Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Débora Quézia Brito da Cunha
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20487
Resumo: As crônicas jesuíticas foram, por muito tempo, uma das principais fontes históricas sobre o período colonial. No entanto, a organização e a regra da Companhia de Jesus influenciaram na descrição que os seus membros fizeram do Novo Mundo. As visões e conceitos da Companhia foram transportados da Europa, adaptados ao ambiente colonial e, por vezes, modificados pelo contato que tiveram com os nativos, o que se refletiu em suas representações sobre o Novo Mundo e os nativos. Parte dos escritos jesuíticos foi dedicada às representações do Novo Mundo, que foi visto de início como Paraíso, depois como Inferno, Purgatório e, por fim, como Terra. As figuras femininas também receberam representações diferentes, que acompanharam as do Novo Mundo, pois os seus costumes influenciaram o modo como eram vistas e representadas nas epistolas jesuíticas, como também nos sermões do Pe. Antônio Vieira. Assim, as mulheres tupi ora foram representadas a partir da ideia de Eva, ora como demônios e ora como seguidoras de um ideal mariano. Mas essas mulheres também foram vistas como mulheres humanas e com uma forte influência sobre a sociedade colonial, assim, enquanto mulher terrena, a mulher tupi foi utilizada como instrumento de alianças e seu trabalho aproveitado pela Ordem jesuíta. Portanto, o objetivo da minha pesquisa foi compreender a organização e a regra que regiam a Companhia de Jesus, para então examinar o mundo colonial a partir das correspondências dos jesuítas e, assim, analisar as representações feitas por eles do Novo Mundo e da mulher Tupi entre os séculos XVI e XVII e como esse olhar se refletiu na proposta jesuítica para a colonização. Assim, quando os jesuítas utilizaram a mulher tupi na formulação de alianças, quando organizaram o tempo e o espaço para terem essas mulheres como ajudadoras na pregação do “evangelho”, eles trabalhavam para obterem o principal objetivo da Ordem: a “salvação das almas perdidas”. Em nossa pesquisa utilizamos Roger Chartier para compreendermos o conceito de representação que usamos para definir o olhar dos jesuítas sobre o Novo Mundo e as mulheres tupi; como também Laura de Souza e Mello para compreendermos o olhar demonizador europeu sobre os nativos.
id UFRN_da23f1cd5ad25489a54e28816595c759
oai_identifier_str oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/20487
network_acronym_str UFRN
network_name_str Repositório Institucional da UFRN
repository_id_str
spelling Castro, Débora Quézia Brito da Cunhahttp://lattes.cnpq.br/0447711506848306http://lattes.cnpq.br/6539287109414078Fernandes, Eunicia Barros Barceloshttp://lattes.cnpq.br/7157112238347898Vargas Netto, Sebastião Leal Ferreirahttp://lattes.cnpq.br/9840632250442779Lopes, Fátima Martins2016-05-17T21:49:20Z2016-05-17T21:49:20Z2015-07-23CASTRO, Débora Quézia Brito da Cunha. Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII. 2015. 142 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20487As crônicas jesuíticas foram, por muito tempo, uma das principais fontes históricas sobre o período colonial. No entanto, a organização e a regra da Companhia de Jesus influenciaram na descrição que os seus membros fizeram do Novo Mundo. As visões e conceitos da Companhia foram transportados da Europa, adaptados ao ambiente colonial e, por vezes, modificados pelo contato que tiveram com os nativos, o que se refletiu em suas representações sobre o Novo Mundo e os nativos. Parte dos escritos jesuíticos foi dedicada às representações do Novo Mundo, que foi visto de início como Paraíso, depois como Inferno, Purgatório e, por fim, como Terra. As figuras femininas também receberam representações diferentes, que acompanharam as do Novo Mundo, pois os seus costumes influenciaram o modo como eram vistas e representadas nas epistolas jesuíticas, como também nos sermões do Pe. Antônio Vieira. Assim, as mulheres tupi ora foram representadas a partir da ideia de Eva, ora como demônios e ora como seguidoras de um ideal mariano. Mas essas mulheres também foram vistas como mulheres humanas e com uma forte influência sobre a sociedade colonial, assim, enquanto mulher terrena, a mulher tupi foi utilizada como instrumento de alianças e seu trabalho aproveitado pela Ordem jesuíta. Portanto, o objetivo da minha pesquisa foi compreender a organização e a regra que regiam a Companhia de Jesus, para então examinar o mundo colonial a partir das correspondências dos jesuítas e, assim, analisar as representações feitas por eles do Novo Mundo e da mulher Tupi entre os séculos XVI e XVII e como esse olhar se refletiu na proposta jesuítica para a colonização. Assim, quando os jesuítas utilizaram a mulher tupi na formulação de alianças, quando organizaram o tempo e o espaço para terem essas mulheres como ajudadoras na pregação do “evangelho”, eles trabalhavam para obterem o principal objetivo