A evolução do diagnóstico molecular da esquistossomose mansônica.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pires, Eduardo Henrique Matos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório institucional da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) (RI-UFRPE)
Texto Completo: https://repository.ufrpe.br/handle/123456789/3764
Resumo: A esquistossomose é uma doença negligenciada causada por trematódeos do gênero Schistosoma. No mundo, cerca de 207 milhões de pessoas distribuídas por 78 países são acometidas pela infecção, cuja carga global da doença chega a 1,9 milhão de anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs). Nas Américas, 1,8 milhão de pessoas são acometidas pelo Schistosoma mansoni, responsável pela manifestação hepatointestinal da doença. No Brasil, a prevalência nacional passou de 10% aos 0,99% por meio da implementação de políticas públicas de controle da doença, que visa diagnosticar e tratar os doentes. Nesse sentido, o Kato-Katz, capaz de determinar o status de infecção do paciente, bem como sua carga parasitária, desempenhou um papel vital no controle da doença. Entretanto, devido à mudança do perfil epidemiológico da doença, o método vem perdendo sua sensibilidade em áreas de baixa endemicidade, já que o mesmo é influenciado pela carga parasitária do paciente. Diante disso, novas estratégias de diagnóstico da doença vêm sendo estudadas para suprir a necessidade de um método diagnóstico mais sensível, viabilizando o controle da doença. Uma alternativa estudada é o diagnóstico molecular da doença, que se baseia na utilização da biologia molecular como ferramenta de diagnóstico. Portanto, o trabalho objetivou realizar uma revisão sistemática da literatura buscando trabalhos publicados nos últimos 20 anos que utilizassem a biologia molecular para diagnosticar populações humanas afetadas pela esquistossomose mansônica. Para tal, foram pesquisadas palavras referentes ao tema proposto nas bases de pesquisa Medline, Pubmed, Science Direct e Scielo com um filtro de 2000 a 2021. Dos artigos localizados, foram selecionados aqueles que utilizassem uma metodologia de diagnóstico molecular da esquistossomose associada ao Kato-Katz e que o aplicassem em uma população humana residente em área endêmica para a doença. Após seleção, 20 artigos foram incluídos na revisão. Dos 20 trabalhos que utilizavam métodos moleculares para o diagnóstico da esquistossomose associados a um método parasitológico, 12 utilizaram amostras de fezes, 8 amostras de urina e 4 amostras de soro. Desses trabalhos, quatro deles avaliaram mais de um tipo de amostra biológica. Os artigos que utilizaram amostras de fezes apresentaram sensibilidade maior que 69% e especificidade maior que 29% para esse tipo de amostra, enquanto que a sensibilidade dos trabalhos que utilizaram urina, de forma geral, foram maiores que 88% com especificidades maiores que 82%. Os trabalhos que utilizaram amostras de soro apresentaram sensibilidades de 20% a 94,10%, com especificidade acima de 98%. Além de sensibilidade e especificidade, foram analisados valores de acurácia para a discussão dos métodos estudados. Dessa forma, o estudo destaca a potencialidade da utilização da biologia molecular como alternativa de diagnóstico da esquistossomose mansônica em diversas áreas com níveis de endemicidade diferentes.
