Macroalgas marinhas como biofiltro em sistemas de aquicultura multitrófica integrada e como ingrediente em dietas para juvenis de carapeba Eugerres brasilianus e de tilápia Oreochromis niloticus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pontes, Marcelo Duarte
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10282
Resumo: A aquicultura intensifica-se para atender à crescente demanda por pescado. No entanto, os sistemas aquícolas intensivos estão relacionados a impactos ambientais resultante da descarga de efluentes ricos em nutrientes ou a elevados custos de produção devido à necessidade de manutenção da qualidade da água. A utilização de diferentes níveis tróficos integrados em um sistema de cultivo, aquicultura multitrófica integrada (AMTI), pode trazer diversos benefícios como a biorremediação dos efluentes e diversificação da produção. As macroalgas marinhas são eficientes na remoção de nutrientes dissolvidos na água, atuando como biofiltro e possuem em sua composição substâncias nutracêuticas, despertando a possibilidade de seu uso como ingrediente funcional na nutrição de peixes. Dentre as espécies de peixes marinhos nativos, carapeba (Eugerres brasilianus) possui características favoráveis à piscicultura, dentre elas a fácil reprodução, rusticidade e hábito alimentar onívoro. Outra opção é tilápia (Oreochromis niloticus), espécie onívora de crescimento rápido com pacote tecnológico desenvolvido e resistente a salinização da água. Neste cenário, foi avaliada a efetividade de macroalgas marinhas como biofiltro em sistema de recirculação em AMTI e o efeito da inclusão de farinha de macroalgas como ingrediente em dietas para juvenis de carapeba e tilápia. Foram avaliados a eficiência biofiltradora, crescimento e composição química das macroalgas Hypnea musciformis, Kappaphycus alvarezii, Ulva flexuosa e Ulva fasciata. Foram realizados ensaios de inclusão em diferentes níveis (0, 5 e 10%) da macroalga selecionada na dieta e avaliada a influência no desempenho produtivo do peixe, através da avaliação da sobrevivência, do ganho em peso e em comprimento. Foram avaliados o efeito da inclusão da macroalga sobre a taxa de passagem de juvenis de tilápia e carapeba, além da digestibilidade da macroalga para tilápia. Além disso, foi avaliado o efeito da inclusão da macroalga no desempenho produtivo de tilápia durante o processo de salinização da água. Os maiores desempenhos produtivo e remoção de amônia e a composição química, indicam que U. fasciata tem grande potencial para utilização em AMTI e como ingrediente funcional em rações para peixes. A inclusão da U. fasciata na dieta de juvenis de carapeba acelera a taxa de passagem, mas sem prejuízo aos parâmetros zootécnicos avaliados, indicando a possibilidade de substituição parcial da proteína sem afetar negativamente o desempenho produtivo e com benefícios ambientais e econômicos para o seu cultivo. O farelo de U. fasciata apresenta digestibilidade da matéria seca proteína e energia satisfatórios para juvenis de tilápia e a sua inclusão ao nível de 10% na dieta não promove alteração na velocidade de trânsito gastrointestinal, sendo este considerado um nível seguro de inclusão, sem prejudicar o aproveitamento do alimento pelo peixe. A inclusão de farelo de U. fasciata no teor de 10% da dieta não altera os parâmetros de desempenho produtivo durante a salinização gradual da água.
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No entanto, os sistemas aquícolas intensivos estão relacionados a impactos ambientais resultante da descarga de efluentes ricos em nutrientes ou a elevados custos de produção devido à necessidade de manutenção da qualidade da água. A utilização de diferentes níveis tróficos integrados em um sistema de cultivo, aquicultura multitrófica integrada (AMTI), pode trazer diversos benefícios como a biorremediação dos efluentes e diversificação da produção. As macroalgas marinhas são eficientes na remoção de nutrientes dissolvidos na água, atuando como biofiltro e possuem em sua composição substâncias nutracêuticas, despertando a possibilidade de seu uso como ingrediente funcional na nutrição de peixes. Dentre as espécies de peixes marinhos nativos, carapeba (Eugerres brasilianus) possui características favoráveis à piscicultura, dentre elas a fácil reprodução, rusticidade e hábito alimentar onívoro. Outra opção é tilápia (Oreochromis niloticus), espécie onívora de crescimento rápido com pacote tecnológico desenvolvido e resistente a salinização da água. Neste cenário, foi avaliada a efetividade de macroalgas marinhas como biofiltro em sistema de recirculação em AMTI e o efeito da inclusão de farinha de macroalgas como ingrediente em dietas para juvenis de carapeba e tilápia. Foram avaliados a eficiência biofiltradora, crescimento e composição química das macroalgas Hypnea musciformis, Kappaphycus alvarezii, Ulva flexuosa e Ulva fasciata. Foram realizados ensaios de inclusão em diferentes níveis (0, 5 e 10%) da macroalga selecionada na dieta e avaliada a influência no desempenho produtivo do peixe, através da avaliação da sobrevivência, do ganho em peso e em comprimento. Foram avaliados o efeito da inclusão da