Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Medicina Veterinária (Recife. Online) |
Texto Completo: | https://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/728 |
Resumo: | Os fármacos agonistas α2-adrenérgicos foram sintetizados no início da década de 60. Esse grupo farmacológico apresenta atividades analgésica, sedativa, ansiolítica e simpatolítica. As indicações desse grupo farmacológico são amplas na prática veterinária, devido a seus efeitos sedativo, analgésico e miorrelaxante. Os agonistas α2- adrenérgicos são responsáveis por efeitos cardiopulmonares bastante pronunciados. A bradicardia, arritmia, o bloqueio átrio-ventricular de 1º e 2º graus, além da depressão respiratória grave são relatados como as principais alterações desse grupo farmacológico, sendo essas registradas através do eletrocardiograma (ECG). O presente trabalho objetivou comparar as alterações eletrocardiográficas durante a infusão contínua intravenosa de xilazina ou dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina. Foram utilizadas 20 cadelas clinicamente sadias, SRD, com pesos entre 5,5 a 21,76 kg e idades variando de 1 a 7 anos, distribuídas aleatoriamente em quatro grupos que receberam o seguinte tratamento através de infusão contínua por 30 minutos: xilazina na dose de 1 mg/Kg-¹ (G1), xilazina (1 mg/Kg-¹) + atropina (0,044 mg/Kg-¹) (G2), dexmedetomidina na dose de 3 µg/kg-1 (G3) e dexmedetomidina (3 µg/kg-1) + atropina (0,044 mg/Kg-¹) (G4). As variáveis estudadas foram a freqüência cardíaca (FC), duração e amplitude da onda P, intervalo PR, duração do complexo QRS, amplitude da onda R e duração do intervalo QT, que foram obtidas através da eletrocardiografia computadorizada e analisadas durante a avaliação pré-anestésica (MB), início da infusão contínua (M0), a intervalos de cinco minutos, por um período de 30 minutos durante a infusão: M5, M10, M15, M20, M25 e M30, respectivamente. Observou-se que ocorreu uma diminuição na freqüência cardíaca nos grupos G1 e G3. Observou-se aumento da onda P em todos os grupos, devido ao aumento do tônus vagal. Ocorreu nos grupos G1 e G3 um prolongamento do segmento PR e do intervalo QT como reposta à diminuição da freqüência cardíaca causada pela administração dos agonista alfa 2 adrenérgicos. A FC, segmento PR, e o intervalo QT mantiveram-se estáveis nos grupos G2 e G4, devido à ação da atropina. Em relação à amplitude da onda P, duração do complexo QRS e amplitude da onda R, não ocorreu diferença estatística quando compararam-se todos os grupos. Considerando-se os dados obtidos, conclui-se que tanto a xilazina como a dexmedetomidina causaram alterações eletrocardiográficas nas cadelas que receberam a infusão contínua. Este estudo demonstrou ainda que o emprego da infusão contínua de dexmedetomidina nos animais pré-tratados com atropina não causou distúrbios na condução cardíaca, demonstrando-se nessa alternativa um potencial na pré-medicação de cães. |
id |
UFRPE-2_d64ca064ed5110a6d35580f54e3148d5 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.10.0.7.8:article/728 |
network_acronym_str |
UFRPE-2 |
network_name_str |
Medicina Veterinária (Recife. Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficasOs fármacos agonistas α2-adrenérgicos foram sintetizados no início da década de 60. Esse grupo farmacológico apresenta atividades analgésica, sedativa, ansiolítica e simpatolítica. As indicações desse grupo farmacológico são amplas na prática veterinária, devido a seus efeitos sedativo, analgésico e miorrelaxante. Os agonistas α2- adrenérgicos são responsáveis por efeitos cardiopulmonares bastante pronunciados. A bradicardia, arritmia, o bloqueio átrio-ventricular de 1º e 2º graus, além da depressão respiratória grave são relatados como as principais alterações desse grupo farmacológico, sendo essas registradas através do eletrocardiograma (ECG). O presente trabalho objetivou comparar as alterações eletrocardiográficas durante a infusão contínua intravenosa de xilazina ou dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina. Foram utilizadas 20 cadelas clinicamente sadias, SRD, com pesos entre 5,5 a 21,76 kg e idades variando de 1 a 7 anos, distribuídas aleatoriamente em quatro grupos que receberam o seguinte tratamento através de infusão contínua por 30 minutos: xilazina na dose de 1 mg/Kg-¹ (G1), xilazina (1 mg/Kg-¹) + atropina (0,044 mg/Kg-¹) (G2), dexmedetomidina na dose de 3 µg/kg-1 (G3) e dexmedetomidina (3 µg/kg-1) + atropina (0,044 mg/Kg-¹) (G4). As variáveis estudadas foram a freqüência cardíaca (FC), duração e amplitude da onda P, intervalo PR, duração do complexo QRS, amplitude da onda R e duração do intervalo QT, que foram obtidas através da eletrocardiografia computadorizada e analisadas durante a avaliação pré-anestésica (MB), início da infusão contínua (M0), a intervalos de cinco minutos, por um período de 30 minutos durante a infusão: M5, M10, M15, M20, M25 e M30, respectivamente. Observou-se que ocorreu uma diminuição na freqüência cardíaca nos grupos G1 e G3. Observou-se aumento da onda P em todos os grupos, devido ao aumento do tônus vagal. Ocorreu nos grupos G1 e G3 um prolongamento do segmento PR e do intervalo QT como reposta à diminuição da freqüência cardíaca causada pela administração dos agonista alfa 2 adrenérgicos. A FC, segmento PR, e o intervalo QT mantiveram-se estáveis nos grupos G2 e G4, devido à ação da atropina. Em relação à amplitude da onda P, duração do complexo QRS e amplitude da onda R, não ocorreu diferença estatística quando compararam-se todos os grupos. Considerando-se os dados obtidos, conclui-se que tanto a xilazina como a dexmedetomidina causaram alterações eletrocardiográficas nas cadelas que receberam a infusão