Variação espaço-temporal de assembleias de peixes em poças de maré em manguezal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, Átila Dantas Escóssia de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28027
Resumo: Florestas intertidais de mangue desempenham papéis importantes para a persistência de espécies de peixes, fornecendo alimento e abrigo contra predadores para peixes marinhos e estuarinos de pequeno porte. Apesar do grande avanço no conhecimento científico de sistemas estuarinos e manguezais nas últimas décadas, pouco se sabe sobre a dinâmica de comunidades de peixes nos ambientes temporários dos manguezais. Este trabalho busca entender como as espécies de peixe se distribuem dentro da floresta de mangue ao longo do estuário (dinâmica espacial), entre períodos de um ciclo sazonal (dinâmica temporal) e de acordo com características de microhabitat. Realizamos cinco expedições de campo entre novembro de 2017 e setembro de 2018 no manguezal do rio Ceará-Mirim (Extremoz, RN). As amostragens foram feitas em 17 parcelas de 10m x 10m distribuídas ao longo do estuário, onde coletamos peixes nas marés baixas com esforço amostral padronizado. Variáveis físico-químicas e de microhabitat (raízes, poças, tocas, propágulos, cobertura de dossel, profundidade e quantidade de poças) foram aferidas em cada parcela. Foram coletados 1189 indivíduos pertencentes a 10 espécies: Kryptolebias hermaphroditus (52% da abundância total), Poecilia vivipara (24%), Ctenogobius smaragdus (11%), Ctenogobius shufeldti (2%), Ctenogobius boleosoma (2%), Evorthodus lyricus (3%), Dormitator maculatus (1%), Eleotris pisonis (1%), Guavina guavina (4%) e Erotelis smaragdus (<1%). Abundância, diversidade e riqueza, foram maiores no período chuvoso. P. vivipara e as espécies de Gobiidae seguiram esse padrão, com abundâncias maiores durante esse período. K. hermaphroditus e as espécies de Eleotridae foram mais constantes ao longo do ano. Encontramos uma relação inversa entre diversidade e abundância ao longo do estuário, em que quanto mais próximo ao mar, maior diversidade e menor abundância, contrastando com as áreas mais acima do estuário com menor diversidade e maior abundância. P. vivipara ocorreu principalmente nas áreas mais acima do estuário, enquanto C. boleosoma e o E. pisonis tenderam a ocorrer mais próximas ao mar. As outras espécies ocorreram de forma mais constante ao longo do estuário. Além disso, as diferentes características de microhabitat dentro das florestas de mangue também se mostraram importantes na distribuição das espécies. Encontramos evidências de que as assembleias de peixes nas florestas de mangue, são moduladas tanto pelas chuvas ao longo do ano, quanto pela proximidade com o mar e pelas características de microhabitat e discutimos isso em frente ao conhecimento atual sobre peixes residentes em manguezais.
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spelling Melo, Átila Dantas Escóssia deBarletta, MárioGiarrizzo, TommasoEspírito Santo, Helder Mateus Viana2019-11-26T21:47:56Z2019-11-26T21:47:56Z2019-03-01MELO, Átila Dantas Escóssia de. Variação espaço-temporal de assembleias de peixes em poças de maré em manguezal. 2019. 52f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28027Florestas intertidais de mangue desempenham papéis importantes para a persistência de espécies de peixes, fornecendo alimento e abrigo contra predadores para peixes marinhos e estuarinos de pequeno porte. Apesar do grande avanço no conhecimento científico de sistemas estuarinos e manguezais nas últimas décadas, pouco se sabe sobre a dinâmica de comunidades de peixes nos ambientes temporários dos manguezais. Este trabalho busca entender como as espécies de peixe se distribuem dentro da floresta de mangue ao longo do estuário (dinâmica espacial), entre períodos de um ciclo sazonal (dinâmica temporal) e de acordo com características de microhabitat. Realizamos cinco expedições de campo entre novembro de 2017 e setembro de 2018 no manguezal do rio Ceará-Mirim (Extremoz, RN). As amostragens foram feitas em 17 parcelas de 10m x 10m distribuídas ao longo do estuário, onde coletamos peixes nas marés baixas com esforço amostral padronizado. Variáveis físico-químicas e de microhabitat (raízes, poças, tocas, propágulos, cobertura de dossel, profundidade e quantidade de poças) foram aferidas em cada parcela. Foram coletados 1189 indivíduos pertencentes a 10 espécies: Kryptolebias hermaphroditus (52% da abundância total), Poecilia vivipara (24%), Ctenogobius smaragdus (11%), Ctenogobius shufeldti (2%), Ctenogobius boleosoma (2%), Evorthodus lyricus (3%), Dormitator maculatus (1%), Eleotris pisonis (1%), Guavina guavina (4%) e Erotelis smaragdus (<1%). Abundância, diversidade e riqueza, foram maiores no período chuvoso. P. vivipara e as espécies de