Aspectos anátomo-patológicos e avaliação da fração de crescimento (Ki-67) das neoplasias melanocíticas diagnosticadas em cães no setor de anatomia patológica da UFRRJ (1999-2020)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Nathália da Silva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14189
Resumo: As neoplasias melanocíticas originam-se da proliferação de melanoblastos e melanócitos e são nomeadas melanomas, quando malignas e melanocitomas, quando benignas. Os melanomas correspondem a 7% das neoplasias malignas em cães, o que torna essencial estudo acerca destes tumores. Uma vez que expressam comportamento agressivo e histologia variável, exames complementares são necessários para o estabelecimento do diagnóstico e prognóstico. A atividade mitótica pode ser um importante critério de valor prognóstico para os melanomas, pois estima a taxa de proliferação celular. Desta forma, os objetivos deste trabalho foram realizar um estudo dos tumores melanocíticos diagnosticados em cães no Setor de Anatomia Patológica (SAP) entre janeiro de 1999 a agosto de 2020, avaliar a fração de crescimento dessas neoplasias determinado pelo Ki-67 (MIB-1) e correlacioná-lo com a localização e critérios histológicos associados à gravidade. Além disso, objetivou-se estabelecer um método de contagem único e amplo para todos os tipos da neoplasia e suas localizações mais comuns. Foram avaliados os históricos, laudos de necropsias e biópsias e reavaliadas as lâminas coradas com hematoxilina e eosina (HE). Todos os dados, incluindo os epidemiológicos, foram compilados. Os melanomas amelanóticos foram submetidos ao exame imuno- histoquímico com anticorpo Melan-A. Em seguida, realizou-se imuno-histoquímica com Ki- 67 e as lâminas foram contracoradas com Giemsa. Calculou-se a fração de crescimento do Ki- 67 ao contar as células em 10 campos aleatórios de cada lâmina em objetivas de 40x. Do total de 78 casos de neoplasias melanocíticas do SAP, 32 localizavam-se em cavidade oral, 29 em pele, nove em leito ungueal e as demais em locais variados, totalizando 41 fêmeas e 37 machos. Os cães SRD (29) foram os mais acometidos. A idade foi informada em 70 fichas e variou de três a 19 anos. Em 48 casos foi possível analisar as características histopatológicas. Com relação ao aspecto morfológico, os tumores foram classificados em fusiforme (um caso), epitelióide (11 casos) ou misto (35 casos). O pleomorfismo foi acentuado em 36,9% das neoplasias e a média das mitoses, de todos os campos, foi de 10,5. Em 36/78 casos (33 melanomas e três melanocitomas) foi realizada a técnica imuno-histoquímica para Ki-67. Destes, 12 apresentaram resultado positivo: três melanomas amelanóticos, oito melanomas melanóticos e um melanocitoma. Após análise estatística, verificou-se que o resultado corroborou com a literatura, visto que a variante maligna apresentou maior fração de crescimento celular, maior índice mitótico que a variante benigna, além das demais alterações histológicas observadas. Sabe-se que, quando o valor da fração de crescimento do tumor encontra-se ≥ 15%, indica prognóstico desfavorável e está relacionado com índice mitótico ≥3 em 10 campos na objetiva de 40x. Em quatro casos de melanomas, a fração de crescimento corresponderam a 15,28%, 15,87%, 19,13%, e 51,3% e os índices mitóticos resultaram 5, 30, 60 e 70. Conclui-se que neoplasias melanocíticas são distribuídas igualmente em ambos os gêneros, acometem predominantemente cães a partir de três anos de idade e o local mais frequente da lesão é a cavidade oral, seguido por pele e leito ungueal. No que diz respeito às neoplasias melanocíticas diagnosticadas nos últimos 22 anos no Setor de Anatomia Patológica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pôde-se observar que os aspectos epidemiológicos relacionados ao sexo, idade, raça e localização corroboram com aqueles descritos na literatura, assim como os sítios de metástase. O melanoma melanótico foi iii observado com mais frequência, semelhante ao relatada na literatura mundial. A morfologia celular mais observada no presente estudo foi do tipo misto, diferentemente da maioria dos relatos, onde a mais frequente é a forma epitelióide. A fração de crescimento determinada pela contagem de mitoses e imunorreatividade ao Ki-67 variou significativamente entre tumores melanocíticos localizados na cavidade oral e pele. Na variante benigna, o índice proliferativo foi menor quando comparado com as neoplasias malignas e o método de contagem utilizado neste trabalho mostrou-se efetivo para todos os tipos de neoplasias melanocíticas estudadas independente da localização.
