A história de resistência e construção do movimento LGBTI+ no Sertão Potiguar
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/58189 |
Resumo: | Os imperativos do patriarcado, atravessados pela lógica do capitalismo, constitui-se por atribuir uma série de poderes e privilégios para os homens cisgêneros em detrimento das mulheres e pessoas LGBTI+. Esse sistema ganha novas configurações de acordo com o contexto histórico, social e econômico que se estabelece. É preciso considerar que, em se tratando de pessoas LGBTI+, e especificamente das travestis e transexuais, que subvertem as normas da cisgeneridade, essas relações sejam ainda mais acirradas, sofrendo a expressão mais desumana da “questão social”. Desse modo, em resistência a esse contexto de exploração e opressão, diversas formas de enfrentamento se articulam; dentre elas, os movimentos sociais organizados, que se manifestam como uma refração das contradições do modo de produção capitalista em resposta às desigualdades sociais. Esses coletivos se movimentam para representar os interesses dessas populações, com destaque para o Movimento LGBTI+, que nasce no Brasil no fim da década de 1970, ainda em enfrentamento ao regime autocrático burguês. Atualmente, o ativismo se manifesta de diversos modos, se ampliando para os recônditos do país, descentralizando dos grandes centros urbanos e capitais dos estados e marcam sua trajetória de lutas, construindo agendas com reivindicações diversas relacionadas à cidadania, direitos sociais, políticas públicas e o combate à homotransfobia, heterossexismo e demais modos de opressão e exploração. Portanto, este trabalho pretende analisar o surgimento e atuação do movimento LGBTI+ no Sertão Potiguar sob a perspectiva da resistência e luta das/dos suas/seus fundadoras/es. Esse cenário de pesquisa é marcado por uma região com heranças do coronelismo/clientelismo, pelos estigmas da seca, pobreza e vulnerabilidades sociais. Assim, o trabalho visa analisar, sob uma perspectiva etnográfica, o contexto do surgimento, atuação, e as relações produzidas pelos coletivos nesse tecido social. O delineamento da pesquisa se desenvolveu nas seguintes etapas, a saber: a primeira etapa tratou-se da imersão no cotidiano das produções do movimento organizado para compreender o contexto de surgimento, sua dinâmica de funcionamento, principais pautas, construção de agendas e ações; na segunda etapa, foram realizadas entrevistas sob a ferramenta de história oral temática com as fundadoras do movimento para melhor detalhamento de como essas trajetórias de vida se encontram com a militância nesse território geográfico. Percebeu-se que os coletivos surgiram mediante contexto de onda conservadora e crise sanitária ocasionada pela pandemia e se organizaram, a princípio, com a tentativa de reparar a violência histórica a que foram submetidas as travestis e transexuais, mas puderam avançar de modo significativo no diálogo com o poder público e demais instituições sociais nesse território do Sertão Potiguar. |
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Esse sistema ganha novas configurações de acordo com o contexto histórico, social e econômico que se estabelece. É preciso considerar que, em se tratando de pessoas LGBTI+, e especificamente das travestis e transexuais, que subvertem as normas da cisgeneridade, essas relações sejam ainda mais acirradas, sofrendo a expressão mais desumana da “questão social”. Desse modo, em resistência a esse contexto de exploração e opressão, diversas formas de enfrentamento se articulam; dentre elas, os movimentos sociais organizados, que se manifestam como uma refração das contradições do modo de produção capitalista em resposta às desigualdades sociais. Esses coletivos se movimentam para representar os interesses dessas populações, com destaque para o Movimento LGBTI+, que nasce no Brasil no fim da década de 1970, ainda em enfrentamento ao regime autocrático burguês. Atualmente, o ativismo se manifesta de diversos modos, se ampliando para os recônditos do país, descentralizando dos grandes centros urbanos e capitais dos estados e marcam sua trajetória de lutas, construindo agendas com reivindicações diversas relacionadas à cidadania, direitos sociais, políticas públicas e o combate à homotransfobia, heterossexismo e demais modos de opressão e exploração. Portanto, este trabalho pretende analisar o surgimento e atuação do movimento LGBTI+ no Sertão Potiguar sob a perspectiva da resistência e luta das/dos suas/seus fundadoras/es. Esse cenário de pesquisa é marcado por uma região com heranças do coronelismo/clientelismo, pelos estigmas da seca, pobreza e