Racismo ambiental: extrativismo de produtos florestais não madeireiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Ana Quelly Anacleto da
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/7110
Resumo: Dada a importância que os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMS) têm para as comunidades tradicionais e a sociedade em geral, no que diz respeito à segurança alimentar, preservação da saúde, geração de renda e continuidade de saberes ancestrais, o acesso a estes recursos é de fundamental importância para o desenvolvimento local e da subsistência das pessoas diretamente envolvidas em suas cadeias produtivas. Desta forma, o trabalho objetivou realizar um diagnóstico acerca da exploração e produção dos PFNMS, correlacionando-os com aspectos do racismo ambiental. Para isso, foi aplicado um questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas, aos moradores do Quilombo da Fazenda, localizado nos limites do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Pincinguaba (Ubatuba/SP), para levantamento sobre o perfil socioeconômico, ambiental, legislativo e da cadeia produtiva dos PFNMS explorados no território quilombola. Socioeconomicamente aproximadamente 60% dos entrevistados se reconhecem como pessoas pretas e 67% se identificaram como mulheres. 74,1% dos relatos afirmam que “A casa é própria, comprei”, com 3 filhos por pessoa e 3 pessoas por unidade habitacional. Quanto à empregabilidade, 59% disseram que exercem alguma atividade remunerada, enquanto que 37% não exercem atividades remuneradas. Quanto à assinatura da carteira de trabalho, 89% não possuem a formalidade do vínculo empregatício. Desses mesmos entrevistados, 70% afirmaram receber algum benefício do governo. Para a cadeia produtiva dos PFNMS, mais de 60% dos entrevistados sabiam o que eram “Produtos Florestais Não Madeireiros”, a partir do significado literal do nome. O cultivo de espécies é 59,3% oriundos do Manejo de Espécies. Para a confecção de produtos de origem nãomadeireira, utilizam-se as folhas, caule (palmito), raiz, galhos, frutos, casca, cipó e sementes, que se transformam em polpas, mudas, peças artesanais, cestaria, cordas, chás e remédios. Quanto à finalidade da extração, 88% dos entrevistados relataram ser para fins alimentícios, seguido por uso medicinal (63%) e para artesanato (51,9%), respectivamente. Cerca de 81,5% não possuem parceria com empresas, indústrias ou comércios locais que vendem seus produtos para um mercado mais amplo, porém 14,8% gostaria de tê-la. Sobre as maiores dificuldades para trabalhar com os PFNM’S, os entrevistados pontuaram a qualidade do transporte e do trabalho árduo. 63% obtêm renda menor que meio salário mínimo com os produtos comercializados. Mais de 60% têm conhecimento sobre as leis que regulam a exploração de PFNMS, porém 85% das pessoas não possuem acesso a leis de políticas públicas. Muitos ressaltaram que apenas a morte seria o motivo para saída do lugar. Assim, conclui-se que existe uma continuidade dos saberes ancestrais da produção e colheita de espécies agrícolas e florestais (PFNMS) com o objetivo da subsistência fortalecendo a mão de obra interna e as vendas, proporcionando o turismo de base comunitária. No entanto, dentro de um contexto socioeconômico observa-se uma maior vulnerabilidade social de seus moradores. Sendo assim, compreende-se que no contexto social local, é latente a necessidade da maior atuação do poder público e aplicação de políticas públicas quanto às tomadas de decisão visando combater as injustiças.