da Ordem: a “salvação das almas perdidas”. Em nossa pesquisa utilizamos Roger Chartier para compreendermos o conceito de representação que usamos para definir o olhar dos jesuítas sobre o Novo Mundo e as mulheres tupi; como também Laura de Souza e Mello para compreendermos o olhar demonizador europeu sobre os nativos.Las crónicas jesuitas fueron, por mucho tiempo, una de las principales fuentes históricas sobre el período colonial. Sin embargo, la organización y la regla de la Compañía de Jesús han influido en la descripción que sus miembros hicieron del Nuevo Mundo. Las visiones y conceptos de la Compañía fueron transportados en Europa, adaptado a la atmósfera colonial y, por veces, modificado por el contacto que ellos tuvieron con los nativos, lo que fue reflejado en sus representaciones del Nuevo Mundo y los nativos. Una parte de los escritos de los jesuitas fue dedicada a las representaciones del Nuevo Mundo, que fue visto inicialmente como Paraíso, y luego como Inferno, Purgatorio y finalmente a la Tierra. Las figuras femeninas también recibieron diferentes representaciones que acompañaron el Nuevo Mundo, porque sus costumbres influyeron en la forma en que se ve y se representó en las epístolas de los jesuitas, y en los sermones del Pe. Antonio Vieira. Por lo tanto, las mujeres indígenas ahora estaban representadas desde la idea de Eva, ahora como demonios y los otros tiempos como seguidoras de un ideal mariano. Pero estas mujeres también fueron vistas como mujeres humanas y con una fuerte influencia en la sociedad colonial, así, como la mujer terrenal, la mujer indígena fue utilizado como un instrumento de alianza y su trabajo disfrutado por la Compañía de Jesús. Por lo tanto, el objetivo de mi investigación era comprender la organización y la norma que rige la Compañía de Jesús, y luego examinar el mundo colonial de la correspondencia de los jesuitas y así analizar las representaciones hechas por ellos del Nuevo Mundo y de la mujer indígena entre los siglos XVI y XVII y cómo este aspecto se refleja en la propuesta de los jesuitas para la colonización. De este modo, cuando los jesuitas utilizaron la mujer indígena en la formulación de alianzas, cuando se organiza el tiempo y el espacio para tener esas mujeres como ayudantes en predicar el "evangelio", trabajaron para lograr el objetivo principal de la Orden: la “salvación de las almas perdidas ". En nuestra investigación utilizamos Roger Chartier para entender el concepto de representación que usamos para definir el aspecto de los jesuitas del Nuevo Mundo y las mujeres indígenas; así como Laura de Mello e Souza para entender la mirada demonizador Europeo sobre los nativos.porUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIARepresentaçãoCompanhia de JesusMulher indígenasLugar e espaçoDo paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVIIinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALDeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdfDeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdfapplication/pdf917990https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20487/1/DeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf00567441f84b7de0a0f07243622076d1MD51TEXTDeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf.txtDeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain347238https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20487/6/DeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf.txtea86c43ed2bfbdcefef48924e9c47611MD56THUMBNAILDeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf.jpgDeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2301https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20487/7/DeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf.jpgf8a1ec7a65a711272f971958e35a65d5MD57123456789/204872017-11-03 21:17:57.387oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/20487Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-04T00:17:57Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII
title Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII
spellingShingle Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII
Castro, Débora Quézia Brito da Cunha
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Representação
Companhia de Jesus
Mulher indígenas
Lugar e espaço
title_short Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII
title_full Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII
title_fullStr Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII
title_full_unstemmed Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII
title_sort Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII
author Castro, Débora Quézia Brito da Cunha
author_facet Castro, Débora Quézia Brito da Cunha
author_role author
dc.contributor.authorID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.authorLattes.none.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0447711506848306
