"Linguagem do sofrimento": uma interpretação sócioantropológica do Instituto Juvino Barreto em Natal-RN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Paulo Dourian Pereira de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27807
Resumo: Esta é uma pesquisa que tem como objetivo compreender o modo como se constitui o que se interpreta como uma “linguagem do sofrimento” dentro de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos no Município de Natal. Empreende-se uma abordagem sócioantropológica que, a partir de uma experiência etnográfica envolvendo observação participante, conversas informais e narrativas dos velhos e velhas “residentes”, busca realizar uma descrição do Instituto Juvino Barreto atentando para elementos institucionais que levaram à proposição da categoria analítica “linguagem do sofrimento” como chave interpretativa útil para a compreensão da vida no lugar. O pesquisador tenta evidenciar a força de uma estrutura linguística que conforma a cultura institucional, revelando-se no cheiro, nas brigas, na alimentação, na estrutura física, nos corpos e em aspectos peculiares da instituição total. Falase de uma estrutura-estruturante que agia de modo tão insidioso sendo capaz de afetar profundamente o pesquisador, o que levou a uma necessária discussão sobre o método da pesquisa, sobretudo, questões de objetividade, subjetividade escrita e emoções que atravessaram a vivência. No trabalho também busca-se evidenciar formas de resistência à linguagem que predominava no cotidiano dos idosos e idosas. Por fim, aventa-se a possibilidade de que a “linguagem do sofrimento”, não é fenômeno isolado, pelo contrário, estaria ligada a dimensões mais amplas do social, envolvendo um Estado e Sociedade inseridos no que Marx Weber (1999) chamou de “desencantamento do mundo” que, hipotericamente, se cruzaria com fenômenos contemporâneos como: racionalização da vida, controle de corpos, indiferença social, insensibilidade aos “outros”, falta de reconhecimento e precarização de existências. Um cenário que se compatibiliza com as discussões da literatura antropológica sobre velhice e envelhecimento que apontam a tendência construída de que as pessoas de maior idade seriam um “problema social”.
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Empreende-se uma abordagem sócioantropológica que, a partir de uma experiência etnográfica envolvendo observação participante, conversas informais e narrativas dos velhos e velhas “residentes”, busca realizar uma descrição do Instituto Juvino Barreto atentando para elementos institucionais que levaram à proposição da categoria analítica “linguagem do sofrimento” como chave interpretativa útil para a compreensão da vida no lugar. O pesquisador tenta evidenciar a força de uma estrutura linguística que conforma a cultura institucional, revelando-se no cheiro, nas brigas, na alimentação, na estrutura física, nos corpos e em aspectos peculiares da instituição total. Falase de uma estrutura-estruturante que agia de modo tão insidioso sendo capaz de afetar profundamente o pesquisador, o que levou a uma necessária discussão sobre o método da pesquisa, sobretudo, questões de objetividade, subjetividade escrita e emoções que atravessaram a vivência. No trabalho também busca-se evidenciar formas de resistência à linguagem que predominava no cotidiano dos idosos e idosas. Por fim, aventa-se a possibilidade de que a “linguagem do sofrimento”, não é fenômeno isolado, pelo contrário, estaria ligada a dimensões mais amplas do social, envolvendo um Estado e Sociedade inseridos no que Marx Weber (1999) chamou de “desencantamento do mundo” que, hipotericamente, se cruzaria com fenômenos contemporâneos como: racionalização da vida, controle de corpos, indiferença social, insensibilidade aos “outros”, falta de reconhecimento e precarização de existências. Um cenário que se compatibiliza com as discussões da literatura antropológica sobre velhice e envelhecimento que apontam a tendência construída de que as pessoas de maior idade seriam um “problema social”.This is a research that aims to understand the way it constitutes what is interpreted as a "language of suffering" within a long-term institution for the elderly in the city of Natal. We undertake a socio-anthropological approach that, based on an ethnographic experience involving participant observation, informal conversations and narratives of old and old "residents", seeks to carry out a description of the Instituto Juvino Barreto Paying attention to institutional elements that led to the proposition of the Analytical category "Language of suffering" as a useful interpretive key for the comprehension of life in place. The researcher tries to highlight the strength of a linguistic structure that conforms to the institutional culture, revealing itself in the smell, in the fights, in the food, in the physical structure, in the bodies and in peculiar aspects of the total institution. There is talk of a structure-structuring that acted so insidious being able to profoundly affect the researcher, which led to a necessary discussion about the method of research, above all, questions of objectivity, written subjectivity and emotions that Have crossed the experience. The study also seeks to highlight forms of resistance to the language that predominated in the daily life of the elderly and older adults. Finally, the possibility that the "language of suffering" is not isolated phenomenon, on the contrary, would be linked to broader dimensions of the social, involving a state and society inserted in what Marx Weber (1999) called "Disenchantment of the World" Which, hypothetically, would cross with contemporary phenomena such as: rationalization of life, control of bodies, social indifference, insensitivity to "others", lack of recognition and precarization of existences. A scenario that is compatible with the discussions of anthropological literature on old age and aging that point to the tendency constructed that older people would be a "social problem".Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA“Linguagem do sofrimento”Instituto Juvino BarretoIdosos e idosasEstadoIndiferença e insensibilidadeProblema social"Linguagem do sofrimento": uma interpretação sócioantropológica do Instituto Juvino Barreto em Natal-RNinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIALUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINAL"Linguagemsofrimento"interpretação_Carvalho_2018.pdfapplication/pdf3222462https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/27807/1/%22Linguagemsofrimento%22interpreta%c3%a7%c3%a3o_Carvalho_2018.pdf4299f8a38dc765a53805a0f5cf862a22MD51TEXT"Linguagemsofrimento"interpretação_Carvalho_2018.pdf.txt"Linguagemsofrimento"interpretação_Carvalho_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain700001https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/27807/2/%22Linguagemsofrimento%22interpreta%c3%a7%c3%a3o_Carvalho_2018.pdf.txted124c32555e8f8a841556d4f34f4e04MD52THUMBNAIL"Linguagemsofrimento"interpretação_Carvalho_2018.pdf.jpg"Linguagemsofrimento"interpretação_Carvalho_2018.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1201https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/27807/3/%22Linguagemsofrimento%22interpreta%c3%a7%c3%a3o_Carvalho_2018.pdf.jpg441ec91c706bf378f40ea6ff4a3cf588MD53123456789/278072019-10-13 02:23:47.584oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/27807Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-10-13T05:23:47Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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