Saúde, mediações e mediadores
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25253 |
Resumo: | Nesta obra, estamos trazendo, assim, resultados de pesquisas acadêmicas e científicas que foram desenvolvidas por autores aqui reunidos, que se voltaram ao tratamento da saúde em termos de processos e práticas de mediação que envolveram especialmente agentes específicos, enquanto seus “mediadores”. Em termos da literatura antropológica, a temática da mediação emerge na metade do século XX, em contextos que envolviam, sobretudo, processos históricos de transformação social que acometiam o mundo rural ou colonial. Contudo, a discussão que envolvia esses processos históricos, quando trazia à tona o tema da saúde, era subordinada frente a outras questões mais gerais, aparecendo mais como elemento descritivo da transformação social. Por exemplo, fazia referência ao médico como um agente associado a relações de patronagem e clientelismo, tal como o proprietário rural, os agentes religiosos ou políticos. Não se atentava, porém, a fazer uma etnografia mais específica, aprofundada e sistemática das práticas de saúde em termos da administração pública e das políticas governamentais, voltadas a grupos e populações em particular, considerados como focos de atenção, suporte e “direito”. Nos textos aqui reunidos, temos diversos ângulos teóricos e perspectivas metodológicas para se entender as questões sociais e culturais que envolvem saúde e mediação, inclusive questionando entendermos os mediadores e a mediação de modo único, restrito, homogêneo e reificado. As situações e contextos, que aqui estão sendo apresentados nos capítulos, podem estabilizar ou desestabilizar até mesmo uma ideia muito fechada de mediação. O livro está organizado em três partes que dialogam entre si a partir dos diferentes sentidos de mediação. Na primeira parte, os textos tratam de mediadores que se encontram em polos claramente definidos. Com essa linha estabelecida, os textos dessa parte articulam questões relacionadas ao ativismo biossocial, de justiça e acusações morais; transnacionalidade, políticas de estado e mediações simbólicas; deficiência, cuidado e serviços sexuais; biopoder e construção de corpos. Na segunda parte, há uma ênfase e questionamento do papel do mediador, que se encontra em situação de ambiguidade, gerando múltiplas funções em seu campo de ação. As múltiplas funções dos mediadores como agentes de saúde; o lugar da fala e os saberes disputados; práticas e comunidades terapêuticas; mulheres e os agentes mediadores formais e informais são os temas dessa parte. Na terceira e última parte do livro, a mediação é tratada a partir da noção de diálogo e conflito em campos distintos. Os textos tratam dos dilemas de interculturalidade e de metacomunicação em contextos de saúde indígena; da criminalização da infecção do HIV, em relação à esfera da imprensa e de casais sorodiscordantes; além da atuação do antropólogo como mediador em relação à loucura e saúde mental. |
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Em termos da literatura antropológica, a temática da mediação emerge na metade do século XX, em contextos que envolviam, sobretudo, processos históricos de transformação social que acometiam o mundo rural ou colonial. Contudo, a discussão que envolvia esses processos históricos, quando trazia à tona o tema da saúde, era subordinada frente a outras questões mais gerais, aparecendo mais como elemento descritivo da transformação social. Por exemplo, fazia referência ao médico como um agente associado a relações de patronagem e clientelismo, tal como o proprietário rural, os agentes religiosos ou políticos. Não se atentava, porém, a fazer uma etnografia mais específica, aprofundada e sistemática das práticas de saúde em termos da administração pública e das políticas governamentais, voltadas a grupos e populações em particular, considerados como focos de atenção, suporte e “direito”. Nos textos aqui reunidos, temos diversos ângulos teóricos e perspectivas metodológicas para se entender as questões sociais e culturais que envolvem saúde e mediação, inclusive questionando entendermos os mediadores e a mediação de modo único, restrito, homogêneo e reificado. As situações e contextos, que aqui estão sendo apresentados nos capítulos, podem estabilizar ou desestabilizar até mesmo uma ideia muito fechada de mediação. O livro está organizado em três partes que dialogam entre si a partir dos diferentes sentidos de mediação. Na primeira parte, os textos tratam de mediadores que se encontram em polos claramente definidos. Com essa linha estabelecida, os textos dessa parte articulam questões relacionadas ao ativismo biossocial, de justiça e acusações morais; transnacionalidade, políticas de estado e mediações simbólicas; deficiência, cuidado e serviços sexuais; biopoder e construção de corpos. 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