Narrativa de um atleta de bocha paralímpica: ouvindo os que não falam
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14389 |
Resumo: | A bocha paralímpica é um esporte desafiador para pessoas com deficiência com comprometimento motor nos quatro membros. Um grupo desses atletas, mesmo com a prática esportiva, permanece prejudicado pela incapacidade de oralização e falta de comunicação por outros meios. Baseado na Psicologia Cultural de Bruner (1997) buscou-se investigar através da narrativa desses sujeitos, considerando a importância de se fazer presente no mundo através da comunicação e se fazer presente para si mesmo, ao retirar as ideias da neblina do pensamento e externalizá-las, dando forma, pela necessidade de organizá-las e se fazer inteligível ao outro, estabelecendo o diálogo. Propôs-se alternativas na expressão narrativa e posterior análise, considerando as características dos sujeitos: comunicação por tradutor ou computador com teclado adaptado; expressões, sons e gestos alterados pela deficiência; comunicação (digitada) com ênfase na semântica e déficit na fonética (transpondo essa característica oral para a escrita); escolha de fotos; e análise da rede social do sujeito. Isso fez com que o papel do pesquisador fosse da maior importância, ao estabelecer vínculos com os sujeitos, possibilitando o diálogo (tentando não fazer uso de mediador), com objetivo de conhecer a história de vida de pessoas acostumadas a serem interpretadas e não ouvidas e como ela se constrói. Conjecturou-se que a bocha adaptada, diferente do que o se acreditava, não é a salvação de uma vida estagnada, mas ela é, primeiramente, uma ponte para a socialização e o lazer (nos encontros antes e depois dos jogos, na hora de se alimentar, nas viagens), e, em segundo lugar, a profissão do atleta, trazendo sua outra identidade (de competidor, guerreiro, sério, compenetrado). A pesquisa narrativa possibilitou mostrar os bastidores deste trabalho e permitiu articular métodos de coleta de dados que melhoraram o diálogo entre pesquisador e sujeito pesquisado, mostrando um atleta maduro, inteligente, não tão independente como acredita-se ser ideal, mas tão autônomo quanto é possível. |
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Santos, Márcio de SouzaOliveira, Valéria Marques de755.841.587-04http://lattes.cnpq.br/5123633584695574Damasceno, Allan RochaAlves, Priscila PiresBarbato, Silviane Bonaccorsi385.746.338-50http://lattes.cnpq.br/65180743569352062023-12-22T03:00:36Z2023-12-22T03:00:36Z2016-06-02Santos, Márcio de Souza. Narrativa de um atleta de bocha paralímpica: ouvindo os que não falam. 2016. [84 f.]. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica-RJ.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14389A bocha paralímpica é um esporte desafiador para pessoas com deficiência com comprometimento motor nos quatro membros. Um grupo desses atletas, mesmo com a prática esportiva, permanece prejudicado pela incapacidade de oralização e falta de comunicação por outros meios. Baseado na Psicologia Cultural de Bruner (1997) buscou-se investigar através da narrativa desses sujeitos, considerando a importância de se fazer presente no mundo através da comunicação e se fazer presente para si mesmo, ao retirar as ideias da neblina do pensamento e externalizá-las, dando forma, pela necessidade de organizá-las e se fazer inteligível ao outro, estabelecendo o diálogo. Propôs-se alternativas na expressão narrativa e posterior análise, considerando as características dos sujeitos: comunicação por tradutor ou computador com teclado adaptado; expressões, sons e gestos alterados pela deficiência; comunicação (digitada) com ênfase na semântica e déficit na fonética (transpondo essa característica oral para a escrita); escolha de fotos; e análise da rede social do sujeito. Isso fez com que o papel do pesquisador fosse da maior importância, ao estabelecer vínculos com os sujeitos, possibilitando o diálogo (tentando não fazer uso de mediador), com objetivo de conhecer a história de vida de pessoas acostumadas a serem interpretadas e não ouvidas e como ela se constrói. Conjecturou-se que a bocha adaptada, diferente do que o se acreditava, não é a salvação de uma vida estagnada, mas ela é, primeiramente, uma ponte para a socialização e o lazer (nos encontros antes e depois dos jogos, na hora de se alimentar, nas viagens), e, em segundo lugar, a profissão do atleta, trazendo sua outra identidade (de competidor, guerreiro, sério, compenetrado). A pesquisa narrativa possibilitou mostrar os bastidores deste trabalho e permitiu articular métodos de coleta de dados que melhoraram o diálogo entre pesquisador e sujeito pesquisado, mostrando um atleta maduro, inteligente, não tão independente como acredita-se ser ideal, mas tão autônomo quanto é possível.