Usos do território e redes de comercialização e produção solidárias no Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Félix, Felipe Silveira
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55102
Resumo: Partindo da perspectiva da Economia Solidária (ES) enquanto um campo de práticas em construção, constituído enquanto movimento social, horizontal, surgido a partir da ação de trabalhadores e trabalhadoras, bem como enquanto política pública, de maneira vertical, nos propomos a analisar o uso do território potiguar a partir da Economia Solidária e outros reflexos sócio-territoriais advindos das práticas solidárias, indo desde a compreensão da importância do cooperativismo ao associativismo. Nesse sentido, há um caráter diferenciado na ES que pode ser compreendido devido a busca de novas perspectivas de trabalho e de renda que se dão no seio desta. Buscamos, para além da análise do uso do território, investigar o círculo de cooperação contra-hegemônico gestado a partir das relações entre os diversos agentes envolvidos. Nosso trabalho está calcado, principalmente, na pesquisa bibliográfica de autores que discutem a temática da ES, além de alicerça-se, na pesquisa documental, principalmente nos Planos Plurianuais dos Governos Federal e Estadual, bem como nas pesquisas de campo, elemento fundamental à pesquisa geográfica, sendo esse conjunto primordial para a averiguar não só as reais condições dos empreendimentos solidários analisados, mas também a política de Economia Solidária no Rio Grande do Norte. Temos como recorte espacial o território do estado do RN, utilizando a divisão por Mesorregiões do IBGE, analisando empreendimentos em três das quatro mesorregiões e, como recorte temporal, os anos de 2003 a 2022, período que compreende o início da política pública de Economia Solidária a nível nacional e sua descontinuação, bem como a nível estadual, compreendendo qual o caminho traçado pelo Rio Grande do Norte na operacionalização e execução de políticas voltadas a ES. Desse modo, partimos de uma análise do território, entendendo-o enquanto totalidade, analisando os processos e movimentos deste, partindo não só do aspecto quantitativo da ES, mas também qualitativo, uma vez que é na subjetividade que conseguimos captar a essência de processos e fenômenos que não se expressam apenas através dos números. Para atingir nossos objetivos e promover uma análise que de fato compreenda a realidade, utilizamos algumas tipologias que nos indicam, por exemplo, se há necessidade de financiamento, qual a destinação das sobras, a forma de organização, os motivos de criação, a relação dos empreendimentos com outras entidades e movimentos sociais, que somam-se a alguns pontos fundamentais como a institucionalização da política pública de ES e os benefícios destas nos EES averiguados a partir das entrevistas com membros dos empreendimentos e gestores públicos, possibilitando uma compreensão geral da materialidade da economia solidária potiguar. Esse conjunto de informações nos possibilitou não só entender como a organização cooperativa e solidária beneficia os EES do estado, mas também como se dá o uso do território por parte destes, e além disso, compreender o círculo de cooperação contra-hegemônico que se materializa a partir da Economia Solidária envolvendo diversos agentes, hegemônicos ou não, mas que reproduz outras relações onde os fluxos materiais e imateriais não se situam enquanto vetores da competitividade e do lucro, mas do desenvolvimento humano e social.
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Dissertação (Mestrado em Geografia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55102Partindo da perspectiva da Economia Solidária (ES) enquanto um campo de práticas em construção, constituído enquanto movimento social, horizontal, surgido a partir da ação de trabalhadores e trabalhadoras, bem como enquanto política pública, de maneira vertical, nos propomos a analisar o uso do território potiguar a partir da Economia Solidária e outros reflexos sócio-territoriais advindos das práticas solidárias, indo desde a compreensão da importância do cooperativismo ao associativismo. Nesse sentido, há um caráter diferenciado na ES que pode ser compreendido devido a busca de novas perspectivas de trabalho e de renda que se dão no seio desta. Buscamos, para além da análise do uso do território, investigar o círculo de cooperação contra-hegemônico gestado a partir das relações entre os diversos agentes envolvidos. Nosso trabalho está calcado, principalmente, na pesquisa bibliográfica de autores que discutem a temática da ES, além de alicerça-se, na pesquisa documental, principalmente nos Planos Plurianuais dos Governos Federal e Estadual, bem como nas pesquisas de campo, elemento fundamental à pesquisa geográfica, sendo esse conjunto primordial para a averiguar não só as reais condições dos empreendimentos solidários analisados, mas também a política de Economia Solidária no Rio Grande do Norte. Temos como recorte espacial o território do estado do RN, utilizando a divisão por Mesorregiões do IBGE, analisando empreendimentos em três das quatro mesorregiões e, como recorte temporal, os anos de 2003 a 2022, período que compreende o início da política pública de Economia Solidária a nível nacional e sua descontinuação, bem como a nível estadual, compreendendo qual o caminho traçado pelo Rio Grande do Norte na operacionalização e execução de políticas voltadas a ES. Desse modo, partimos de uma análise do