Estado de exceção como produção da vida nua em Giorgio Agamben

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Danigui Renigui Martins de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47030
Resumo: O presente estudo busca mostrar de que modo o estado de exceção, tal como pensado por Giorgio Agamben, consiste em um paradigma de governo contemporâneo capaz de produzir zonas de anomia que capturam a vida e despolitiza os indivíduos, bem como de apontar como as estruturas do messianismo podem sugerir a inteligibilidade necessária para construção de uma possível teoria do estado de exceção que falta as ciências jurídicas. Esta pesquisa visa ampliar e aprimorar as discussões teóricas das obras do referido filósofo, buscando mostrar de que forma a exceção produz uma zona de anomia a partir da qual as vidas são capturadas numa exclusão e excluídas na captura. Isso produz um sujeito (construído corpo a corpo com os dispositivos) destituído de toda sua potência política e reduzido a uma única forma de vida, a vida nua, àquela que pode ser explorada como um objeto e ceifada sem que quem a elimine cometa algum crime passível de punição. Para isso, realizamos no primeiro capítulo um breve percurso que visa esclarecer o método de pesquisa arqueológico utilizado pelo filósofo italiano enfatizando que suas pesquisas visam encontrar o ponto de insurgência dos fenômenos capaz de explicar o seu objeto de estudo. No segundo capítulo realizamos uma reconstrução acerca do significado do conceito de biopolítica a partir de uma discussão sobre a politização da vida e de como esse processo revela a captura de uma vida que não deveria pertencer à esfera política. No capítulo seguinte, são apresentados os dois autores que são as matrizes essenciais, segundo Giorgio Agamben, para se pensar o estado de exceção: Carl Schmitt e Walter Benjamin. No quarto capítulo, apresentamos o modo como o filósofo italiano compreende o estado de exceção, quais são suas possíveis raízes e quais motivos o levam a classificálo como um paradigma de governo a partir do qual é produzido a vida nua. No quinto e último capítulo, analisamos os chamados textos pandêmicos tendo em vista as polêmicas que suas publicações suscitaram no Brasil e sugerindo que uma leitura mais proveitosa desses textos deve ser realizada a partir de um pensamento que medita, que indaga acerca dos significados das nossas ações – nesse momento aproveitamos para esclarecer alguns pontos de incompreensão da filosofia do pensador italiano, por parte de alguns de seus leitores, e salientamos que o filósofo italiano escreve acerca da pandemia num contexto diferente do nosso e que, por isso, suas teses não podem e nem devem ser aplicadas às singularidades da realidade brasileira. Finalizamos o capítulo apresentando aquilo que consideramos ser as possíveis rotas de fugas apontadas pelo pensador italiano para uma política por vir. Isso é feito a partir de uma análise “ateológica” de conceitos teológicos (como o messianismo e o tempo messiânico) e de como os monges cenobitas podem representar uma forma-de-vida que não se permite ser capturada pelas instâncias do direito. Nesse sentido, os conceitos teológicos trabalhados por Agamben devem ser lidos a partir da tentativa da formulação de uma teoria da exceção que falta e que não pode existir nas ciências jurídicas.
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Tese (Doutorado em Filosofia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47030O presente estudo busca mostrar de que modo o estado de exceção, tal como pensado por Giorgio Agamben, consiste em um paradigma de governo contemporâneo capaz de produzir zonas de anomia que capturam a vida e despolitiza os indivíduos, bem como de apontar como as estruturas do messianismo podem sugerir a inteligibilidade necessária para construção de uma possível teoria do estado de exceção que falta as ciências jurídicas. Esta pesquisa visa ampliar e aprimorar as discussões teóricas das obras do referido filósofo, buscando mostrar de que forma a exceção produz uma zona de anomia a partir da qual as vidas são capturadas numa exclusão e excluídas na captura. Isso produz um sujeito (construído corpo a corpo com os dispositivos) destituído de toda sua potência política e reduzido a uma única forma de vida, a vida nua, àquela que pode ser explorada como um objeto e ceifada sem que quem a elimine cometa algum crime passível de punição. Para isso, realizamos no primeiro capítulo um breve percurso que visa esclarecer o método de pesquisa arqueológico utilizado pelo filósofo italiano enfatizando que suas pesquisas visam encontrar o ponto de insurgência dos fenômenos capaz de explicar o seu objeto de estudo. No segundo capítulo realizamos uma reconstrução acerca do significado do conceito de biopolítica a partir de uma discussão sobre a politização da vida e de como esse processo revela a captura de uma vida que não deveria pertencer à esfera política. No capítulo seguinte, são apresentados os dois autores que são as matrizes essenciais, segundo Giorgio Agamben, para se pensar o estado de exceção: Carl Schmitt e Walter Benjamin. No quarto capítulo, apresentamos o modo como o filósofo italiano compreende