Discurso, moralidade e punição: juventude em conflito com a lei e família nas representações do judiciário
| Autor(a) principal: | |
|---|---|
| Data de Publicação: | 2017 |
| Tipo de documento: | Dissertação |
| Idioma: | por |
| Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
| Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11522 |
Resumo: | A presente pesquisa objetivou analisar as representações e os discursos produzidos pelos operadores da justiça acerca dos jovens (com idade entre 15 e 18 incompletos) que cometeram atos infracionais. Para tanto, foi realizado um trabalho de campo na Vara da Infância e da Juventude do Fórum de uma região localizada na Baixada Fluminense/RJ. Os recursos metodológicos utilizados corresponderam a observação não participante e a realização de entrevistas semiestruturadas. Constatou-se a produção de um perfil de jovem (negro, pobre e que mora em áreas periféricas) que aparece nas audiências judiciais, de igual modo, os jovens em conflito com a lei são estigmatizados e representados como sujeitos do crime, alguém do qual se espera que venha a cometer outros crimes. Nesse sentido, o discurso punitivista, o encarceramento seletivo da juventude negra e a criminalização da pobreza e das drogas também foram apontados. Ressalta-se como discursos morais estão presentes nas falas e nas ações dos operadores da justiça, atuando tanto na construção das representações criadas sobre os jovens em conflito com a lei, como no que diz respeito a suas famílias. De igual forma, as concepções sobre família “estruturada” e “desestruturada” presentes nas falas dos operadores, e as mães dos jovens que aparecem para os operadores como responsáveis pelas condutas praticadas pelos jovens, também são analisados. Por fim, se averiguou como a ótica da situação irregular, atrelada a representação sobre os jovens, faz deles objetos de direito do Estado, além do papel moral de “pai” repressivo, exercido pelo judiciário. A descrença nas falas dos jovens nas audiências judiciais, ligada a produção de discursos referentes à família desestruturada e a sua falta de controle e gerenciamento da vida dos jovens, juntamente com os processos de incriminação desses jovens foi verificado. |
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Paz, Mariana Ingrid de Oliveira PereiraPinto, Nalayne Mendonça036443807-08http://lattes.cnpq.br/9851975078166981Pinto, Nalayne MendonçaFernandes, Sílvia Regina AlvesPaes, Vivian Gilbert FerreiraRinaldi, Alessandra de AndradeBaptista, Bárbara Gomes Lupetti147395117-89http://lattes.cnpq.br/47653742831727392023-12-22T01:53:25Z2023-12-22T01:53:25Z2017-07-13Paz, Mariana Ingrid de Oliveira Pereira. Discurso, moralidade e punição: Juventude em conflito com a lei e Família nas representações do Judiciário. 2017. [117 f.]. Dissertação( Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, [Seropédica - RJ] .https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11522A presente pesquisa objetivou analisar as representações e os discursos produzidos pelos operadores da justiça acerca dos jovens (com idade entre 15 e 18 incompletos) que cometeram atos infracionais. Para tanto, foi realizado um trabalho de campo na Vara da Infância e da Juventude do Fórum de uma região localizada na Baixada Fluminense/RJ. Os recursos metodológicos utilizados corresponderam a observação não participante e a realização de entrevistas semiestruturadas. Constatou-se a produção de um perfil de jovem (negro, pobre e que mora em áreas periféricas) que aparece nas audiências judiciais, de igual modo, os jovens em conflito com a lei são estigmatizados e representados como sujeitos do crime, alguém do qual se espera que venha a cometer outros crimes. Nesse sentido, o discurso punitivista, o encarceramento seletivo da juventude negra e a criminalização da pobreza e das drogas também foram apontados. Ressalta-se como discursos morais estão presentes nas falas e nas ações dos operadores da justiça, atuando tanto na construção das representações criadas sobre os jovens em conflito com a lei, como no que diz respeito a suas famílias. De igual forma, as concepções sobre família “estruturada” e “desestruturada” presentes nas falas dos operadores, e as mães dos jovens que aparecem para os operadores como responsáveis pelas condutas praticadas pelos jovens, também são analisados. Por fim, se averiguou como a ótica da situação irregular, atrelada a representação sobre os jovens, faz deles objetos de direito do Estado, além do papel moral de “pai” repressivo, exercido pelo judiciário. A descrença nas falas dos jovens nas audiências judiciais, ligada a produção de discursos referentes à família desestruturada e a sua falta de controle e gerenciamento da vida dos jovens, juntamente com os processos de incriminação desses jovens foi verificado.Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ, FAPERJ, Brasil.The present study aimed to analyze the representations and speeches produced by the justice operators about the young people (aged between 15 and 18 incomplete) who committed infractional acts. For that, a field work was carried out in the Childhood and Youth Court of the Forum of a region located in the Baixada Fluminense / RJ. The methodological resources used corresponded to non-participant observation and semi-structured interviews. A profile of a young person (black, poor and living in peripheral areas) who appears in court hearings has been found, so young people in conflict with the law are stigmatized and represented as subjects of crime, someone you'd expect to commit other crimes. In this sense, the punitive discourse, the selective incarceration of black youth and the criminalization of poverty and drugs were also pointed out. It is emphasized how moral discourses are present in the speeches and in the actions of the justice operators, acting as much in the construction of the representations created on the young in conflict with the law, as with respect to their families. Likewise, the conceptions about "structured" and "unstructured" families present in the operators' speeches, and the mothers of the young that appear to the operators as responsible for the behaviors practiced by the young, are also analyzed. Finally, it was verified how the view of the irregular situation, coupled with representation about the young, makes them objects of State law, besides the moral role of a repressive "father", exercised by the judiciary. Disbelief in young people's speeches at court hearings, linked to the production of speeches concerning the unstructured family and their lack of control and management of young people's lives, together with the processes of incrimination of these young people was verified.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ciências SociaisUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e Sociaisjuventude em conflito com a leifamíliadiscurso punitivistayouth in conflict with the lawfamilypunitive discourseCiências SociaisDiscurso, moralidade e punição: juventude em conflito com a lei e família nas representações do judiciárioDiscourse, morality and punishment: Youth in conflict with the law and Family in the representations of the Judiciary. 2017. 117p. Dissertation (Master in Social Science).info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisABRAMO, Helena. Condição juvenil no Brasil contemporâneo. In: ABRAMO, H.; BRANCO, P.P.M. 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A presente pesquisa objetivou analisar as representações e os discursos produzidos pelos operadores da justiça acerca dos jovens (com idade entre 15 e 18 incompletos) que cometeram atos infracionais. Para tanto, foi realizado um trabalho de campo na Vara da Infância e da Juventude do Fórum de uma região localizada na Baixada Fluminense/RJ. Os recursos metodológicos utilizados corresponderam a observação não participante e a realização de entrevistas semiestruturadas. Constatou-se a produção de um perfil de jovem (negro, pobre e que mora em áreas periféricas) que aparece nas audiências judiciais, de igual modo, os jovens em conflito com a lei são estigmatizados e representados como sujeitos do crime, alguém do qual se espera que venha a cometer outros crimes. Nesse sentido, o discurso punitivista, o encarceramento seletivo da juventude negra e a criminalização da pobreza e das drogas também foram apontados. Ressalta-se como discursos morais estão presentes nas falas e nas ações dos operadores da justiça, atuando tanto na construção das representações criadas sobre os jovens em conflito com a lei, como no que diz respeito a suas famílias. De igual forma, as concepções sobre família “estruturada” e “desestruturada” presentes nas falas dos operadores, e as mães dos jovens que aparecem para os operadores como responsáveis pelas condutas praticadas pelos jovens, também são analisados. Por fim, se averiguou como a ótica da situação irregular, atrelada a representação sobre os jovens, faz deles objetos de direito do Estado, além do papel moral de “pai” repressivo, exercido pelo judiciário. A descrença nas falas dos jovens nas audiências judiciais, ligada a produção de discursos referentes à família desestruturada e a sua falta de controle e gerenciamento da vida dos jovens, juntamente com os processos de incriminação desses jovens foi verificado. |
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