de comunicação na mediação de interações sociais, para obtenção de alimento e para orientação espacial. Um dos principais sons emitidos pelos golfinhos em suas interações é o assobio (som tonal de frequência modulada). O objetivo desse estudo foi comparar os assobios dos botos-cinza (Sotalia guianensis) coletados em Baía Formosa, RN (6o 22' S; 35o 00' W) com dados publicados das demais localizades na América Latina. Os resultados mostram correlações significativas entre frequência máxima e final e entre inicial e mínima, tanto em Baía Formosa, quanto nos outros locais, indicando uma preponderância de assobios com modulação de frequência ascendente para a espécie em toda sua distribuição. A duração teve uma correlação negativa significativa com a frequência inicial em todos os locais comparados (p < 0,00001 e r2 = 0,71) e pode indicar que existe um limiar fisiológico para produção de assobios muito agudos. A análise de componentes principais dividiu os locais em dois grupos maiores, porém não foi devido a uma variação latitudinal. Provavelmente diferenças no método de amostragem (equipamentos com taxas de frequência limite distintas e parâmetros de análise espectral distintos), variações no ambiente, diferenças nas frequências de filhotes (produz sons mais agudos) ou animais de maior porte (emite frequências menores) e aprendizagem vocal social podem estar mascarando efeitos geográficos nos padrões vocais.
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Sinais acústicos podem variar entre populações. O dialeto é a variação nos sinais de duas populações que trocam genes e variação micro ou macrogeográfica, dependendo da distância, existe entre populações onde não há intercâmbio de indivíduos. Estes termos não estão bem estabelecidos na comunidade científica e muitas vezes são considerados sinônimos ou são usados incorretamente, por isso foi feita uma revisão para explicar os termos envolvidos na variação acústica. Uma padronização dos termos foi proposta esclarecendo os processos que podem ou não estarem relacionados com a evolução desta tipo de variação. A variação acústica está presente em sinais de odontocetos (golfinhos e outros cetáceos com dentes, Ordem Cetartiodactyla), que usam esta modalidade de comunicação na mediação de interações sociais, para obtenção de alimento e para orientação espacial. Um dos principais sons emitidos pelos golfinhos em suas interações é o assobio (som tonal de frequência modulada). O objetivo desse estudo foi comparar os assobios dos botos-cinza (Sotalia guianensis) coletados em Baía Formosa, RN (6o 22' S; 35o 00' W) com dados publicados das demais localizades na América Latina. Os resultados mostram correlações significativas entre frequência máxima e final e entre inicial e mínima, tanto em Baía Formosa, quanto nos outros locais, indicando uma preponderância de assobios com modulação de frequência ascendente para a espécie em toda sua distribuição. A duração teve uma correlação negativa significativa com a frequência inicial em todos os locais comparados (p < 0,00001 e r2 = 0,71) e pode indicar que existe um limiar fisiológico para produção de assobios muito agudos. A análise de componentes principais dividiu os locais em dois grupos maiores, porém não foi devido a uma variação latitudinal. Provavelmente diferenças no método de amostragem (equipamentos com taxas de frequência limite distintas e parâmetros de análise espectral distintos), variações no ambiente, diferenças nas frequências de filhotes (produz sons mais agudos) ou animais de maior porte (emite frequências menores) e aprendizagem vocal social podem estar mascarando efeitos geográficos nos padrões vocais.In communication a signal is transmitted by a sender and can carry information about its identity, size, sexual status, ability to fight and to survive. Multiple factors can interfere with this communication, varying the output signal as a result of variation in the environment, body size, social learning and cultural transmission. Acoustic signals may vary within species between populations. Dialects are signal variations of two populations that can exchange genes and geographic variation micro- or macro-geographic, depending on the distance, occurs when individuals from different populations don’t mix. These terms are not well established in the literature and are often considered the same or used errouneously, thus a revision was made to clarify the terms involved in acoustic variation. A standardization of terms is proposed and clear deffinitions presented based on the processes that may or may not be related to the evolution of variability. Odontocetes (toothed whales, Order Cetartiodactyla) use acoustic communication in the mediation of social interactions, to obtain food and to navigate. One of the main sounds produced by dolphins in their interactions is the whistle (frequency modulated tonal sound). This study aimed to compare whistles of estuarine dolphins (Sotalia guianensis) collected in Baía Formosa, RN (6o 22' S; 35° 00' W) with published data from other sites in Latin America. The results show significant correlations between maximum and end frequencies as well as between initial and minimum frequencies in Baía Formosa as well as in all other places, indicating a preponderance of frequency ascending whistles used by the species along its distribution. The duration had a significant negative correlation with the initial frequency at all locations tested (p <0.00001 and r = 0.71) and suggests a physiological threshold for high frequency whistles. The principal component analysis divided sites into two major groups, but the discrimination was not related to latitudinal variation. Sampling differences (equipment with distinct sample rates) and analyses with different parameter values likely resulted in different results. Other likely explanations are: variations due to the environment, presence and percentage of calves in the data samples (producing higher frequency sounds) or larger animals (emit lower frequencies) and social vocal learning.porCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS: PSICOBIOLOGIAVariação geográficaDialetoBoto-cinzaRio Grande do NorteAssobiosVariação acústicaComunicaçãoVariabilidade acústica nos botos-cinza (Sotalia guianensis, Van Benédén, 1864)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALNaraPavanLopes_DISSERT.pdfNaraPavanLopes_DISSERT.pdfapplication/pdf2021411https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22600/1/NaraPavanLopes_DISSERT.pdfcb23ad76369a7e1b6ed68b1ec0126b5aMD51TEXTNaraPavanLopes_DISSERT.pdf.txtNaraPavanLopes_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain153856https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22600/4/NaraPavanLopes_DISSERT.pdf.txt17147e22667fecf2f0e9acf9f5373fbaMD54THUMBNAILNaraPavanLopes_DISSERT.pdf.jpgNaraPavanLopes_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2449https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22600/5/NaraPavanLopes_DISSERT.pdf.jpg901c2034cbc217a89fbba9bc4405fd06MD55123456789/226002017-11-04 01:06:46.944oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/22600Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-04T04:06:46Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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