o estado de exceção, quais são suas possíveis raízes e quais motivos o levam a classificálo como um paradigma de governo a partir do qual é produzido a vida nua. No quinto e último capítulo, analisamos os chamados textos pandêmicos tendo em vista as polêmicas que suas publicações suscitaram no Brasil e sugerindo que uma leitura mais proveitosa desses textos deve ser realizada a partir de um pensamento que medita, que indaga acerca dos significados das nossas ações – nesse momento aproveitamos para esclarecer alguns pontos de incompreensão da filosofia do pensador italiano, por parte de alguns de seus leitores, e salientamos que o filósofo italiano escreve acerca da pandemia num contexto diferente do nosso e que, por isso, suas teses não podem e nem devem ser aplicadas às singularidades da realidade brasileira. Finalizamos o capítulo apresentando aquilo que consideramos ser as possíveis rotas de fugas apontadas pelo pensador italiano para uma política por vir. Isso é feito a partir de uma análise “ateológica” de conceitos teológicos (como o messianismo e o tempo messiânico) e de como os monges cenobitas podem representar uma forma-de-vida que não se permite ser capturada pelas instâncias do direito. Nesse sentido, os conceitos teológicos trabalhados por Agamben devem ser lidos a partir da tentativa da formulação de uma teoria da exceção que falta e que não pode existir nas ciências jurídicas.This study seeks to show how the state of exception, as thought by Giorgio Agamben, consists of a paradigm of contemporary government capable of producing zones of anomie that capture life and depoliticize individuals, as well as pointing out how the structures of the Messianism may suggest the intelligibility necessary for the construction of a possible theory of the state of exception that the legal sciences lack. This research aims to expand and improve the theoretical discussions of the works of this philosopher, seeking to show how the exception produces a zone of anomie from which lives are captured in an exclusion and excluded in capture. This produces a subject (constructed body-to-body with the devices) deprived of all its political power and reduced to a single form of life, the bare life, to one that can be exploited as an object and mowed down without anyone who eliminates it committing any crime punishable. For this, in the first chapter, we carried out a brief journey that aims to clarify the method of archaeological research used by the Italian philosopher, emphasizing that his researches aim to find the point of insurgence of phenomena capable of explaining his object of study. In the second chapter, we reconstruct the meaning of the concept of biopolitics from a discussion on the politicization of life and how this process reveals the capture of a life that should not belong to the political sphere. In the following chapter, the two authors who are the essential matrices, according to Giorgio Agamben, for thinking about the state of exception are presented: Carl Schmitt and Walter Benjamin. In the fourth chapter, we present how the Italian philosopher understands the state of exception, what are its possible roots and what reasons lead him to classify it as a government paradigm from which bare life is produced. In the fifth and final chapter, we analyze the so-called pandemic texts in view of the controversies that their publications aroused in Brazil and suggesting that a more fruitful reading of these texts must be carried out from a thought that meditates, that inquires about the meanings of our actions. – at this point, we take the opportunity to clarify some points of misunderstanding of the philosophy of the Italian thinker, on the part of some of his readers, and we emphasize that the Italian philosopher writes about the pandemic in a different context from ours and that, therefore, his theses cannot and nor should they be applied to the singularities of the Brazilian reality.We end the chapter by presenting what we consider to be the possible escape routes pointed out by for a policy to come. This is done from an “atheological” analysis of theological concepts (such as messianism and messianic time) and how the cenobite monks can represent a way of life that does not allow itself to be captured by the legal authorities. In this sense, the theological concepts worked by Agamben must be read from the attempt to formulate a theory of exception that is missing and cannot exist in the legal sciences.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIAUFRNBrasilBiopolíticaEstado de exceçãoVida nuaMessianismoForma-de-vidaEstado de exceção como produção da vida nua em Giorgio Agambeninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALEstadoexcecaoproducao_Souza_2022.pdfapplication/pdf2836173https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/47030/1/Estadoexcecaoproducao_Souza_2022.pdfa191ece8140358507d64e3d21b2bb43eMD51123456789/470302022-04-20 19:33:58.102oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/47030Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-04-20T22:33:58Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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