Gobiidae seguiram esse padrão, com abundâncias maiores durante esse período. K. hermaphroditus e as espécies de Eleotridae foram mais constantes ao longo do ano. Encontramos uma relação inversa entre diversidade e abundância ao longo do estuário, em que quanto mais próximo ao mar, maior diversidade e menor abundância, contrastando com as áreas mais acima do estuário com menor diversidade e maior abundância. P. vivipara ocorreu principalmente nas áreas mais acima do estuário, enquanto C. boleosoma e o E. pisonis tenderam a ocorrer mais próximas ao mar. As outras espécies ocorreram de forma mais constante ao longo do estuário. Além disso, as diferentes características de microhabitat dentro das florestas de mangue também se mostraram importantes na distribuição das espécies. Encontramos evidências de que as assembleias de peixes nas florestas de mangue, são moduladas tanto pelas chuvas ao longo do ano, quanto pela proximidade com o mar e pelas características de microhabitat e discutimos isso em frente ao conhecimento atual sobre peixes residentes em manguezais.Intertidal mangrove forests play important roles for especies persistence, providing food and shelter from predators for marine and estuarine small fishes. Despite the great progress in knowledge of estuarine and mangrove systems in the last decades, little is know about fish community dynamics in the temporary enviroments of mangroves. The present study aims for understand the fish species distribution on tidepools inside the mangrove forest along the estuary (spatial dynamics), between seasonal surveys (temporal dynamics) and according to microhabitat characteristics. Field work was conducted from november 2017 to september 2018 on the Ceará-Mirim river mangrove (Northeastern Brazil). We stabilished 17 10m x 10m quadrats distributed along the estuary, which were used as sample units. Our fish collection followed a standardized protocol during low tide. Physical-chemical and microhabitat variables (density of roots, ponds, crab burrows, propagules, canopy cover and pond number and depth) were mesured. 1189 individuals belonging to 10 species were collected. with Kryptolebias hermaphroditus being the dominant species (52% of total fish abundance), followed by Poecilia vivipara (24%), Ctenogobius smaragdus (11%), Ctenogobius shufeldti (2%), Ctenogobius boleosoma (2%), Evorthodus lyricus (3%), Dormitator maculatus (<1%), Eleotris pisonis (1%), Guavina guavina (4%) and Erotelis smaragdus (<1%). Abundance, richness and diversity was higher in the rainy months. P. vivipara and Gobiidae species followed this pattern, with major abundances in this period. K hermaphroditus and Eleotridae species were more constant along the year. We found a inverse relationship between diversity and abundance along the estuary, with major diversity and minor abundance occurring closer to de ocean, in constrast with upper areas with minor diversity and major abundance. P vivipara occured more in the upper areas of the estuary, while C. boleosoma and E. pisonis tended to occur closer to the ocean. Other species were more constant along the estuary. The different microhabitat characteristics within the mangrove forest were also important to species distribution. We found evidences that the fish assemblages in the mangrove forest are modulated by rainfall cycle, the closeness to the ocean and microhabitat characteristics. We discuss these findings in light of the current knowledge on mangrove fish.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIASazonalidadeBiodiversidadeGradientes ecológicosEcologia de comunidadesVariação espaço-temporal de assembleias de peixes em poças de maré em manguezalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTVariaçãoespaço-temporal_Melo_2019.pdf.txtVariaçãoespaço-temporal_Melo_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain75154https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28027/2/Varia%c3%a7%c3%a3oespa%c3%a7o-temporal_Melo_2019.pdf.txt924440ad0b3895ea4b5e22e8cc3b80f7MD52THUMBNAILVariaçãoespaço-temporal_Melo_2019.pdf.jpgVariaçãoespaço-temporal_Melo_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1243https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28027/3/Varia%c3%a7%c3%a3oespa%c3%a7o-temporal_Melo_2019.pdf.jpgdc530f1f01878c5315b4618ac1300a9bMD53ORIGINALVariaçãoespaço-temporal_Melo_2019.pdfapplication/pdf2752325https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28027/1/Varia%c3%a7%c3%a3oespa%c3%a7o-temporal_Melo_2019.pdfa62eb4109934b1c56b5c24f5a2c4c11bMD51123456789/280272019-12-01 02:29:03.92oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/28027Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-12-01T05:29:03Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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