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Desta forma, o trabalho objetivou realizar um diagnóstico acerca da exploração e produção dos PFNMS, correlacionando-os com aspectos do racismo ambiental. Para isso, foi aplicado um questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas, aos moradores do Quilombo da Fazenda, localizado nos limites do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Pincinguaba (Ubatuba/SP), para levantamento sobre o perfil socioeconômico, ambiental, legislativo e da cadeia produtiva dos PFNMS explorados no território quilombola. Socioeconomicamente aproximadamente 60% dos entrevistados se reconhecem como pessoas pretas e 67% se identificaram como mulheres. 74,1% dos relatos afirmam que “A casa é própria, comprei”, com 3 filhos por pessoa e 3 pessoas por unidade habitacional. Quanto à empregabilidade, 59% disseram que exercem alguma atividade remunerada, enquanto que 37% não exercem atividades remuneradas. 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Sobre as maiores dificuldades para trabalhar com os PFNM’S, os entrevistados pontuaram a qualidade do transporte e do trabalho árduo. 63% obtêm renda menor que meio salário mínimo com os produtos comercializados. Mais de 60% têm conhecimento sobre as leis que regulam a exploração de PFNMS, porém 85% das pessoas não possuem acesso a leis de políticas públicas. Muitos ressaltaram que apenas a morte seria o motivo para saída do lugar. Assim, conclui-se que existe uma continuidade dos saberes ancestrais da produção e colheita de espécies agrícolas e florestais (PFNMS) com o objetivo da subsistência fortalecendo a mão de obra interna e as vendas, proporcionando o turismo de base comunitária. No entanto, dentro de um contexto socioeconômico observa-se uma maior vulnerabilidade social de seus moradores. Sendo assim, compreende-se que no contexto social local, é latente a necessidade da maior atuação do poder público e aplicação de políticas públicas quanto às tomadas de decisão visando combater as injustiças.Given the importance that Non-Timber Forest Products (NTFP) have for traditional communities and society in general, with regard to food security, health preservation, income generation and continuity of ancestral knowledge, access to these resources is of fundamental importance for the local development and subsistence of the people directly involved in its productive chains. In this way, the work aimed to carry out a diagnosis about the exploitation and production of NTFPs, correlating them with aspects of environmental racism. For this, a semi-structured questionnaire was applied, with open and closed questions, to the residents of Quilombo da Fazenda, located on the limits of the Serra do Mar State Park - Núcleo Pincinguaba (Ubatuba/SP), to survey the socioeconomic, environmental, legislative and productive chain of NTFPs explored in quilombola territory. Socioeconomically, approximately 60% of respondents recognize themselves as black people and 66.7% identify themselves as women. 74.1% of the reports state that “I own the house, I bought it”, with 3 children per person and 3 people per housing unit. As for employability, 59.3% said that they perform some paid activity, while 37% do not perform paid activities. As for the signature of the work card, 88.9% do not have the formality of the employment relationship. Of these same respondents, 70% claimed to receive some benefit from the government. For the NTFPs production chain, more than 60% of the interviewees knew what “Non-Timber Forest Products” were, based on the literal meaning of the name. Species cultivation is 59.3% from Species Management. For the manufacture of non-timber products, leaves, stems (palm hearts), roots, branches, fruits, bark, vine and seeds are used, which are transformed into pulp, seedlings, handicrafts, basketwork, ropes, teas and medicine. As for the purpose of extraction, 88% of respondents reported that it was for food purposes, followed by medicinal use (63%) and crafts (51.9%), respectively. About 81.5% do not have a partnership with companies, industries or local businesses that sell their products to a broader market, but 14.8% would like to have one. Regarding the greatest difficulties in working with the NTFPs, the interviewees mentioned the quality of transport and hard work. 63% earn less than half the minimum wage with the products sold. More than 60% are aware of the laws that regulate the exploitation of NTFPs, but 85% of people do not have access to public policy laws. Many stressed that only death would be the reason for leaving the place. Thus, it is concluded that there is a continuity of ancestral knowledge of the production and harvest of agricultural and forestry species (NTFPs) with the objective of subsistence, strengthening the internal workforce and sales, providing community-based tourism. However, within a socioeconomic context, a greater social vulnerability of its residents is observed. Therefore, it is understood that in the local social context, there is a latent need for greater action by the government and the application of public policies regarding decision-making aimed at combating injustices.Produtos florestais não madeireirosComunidades tradicionaisInjustiças ambientaisPFNMSRacismo ambiental: extrativismo de produtos florestais não madeireirosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisbachareladoporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJinstname:Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)instacron:UFRRJinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALAna Quelly Anacleto da Silva.pdfAna Quelly Anacleto da Silva.pdfapplication/pdf1481758https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/7110/1/Ana%20Quelly%20Anacleto%20da%20Silva.pdf267eb42ad728050aa9d458dc8987312fMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/7110/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTAna Quelly Anacleto da Silva.pdf.txtAna Quelly Anacleto da Silva.pdf.txtExtracted texttext/plain81998https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/7110/3/Ana%20Quelly%20Anacleto%20da%20Silva.pdf.txt0426b9aa9468e2c9fdfbd6f3c05672e5MD53THUMBNAILAna Quelly Anacleto da Silva.pdf.jpgAna Quelly Anacleto da Silva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1227https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/7110/4/Ana%20Quelly%20Anacleto%20da%20Silva.pdf.jpg99085adbb904318cbdcacbb318f3d545MD5420.500.14407/71102023-12-27 05:45:31.312oai:rima.ufrrj.br:20.500.14407/7110Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://tede.ufrrj.br/PUBhttps://tede.ufrrj.br/oai/requestbibliot@ufrrj.br||bibliot@ufrrj.bropendoar:2023-12-27T08:45:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)false
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