União simultânea: possibilidade do seu reconhecimento jurídico como entidade familiar de acordo com a nova ordem civil constitucional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Juliana Bezerra
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31201
Resumo: Com a evolução sócio, política e cultural, as formas de constituição das famílias se alteraram ao longo do tempo. A sociedade saiu de um contexto histórico de casamento por grupos e alcançou o modelo de casamento monogâmico, visando a certeza da paternidade biológica, elemento crucial para que o chefe de família concedesse o seu patrimônio para o filho legítimo, por meio da herança. Com o transcurso temporal, outras formas de arranjos familiares surgiram e foram reconhecidos pelo Estado, como a união estável e a família monoparental. Contudo, apesar de não constar no texto constitucional nem na legislação infraconstitucional, as famílias simultâneas foram se formando e, atualmente, constituem uma realidade fática, cuja busca de reconhecimento jurídico tem crescido. Não à toa, há inúmeras demandas nesse sentido no âmbito do Poder Judiciário. Pela falta de um regramento específico sobre o tema, cada tribunal decide de acordo com as suas próprias convicções, ora tratando esse enlace como sociedade de fato, ora como entidade familiar. Com a finalidade de conferir segurança jurídica e uniformidade nas decisões jurídicas, esta dissertação se propõe a estudar o art. 226 da CF, analisando se ele elenca um rol taxativo ou meramente exemplificativo das entidades familiares reconhecidas pelo ordenamento jurídico pátrio. Esse estudo será feito no contexto da constitucionalização do Direito Civil, bem como da ordem constitucional inaugurada com a Constituição Federal de 1988, a qual concedeu força normativa aos princípios gerais. Ao final, constata-se que as uniões simultâneas podem ser reconhecidas juridicamente como entidades familiares, eis que o art. 226 constitui uma cláusula geral de inserção, de modo que os arranjos familiares nele contidos representam apenas exemplos de entidades familiares que merecem a especial proteção do Estado.
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Com o transcurso temporal, outras formas de arranjos familiares surgiram e foram reconhecidos pelo Estado, como a união estável e a família monoparental. Contudo, apesar de não constar no texto constitucional nem na legislação infraconstitucional, as famílias simultâneas foram se formando e, atualmente, constituem uma realidade fática, cuja busca de reconhecimento jurídico tem crescido. Não à toa, há inúmeras demandas nesse sentido no âmbito do Poder Judiciário. Pela falta de um regramento específico sobre o tema, cada tribunal decide de acordo com as suas próprias convicções, ora tratando esse enlace como sociedade de fato, ora como entidade familiar. Com a finalidade de conferir segurança jurídica e uniformidade nas decisões jurídicas, esta dissertação se propõe a estudar o art. 226 da CF, analisando se ele elenca um rol taxativo ou meramente exemplificativo das entidades familiares reconhecidas pelo ordenamento jurídico pátrio. Esse estudo será feito no contexto da constitucionalização do Direito Civil, bem como da ordem constitucional inaugurada com a Constituição Federal de 1988, a qual concedeu força normativa aos princípios gerais. Ao final, constata-se que as uniões simultâneas podem ser reconhecidas juridicamente como entidades familiares, eis que o art. 226 constitui uma cláusula geral de inserção, de modo que os arranjos familiares nele contidos representam apenas exemplos de entidades familiares que merecem a especial proteção do Estado.Since the social, political and cultural evolution, the models of family constitution have changed as time passed. Society has moved out of the historical context of group marriage into the monogamous model of marriage, with the aim of ensuring biological paternity, a crucial element for the head of household to give his inheritance to the legitimate child through inheritance. Over time, other forms of family arrangements emerged and were recognized by the state, such as the stable union and the single-parent family. However, despite not being included in the constitutional text or in the infraconstitutional legislation, simultaneous families were formed and nowadays they constitute a factual reality, whose search for legal recognition has grown. No wonder there are numerous demands in this regard within the judiciary. Due to the lack of a specific rule on the subject, each court decides according to its own convictions, sometimes treating this relationship as a de facto society, sometimes as a family entity. In order to provide legal certainty and uniformity in legal decisions, this dissertation proposes to study art. 226 of the Brazilian Federal Constitution, analyzing whether it lists a taxative or merely exemplary list of family entities recognized by the national legal system. This paper was done regarding constitutionalization of Civil Law, also as the constitutional order inaugurated with the Federal Constitution of 1988, which granted normative force to the general principles. Finally, it is intended to determine whether or not simultaneous unions can be legally recognized as family entities, receiving or not the special protection of the State.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOUFRNBrasilConstituição de 1988Novas formas de famíliaUniões simultâneasReconhecimento jurídicoUnião simultânea: possibilidade do seu reconhecimento jurídico como entidade familiar de acordo com a nova ordem civil constitucionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTUniaosimultaneapossibilidade_Fernandes_2019.pdf.txtUniaosimultaneapossibilidade_Fernandes_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain272844https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31201/2/Uniaosimultaneapossibilidade_Fernandes_2019.pdf.txt647adb74ded9d3f0f1ae6eb3724190f9MD52THUMBNAILUniaosimultaneapossibilidade_Fernandes_2019.pdf.jpgUniaosimultaneapossibilidade_Fernandes_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1285https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31201/3/Uniaosimultaneapossibilidade_Fernandes_2019.pdf.jpgc9157aaa45ffed093a9eba6cc9fb5c3fMD53ORIGINALUniaosimultaneapossibilidade_Fernandes_2019.pdfapplication/pdf1149558https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31201/1/Uniaosimultaneapossibilidade_Fernandes_2019.pdf2d72121e3fe4f05cf0b111e9b9be3c65MD51123456789/312012021-01-10 04:54:23.602oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/31201Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-01-10T07:54:23Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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