Comprimento do telômero e curso de vida: relações com condições de saúde, marcadores inflamatórios e desempenho físico em idosas da comunidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Bruna Silva
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22717
Resumo: Introdução: o comprimento do telômero (TL) tem sido apontado como um possível biomarcardor do envelhecimento celular, pois ocorre encurtamento fisiológico e progressivo do seu tamanho com o decorrer das replicações celulares. Adicionalmente a esse encurtamento fisiológico, a disfunção do TL também é favorecida pela exposição ao estresse oxidativo, a inflamação e após o estresse psicossocial crônico. Existe ainda uma lacuna de conhecimento sobre as alterações do TL durante o curso de vida em populações de mulheres idosas brasileiras, havendo a necessidade de estudos que possibilitem melhor entendimento da influência de contrastes sociais, condições socioeconômicas desfavoráveis, bem como exposição ao estresse social crônico no TL. Objetivos: 1) desenvolver uma revisão sistemática para explorar as evidências sobre associações entre estresse crônico durante o curso de vida e TL; 2) investigar possíveis associações entre TL e adversidades na infância (social e econômica) em mulheres idosas com diferentes níveis de escolaridade; 3) avaliar se o TL está relacionado com doenças crônicas e biomarcadores inflamatórios em mulheres idosas; e 4) verificar se telômeros mais curtos estão associados com pior desempenho físico e maior autorrelato de limitações funcionais em idosas. Materiais e métodos: foi desenvolvida uma revisão sistemática seguindo protocolo publicado em 2014. Concomitantemente, realizou-se um estudo observacional analítico de caráter transversal com uma amostra de mulheres (n=106) com diferentes níveis de escolaridade (ensino médio incompleto e ensino médio completo) na faixa etária de 64-74 anos e residentes no município de Natal (Rio Grande do Norte). Os dados foram coletados no período de maio de 2014 a março de 2015. A quantificação relativa do tamanho dos telômeros (T/S) de leucócitos foi realizada por meio da qPCR em tempo real em 83 mulheres. O questionário padronizado incluiu informações sociodemográficas, adversidades na infância, medidas antropométricas, autorrelato de saúde, função cognitiva, hábitos de vida, condições crônicas de saúde, capacidade funcional e desempenho físico (short physical performance battery, velocidade da marcha e força de preensão manual). Foram analisados também biomarcadores inflamatórios (interleucina-6 e proteína c reativa). Para análise estatística, foram considerados p<0,05 e intervalos de confiança de 95%. A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. Uma vez que o TL apresentou distribuição não normal, foi realizada a transformação da medida em logaritmo natural para as análises subsequentes. Foram aplicados os testes T de Student para amostras independentes, Qui-quadrado e realizados modelos de regressão linear múltipla ajustados pelos potenciais fatores de confusão. Resultados: na revisão sistemática, os resultados foram relatados de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Considerando os dezoito estudos incluídos na revisão, no geral, observou-se que indivíduos expostos ao estresse crônico, caracterizado por pobreza, exposição à violência e cuidar de familiar doente apresentaram telômeros mais curtos em relação aos indivíduos não expostos às adversidades. Análises do estudo transversal sobre TL e curso de vida mostraram que as idosas com ensino médio incompleto apresentaram maior TL em comparação com o grupo de ensino médio completo (2.8 ± 0.9 e 2.0 ± 0.9, respectivamente; p = 0,0001). As mulheres que não concluíram o ensino médio foram expostas a mais adversidades na infância, e entre estas, as que sofreram duas ou mais adversidades apresentavam TL mais longo do que as mulheres expostas a ≤1 adversidades (p = 0,03); entre as mulheres com, no mínimo, ensino médio completo, essa diferença não foi significativa (p = 0,49). Em análises ajustadas por idade, escolaridade e abuso parental de álcool, observou-se tendência linear de maior TL com maior número de adversidades (p = 0,02) e a diferença no TL entre os níveis de escolaridade permaneceu significativa (p = 0,002). Não se observou diferença entre os grupos educacionais em relação às seguintes variáveis: colesterol, triglicérides, glicemia em jejum, hemoglobina glicada, proteína c reativa e interleucina-6 (p>0,05). Condições crônicas de saúde, medidas antropométricas, fatores de risco cardiovasculares e marcadores inflamatórios não foram associados com o TL, mesmo após o ajuste para idade, escolaridade e adversidades na infância (p>0,05). Igualmente, o TL não foi relacionado com nenhuma das variáveis utilizadas para avaliar o desempenho físico e a capacidade funcional (p>0,05). Conclusões: a relação positiva inesperada entre menor escolaridade e adversidades na infância com TL sugere que os participantes sobreviveram a duras condições de vida e que, provavelmente, essas mulheres têm o TL mais longo em relação ao daquelas de sua coorte de nascimento. A ausência de relação entre TL e doenças crônicas, risco cardiovascular, inflamação e desempenho físico, não deu suporte à hipótese de que o TL é um biomarcador do envelhecimento na população em estudo, porém corrobora outros estudos que revelaram que o TL pode ser considerado um marcador de longevidade, independentemente de condições de saúde e desempenho físico.
