Papel de mTOR, BDNF, AMPAR E NMDAR na reconsolidação da memória de extinção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Diana Aline Noga Morais
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27200
Resumo: A reativação de uma memória é um processo que pode induzir dois fenômenos aparentemente concorrentes, a extinção e a reconsolidação. A extinção envolve a redução da resposta previamente adquirida a um estímulo através da formação de um novo traço mnemônico. Já a reconsolidação envolve a modificação de um traço mnemônico previamente estabelecido, seja para o fortalecimento ou para a atualização deste traço. Vários estudos discutem a oposição entre extinção e reconsolidação, porém pouca atenção foi dada a uma possível interação entre os dois processos. Trabalhos prévios do nosso grupo demonstraram que a memória de extinção é passível de reconsolidação e que este processo é dependente de BDNF. Neste trabalho, investigamos os mecanismos envolvidos na ativação/expressão de BDNF e as vias por ele ativadas na região CA1 do hipocampo dorsal. Para isso, treinamos ratos Wistar machos na esquiva inibitória, induzimos a extinção da memória aversiva e realizamos intervenções farmacológicas antes (Ro 25-6981) e/ou depois (rapamicina, BDNF, anti-BDNF, anisomicina, pep2m, AP5, Ro 25-6981, TCN201) da reativação desta memória. Além disso, analisamos a expressão e fosforilação de moléculas de interesse em diferentes tempos após a reativação da memória de extinção. Como resultado observamos que a administração de rapamicina imediatamente, mas não 6h após a reativação, prejudica a reconsolidação da memória de extinção, efeito que foi revertido pela coinfusão de BDNF recombinante. Além disso, demonstramos que o tráfego de AMPARs é necessário para reconsolidação da memória de extinção e que o BDNF não é capaz de reverter o efeito amnésico do bloqueio deste tráfego. Por fim, demonstramos que os NMDARs contendo GluN2B participam da desestabilização, enquanto os NMDARs contendo GluN2A participam da reestabilização do traço durante a reconsolidação da memória de extinção. Por fim, nossos resultados sugerem a existência de uma via mTOR-BDNF-AMPAR que atuaria na reestabilização do traço mnemônico.
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Vários estudos discutem a oposição entre extinção e reconsolidação, porém pouca atenção foi dada a uma possível interação entre os dois processos. Trabalhos prévios do nosso grupo demonstraram que a memória de extinção é passível de reconsolidação e que este processo é dependente de BDNF. Neste trabalho, investigamos os mecanismos envolvidos na ativação/expressão de BDNF e as vias por ele ativadas na região CA1 do hipocampo dorsal. Para isso, treinamos ratos Wistar machos na esquiva inibitória, induzimos a extinção da memória aversiva e realizamos intervenções farmacológicas antes (Ro 25-6981) e/ou depois (rapamicina, BDNF, anti-BDNF, anisomicina, pep2m, AP5, Ro 25-6981, TCN201) da reativação desta memória. Além disso, analisamos a expressão e fosforilação de moléculas de interesse em diferentes tempos após a reativação da memória de extinção. Como resultado observamos que a administração de rapamicina imediatamente, mas não 6h após a reativação, prejudica a reconsolidação da memória de extinção, efeito que foi revertido pela coinfusão de BDNF recombinante. Além disso, demonstramos que o tráfego de AMPARs é necessário para reconsolidação da memória de extinção e que o BDNF não é capaz de reverter o efeito amnésico do bloqueio deste tráfego. Por fim, demonstramos que os NMDARs contendo GluN2B participam da desestabilização, enquanto os NMDARs contendo GluN2A participam da reestabilização do traço durante a reconsolidação da memória de extinção. Por fim, nossos resultados sugerem a existência de uma via mTOR-BDNF-AMPAR que atuaria na reestabilização do traço mnemônico.Memory reactivation can induce two apparently competing processes, namely extinction and reconsolidation. Extinction involves reduction of a previously acquired response to a stimulus through formation of a new memory trace. On the other hand, reconsolidation involves modification of a previously established memory trace, either for its strengthening or updating. Several studies discuss the opposition between extinction and reconsolidation, but little attention was given to a possible interaction between them. Previous work by our group has demonstrated that extinction memory is susceptible to reconsolidation in a BDNF-dependent manner. In the present work, we investigated the mechanisms involved in activation/expression of BDNF and the pathways it activates in CA1 region of dorsal hippocampus. We trained male Wistar rats in step-down inhibitory avoidance task, extinguished the aversive memory and performed pharmacological interventions before (Ro 25-6981) and/or after (rapamycin, BDNF, anti-BDNF, anisomycin, AP5, pep2m, Ro 25-6981, TCN-201) memory reactivation. In addition, we analyzed expression and phosphorylation of target molecules at different times after reactivation of extinction memory. As a result, we observed that rapamycin administration immediately, but not 6 h after reactivation, impairs reconsolidation of fear extinction, an effect reverted by BDNF co-infusion. In addition, we showed AMPARs trafficking is required for reconsolidation of fear extinction and BDNF is not able to reverse the amnesic effect of AMPARs trafficking blockade. Finally, we observed that NMDARs containing GluN2B participate in destabilization, while NMDARs containing GluN2A participate in trace restabilization during reconsolidation of fear extinction. Finally, our results suggest the existence of a mTOR-BDNF-AMPAR pathway that would act in the memory restabilization.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASReconsolidaçãoExtinçãomTORBDNFGluN2AGluN2BAMPARPapel de mTOR, BDNF, AMPAR E NMDAR na reconsolidação da memória de extinçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTPapelmTORBDNF_Ferreira_2019.pdf.txtPapelmTORBDNF_Ferreira_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain111393https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/27200/2/PapelmTORBDNF_Ferreira_2019.pdf.txt2beb08be12b8774451d27200763f50eeMD52THUMBNAILPapelmTORBDNF_Ferreira_2019.pdf.jpgPapelmTORBDNF_Ferreira_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1293https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/27200/3/PapelmTORBDNF_Ferreira_2019.pdf.jpg6e8e61af8dc1bcd770b5f7e7e3be7153MD53ORIGINALPapelmTORBDNF_Ferreira_2019.pdfapplication/pdf1930690https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/27200/1/PapelmTORBDNF_Ferreira_2019.pdfb468904a0133da0ed557890c1e0b6d1bMD51123456789/272002019-06-16 02:23:45.537oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/27200Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-06-16T05:23:45Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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