macroalga sobre a taxa de passagem de juvenis de tilápia e carapeba, além da digestibilidade da macroalga para tilápia. Além disso, foi avaliado o efeito da inclusão da macroalga no desempenho produtivo de tilápia durante o processo de salinização da água. Os maiores desempenhos produtivo e remoção de amônia e a composição química, indicam que U. fasciata tem grande potencial para utilização em AMTI e como ingrediente funcional em rações para peixes. A inclusão da U. fasciata na dieta de juvenis de carapeba acelera a taxa de passagem, mas sem prejuízo aos parâmetros zootécnicos avaliados, indicando a possibilidade de substituição parcial da proteína sem afetar negativamente o desempenho produtivo e com benefícios ambientais e econômicos para o seu cultivo. O farelo de U. fasciata apresenta digestibilidade da matéria seca proteína e energia satisfatórios para juvenis de tilápia e a sua inclusão ao nível de 10% na dieta não promove alteração na velocidade de trânsito gastrointestinal, sendo este considerado um nível seguro de inclusão, sem prejudicar o aproveitamento do alimento pelo peixe. A inclusão de farelo de U. fasciata no teor de 10% da dieta não altera os parâmetros de desempenho produtivo durante a salinização gradual da água.In order to attend the growing demand for fish, aquaculture has been intensified in last years. However, intensive aquaculture systems are related to high environmental impact from the discharge of nutrient rich effluents or to high production costs by sterilization, filtration and water quality control. The use of different trophic levels in a cropping system, integrated multitrophic aquaculture (IMTA), can bring several benefits such as bioremediation of effluents and diversification of production. Marine macroalgae are efficient in removing dissolved inorganic nutrients, acting as a biofilter. Also, it produces nutraceutical substances, awakening the possibility of its use as a functional ingredient in fish nutrition. Among the Brazilian native marine fishes, carapeba (Eugerres brasilianus) has favorable characteristics for fish farming as easy reproduction, rusticity and omnivorous food habit. On the other side, the most produced fish in Brazil is tilapia (Oreochromis niloticus), omnivorous fast growing species with developed technological package, and resistant to water salinization. Effectiveness of marine macroalgae as a biofilter in a recirculation system in IMTA and the effect of the inclusion of macroalgal flour as an ingredient in diets for carapeba and tilapia juveniles were evaluated. The biofilter efficiency, growth, and chemical composition of the macroalgae Hypnea musciformis, Kappaphycus alvarezii, Ulva flexuosa and Ulva fasciata were verified. Inclusion tests were carried out at different levels (0, 5 and 10%) of the selected macroalgae in the fish diet and its influence on the fish productive performance (survival, weight gain and length) was verified. The effects of macroalgae inclusion were evaluated: in the passage rates of tilapia and carapeba; in digestibility by tilapia; and in productive performance of tilapia during the water salinization. Higher productive performance, ammonia removal, and chemical composition of the fish carcass indicate that U. fasciata has the greatest potential for IMTA and as a functional ingredient in fish feed among tested macroalgae. The inclusion of U. fasciata in the diet of juvenile carapeba speeds up the passage rate without losses in the evaluated zootechnical parameters, indicating the possibility of partial replacement of the protein without damages to the productive performance and with environment and economical benefits for its cultivation. U. fasciata meal presents satisfactory protein, energy, and digestibility for tilapia juveniles and its inclusion at 10% in the diet does not promote changes in gastrointestinal transit velocity. The inclusion of 10% of U. fasciata meal in tilapia diets does not alter its productive performance during gradual salinization of the water, so it is considered a safe level of inclusion for tilapia, besides for carapeba.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em ZootecniaUFRRJBrasilInstituto de ZootecniaSistemas MultitróficosMariculturaAquicultura sustentávelMultitrophic systemsMaricultureSustainable aquacultureZootecniaMacroalgas marinhas como biofiltro em sistemas de aquicultura multitrófica integrada e como ingrediente em dietas para juvenis de carapeba Eugerres brasilianus e de tilápia Oreochromis niloticusMarine macroalgae as a biofilter in integrated multitrophic aquaculture and as an ingredient for juveniles of carapeba Eugerres brasilianus and tilapia Oreochromis niloticusinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://tede.ufrrj.br/retrieve/65909/2018%20-%20Marcelo%20Duarte%20Pontes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/4845Submitted by Jorge Silva (jorgelmsilva@ufrrj.br) on 2021-07-07T22:26:29Z No. of bitstreams: 1 2018 - Marcelo Duarte Pontes.pdf: 2553458 bytes, checksum: b5ef8b0a5f4008359c16974e2a63d800 (MD5)Made available in DSpace on 2021-07-07T22:26:29Z (GMT). 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