Habilidade oral do recém-nascido prematuro para alimentação via seio materno (HOPASM): proposta de instrumento de avaliação

• Autor(a) principal: Sousa, Carolina Pereira da Cunha
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44657
• topic: Recém-nascido prematuro; Comportamento alimentar; Aleitamento materno

Alimentar o prematuro com leite da própria mãe é mais fisiológico por agir nas particularidades da prematuridade, contudo, o processo de transição alimentar, que contempla o início da alimentação oral até sua adesão plena via seio materno, se efetiva sem condutas padronizadas e/ou participação da equipe transdisciplinar. Objetivou-se validar, psicometricamente, um instrumento de rastreio para a avaliação da habilidade oral do recém-nascido prematuro para a alimentação via seio materno. Trata-se de um estudo teórico, de desenvolvimento metodológico, com abordagem quantitativa, cuja amostra foi de 243, sendo dez juízes, 30 alunos e 203 avaliações de prematuros, envolvendo as áreas de Enfermagem, Fonoaudiologia e Medicina. O desenho metodológico foi pautado em três etapas: 1. Operacionalização do Construto, 2. Validade de Conteúdo e Face e 3. Confiabilidade do Instrumento e Validade de Constructo. A coleta de dados aconteceu de agosto/2020 a maio/ 2021 e a pesquisa obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer de nº 4.219.662. Na etapa 1 foi realizada a construção do instrumento fundamentado nas bases teóricas de Alaf Ibrahim Meleis, Sister Callista Roy, Arnold Sameroff e Heidelise Als e na Revisão Integrativa da Literatura. A versão preliminar do instrumento apresentou 28 itens e cinco dimensões. Na etapa 2, o instrumento foi submetido à validade de conteúdo por dez juízes, em três rodadas, resultando em uma versão com 27 itens e cinco dimensões: D1: Parâmetros Clínicos e Avaliação Geral; D2: Organização Tônico-Postural e Reflexos Orais; D3: Sucção Nutritiva; D4: Sinais de Estresse nos Subsistemas do RNPT; e D5: Ambiente Físico e Humano das Unidades Neonatais. Desses itens, 26 apresentaram concordância de substancial a perfeita e para um item foi moderada. Foi obtido o coeficiente kappa tanto por dimensão (D1=0,84/-/0,75), (D2=0,57/0,73/0,75), (D3=0,48/0,62/0,81), (D4=0,90/0,82/0,64) e (D5=0,77/0,47/0,43) quanto geral (0,70/0,69/0,83) nas três rodadas. Em seguida, realizou-se a validade de face com 30 alunos em uma rodada. Foi calculado o kappa por dimensão (D1= 1,00/0,90), (D2= 1,00/0,97), (D3= 0,97/0,84), (D4= 1,00/0,54) e (D5= 1,00/0,89) e geral do instrumento (0,99/0,84) para juízes e alunos, respectivamente. Na etapa 3 observou-se que o instrumento apresentou confiabilidade de 0,88 sem redundâncias. Na Teoria de Resposta ao Item, o Modelo de Resposta Gradual demonstrou que a discriminação variou de moderada a muito alta para a maioria dos itens. O Modelo de Crédito Parcial identificou a presença de threshold disorder, sendo necessário reagrupar as categorias de resposta 0 e 1; com isso, a maioria dos thresholds ficou ordenada. Na Teoria Clássica dos Testes todos os itens apresentaram carga fatorial ≥ 0,50 e os índices de qualidade [(χ 2 /GL=2,079; CFI= 0,985; TLI = 0,983; RMSEA= 0,073)] evidenciaram um bom ajuste do modelo. O instrumento apresentou alfa de Cronbach e Confiabilidade Composta do Constructo ≥ 0,70, variância média extraída ≥ 0,50 e a variância extraída média de cada constructo foi maior do que a variância compartilhada desse constructo com os demais. Portanto, o instrumento se mostrou confiável e possui evidências consistentes de validade de conteúdo, face e constructo para avaliar a habilidade oral do prematuro para alimentação via seio materno.