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Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Instituto de Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2021.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14189As neoplasias melanocíticas originam-se da proliferação de melanoblastos e melanócitos e são nomeadas melanomas, quando malignas e melanocitomas, quando benignas. Os melanomas correspondem a 7% das neoplasias malignas em cães, o que torna essencial estudo acerca destes tumores. Uma vez que expressam comportamento agressivo e histologia variável, exames complementares são necessários para o estabelecimento do diagnóstico e prognóstico. A atividade mitótica pode ser um importante critério de valor prognóstico para os melanomas, pois estima a taxa de proliferação celular. Desta forma, os objetivos deste trabalho foram realizar um estudo dos tumores melanocíticos diagnosticados em cães no Setor de Anatomia Patológica (SAP) entre janeiro de 1999 a agosto de 2020, avaliar a fração de crescimento dessas neoplasias determinado pelo Ki-67 (MIB-1) e correlacioná-lo com a localização e critérios histológicos associados à gravidade. Além disso, objetivou-se estabelecer um método de contagem único e amplo para todos os tipos da neoplasia e suas localizações mais comuns. Foram avaliados os históricos, laudos de necropsias e biópsias e reavaliadas as lâminas coradas com hematoxilina e eosina (HE). Todos os dados, incluindo os epidemiológicos, foram compilados. Os melanomas amelanóticos foram submetidos ao exame imuno- histoquímico com anticorpo Melan-A. Em seguida, realizou-se imuno-histoquímica com Ki- 67 e as lâminas foram contracoradas com Giemsa. Calculou-se a fração de crescimento do Ki- 67 ao contar as células em 10 campos aleatórios de cada lâmina em objetivas de 40x. Do total de 78 casos de neoplasias melanocíticas do SAP, 32 localizavam-se em cavidade oral, 29 em pele, nove em leito ungueal e as demais em locais variados, totalizando 41 fêmeas e 37 machos. Os cães SRD (29) foram os mais acometidos. A idade foi informada em 70 fichas e variou de três a 19 anos. Em 48 casos foi possível analisar as características histopatológicas. Com relação ao aspecto morfológico, os tumores foram classificados em fusiforme (um caso), epitelióide (11 casos) ou misto (35 casos). O pleomorfismo foi acentuado em 36,9% das neoplasias e a média das mitoses, de todos os campos, foi de 10,5. Em 36/78 casos (33 melanomas e três melanocitomas) foi realizada a técnica imuno-histoquímica para Ki-67. Destes, 12 apresentaram resultado positivo: três melanomas amelanóticos, oito melanomas melanóticos e um melanocitoma. Após análise estatística, verificou-se que o resultado corroborou com a literatura, visto que a variante maligna apresentou maior fração de crescimento celular, maior índice mitótico que a variante benigna, além das demais alterações histológicas observadas. Sabe-se que, quando o valor da fração de crescimento do tumor encontra-se ≥ 15%, indica prognóstico desfavorável e está relacionado com índice mitótico ≥3 em 10 campos na objetiva de 40x. Em quatro casos de melanomas, a fração de crescimento corresponderam a 15,28%, 15,87%, 19,13%, e 51,3% e os índices mitóticos resultaram 5, 30, 60 e 70. Conclui-se que neoplasias melanocíticas são distribuídas igualmente em ambos os gêneros, acometem predominantemente cães a partir de três anos de idade e o local mais frequente da lesão é a cavidade oral, seguido por pele e leito ungueal. No que diz respeito às neoplasias melanocíticas diagnosticadas nos últimos 22 anos no Setor de Anatomia Patológica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pôde-se observar que os aspectos epidemiológicos relacionados ao sexo, idade, raça e localização corroboram com aqueles descritos na literatura, assim como os sítios de metástase. O melanoma melanótico foi iii observado com mais frequência, semelhante ao relatada na literatura mundial. A morfologia celular mais observada no presente estudo foi do tipo misto, diferentemente da maioria dos relatos, onde a mais frequente é a forma epitelióide. A fração de crescimento determinada pela contagem de mitoses e imunorreatividade ao Ki-67 variou significativamente entre tumores melanocíticos localizados na cavidade oral e pele. Na variante benigna, o índice proliferativo foi menor quando comparado com as neoplasias malignas e o método de contagem utilizado neste trabalho mostrou-se efetivo para todos os tipos de neoplasias melanocíticas estudadas independente da localização.