vulnerabilidades sociais. Assim, o trabalho visa analisar, sob uma perspectiva etnográfica, o contexto do surgimento, atuação, e as relações produzidas pelos coletivos nesse tecido social. O delineamento da pesquisa se desenvolveu nas seguintes etapas, a saber: a primeira etapa tratou-se da imersão no cotidiano das produções do movimento organizado para compreender o contexto de surgimento, sua dinâmica de funcionamento, principais pautas, construção de agendas e ações; na segunda etapa, foram realizadas entrevistas sob a ferramenta de história oral temática com as fundadoras do movimento para melhor detalhamento de como essas trajetórias de vida se encontram com a militância nesse território geográfico. Percebeu-se que os coletivos surgiram mediante contexto de onda conservadora e crise sanitária ocasionada pela pandemia e se organizaram, a princípio, com a tentativa de reparar a violência histórica a que foram submetidas as travestis e transexuais, mas puderam avançar de modo significativo no diálogo com o poder público e demais instituições sociais nesse território do Sertão Potiguar.The imperatives of patriarchy, crossed by the logic of capitalism, are constituted by attributing a series of powers and privileges to cisgender men to the detriment of women and LGBTI+ people. This system gains new configurations according to the historical, social and economic context that is established. It is necessary to consider that, when dealing with LGBTI+ people, and specifically transvestites and transsexuals, who subvert the norms of cisgenderism, these relationships are even more intense, suffering the most inhuman expression of the “social issue”. Thus, in resistance to this context of exploitation and oppression, various forms of confrontation are articulated; among them, organized social movements, which manifest themselves as a refraction of the contradictions of the capitalist mode of production in response to social inequalities. These collectives move to represent the interests of these populations, with emphasis on the LGBTI+ Movement, which was born in Brazil in the late 1970s, still in confrontation with the autocratic bourgeois regime. Currently, activism manifests itself in different ways, expanding to the country's corners, decentralizing from large urban centers and state capitals and marking its trajectory of struggles, building agendas with diverse demands related to citizenship, social rights, public policies and the combating homotransphobia, heterosexism and other forms of oppression and exploitation. Therefore, this work intends to analyze the emergence and performance of the LGBTI+ movement in the Sertão Potiguar from the perspective of the resistance and struggle of its/its founders. This research scenario is marked by a region with legacy of coronelismo/clientelismo, by the stigmas of drought, poverty and social vulnerabilities. Thus, the work aims to analyze, from an ethnographic perspective, the context of the emergence, performance, and relations produced by the collectives in this social fabric. The research outline was developed in the following steps, namely: the first step was the immersion in the everyday productions of the organized movement to understand the context of emergence, its operating dynamics, main guidelines, construction of agendas and actions; in the second stage, interviews were conducted using the thematic oral history tool with the founders of the movement to better detail how these life trajectories meet militancy in this geographic territory. It was noticed that the collectives emerged in the context of a conservative wave and the health crisis caused by the pandemic and were organized, at first, in an attempt to repair the historical violence to which transvestites and transsexuals were subjected, but were able to advance significantly in dialogue with the government and other social institutions in this territory of the Sertão Potiguar.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAPatriarcadoLGBTI+SertãoA história de resistência e construção do movimento LGBTI+ no Sertão Potiguarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALHistoriaresistenciaconstrucao_Dantas_2023.pdfapplication/pdf2591581https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/58189/1/Historiaresistenciaconstrucao_Dantas_2023.pdff05e2bea572d764c53a8bc794fb0d885MD51123456789/581892024-04-18 16:53:52.472oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/58189Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2024-04-18T19:53:52Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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