Extensão pesqueira com a comunidade de Tatuoca: abordagem agroecológica na valorização cultural.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, Marília Tenório Gouveia de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório institucional da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) (RI-UFRPE)
Texto Completo: https://repository.ufrpe.br/handle/123456789/4441
Resumo: O presente trabalho, utilizado para a equiparação do Estágio Curricular Obrigatório, trata-se de relato das experiências vivenciadas durante o projeto de Extensão “Lazer e extensão rural na comunidade de Tatuoca” da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) com parceria do Núcleo de Agroecologia e Campesinato (NAC), realizado em 2018. A Ilha de Tatuoca, localizada no município de Ipojuca, era uma comunidade onde o extrativismo e a pesca eram modos predominantes de geração de renda. Seus habitantes foram removidos em 2014 da ilha para que houvesse a construção do Complexo Portuário-Industrial de Suape (CIPS) e agora residem numa vila na Praia de Suape, denominada Vila Nova Tatuoca. Esse processo de mudança pelo qual passaram provocou profundas transformações na estrutura social, em seu modo de vida, nas condições econômicas e culturais. Adentrando neste cenário buscou-se incentivar a comunidade a valorizar sua cultura, proporcionar atividades que exaltem os saberes e mantenham a memória dos costumes da ilha vivos, não só nos que moraram lá, mas também nas crianças que não puderam ter contato com a vida que seus parentes tiveram em Tatuoca. Como metodologia, trabalhamos com a reflexão acerca de autorreconhecimento que precisa ser empoderado na comunidade, incentivando também a parceria e a organização coletiva. Para trazer essas reflexões, utilizamos quatro estratégias: reuniões, imersões, oficinas e festejos. Trabalhamos com diversos elementos que estavam associados à cultura, como a construção com o uso do barro, a pesca e o feitio de medicinas a partir de ervas. Utilizamos a abordagem agroecológica que unida à extensão pesqueira trouxe a possibilidade de trabalhar com metodologia participativas, a fim de realizar processos que trouxessem sentido para a comunidade diante da realidade enfrentada e ações que a dialogicidade estivesse sempre presente. Então conclui-se ao trabalhar com a comunidade pesqueira de Tatuoca, tendo uma visão horizontal e buscando mais aprender e interagir que eles possuem forte relação com a natureza e facilidade de tratar os materiais disponíveis no meio ambiente, principalmente relacionado ao mangue e a vegetação nativa. Há ainda a preocupação, sobretudo com as crianças, pela perda do território e com isso alguns costumes perdidos, porém a cultura, que é um bem imaterial, pode ser sempre trabalhada pela comunidade através das contações de histórias e momentos de lazer e trabalho que propiciam essas trocas. Essa experiência no decorrer do curso afunilou minha opção sobre a área a ser seguida profissionalmente, pois trouxe aportes de vivências e de entendimentos sobre o que é ser extensionista. O trabalho contribuiu na minha formação enquanto engenheira de pesca com viés voltado às comunidades pesqueiras.
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