Estrutura de metacomunidade de morcegos filostomídeos (Mammalia, Chiroptera) na Mata Atlântica brasileira
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9220 |
Resumo: | A ecologia de metacomunidades permite avaliar como múltiplas espécies interagem, variam e estão organizadas em conjuntos de comunidades ao longo de gradientes ambientais. A composição das espécies é determinada por combinações de processos ambientais e espaciais, e as propriedades emergentes das distribuições das espécies formam padrões espaciais (estruturas de metacomunidade). Nós usamos 54 espécies de morcegos da família Phyllostomidae e 30 localidades (com ≥ 19 espécies) ao longo da Mata Atlântica no Brasil para: (1) determinar a distribuição das espécies, (2) caracterizar o padrão de metacomunidade e (3) identificar as características ambientais e espaciais que deram origem a tal padrão. Os Elementos de Estrutura de Metacomunidades (coerência, substituição de espécies e coincidência de limites) foram usados para determinar o melhor padrão idealizado de distribuição de espécies em relação à distribuição empírica dos morcegos. A Análise de Correspondência Canônica e a Partição de Variância foram usadas para determinar respectivamente o gradiente ambiental latente e a contribuição relativa das características da temperatura, da precipitação e do espaço na composição das espécies. Além disso, testamos o efeito da floresta Ombrófila e da floresta sazonal sobre os grupos de morcegos filostomídeos usando o teste de Kruskal-Wallis. Tanto o grupo formado por todas as espécies de morcegos filostomídeos como os grupos de morcegos animalívoros e de herbívoros exibiram padrões de metacomunidade com coerência positiva, indicando que a maioria das espécies de cada grupo de morcegos respondeu a um gradiente ambiental latente. Porém, a metacomunidade com todas as espécies mostrou um padrão quase-clementsiano, com os animalívoros exibindo uma estrutura quase-aninhada com perda aleatória de espécies e os herbívorous mostrando um padrão clementsiano. O gradiente ambiental detectado foi composto pela variação conjunta na temperatura, na precipitação e no espaço, e foi pervasivo em todos os grupos de morcegos. Esses fatores juntos explicaram de 48,3% a 66,2% da variação na composição das espécies entre as xi localidades considerando os grupos de morcegos. Nenhum efeito puro das variáveis ambientais foi encontrado para todas as espécies ou para os morcegos animalívoros. Contudo, características isoladas do espaço e da precipitação foram significativas para os morcegos herbívoros. Os padrões quase-clementsiano e clementsiano evidenciados por todas as espécies e pelos morcegos herbívoros indicam que as espécies com distribuições similares compartilham características ecológicas e evolutivas formando grupos de espécies ao longo do gradiente observado. Os compartimentos clementsianos foram delimitados por processos históricos antropogênicos, como localidades contendo fragmentos originais de Mata Atlântica e localidades contendo alterações espaciais relacionadas ao uso da terra pelo homem. O padrão quase-aninhado com perda aleatória de espécies apresentado pelos animalívoros indica que os limites de distribuição das espécies foram determinados pela tolerância ambiental espécie-específica desses morcegos ao longo do gradiente observado. Morcegos filostomídeos apresentaram padrões não-aleatórios de distribuição que são moldados por um gradiente ambiental espacialmente estruturado ao longo do bioma Mata Atlântica no Brasil. Analisar grupos funcionais de espécies fornece informações ecológicas adicionais sobre as distribuições das espécies que são obscurecidas quando é considerado apenas um grupo funcionalmente heterogêneo de espécies. Por fim, a fragmentação do habitat associada às atividades do homem provavelmente desempenham um papel crucial na distribuição atual das espécies de filostomídeos ao longo da Mata Atlântica no Brasil |