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Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22717Introdução: o comprimento do telômero (TL) tem sido apontado como um possível biomarcardor do envelhecimento celular, pois ocorre encurtamento fisiológico e progressivo do seu tamanho com o decorrer das replicações celulares. Adicionalmente a esse encurtamento fisiológico, a disfunção do TL também é favorecida pela exposição ao estresse oxidativo, a inflamação e após o estresse psicossocial crônico. Existe ainda uma lacuna de conhecimento sobre as alterações do TL durante o curso de vida em populações de mulheres idosas brasileiras, havendo a necessidade de estudos que possibilitem melhor entendimento da influência de contrastes sociais, condições socioeconômicas desfavoráveis, bem como exposição ao estresse social crônico no TL. Objetivos: 1) desenvolver uma revisão sistemática para explorar as evidências sobre associações entre estresse crônico durante o curso de vida e TL; 2) investigar possíveis associações entre TL e adversidades na infância (social e econômica) em mulheres idosas com diferentes níveis de escolaridade; 3) avaliar se o TL está relacionado com doenças crônicas e biomarcadores inflamatórios em mulheres idosas; e 4) verificar se telômeros mais curtos estão associados com pior desempenho físico e maior autorrelato de limitações funcionais em idosas. Materiais e métodos: foi desenvolvida uma revisão sistemática seguindo protocolo publicado em 2014. Concomitantemente, realizou-se um estudo observacional analítico de caráter transversal com uma amostra de mulheres (n=106) com diferentes níveis de escolaridade (ensino médio incompleto e ensino médio completo) na faixa etária de 64-74 anos e residentes no município de Natal (Rio Grande do Norte). Os dados foram coletados no período de maio de 2014 a março de 2015. A quantificação relativa do tamanho dos telômeros (T/S) de leucócitos foi realizada por meio da qPCR em tempo real em 83 mulheres. O questionário padronizado incluiu informações sociodemográficas, adversidades na infância, medidas antropométricas, autorrelato de saúde, função cognitiva, hábitos de vida, condições crônicas de saúde, capacidade funcional e desempenho físico (short physical performance battery, velocidade da marcha e força de preensão manual). Foram analisados também biomarcadores inflamatórios (interleucina-6 e proteína c reativa). Para análise estatística, foram considerados p<0,05 e intervalos de confiança de 95%. A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. Uma vez que o TL apresentou distribuição não normal, foi realizada a transformação da medida em logaritmo natural para as análises subsequentes. Foram aplicados os testes T de Student para amostras independentes, Qui-quadrado e realizados modelos de regressão linear múltipla ajustados pelos potenciais fatores de confusão. Resultados: na revisão sistemática, os resultados foram relatados de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Considerando os dezoito estudos incluídos na revisão, no geral, observou-se que indivíduos expostos ao estresse crônico, caracterizado por pobreza, exposição à violência e cuidar de familiar doente apresentaram telômeros mais curtos em relação aos indivíduos não expostos às adversidades. Análises do estudo transversal sobre TL e curso de vida mostraram que as idosas com ensino médio incompleto apresentaram maior TL em comparação com o grupo de ensino médio completo (2.8 ± 0.9 e 2.0 ± 0.9, respectivamente; p = 0,0001). As mulheres que não concluíram o ensino médio foram expostas a mais adversidades na infância, e entre estas, as que sofreram duas ou mais adversidades apresentavam TL mais longo do que as mulheres expostas a ≤1 adversidades (p = 0,03); entre as mulheres com, no mínimo, ensino médio completo, essa diferença não foi significativa (p = 0,49). Em análises ajustadas por idade, escolaridade e abuso parental de álcool, observou-se tendência linear de maior TL com maior número de adversidades (p = 0,02) e a diferença no TL entre os níveis de escolaridade permaneceu significativa (p = 0,002). Não se observou diferença entre os grupos educacionais em relação às seguintes variáveis: colesterol, triglicérides, glicemia em jejum, hemoglobina glicada, proteína c reativa e interleucina-6 (p>0,05). 