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Entretanto, devido à mudança do perfil epidemiológico da doença, o método vem perdendo sua sensibilidade em áreas de baixa endemicidade, já que o mesmo é influenciado pela carga parasitária do paciente. Diante disso, novas estratégias de diagnóstico da doença vêm sendo estudadas para suprir a necessidade de um método diagnóstico mais sensível, viabilizando o controle da doença. Uma alternativa estudada é o diagnóstico molecular da doença, que se baseia na utilização da biologia molecular como ferramenta de diagnóstico. Portanto, o trabalho objetivou realizar uma revisão sistemática da literatura buscando trabalhos publicados nos últimos 20 anos que utilizassem a biologia molecular para diagnosticar populações humanas afetadas pela esquistossomose mansônica. Para tal, foram pesquisadas palavras referentes ao tema proposto nas bases de pesquisa Medline, Pubmed, Science Direct e Scielo com um filtro de 2000 a 2021. Dos artigos localizados, foram selecionados aqueles que utilizassem uma metodologia de diagnóstico molecular da esquistossomose associada ao Kato-Katz e que o aplicassem em uma população humana residente em área endêmica para a doença. Após seleção, 20 artigos foram incluídos na revisão. Dos 20 trabalhos que utilizavam métodos moleculares para o diagnóstico da esquistossomose associados a um método parasitológico, 12 utilizaram amostras de fezes, 8 amostras de urina e 4 amostras de soro. Desses trabalhos, quatro deles avaliaram mais de um tipo de amostra biológica. Os artigos que utilizaram amostras de fezes apresentaram sensibilidade maior que 69% e especificidade maior que 29% para esse tipo de amostra, enquanto que a sensibilidade dos trabalhos que utilizaram urina, de forma geral, foram maiores que 88% com especificidades maiores que 82%. Os trabalhos que utilizaram amostras de soro apresentaram sensibilidades de 20% a 94,10%, com especificidade acima de 98%. Além de sensibilidade e especificidade, foram analisados valores de acurácia para a discussão dos métodos estudados. Dessa forma, o estudo destaca a potencialidade da utilização da biologia molecular como alternativa de diagnóstico da esquistossomose mansônica em diversas áreas com níveis de endemicidade diferentes.Schistosomiasis is a neglected disease caused by trematodes of the genus Schistosoma. Worldwide, about 207 million people in 78 countries are affected by the infection, the global burden of the disease reaches 1.9 million disability-adjusted life years (DALYs). In the Americas alone, 1.8 million people are affected by Schistosoma mansoni, responsible for the hepatointestinal manifestation of the disease. In Brazil, the national prevalence rose from 10% to the current 0.99% through the implementation of public policies for disease control that aim to diagnose and treat patients. In this sense, Kato-Katz, capable of determining the patient's infection status, as well as their parasite load, played a vital role in controlling the disease. However, due to the change in the epidemiological profile of the disease, the method has been losing its sensitivity in areas of low endemicity, as it is influenced by the patient's parasite load. Therefore, new disease diagnosis strategies have been studied to meet the need for a sensitive diagnostic method, enabling proper disease control. An alternative studied is the molecular diagnosis of the disease, which is based on the use of molecular biology as a diagnostic tool. Therefore, the aim of this work was to carry out a systematic literature review looking for works published in the last 20 years that used molecular biology to diagnose human populations affected by schistosomiasis mansoni. To this end, words referring to the proposed topic were searched for in the Medline Pubmed, Science Direct and Scielo databases with a filter from 2000 to 2021. Of the selected articles, those that used a molecular diagnosis associated with a parasitological method for schistosomiasis, and were applied to a human population residing in an endemic area for the disease were selected. After selection, 20 articles were included in the review. Of the 20 studies, 12 used stool samples, 8 urine samples and 4 serum samples. Of these works, four of them evaluated more than one type of biological sample. Articles that used stool samples showed sensitivity greater than 69% and specificity greater than 29% for this type of sample, while the sensitivity found in urine studies, in general, were greater than 88% with specificities greater than 82%. Studies that used serum samples showed sensitivities from 20% to 94.10%, with specificity above 98%. In addition to sensitivity and specificity, other accuracy values were analyzed to discuss the studied methods. The study shows the potential of using molecular biology as an alternative for diagnosing schistosomiasis mansoni in several areas with different levels of endemicity.BrasilMontes, Martin Alejandrohttp://lattes.cnpq.br/0769910959063895http://lattes.cnpq.br/0349635170206363Gomes, Elainne Christine de Souzahttp://lattes.cnpq.br/7173069660592793Pires, Eduardo Henrique Matos2023-01-18T15:33:27Z2023-01-18T15:33:27Z2021-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesis39 f.application/pdfPires, Eduardo Henrique Matos. A evolução do diagnóstico molecular da esquistossomose mansônica. 2021. 39 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas) - Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2021.https://repository.ufrpe.br/handle/123456789/3764porAtribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BRopenAccessinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório institucional da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) (RI-UFRPE)instname:Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)instacron:UFRPE2023-01-18T15:33:29Zoai:dspace:123456789/3764Repositório InstitucionalPUBhttps://repository.ufrpe.br/oai/requestrepositorio.sib@ufrpe.bropendoar:https://v2.sherpa.ac.uk/id/repository/106122023-01-18T15:33:29Repositório institucional da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) (RI-UFRPE) - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)false
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