Taxonomia iterativa de crustáceos troglóbios do gênero Potiberaba Fišer, Zagmajster & Ferreira 2013 (Crustacea: Amphipoda) na Caatinga

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Matheus Arthur Lúcio da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51207
Resumo: Sistemas subterrâneos podem ser encontrados em diversas formações minerais, abrigando uma fauna com diferentes estratégias de vida, que de forma conjunta, podem utilizar o ambiente subterrâneo permanentemente ou temporariamente. Dentre esses habitantes, destacam-se os troglóbios, grupo que reúne organismos que apresentam uma série de adaptações ecológicas, fisiológicas, morfológicas e comportamentais associadas ao ambiente subterrâneo. No Brasil, a fauna troglóbia vem sendo descrita com maior intensidade nas duas últimas décadas, com a prospecção de novos locais e a integração de diferentes ferramentas analíticas. Apesar disso, as regiões Sul e Sudeste ainda se destacam em detrimento das demais, concentrando a maior parte dos estudos taxonômicos, ecológicos e genéticos de organismos troglóbios. No entanto, o Nordeste, em especial o estado do Rio Grande do Norte (RN), vem se destacando no conhecimento dessa fauna, com a descobertas de novas espécies de invertebrados troglóbios, como crustáceos, platelmintos e insetos. Dentre os novos organismos descritos no RN, está o gênero de anfípodes Potiberaba, monotípico e endêmico das cavernas da região, que durante sete anos apresentou distribuição restrita à localidade tipo. Após novas expedições, exemplares foram registrados em mais onze localidades, e cujos dados moleculares indicaram possíveis novas espécies nas cavernas da região. Até então a hipótese se sustentava apenas em delimitações utilizando um marcador mitocondrial. Dessa forma, através de uma abordagem integrada entre ferramentas moleculares (incluindo marcadores nucleares) e morfológicas, o estudo se propôs a avaliar a convergência entre as diferentes informações para sustentar a hipótese de um complexo de espécies, assim como identificar caracteres morfológicos capazes de distingui-las, e ao final, propor a descrição das novas espécies de Potiberaba. Através de uma abordagem iterativa entre informações morfológicas e marcadores moleculares (cox1 e 28S), o estudo propõe a existência de cinco espécies alopátricas, das quais quatro apresentam distribuição restrita, com baixa diversidade genética e morfológica, enquanto P. porakuara é amplamente encontrada no sul da Formação Jandaíra. O estudo também indicou que além das divergências genéticas, as linhagens podem ser identificadas através de caracteres morfológicos com alta taxa de acerto, evidenciando que a riqueza de espécies dessa formação está subestimada.
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Dentre esses habitantes, destacam-se os troglóbios, grupo que reúne organismos que apresentam uma série de adaptações ecológicas, fisiológicas, morfológicas e comportamentais associadas ao ambiente subterrâneo. No Brasil, a fauna troglóbia vem sendo descrita com maior intensidade nas duas últimas décadas, com a prospecção de novos locais e a integração de diferentes ferramentas analíticas. Apesar disso, as regiões Sul e Sudeste ainda se destacam em detrimento das demais, concentrando a maior parte dos estudos taxonômicos, ecológicos e genéticos de organismos troglóbios. No entanto, o Nordeste, em especial o estado do Rio Grande do Norte (RN), vem se destacando no conhecimento dessa fauna, com a descobertas de novas espécies de invertebrados troglóbios, como crustáceos, platelmintos e insetos. Dentre os novos organismos descritos no RN, está o gênero de anfípodes Potiberaba, monotípico e endêmico das cavernas da região, que durante sete anos apresentou distribuição restrita à localidade tipo. Após novas expedições, exemplares foram registrados em mais onze localidades, e cujos dados moleculares indicaram possíveis novas espécies nas cavernas da região. Até então a hipótese se sustentava apenas em delimitações utilizando um marcador mitocondrial. Dessa forma, através de uma abordagem integrada entre ferramentas moleculares (incluindo marcadores nucleares) e morfológicas, o estudo se propôs a avaliar a convergência entre as diferentes informações para sustentar a hipótese de um complexo de espécies, assim como identificar caracteres morfológicos capazes de distingui-las, e ao final, propor a descrição das novas espécies de Potiberaba. Através de uma abordagem iterativa entre informações morfológicas e marcadores moleculares (cox1 e 28S), o estudo propõe a existência de cinco espécies alopátricas, das quais quatro apresentam distribuição restrita, com baixa diversidade genética e morfológica, enquanto P. porakuara é amplamente encontrada no sul da Formação Jandaíra. O estudo também indicou que além das divergências genéticas, as linhagens podem ser identificadas através de caracteres morfológicos com alta taxa de acerto, evidenciando que a riqueza de espécies dessa formação está subestimada.Underground systems can be found in several mineral formations, sheltering a fauna with different life strategies, which together can use the underground environment permanently or temporarily. Among these inhabitants, the troglobites stand out, a group that includes organisms that present a series of ecological, physiological, morphological and behavioral adaptations associated with the subterranean environment. In Brazil, the troglobite fauna has been described with greater intensity in the last two decades, with the prospecting of new locations and the integration of different analytical tools. Despite this, the South and Southeast regions still stand out to the detriment of the others, concentrating most of the taxonomic, ecological and genetic studies of troglobite organisms. However, the Northeast, especially the state of Rio Grande do Norte (RN), has been standing out in the knowledge of this fauna, with the discovery of new species of troglobite invertebrates, such as crustaceans, flatworms and insects. Among the new organisms described in the RN is the genus of amphipods Potiberaba, monotypic and endemic to caves in the region, which for seven years presented a distribution restricted to the type locality. After new expeditions, specimens were recorded in eleven more locations, and whose molecular data indicated possible new species in the region's caves. Until then, the hypothesis was based only on delimitations using a mitochondrial marker. Thus, through an integrated approach between molecular (including nuclear markers) and morphological tools, the study proposed to evaluate the convergence between the different information to support the hypothesis of a species complex, as well as to identify morphological characters capable of distinguishing them, and at the end, propose the description of the new species of Potiberaba. Through an iterative approach between morphological information and molecular markers (cox1 and 28S), the study proposes the existence of five allopatric species, of which four have a restricted distribution, with low genetic and morphological diversity, while P. porakuara is widely found in the south of the Jandaíra Formation. The study also indicated that in addition to genetic divergences, the lineages can be identified through morphological characters with a high accuracy rate, showing that the species richness of this formation is underestimated.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃOUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASGenéticaMorfologiaAmbiente subterrâneoMesogammaridaeFormação JandaíraCrustáceos subterrâneosTaxonomia iterativa de crustáceos troglóbios do gênero Potiberaba Fišer, Zagmajster & Ferreira 2013 (Crustacea: Amphipoda) na Caatingainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALTaxonomiaiterativacrustaceos_Rocha_2021.pdfapplication/pdf3638303https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/51207/1/Taxonomiaiterativacrustaceos_Rocha_2021.pdfa578f99206fbe79dbf4a24b93ba061ceMD51123456789/512072023-02-06 16:44:45.5oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/51207Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2023-02-06T19:44:45Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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