contínua. Este estudo demonstrou ainda que o emprego da infusão contínua de dexmedetomidina nos animais pré-tratados com atropina não causou distúrbios na condução cardíaca, demonstrando-se nessa alternativa um potencial na pré-medicação de cães. MEDICINA VETERINÁRIA2011-09-12info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/728Medicina Veterinária; v. 1 n. 1 (2007); 91-922675-66171809-4678reponame:Medicina Veterinária (Recife. Online)instname:Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)instacron:UFRPEporhttps://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/728/607Copyright (c) 2016 REVISTA MEDICINA VETERINÁRIAinfo:eu-repo/semantics/openAccessSantos, JP2016-02-25T14:16:22Zoai:ojs.10.0.7.8:article/728Revistahttps://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/PUBhttps://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/oairevmedvet@ufrpe.br1809-46782675-6617opendoar:2016-02-25T14:16:22Medicina Veterinária (Recife. Online) - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas |
title |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas |
spellingShingle |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas Santos, JP |
title_short |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas |
title_full |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas |
title_fullStr |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas |
title_full_unstemmed |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas |
title_sort |
Infusão contínua de xilazina e dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina: alterações eletrocardiográficas |
author |
Santos, JP |
author_facet |
Santos, JP |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Santos, JP |
description |
Os fármacos agonistas α2-adrenérgicos foram sintetizados no início da década de 60. Esse grupo farmacológico apresenta atividades analgésica, sedativa, ansiolítica e simpatolítica. As indicações desse grupo farmacológico são amplas na prática veterinária, devido a seus efeitos sedativo, analgésico e miorrelaxante. Os agonistas α2- adrenérgicos são responsáveis por efeitos cardiopulmonares bastante pronunciados. A bradicardia, arritmia, o bloqueio átrio-ventricular de 1º e 2º graus, além da depressão respiratória grave são relatados como as principais alterações desse grupo farmacológico, sendo essas registradas através do eletrocardiograma (ECG). O presente trabalho objetivou comparar as alterações eletrocardiográficas durante a infusão contínua intravenosa de xilazina ou dexmedetomidina em cadelas pré-tratadas ou não com atropina. Foram utilizadas 20 cadelas clinicamente sadias, SRD, com pesos entre 5,5 a 21,76 kg e idades variando de 1 a 7 anos, distribuídas aleatoriamente em quatro grupos que receberam o seguinte tratamento através de infusão contínua por 30 minutos: xilazina na dose de 1 mg/Kg-¹ (G1), xilazina (1 mg/Kg-¹) + atropina (0,044 mg/Kg-¹) (G2), dexmedetomidina na dose de 3 µg/kg-1 (G3) e dexmedetomidina (3 µg/kg-1) + atropina (0,044 mg/Kg-¹) (G4). As variáveis estudadas foram a freqüência cardíaca (FC), duração e amplitude da onda P, intervalo PR, duração do complexo QRS, amplitude da onda R e duração do intervalo QT, que foram obtidas através da eletrocardiografia computadorizada e analisadas durante a avaliação pré-anestésica (MB), início da infusão contínua (M0), a intervalos de cinco minutos, por um período de 30 minutos durante a infusão: M5, M10, M15, M20, M25 e M30, respectivamente. Observou-se que ocorreu uma diminuição na freqüência cardíaca nos grupos G1 e G3. Observou-se aumento da onda P em todos os grupos, devido ao aumento do tônus vagal. Ocorreu nos grupos G1 e G3 um prolongamento do segmento PR e do intervalo QT como reposta à diminuição da freqüência cardíaca causada pela administração dos agonista alfa 2 adrenérgicos. A FC, segmento PR, e o intervalo QT mantiveram-se estáveis nos grupos G2 e G4, devido à ação da atropina. Em relação à amplitude da onda P, duração do complexo QRS e amplitude da onda R, não ocorreu diferença estatística quando compararam-se todos os grupos. Considerando-se os dados obtidos, conclui-se que tanto a xilazina como a dexmedetomidina causaram alterações eletrocardiográficas nas cadelas que receberam a infusão contínua. Este estudo demonstrou ainda que o emprego da infusão contínua de dexmedetomidina nos animais pré-tratados com atropina não causou distúrbios na condução cardíaca, demonstrando-se nessa alternativa um potencial na pré-medicação de cães. |
publishDate |
2011 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2011-09-12 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/728 |
url |
https://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/728 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/728/607 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2016 REVISTA MEDICINA VETERINÁRIA info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2016 REVISTA MEDICINA VETERINÁRIA |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
MEDICINA VETERINÁRIA |
publisher.none.fl_str_mv |
MEDICINA VETERINÁRIA |
dc.source.none.fl_str_mv |
Medicina Veterinária; v. 1 n. 1 (2007); 91-92 2675-6617 1809-4678 reponame:Medicina Veterinária (Recife. Online) instname:Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) instacron:UFRPE |
instname_str |
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) |
instacron_str |
UFRPE |
institution |
UFRPE |
reponame_str |
Medicina Veterinária (Recife. Online) |
collection |
Medicina Veterinária (Recife. Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Medicina Veterinária (Recife. Online) - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
revmedvet@ufrpe.br |
_version_ |
1806552250510737408 |