Organizações armadas e camponeses: comunicação, emoções e engajamento político (1968-1975)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teló, Fabricio
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9480
Resumo: No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, inspiradas pelas Revoluções Chinesa e Cubana, as organizações armadas brasileiras tentaram liderar movimentos revolucionários de oposição à ditadura militar da época mobilizando camponeses para se engajarem em grupos de guerrilha rural. Esta tese analisa a relação entre esses atores sociais. Como se dava a comunicação entre eles, como eram apresentadas as propostas de revolução pela via armada, qual o papel das emoções para o processo de engajamento dos camponeses, de que maneira a clandestinidade impactava nas interações com as populações locais, quais os efeitos da adoção de uma perspectiva leninista por parte dos militantes e que lugar ocupava a pauta do acesso à terra nesse contexto são algumas das perguntas que orientam a pesquisa. Dentre as principais inspirações estão as contribuições de Paulo Freire e Jesus Martin-Barbero sobre comunicação; James Jasper e Helena Flam sobre emoções; Donatela Della Porta sobre clandestinidade; Oliver Fillieule, Julieta Quirós, Marcelo Kunrath Silva e Bianca Ruskowski sobre engajamento; Eric Wolf e James Scott sobre a relação entre campesinato e revolução. O estudo se baseia nas experiências do Comando de Libertação Nacional (Colina) em Cachoeiras de Macacu/RJ; da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), em Imperatriz/MA; do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), em Brotas de Macaúbas/BA e da Ação Popular (AP), na Chapada Diamantina, também na Bahia. A metodologia utilizada foi a história oral, conjugada com a análise documental e bibliográfica, que permitiu a elaboração de uma comparação entre os diferentes casos analisados. Os resultados da pesquisa indicam que, a despeito do esforço dos militantes em se tornarem próximos aos camponeses, geralmente havia um estranhamento por parte destes, em função das diferenças culturais. Ainda que a adesão tenha sido minoritária, as diversas formas de assistência prestadas pelos militantes contribuíram para a produção de emoções recíprocas de amizade e lealdade, bem como para o processo de engajamento de alguns camponeses
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Tese( Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2019.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9480No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, inspiradas pelas Revoluções Chinesa e Cubana, as organizações armadas brasileiras tentaram liderar movimentos revolucionários de oposição à ditadura militar da época mobilizando camponeses para se engajarem em grupos de guerrilha rural. Esta tese analisa a relação entre esses atores sociais. Como se dava a comunicação entre eles, como eram apresentadas as propostas de revolução pela via armada, qual o papel das emoções para o processo de engajamento dos camponeses, de que maneira a clandestinidade impactava nas interações com as populações locais, quais os efeitos da adoção de uma perspectiva leninista por parte dos militantes e que lugar ocupava a pauta do acesso à terra nesse contexto são algumas das perguntas que orientam a pesquisa. Dentre as principais inspirações estão as contribuições de Paulo Freire e Jesus Martin-Barbero sobre comunicação; James Jasper e Helena Flam sobre emoções; Donatela Della Porta sobre clandestinidade; Oliver Fillieule, Julieta Quirós, Marcelo Kunrath Silva e Bianca Ruskowski sobre engajamento; Eric Wolf e James Scott sobre a relação entre campesinato e revolução. O estudo se baseia nas experiências do Comando de Libertação Nacional (Colina) em Cachoeiras de Macacu/RJ; da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), em Imperatriz/MA; do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), em Brotas de Macaúbas/BA e da Ação Popular (AP), na Chapada Diamantina, também na Bahia. A metodologia utilizada foi a história oral, conjugada com a análise documental e bibliográfica, que permitiu a elaboração de uma comparação entre os diferentes casos analisados. Os resultados da pesquisa indicam que, a despeito do esforço dos militantes em se tornarem próximos aos camponeses, geralmente havia um estranhamento por parte destes, em função das diferenças culturais. Ainda que a adesão tenha sido minoritária, as diversas formas de assistência prestadas pelos militantes contribuíram para a produção de emoções recíprocas de amizade e lealdade, bem como para o processo de engajamento de alguns camponesesCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorIn the late 1960s and early 1970s, Brazilian revolutionary organizations - inspired by the Chinese and Cuban Revolutions - attempted to advance an opposition to the military dictatorship of the time by mobilizing peasants to engage in rural guerrilla groups. This thesis analyzes