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A ausência de relação entre TL e doenças crônicas, risco cardiovascular, inflamação e desempenho físico, não deu suporte à hipótese de que o TL é um biomarcador do envelhecimento na população em estudo, porém corrobora outros estudos que revelaram que o TL pode ser considerado um marcador de longevidade, independentemente de condições de saúde e desempenho físico.Introduction: Telomere length (TL) has been pointed out as a possible biomarker of cellular aging, as its physiological size progressively shortens with the course of cellular replications. In addition to this physiological shortening, TL dysfunction is also stimulated by exposure to oxidative stress, inflammation and after chronic psychosocial stress. There is also a lack of knowledge about TL changes during the course of life in populations of older Brazilian women, and there is a need for studies which foster a better understanding of the influence of social contrasts, unfavorable socioeconomic conditions, as well as exposure to chronic social stress in TL. Objectives: 1) To develop a systematic review to explore the evidence on associations between chronic stress over the life course and TL; 2) To investigate possible associations between TL and childhood adversities (social and economic) in older women with different levels of education; 3) To evaluate whether TL is related to chronic diseases and inflammatory biomarkers in older women; and 4) To verify whether shorter telomeres are associated with poorer physical performance and higher self-reported functional limitations in older adults. Materials and methods: A systematic review was developed following a protocol published in 2014. An observational cross-sectional analytical study was concomitantly carried out with a sample of women (n = 106) with different levels of education (incomplete secondary education and complete secondary education) in the age group of 64-74 years residing in the municipality of Natal (Rio Grande do Norte). Data were collected from May 2014 to March 2015. The relative quantification of leukocyte telomere size (T/S) was performed by real-time qPCR in 83 women. The standardized questionnaire included sociodemographic information, childhood adversities, anthropometric measures, self-reported health, cognitive function, life habits, chronic health conditions, functional capacity and physical performance (short physical performance battery, gait speed and manual grip strength). Inflammatory biomarkers (interleukin-6 and c-reactive protein) were also analyzed. For statistical analysis, p<0.05 and 95% confidence intervals were used. The normality of the data was verified by the Kolmogorov-Smirnov test. Since TL presented non-normal distribution, the transformation of the measure into natural logarithm was performed for subsequent analyzes. Student's t-tests were applied for independent samples, and Chi-square and multiple linear regression models were adjusted for potential confounding factors. Results: The results of the systematic review were reported according to the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Considering the eighteen studies included in the review, we generally observed that individuals exposed to chronic stress, characterized by poverty, exposed to violence and/or caring for a sick relative had shorter telomeres compared to individuals who were not exposed to adversity. Analyzes of the cross-sectional study on TL and life course showed that the older adults with incomplete secondary education presented higher TL compared to the group of complete secondary education (2.8 ± 0.9 and 2.0 ± 0.9, respectively; p = 0.0001). Women who did not complete high school were exposed to more adversity in childhood, and among them, those who suffered two or more adversities had longer TL than women exposed to ≤1 adversity (p = 0.03); among women with at least complete secondary education, this difference was not significant (p = 0.49). In analyzes adjusted for age, educational level and parental alcohol abuse, a linear trend of higher TL for greater number of adversities (p = 0.02) was observed, and the difference in TL between education levels remained significant (p = 0.002). No difference between the education groups was observed for