dc.contributor.advisorID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.advisorLattes.none.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6539287109414078
dc.contributor.referees1.none.fl_str_mv Fernandes, Eunicia Barros Barcelos
dc.contributor.referees1ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees1Lattes.none.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7157112238347898
dc.contributor.referees2.none.fl_str_mv Vargas Netto, Sebastião Leal Ferreira
dc.contributor.referees2ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees2Lattes.none.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9840632250442779
dc.contributor.author.fl_str_mv Castro, Débora Quézia Brito da Cunha
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Lopes, Fátima Martins
contributor_str_mv Lopes, Fátima Martins
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Representação
Companhia de Jesus
Mulher indígenas
Lugar e espaço
dc.subject.por.fl_str_mv Representação
Companhia de Jesus
Mulher indígenas
Lugar e espaço
description As crônicas jesuíticas foram, por muito tempo, uma das principais fontes históricas sobre o período colonial. No entanto, a organização e a regra da Companhia de Jesus influenciaram na descrição que os seus membros fizeram do Novo Mundo. As visões e conceitos da Companhia foram transportados da Europa, adaptados ao ambiente colonial e, por vezes, modificados pelo contato que tiveram com os nativos, o que se refletiu em suas representações sobre o Novo Mundo e os nativos. Parte dos escritos jesuíticos foi dedicada às representações do Novo Mundo, que foi visto de início como Paraíso, depois como Inferno, Purgatório e, por fim, como Terra. As figuras femininas também receberam representações diferentes, que acompanharam as do Novo Mundo, pois os seus costumes influenciaram o modo como eram vistas e representadas nas epistolas jesuíticas, como também nos sermões do Pe. Antônio Vieira. Assim, as mulheres tupi ora foram representadas a partir da ideia de Eva, ora como demônios e ora como seguidoras de um ideal mariano. Mas essas mulheres também foram vistas como mulheres humanas e com uma forte influência sobre a sociedade colonial, assim, enquanto mulher terrena, a mulher tupi foi utilizada como instrumento de alianças e seu trabalho aproveitado pela Ordem jesuíta. Portanto, o objetivo da minha pesquisa foi compreender a organização e a regra que regiam a Companhia de Jesus, para então examinar o mundo colonial a partir das correspondências dos jesuítas e, assim, analisar as representações feitas por eles do Novo Mundo e da mulher Tupi entre os séculos XVI e XVII e como esse olhar se refletiu na proposta jesuítica para a colonização. Assim, quando os jesuítas utilizaram a mulher tupi na formulação de alianças, quando organizaram o tempo e o espaço para terem essas mulheres como ajudadoras na pregação do “evangelho”, eles trabalhavam para obterem o principal objetivo da Ordem: a “salvação das almas perdidas”. Em nossa pesquisa utilizamos Roger Chartier para compreendermos o conceito de representação que usamos para definir o olhar dos jesuítas sobre o Novo Mundo e as mulheres tupi; como também Laura de Souza e Mello para compreendermos o olhar demonizador europeu sobre os nativos.
publishDate 2015
dc.date.issued.fl_str_mv 2015-07-23
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-05-17T21:49:20Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-05-17T21:49:20Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv CASTRO, Débora Quézia Brito da Cunha. Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII. 2015. 142 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20487
identifier_str_mv CASTRO, Débora Quézia Brito da Cunha. Do paraíso ao inferno: as representações jesuíticas do novo mundo e das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII. 2015. 142 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015.
url https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20487
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio Grande do Norte
dc.publisher.program.fl_str_mv PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFRN
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio Grande do Norte
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRN
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron:UFRN
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron_str UFRN
institution UFRN
reponame_str Repositório Institucional da UFRN
collection Repositório Institucional da UFRN
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20487/1/DeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20487/6/DeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf.txt
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20487/7/DeboraQueziaBritoDaCunhaCastro_DISSERT.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 00567441f84b7de0a0f07243622076d1
ea86c43ed2bfbdcefef48924e9c47611
f8a1ec7a65a711272f971958e35a65d5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1802117912871305216