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Tese (Doutorado em Biologia Animal) - Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal Rural do Rio Janeiro, Seropédica, 2020.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9220A ecologia de metacomunidades permite avaliar como múltiplas espécies interagem, variam e estão organizadas em conjuntos de comunidades ao longo de gradientes ambientais. A composição das espécies é determinada por combinações de processos ambientais e espaciais, e as propriedades emergentes das distribuições das espécies formam padrões espaciais (estruturas de metacomunidade). Nós usamos 54 espécies de morcegos da família Phyllostomidae e 30 localidades (com ≥ 19 espécies) ao longo da Mata Atlântica no Brasil para: (1) determinar a distribuição das espécies, (2) caracterizar o padrão de metacomunidade e (3) identificar as características ambientais e espaciais que deram origem a tal padrão. 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We used 54 species of phyllostomid bats and 30 sites (with ≥ 19 species) along the Atlantic Forest biome of Brazil to (1) determine the species distribution, (2) characterize the metacommunity pattern, and (3) identify environmental and spatial characteristics that give rise to such pattern. The Elements of Metacommunity Structure (coherence, range species turnover and range boundary clumping) were used to determine the best-fit idealized metacommunity pattern in relation to empirical distribution of bats. Canonical Correspondence Analysis and Variation Partitioning were used to determine the latent environmental gradient and the relative contribution of temperature, precipitation and space in structuring local species composition, respectively. We also tested the effect of Coastal and Seasonal forests on phyllostomid bat groups, using the Kruskal-Wallis test. Both the phyllostomid bat metacommunity, and animalivorous and herbivorous bats exhibited positive coherence, indicating that most species of each bat group responded to a latent environmental gradient. However, all phyllostomids showed a quasi-Clementsian structure, animalivores exhibited a quasi-nested structure with stochastic species loss, and herbivores showed a Clementsian structure. The detected environmental gradient comprised joint variation in temperature, precipitation, and space, and was pervasive in all bat groups. These three factors together explained from 48.3% to 66.2% of variation in species composition among sites regarding bat groups. No pure effect of suits of environmental variables was found for all phyllostomids or animalivorous bats. However, pure space and precipitation features were significant for herbivorous bats. The quasi-Clementsian and Clementsian patterns highlighted by all phyllostomids and herbivores indicate that species with similar distributions share evolutionary and xiii ecological characteristics forming groups of species along the observed gradient. Clementsian compartments were delimited by anthropogenic historical processes, such as sites comprising fragments of original Atlantic forests and sites comprising spatial alterations related to human land use. Conversely, the quasi-nested pattern with stochastic species loss presented by animalivores indicates that range boundaries of species were determined by species-specific environmental tolerances throughout the observed gradient. Phyllostomid bat species present non-random distributional patterns that are molded by a spatially-structured environmental gradients throughout the Atlantic forest biome in Brazil. Analysis of functional groups of species provided additional ecological information on species distributions that are obscured when considering a functionally heterogeneous group of species. Finally, habitat fragmentation associated with human activities likely plays a crucial role in modern phyllostomid species distributions throughout the Atlantic Forest of Brazilapplication/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Biologia AnimalUFRRJBrasilInstituto de Ciências Biológicas e da SaúdeComposição de espéciesGradiente climático espacialmente estruturadoGrupos funcionaisPadrões não-aleatórios de metacomunidadeFunctional groupsnon-random metacommunity structuresspatially structured climatic gradientspecies compositionBiologia GeralEstrutura de metacomunidade de morcegos filostomídeos (Mammalia, Chiroptera) na Mata Atlântica brasileiraMetacommunity structure of phyllostomid bats (Mammalia, Chiroptera) in Brazilian Atlantic Forestinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://tede.ufrrj.br/retrieve/71836/2020%20-%20Luiz%20Antonio%20Costa%20Gomes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/6243Submitted by Celso Magalhaes (celsomagalhaes@ufrrj.br) on 2023-01-23T12:21:35Z No. of bitstreams: 1 2020 - Luiz Antonio Costa Gomes.pdf: 2661139 bytes, checksum: cd2b6c8d019c032b940092eb01cbf042 (MD5)Made available in DSpace on 2023-01-23T12:21:35Z (GMT). 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