Gestão Autônoma de Medicação (GAM) e redução de danos no contexto potiguar: uma composição possível?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28891 |
Resumo: | No Brasil, políticas e leis proibicionistas estão em constantes conflitos com a política de Redução de Danos (RD) e o modelo de atenção psicossocial, construído com a Reforma Psiquiátrica, que visam cuidar de pessoas em sofrimento decorrente do consumo de drogas. Nesse campo de tensões, encontramos vários problemas para garantir o cuidado humanizado e em liberdade. Dentre eles, o elevado consumo de medicamentos psiquiátricos e a terapêutica farmacológica como principal estratégia de tratamento, cuja participação das pessoas nas decisões sobre seu tratamento e o acesso às informações sobre prescrições é mínima. Para enfrentar esta problemática, foi desenvolvida no Canadá a estratégia Gestão Autônoma da Medicação (GAM). Embora traduzida e adaptada ao contexto brasileiro, ainda há o desafio de compreender e avaliar sua pertinência e potencialidade no campo de álcool e outras drogas, pois a adaptação não passou por suas especificidades. Com o intuito de ampliar a discussão para substancias lícitas e ilícitas, prescritas e não prescritas, considerando o norte ético da RD, a pesquisa objetivou acompanhar a experiência GAM em um CAPSad do município de NatalRN, mapeando seus limites e potencialidades. A partir de uma pesquisa-intervenção de inspiração cartográfica, foi possível acompanhar a experiência e produzir três planos de composição analítica: 1) Das experiências cotidianas e micropolíticas de cuidado apontando para uma diluição nas fronteiras entre essas substâncias na perspectiva de uma “gestão autônoma de múltiplas substâncias”. 2) Da GAM como dispositivo grupal, que permite operar a ética da RD no âmbito coletivo e cogestivo, a partir da transversalidade entre diferentes saberes e práticas. 3) Da GAM como estratégia de promoção de autonomia coletiva com a configuração de redes de apoio entre os participantes. Concluindo, o encontro entre GAM e RD nos convoca ao compromisso ético-político com a questão das drogas, com as lutas antimanicomiais e antiproibicionistas e, sobretudo, com a vida das pessoas. |
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Ferreira, Indianara Maria FernandesSimoni, Ana Carolina RiosAlbuquerque, Rossana Carla Rameh deAmorim, Ana Karenina de Melo Arraes2020-05-05T16:48:25Z2020-05-05T16:48:25Z2019-12-12FERREIRA, Indianara Maria Fernandes. Gestão Autônoma de Medicação (GAM) e redução de danos no contexto potiguar: uma composição possível?. 2019. 205f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28891No Brasil, políticas e leis proibicionistas estão em constantes conflitos com a política de Redução de Danos (RD) e o modelo de atenção psicossocial, construído com a Reforma Psiquiátrica, que visam cuidar de pessoas em sofrimento decorrente do consumo de drogas. Nesse campo de tensões, encontramos vários problemas para garantir o cuidado humanizado e em liberdade. Dentre eles, o elevado consumo de medicamentos psiquiátricos e a terapêutica farmacológica como principal estratégia de tratamento, cuja participação das pessoas nas decisões sobre seu tratamento e o acesso às informações sobre prescrições é mínima. Para enfrentar esta problemática, foi desenvolvida no Canadá a estratégia Gestão Autônoma da Medicação (GAM). Embora traduzida e adaptada ao contexto brasileiro, ainda há o desafio de compreender e avaliar sua pertinência e potencialidade no campo de álcool e outras drogas, pois a adaptação não passou por suas especificidades. Com o intuito de ampliar a discussão para substancias lícitas e ilícitas, prescritas e não prescritas, considerando o norte ético da RD, a pesquisa objetivou acompanhar a experiência GAM em um CAPSad do município de NatalRN, mapeando seus limites e potencialidades. A partir de uma pesquisa-intervenção de inspiração cartográfica, foi possível acompanhar a experiência e produzir três planos de composição analítica: 1) Das experiências cotidianas e micropolíticas de cuidado apontando para uma diluição nas fronteiras entre essas substâncias na perspectiva de uma “gestão autônoma de múltiplas substâncias”. 2) Da GAM como dispositivo grupal, que permite operar a ética da RD no âmbito coletivo e cogestivo, a partir da transversalidade entre diferentes saberes e práticas. 3) Da GAM como estratégia de promoção de autonomia coletiva com a configuração de redes de apoio entre os participantes. Concluindo, o encontro entre GAM e RD nos convoca ao compromisso ético-político com a questão das drogas, com as lutas antimanicomiais e antiproibicionistas e, sobretudo, com a vida das pessoas.In Brazil, prohibitionist policies and laws are in constant conflict with the Damage Reduction (RD) policy and the psychosocial care model, built with the Psychiatric Reform, aimed at taking care of people suffering from drug use. In this field of tensions, we encounter several problems to ensure humanized and free care. Among them, the high consumption of psychiatric drugs and pharmacological therapy as the main treatment strategy, whose participation of people in the decisions about their treatment and their access to prescribing information are minimal. To address this issue, the Autonomous Medication Management (GAM) strategy was developed in Canada. Although translated and adapted to the Brazilian context, there is still the challenge of understanding and assessing its relevance and potentiality in the field of alcohol and other drugs, in its specificities. In order to broaden the discussion to licit and illicit substances, prescribed and not prescribed, considering the ethical north of RD, the research aimed to follow the GAM experience in a CAPSad of the city of Natal-RN, mapping its limits and potentialities. From an intervention research of cartographic inspiration, it was possible to follow the experience and produce three plans of analytical composition: 1) From the daily and micropolitical experiences of care, pointing to a dilution in the boundaries between these substances in the perspective of an “autonomous management of multiple substances”; 2) GAM as a group device, which allows operating the ethics of RD in the collective and cogestive scope, from the transversality between different knowledge and practices and 3) GAM as a strategy to promote collective autonomy with the setting up of support networks among the participants. In conclusion, the meeting between GAM and RD calls us to the ethical-political commitment to the drugs issue, to the antimanicomial and anti-prohibitionist struggles and, above all, to people's lives.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAGestão autônoma de medicaçãoRedução de danosSaúde mentalGestão Autônoma de Medicação (GAM) e redução de danos no contexto potiguar: uma composição possível?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALGestaoautonomamedicacao_Ferreira_2019.pdfapplication/pdf33406031https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28891/1/Gestaoautonomamedicacao_Ferreira_2019.pdf49cc2455f021055b0b50a4ac7168cf25MD51TEXTGestaoautonomamedicacao_Ferreira_2019.pdf.txtGestaoautonomamedicacao_Ferreira_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain345301https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28891/2/Gestaoautonomamedicacao_Ferreira_2019.pdf.txt29d94061580c45d99ea66aaecedb9730MD52THUMBNAILGestaoautonomamedicacao_Ferreira_2019.pdf.jpgGestaoautonomamedicacao_Ferreira_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1225https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28891/3/Gestaoautonomamedicacao_Ferreira_2019.pdf.jpg375b03365c814cc19cc14c21d0b42568MD53123456789/288912020-05-10 04:30:17.61oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/28891Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-05-10T07:30:17Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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