território, entendendo-o enquanto totalidade, analisando os processos e movimentos deste, partindo não só do aspecto quantitativo da ES, mas também qualitativo, uma vez que é na subjetividade que conseguimos captar a essência de processos e fenômenos que não se expressam apenas através dos números. Para atingir nossos objetivos e promover uma análise que de fato compreenda a realidade, utilizamos algumas tipologias que nos indicam, por exemplo, se há necessidade de financiamento, qual a destinação das sobras, a forma de organização, os motivos de criação, a relação dos empreendimentos com outras entidades e movimentos sociais, que somam-se a alguns pontos fundamentais como a institucionalização da política pública de ES e os benefícios destas nos EES averiguados a partir das entrevistas com membros dos empreendimentos e gestores públicos, possibilitando uma compreensão geral da materialidade da economia solidária potiguar. Esse conjunto de informações nos possibilitou não só entender como a organização cooperativa e solidária beneficia os EES do estado, mas também como se dá o uso do território por parte destes, e além disso, compreender o círculo de cooperação contra-hegemônico que se materializa a partir da Economia Solidária envolvendo diversos agentes, hegemônicos ou não, mas que reproduz outras relações onde os fluxos materiais e imateriais não se situam enquanto vetores da competitividade e do lucro, mas do desenvolvimento humano e social.From the perspective of Solidarity Economy (SE) as a field of practices under construction, constituted as a social movement, horizontally emerging from the actions of workers, as well as a vertical public policy, we propose to analyze the use of the territory in Rio Grande do Norte from the Solidarity Economy and other socio-territorial reflections arising from solidarity practices, ranging from understanding the importance of cooperativism to associativism. Accordingly, there is a distinctive character in SE that can be understood due to the search for new perspectives on work and income that arise within it. In adittion to analyse the use of the territory, we investigate the counter-hegemonic cooperation circle gestated from the relationships among the various actors involved. Our work is primarily based on bibliographic research by authors discussing the topic of SE, as well as documentary research, mainly on the Multi-Year Plans of the federal and state governments, and field research, a fundamental element of geographical research. This ammount of data is essential to examine not only the actual conditions of the analyzed solidarity enterprises but also the Solidarity Economy policy in Rio Grande do Norte. Our spatial scope is the territory of the state of RN, using the division by Mesoregions established by IBGE, analyzing enterprises in three out of the four mesoregions, and our temporal scope spans from 2003 to 2022, encompassing the beginning of the national public policy for Solidarity Economy and its discontinuation, as well as the state-level policy, to understand the path taken by Rio Grande do Norte in the operationalization and implementation of SE-oriented policies. Thus, we start with an analysis of the territory, understanding it as a whole, examining its processes and movements, considering not only the quantitative aspect of SE but also the qualitative aspect, as subjectivity allows us to capture the essence of processes and phenomena that are not only expressed through numbers. To effectively achieve our objectives and provide an analysis that comprehends the reality, we use typologies that indicate, for example, the need for financing, the allocation of surpluses, the organizational structure, the reasons for creation, the relationship of enterprises with other entities and social movements. These typologies, combined with fundamental points such as the institutionalization of SE public policy and the benefits derived from it in the analyzed SEEs, obtained through interviews with enterprises and institutional managers, allow for a general understanding of the materiality of the Solidarity Economy in Rio Grande do Norte. This set of information enables us not only to understand how cooperative and solidarity organization benefits the state's SEEs but also how these enterprises use the territory. Furthermore, it helps us comprehend the counter-hegemonic cooperation circle materialized through Solidarity Economy, involving various actors, hegemonic or not, but reproducing other relationships where material and immaterial flows are not situated as vectors of competitiveness and profit, but of human and social developmentUniversidade Federal do Rio Grande do NortePrograma de Pós-graduação em GeografiaUFRNBrasiluso do territóriocooperativismoRio Grande do Nortepolítica públicacírculos de cooperaçãoassociativismoeconomia solidáriaUsos do território e redes de comercialização e produção solidárias no Rio Grande do Norteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALTerritorioRedesComercializacao_Felix_2023.pdfapplication/pdf5264754https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/55102/1/TerritorioRedesComercializacao_Felix_2023.pdf9d2ca49f8bdbe1f2e0ca5d54a00e29b5MD51123456789/551022023-11-03 15:27:54.077oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/55102Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2023-11-03T18:27:54Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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