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESThe Paralympic boccia is a challenging sport for the disabled with motor impairment in all four limbs. A group of these athletes, even with the sports practice, remains hampered by oralization inability and lack of communication by other means. Based on Cultural Psychology of Bruner (1997), our goal is to investigate through the narrative of these subjects, considering the importance of being present in the world through communication and do this for yourself, to take the ideas of the fog of thought and outsource them, forming, by the need to organize them and make intelligible to the other, establishing dialogue. It is proposed adjustments in the narrative and subsequent analysis, considering the characteristics of the subjects: communication by translator or computer with adapted keyboard; expressions, sounds and gestures changed by disability; communication (typed) with emphasis on semantics and phonetics deficit (Transposing this oral characteristic for writing). Choice of pictures; and social network analysis of the subject. This made the role of the researcher was of paramount importance to establish links with the subjects, allowing dialogue (Trying NOT Make use of mediator). Aiming to know the life story of people accustomed to be interpreted and not heard and how it is built. It was noticed that the boccia adapted, different than the researcher believed, is not the salvation of a stagnant life, but it is primarily a bridge for socializing and recreation (in meetings before and after games , at time of eat , in travels) , and , second, the athlete's career , bringing his other identity (competitive, warrior , serious, focused). The narrative research allowed to show behind the scenes of research and allowed joint data collection methods have improved dialogue with the subject, showing a mature athlete, intelligent , not as independent as it is believed to be ideal , but as autonomous as possible.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaUFRRJBrasilInstituto de EducaçãoPerson with DisabilitiesNarrative; Boccia ParalympicParalympic athleteEmancipationPessoa com DeficiênciaNarrativa; Bocha ParalímpicaAtleta paralímpicoEmancipaçãoCiências HumanasNarrativa de um atleta de bocha paralímpica: ouvindo os que não falamNarrative of a BocciaPalalimp Atletic: listening the ones who does not speak.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisREFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, A. S.; TRÓCCOLI, B. T. Desenvolvimento de Uma Escala de Bem Estar Subjetivo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, Mai-Ago 2004, Vol. 20 n. 2, pp. 153-164. 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A bocha paralímpica é um esporte desafiador para pessoas com deficiência com comprometimento motor nos quatro membros. Um grupo desses atletas, mesmo com a prática esportiva, permanece prejudicado pela incapacidade de oralização e falta de comunicação por outros meios. Baseado na Psicologia Cultural de Bruner (1997) buscou-se investigar através da narrativa desses sujeitos, considerando a importância de se fazer presente no mundo através da comunicação e se fazer presente para si mesmo, ao retirar as ideias da neblina do pensamento e externalizá-las, dando forma, pela necessidade de organizá-las e se fazer inteligível ao outro, estabelecendo o diálogo. Propôs-se alternativas na expressão narrativa e posterior análise, considerando as características dos sujeitos: comunicação por tradutor ou computador com teclado adaptado; expressões, sons e gestos alterados pela deficiência; comunicação (digitada) com ênfase na semântica e déficit na fonética (transpondo essa característica oral para a escrita); escolha de fotos; e análise da rede social do sujeito. Isso fez com que o papel do pesquisador fosse da maior importância, ao estabelecer vínculos com os sujeitos, possibilitando o diálogo (tentando não fazer uso de mediador), com objetivo de conhecer a história de vida de pessoas acostumadas a serem interpretadas e não ouvidas e como ela se constrói. Conjecturou-se que a bocha adaptada, diferente do que o se acreditava, não é a salvação de uma vida estagnada, mas ela é, primeiramente, uma ponte para a socialização e o lazer (nos encontros antes e depois dos jogos, na hora de se alimentar, nas viagens), e, em segundo lugar, a profissão do atleta, trazendo sua outra identidade (de competidor, guerreiro, sério, compenetrado). A pesquisa narrativa possibilitou mostrar os bastidores deste trabalho e permitiu articular métodos de coleta de dados que melhoraram o diálogo entre pesquisador e sujeito pesquisado, mostrando um atleta maduro, inteligente, não tão independente como acredita-se ser ideal, mas tão autônomo quanto é possível. |
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