the following variables: cholesterol, triglycerides, fasting glycemia, glycated hemoglobin, c-reactive protein and interleukin-6 (p>0.05). Chronic health conditions, anthropometric measures, cardiovascular risk factors and inflammatory markers were not associated with TL, even after adjusting for age, schooling and childhood adversities (p>0.05). Similarly, TL was not related to any of the variables used to assess physical performance or functional capacity (p>0.05). Conclusions: The unexpected positive relationship between TL and lower education level and childhood adversities suggests that participants survived harsh living conditions and that these women probably have longer TL in relation to others among their birth cohort. The lack of relationship between TL and chronic diseases, cardiovascular risk, inflammation and physical performance did not support the hypothesis that TL is an aging biomarker in the population under study, but corroborates other studies that have shown TL to be considered as a marker of longevity, regardless of health conditions and physical performance.porCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONALEpidemiologiaTelômeroIdosoDesempenho físicoMulheresEducaçãoInflamaçãoAdversidadesComprimento do telômero e curso de vida: relações com condições de saúde, marcadores inflamatórios e desempenho físico em idosas da comunidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALBrunaSilvaOliveira_TESE.pdfBrunaSilvaOliveira_TESE.pdfapplication/pdf2164045https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22717/1/BrunaSilvaOliveira_TESE.pdf2557786035e70a6a40b0f15395b145acMD51TEXTBrunaSilvaOliveira_TESE.pdf.txtBrunaSilvaOliveira_TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain412543https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22717/4/BrunaSilvaOliveira_TESE.pdf.txt94df182836847a994cb55a6c548e0f6aMD54THUMBNAILBrunaSilvaOliveira_TESE.pdf.jpgBrunaSilvaOliveira_TESE.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg1845https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/22717/5/BrunaSilvaOliveira_TESE.pdf.jpg5c09da2642ac9a5729f4ceddc13ca7aaMD55123456789/227172017-11-03 05:36:33.069oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/22717Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-03T08:36:33Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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Objetivos: 1) desenvolver uma revisão sistemática para explorar as evidências sobre associações entre estresse crônico durante o curso de vida e TL; 2) investigar possíveis associações entre TL e adversidades na infância (social e econômica) em mulheres idosas com diferentes níveis de escolaridade; 3) avaliar se o TL está relacionado com doenças crônicas e biomarcadores inflamatórios em mulheres idosas; e 4) verificar se telômeros mais curtos estão associados com pior desempenho físico e maior autorrelato de limitações funcionais em idosas. Materiais e métodos: foi desenvolvida uma revisão sistemática seguindo protocolo publicado em 2014. Concomitantemente, realizou-se um estudo observacional analítico de caráter transversal com uma amostra de mulheres (n=106) com diferentes níveis de escolaridade (ensino médio incompleto e ensino médio completo) na faixa etária de 64-74 anos e residentes no município de Natal (Rio Grande do Norte). Os dados foram coletados no período de maio de 2014 a março de 2015. A quantificação relativa do tamanho dos telômeros (T/S) de leucócitos foi realizada por meio da qPCR em tempo real em 83 mulheres. O questionário padronizado incluiu informações sociodemográficas, adversidades na infância, medidas antropométricas, autorrelato de saúde, função cognitiva, hábitos de vida, condições crônicas de saúde, capacidade funcional e desempenho físico (short physical performance battery, velocidade da marcha e força de preensão manual). Foram analisados também biomarcadores inflamatórios (interleucina-6 e proteína c reativa). Para análise estatística, foram considerados p<0,05 e intervalos de confiança de 95%. A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. Uma vez que o TL apresentou distribuição não normal, foi realizada a transformação da medida em logaritmo natural para as análises subsequentes. 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