the relationship between the militants of these organizations and the peasants they attempted to mobilize. The questions that guide the research are the following: what was the nature of the communicative interaction between the militants and the peasants; how did militants present their proposals for armed revolution; what role did emotions play in the peasants' decision to engage in the guerrilla project; how did militant clandestinity impact their interaction with local populations, and what were the effects of the adoption of a Leninist perspective by the militants on their interaction with peasants and how did landlessness affected this context? Among the main inspirations for this work are the contributions of Paulo Freire and Jesus Martin-Barbero on communication; James Jasper and Helena Flam on emotions; Donatela Della Porta on clandestinity; Oliver Fillieule, Julieta Quirós, Marcelo Kunrath Silva and Bianca Ruskowski on engagement; Eric Wolf and James Scott on the relationship between peasantry and revolution. The thesis investigates the experiences of the National Liberation Command (Comando de Libertação Nacional - Colina) in Cachoeiras de Macacu/RJ; the Revolutionary Armed Vanguard Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares - VAR-Palmares), in Imperatriz/MA; the Revolutionary Movement of October, 8th (Movimento Revolucionário Oito de Outubro - MR-8) in Brotas de Macaúbas/BA; and the Popular Action (Ação Popular - AP), in Livramento de Nossa Senhora/BA and region. The research uses oral history, bibliographic, and documentary analysis as a methodological approach to compare and analyze selected cases. The results of the research indicate that, despite the effort of the militants to become close to the peasants, generally the cultural differences led the latter to distrust the former. The various forms of assistance provided by militants contributed to the production of reciprocal emotions of friendship and loyalty, as well as to the process of engagement of some groups of peasantsapplication/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e SociedadeUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e SociaisCampesinatoLuta ArmadaComunicaçãoEmoçõesEngajamentoPeasantryArmed struggleCommunicationEmotionsEngagementCiências SociaisOrganizações armadas e camponeses: comunicação, emoções e engajamento político (1968-1975)Armed organizations and peasants: communication, emotions and political engagement (1968-1975)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisACSELRAD, Henri. Entre a lua e a rua: uma topologia social da clandestinidade política na cidade do Rio de Janeiro, 1969-1973. In: Mana, Vol. 18, N. 1, 2012. ALAVI, Hanza. Peasants and Revolution. 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description No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, inspiradas pelas Revoluções Chinesa e Cubana, as organizações armadas brasileiras tentaram liderar movimentos revolucionários de oposição à ditadura militar da época mobilizando camponeses para se engajarem em grupos de guerrilha rural. Esta tese analisa a relação entre esses atores sociais. Como se dava a comunicação entre eles, como eram apresentadas as propostas de revolução pela via armada, qual o papel das emoções para o processo de engajamento dos camponeses, de que maneira a clandestinidade impactava nas interações com as populações locais, quais os efeitos da adoção de uma perspectiva leninista por parte dos militantes e que lugar ocupava a pauta do acesso à terra nesse contexto são algumas das perguntas que orientam a pesquisa. Dentre as principais inspirações estão as contribuições de Paulo Freire e Jesus Martin-Barbero sobre comunicação; James Jasper e Helena Flam sobre emoções; Donatela Della Porta sobre clandestinidade; Oliver Fillieule, Julieta Quirós, Marcelo Kunrath Silva e Bianca Ruskowski sobre engajamento; Eric Wolf e James Scott sobre a relação entre campesinato e revolução. O estudo se baseia nas experiências do Comando de Libertação Nacional (Colina) em Cachoeiras de Macacu/RJ; da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), em Imperatriz/MA; do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), em Brotas de Macaúbas/BA e da Ação Popular (AP), na Chapada Diamantina, também na Bahia. A metodologia utilizada foi a história oral, conjugada com a análise documental e bibliográfica, que permitiu a elaboração de uma comparação entre os diferentes casos analisados. Os resultados da pesquisa indicam que, a despeito do esforço dos militantes em se tornarem próximos aos camponeses, geralmente havia um estranhamento por parte destes, em função das diferenças culturais. Ainda que a adesão tenha sido minoritária, as diversas formas de assistência prestadas pelos militantes contribuíram para a produção de emoções recíprocas de amizade e lealdade, bem como para o processo de engajamento de alguns camponeses
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