Discutindo a proposta de apoio matricial nos núcleos de apoio a saúde da família

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Maria Clara de Oliveira
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22519
Resumo: O Apoio Matricial (AM) foi pensado pelo professor e pesquisador Gastão Wagner de Souza Campos no ano de 1999 com o intuito de sugerir uma reforma na organização do trabalho em saúde. A proposta parte de uma perspectiva exploratória que indica modelos assistenciais que superem as incapacidades do modelo hegemônico de caráter tecnicista, hospitalocêntrico e médico-centrado, o chamado Modelo Biomédico. A proposta em foco emerge de uma das alternativas gestadas no campo de Saúde Coletiva: o Modelo em Defesa da Vida (MDV). Este modelo resulta dos estudos e trabalhos de um grupo de profissionais que fundaram o Laboratório de Planejamento e Administração em saúde (LAPA) no final da década de 80 e propõe a criação de metodologias e instrumentos de gestão e organização dos serviços que construam novas relações entre os sujeitos. No nível operacional, capturando as contribuições e as bases do MDV, o AM se completa com o processo de trabalho das Equipes de Referência (ER), configurando-se como uma proposta centrada no trabalho interdisciplinar e na Clinica Ampliada. A partir de 2008, o Ministério da Saúde incorpora essa metodologia, na Estratégia de Saúde da Família (ESF) como um dos componentes centrais da proposta dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF). O objetivo geral desse trabalho foi analisar o AM como estratégia organizacional e assistencial na saúde, especificamente no contexto da ESF/NASF. O estudo se utilizou da pesquisa bibliográfica como forma de apreender o movimento do objeto de investigação. Para tanto, foi necessário discutir teórico-conceitualmente o AM com o intuito de identificar suas bases e propor uma reflexão crítica sobre as mesmas, identificar como está situada nos NASF e, por fim, identificar e analisar seus limites e potencialidades. Constatamos que nessa busca pela superação ao modelo vigente e de questionamentos às suas prerrogativas e investidas vê-se, além dos avanços, alguns retrocessos e desafios. Suas bases teóricas nos mostram uma busca de estabelecer uma lógica mais humanitária nos serviços, quando não nega que os indivíduos são imbuídos de desejos e afetos e os considera partícipes no modo de pensar e agir em saúde. Acaba por partir de uma construção teórica eclética e finda por propor um resgate do sujeito, indicando em alguns momentos, soluções individuais para problemas coletivos, quando secundariza problemas estruturais e focaliza em medidas que buscam modificações na subjetividade. Por outro lado, é uma proposta que busca criticar a herança Taylorista e tenta superar o saber disciplinar e fragmentado daí decorrente, buscando desenvolver mecanismos para valorizar com mais equilíbrio os diversos profissionais, dando corpo à lógica de interdisciplinaridade nos serviços de saúde. No âmbito dos NASF apesar da clara vinculação com o AM a metodologia é pouco conhecida e na prática percebemos equivocadas interpretações e modos peculiares de desenvolver essa proposta nos municípios. A consequência disso está sendo uma heterogeneidade de NASF no Brasil muitas vezes atuando de modo funcional ao modelo biomédico. Assim, em meio às diversas estratégias e modelos em suas potencialidades, limites e inflexões, são inegáveis as contribuições da ferramenta de AM na política de saúde no Brasil, porém a proposta não passa imune às invasões conservadoras na SC e demarca alguns desafios oriundos do próprio modo capitalista de conduzir a política de saúde.
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A proposta parte de uma perspectiva exploratória que indica modelos assistenciais que superem as incapacidades do modelo hegemônico de caráter tecnicista, hospitalocêntrico e médico-centrado, o chamado Modelo Biomédico. A proposta em foco emerge de uma das alternativas gestadas no campo de Saúde Coletiva: o Modelo em Defesa da Vida (MDV). Este modelo resulta dos estudos e trabalhos de um grupo de profissionais que fundaram o Laboratório de Planejamento e Administração em saúde (LAPA) no final da década de 80 e propõe a criação de metodologias e instrumentos de gestão e organização dos serviços que construam novas relações entre os sujeitos. No nível operacional, capturando as contribuições e as bases do MDV, o AM se completa com o processo de trabalho das Equipes de Referência (ER), configurando-se como uma proposta centrada no trabalho interdisciplinar e na Clinica Ampliada. A partir de 2008, o Ministério da Saúde incorpora essa metodologia, na Estratégia de Saúde da Família (ESF) como um dos componentes centrais da proposta dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF). O objetivo geral desse trabalho foi analisar o AM como estratégia organizacional e assistencial na saúde, especificamente no contexto da ESF/NASF. O estudo se utilizou da pesquisa bibliográfica como forma de apreender o movimento do objeto de investigação. Para tanto, foi necessário discutir teórico-conceitualmente o AM com o intuito de identificar suas bases e propor uma reflexão crítica sobre as mesmas, identificar como está situada nos NASF e, por fim, identificar e analisar seus limites e potencialidades. Constatamos que nessa busca pela superação ao modelo vigente e de questionamentos às suas prerrogativas e investidas vê-se, além dos avanços, alguns retrocessos e desafios. Suas bases teóricas nos mostram uma busca de estabelecer uma lógica mais humanitária nos serviços, quando não nega que os indivíduos são imbuídos de desejos e afetos e os considera partícipes no modo de pensar e agir em saúde. Acaba por partir de uma construção teórica eclética e finda por propor um resgate do sujeito, indicando em alguns momentos, soluções individuais para problemas coletivos, quando secundariza problemas estruturais e focaliza em medidas que buscam modificações na subjetividade. Por outro lado, é uma proposta que busca criticar a herança Taylorista e tenta superar o saber disciplinar e fragmentado daí decorrente, buscando desenvolver mecanismos para valorizar com mais equilíbrio os diversos profissionais, dando corpo à lógica de interdisciplinaridade nos serviços de saúde. No âmbito dos NASF apesar da clara vinculação com o AM a metodologia é pouco conhecida e na prática percebemos equivocadas interpretações e modos peculiares de desenvolver essa proposta nos municípios. A consequência disso está sendo uma heterogeneidade de NASF no Brasil muitas vezes atuando de modo funcional ao modelo biomédico. Assim, em meio às diversas estratégias e modelos em suas potencialidades, limites e inflexões, são inegáveis as contribuições da ferramenta de AM na política de saúde no Brasil, porém a proposta não passa imune às invasões conservadoras na SC e demarca alguns desafios oriundos do próprio modo capitalista de conduzir a política de saúde.PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIALUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALMariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdfMariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdfapplication/pdf994524https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22519/1/MariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdf5d23b7af91ef4846cccfe93ed5903b77MD51TEXTMariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdf.txtMariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain294814https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22519/4/MariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdf.txt7aa0a3386cfd5933d7e1e4a3f71b5218MD54THUMBNAILMariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdf.jpgMariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2291https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22519/5/MariaClaraDeOliveiraFigueiredo_DISSERT.pdf.jpg19e70dab12fba7cad691d730f6623912MD55123456789/225192017-11-03 13:43:30.352oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/22519Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-03T16:43:30Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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