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorMelanocytic neoplasms originate from the proliferation of melanoblasts and melanocytes and are named melanomas when malignant and melanocytomas when benign. Melanomas account for 7% of malignant neoplasms in dogs, which makes it essential to study these tumors. Since they express aggressive behavior and variable histology, complementary tests are necessary for the establishment of diagnosis and prognosis. Mitotic activity may be an important criterion of prognostic value for melanomas, since it estimates the cell proliferation rate. Thus, the objectives of this work were to perform a study of melanocytic tumors diagnosed in dogs in the Sector of Pathological Anatomy (SAP) between January 1999 and August 2020, evaluate the growth fraction of these neoplasms determined by Ki-67 (MIB-1) and correlate it with the location and histological criteria associated with severity. In addition, we aimed to establish a single, comprehensive counting method for all types of the neoplasm and its most common locations. Histories, necropsy and biopsy reports were evaluated, and slides stained with hematoxylin and eosin (HE) were reevaluated. All data, including epidemiological data, were compiled. Amelanotic melanomas were subjected to immunohistochemical examination with Melan-A antibody. Then immunohistochemistry with Ki-67 was performed and the slides were counterstained with Giemsa. The growth fraction Ki-67 was calculated by counting the cells in 10 random fields of each slide under 40x objectives. Of the total 78 cases of SAP melanocytic neoplasms, 32 were located in the oral cavity, 29 in the skin, nine in the nail bed, and the rest in varied sites, totaling 41 females and 37 males. SRD dogs (29) were the most affected. The age was reported in 70 files and ranged from three to 19 years. In 48 cases it was possible to analyze the histopathological characteristics. Regarding the morphological aspect, the tumors were classified as fusiform (one case), epithelioid (11 cases) or mixed (35 cases). Pleomorphism was marked in 36.9% of the neoplasms and the mean number of mitoses, of all fields, was 10.5. In 36/78 cases (33 melanomas and three melanocytomas) the immunohistochemical technique for Ki-67 was performed. Of these, 12 were positive: three amelanotic melanomas, eight melanotic melanomas and one melanocytoma. When considering the Ki-67 growth fraction obtained and correlating the mitoses with the histological diagnosis, the result corroborated the literature, since the malignant variant presented more pronounced parameters than the benign variant. It is known that when the cell growth fraction value is ≥ 15%, it indicates unfavorable prognosis and is related to mitotic index ≥3 in 10 fields at 40x objective. In four melanoma cases, the proliferation indices corresponded to 15.28%, 15.87%, 19.13%, and 51.3% and the mitotic indices resulted 5, 30, 60, and 70. We conclude that melanocytic neoplasms are equally distributed in both genders, predominantly affect dogs over three years of age, and the most frequent site of the lesion is the oral cavity, followed by the skin and the nail bed. Regarding melanocytic neoplasms diagnosed in the last 22 years in the Pathology Sector of the Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, it could be observed that the epidemiological aspects related to sex, age, breed and location corroborate those described in the literature, as well as the metastasis sites. Melanotic melanoma was observed more frequently, similar to that reported in the world literature. The cell morphology most commonly observed in the present study was the mixed type, unlike most reports, where the epithelioid form is most frequent. The growth fraction determined by mitosis count and Ki-67 immunoreactivity v varied significantly between melanocytic tumors located in the oral cavity and skin. In the benign variant, the proliferative index was lower when compared to malignant neoplasms and the counting method used in this study proved to be effective for all types of melanocytic neoplasms studied regardless of location.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)UFRRJBrasilInstituto de VeterináriacaninoOncologiaTumores melanocíticosMelanocytic tumorsCanineOncologyMedicina VeterináriaAspectos anátomo-patológicos e avaliação da fração de crescimento (Ki-67) das neoplasias melanocíticas diagnosticadas em cães no setor de anatomia patológica da UFRRJ (1999-2020)Anatomopathological aspects and evaluation of growth fraction (Ki-67) of melanocytic neoplasms diagnosed in dogs in the pathological anatomy sector of UFRRJ (1999-2020)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisBABA, A. I.; CÂTOI, C. Tumors of the alimentary system. In: BABA, A. I.; CÂTOI, C. 