Rebanhos de pequenos ruminantes e a comercialização de peles por curtumes em Pernambuco

• Autor(a) principal: Malaquias, Jessica Dantas
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório institucional da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) (RI-UFRPE)
• Texto Completo: https://repository.ufrpe.br/handle/123456789/1088
• topic: Caprino - Pernambuco; Curtumes; Couros - Comércio; Ovino - Pernambuco

A pesquisa foi conduzida nos meses de julho e agosto de 2018, em dois curtumes localizados na mesorregião do São Francisco Pernambucano, nas microrregiões de Itaparica (curtume I) e de Petrolina (curtume II), em Pernambuco. Objetivou-se caracterizar a dinâmica dos rebanhos de caprinos e ovinos em Pernambuco, tendo como base os dois últimos censos agropecuários, bem como identificar os fatores que influenciam na desestruturação da cadeia produtiva da pele e couro de caprinos e ovinos em Pernambuco. No que se refere a identificar os fatores da desestruturação da cadeia, foram entrevistados os responsáveis técnicos por dois curtumes em funcionamento no estado, sendo abordados os seguintes aspectos: tempo de atuação no mercado, possíveis diferenças na qualidade das peles no início da atividade dos curtumes em relação aos dias atuais, origem das peles e de quem elas são compradas, os valores de compra e venda das peles e qual o maior problema na cadeia produtiva sob a ótica dos gestores dos curtumes. Observou-se que a região Nordeste detém os maiores rebanhos caprinos e ovinos do Brasil, que não existem elos que liguem as etapas da cadeia de produção da pele, ou seja, não há um canal direto de comunicação entre os criadores e os responsáveis pelos curtumes. Isso acarreta na necessidade dos curtumes em negociar diretamente com atravessadores que compram as peles dos produtores por valores irrisórios. Tal prática leva ao desestímulo no emprego de práticas de manejo que os produtores deveriam ter com os animais, visando a obtenção de peles de qualidade. Diante dessa situação, os criadores também têm abatido os animais na informalidade em suas casas, quintais, sítios e outros, mas não em abatedouros fiscalizados e regularizados onde a pele poderia ser obtida de forma correta com o emprego de técnicas corretas durante a esfola. Conclui-se que os fatores desestruturantes da cadeia são devidos a falta de estímulo ao produtor ocasionada pela ausência do canal de comunicação direta com os curtumes, que resultam em baixo valor comercial das peles para o produtor, no abate ilegal por taxas que são cobradas em abatedouros assim como e a falta de incentivos e orientações para que os criadores visualizem a pele como mais uma fonte de renda intrínseca da criação de caprinos e ovinos.