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description As neoplasias melanocíticas originam-se da proliferação de melanoblastos e melanócitos e são nomeadas melanomas, quando malignas e melanocitomas, quando benignas. Os melanomas correspondem a 7% das neoplasias malignas em cães, o que torna essencial estudo acerca destes tumores. Uma vez que expressam comportamento agressivo e histologia variável, exames complementares são necessários para o estabelecimento do diagnóstico e prognóstico. A atividade mitótica pode ser um importante critério de valor prognóstico para os melanomas, pois estima a taxa de proliferação celular. Desta forma, os objetivos deste trabalho foram realizar um estudo dos tumores melanocíticos diagnosticados em cães no Setor de Anatomia Patológica (SAP) entre janeiro de 1999 a agosto de 2020, avaliar a fração de crescimento dessas neoplasias determinado pelo Ki-67 (MIB-1) e correlacioná-lo com a localização e critérios histológicos associados à gravidade. Além disso, objetivou-se estabelecer um método de contagem único e amplo para todos os tipos da neoplasia e suas localizações mais comuns. Foram avaliados os históricos, laudos de necropsias e biópsias e reavaliadas as lâminas coradas com hematoxilina e eosina (HE). Todos os dados, incluindo os epidemiológicos, foram compilados. Os melanomas amelanóticos foram submetidos ao exame imuno- histoquímico com anticorpo Melan-A. Em seguida, realizou-se imuno-histoquímica com Ki- 67 e as lâminas foram contracoradas com Giemsa. Calculou-se a fração de crescimento do Ki- 67 ao contar as células em 10 campos aleatórios de cada lâmina em objetivas de 40x. Do total de 78 casos de neoplasias melanocíticas do SAP, 32 localizavam-se em cavidade oral, 29 em pele, nove em leito ungueal e as demais em locais variados, totalizando 41 fêmeas e 37 machos. Os cães SRD (29) foram os mais acometidos. A idade foi informada em 70 fichas e variou de três a 19 anos. Em 48 casos foi possível analisar as características histopatológicas. Com relação ao aspecto morfológico, os tumores foram classificados em fusiforme (um caso), epitelióide (11 casos) ou misto (35 casos). O pleomorfismo foi acentuado em 36,9% das neoplasias e a média das mitoses, de todos os campos, foi de 10,5. Em 36/78 casos (33 melanomas e três melanocitomas) foi realizada a técnica imuno-histoquímica para Ki-67. Destes, 12 apresentaram resultado positivo: três melanomas amelanóticos, oito melanomas melanóticos e um melanocitoma. Após análise estatística, verificou-se que o resultado corroborou com a literatura, visto que a variante maligna apresentou maior fração de crescimento celular, maior índice mitótico que a variante benigna, além das demais alterações histológicas observadas. Sabe-se que, quando o valor da fração de crescimento do tumor encontra-se ≥ 15%, indica prognóstico desfavorável e está relacionado com índice mitótico ≥3 em 10 campos na objetiva de 40x. Em quatro casos de melanomas, a fração de crescimento corresponderam a 15,28%, 15,87%, 19,13%, e 51,3% e os índices mitóticos resultaram 5, 30, 60 e 70. Conclui-se que neoplasias melanocíticas são distribuídas igualmente em ambos os gêneros, acometem predominantemente cães a partir de três anos de idade e o local mais frequente da lesão é a cavidade oral, seguido por pele e leito ungueal. No que diz respeito às neoplasias melanocíticas diagnosticadas nos últimos 22 anos no Setor de Anatomia Patológica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pôde-se observar que os aspectos epidemiológicos relacionados ao sexo, idade, raça e localização corroboram com aqueles descritos na literatura, assim como os sítios de metástase. O melanoma melanótico foi iii observado com mais frequência, semelhante ao relatada na literatura mundial. A morfologia celular mais observada no presente estudo foi do tipo misto, diferentemente da maioria dos relatos, onde a mais frequente é a forma epitelióide. A fração de crescimento determinada pela contagem de mitoses e imunorreatividade ao Ki-67 variou significativamente entre tumores melanocíticos localizados na cavidade oral e pele. Na variante benigna, o índice proliferativo foi menor quando comparado com as neoplasias malignas e o método de contagem utilizado neste trabalho mostrou-se efetivo para todos os tipos de neoplasias melanocíticas estudadas independente da localização.
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