Da reforma à (re)construção: as prescrições do Banco Mundial para os Estados nacionais (1989 - 2011)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13892 |
Resumo: | Esta dissertação dedica-se ao estudo das prescrições do Banco Mundial para a reforma e reconstrução dos Estados nacionais no pós-Guerra Fria, a partir da análise dos “Relatórios Sobre o Desenvolvimento Mundial” publicados no período. O Banco cumpriu papel fundamental na remodelagem política e econômica dos Estados periféricos, dentro dos marcos da agenda neoliberal, em especial após a crise da dívida latino-americana na década de 1980. A organização teve atuação destacada tanto na proliferação do pacote de medidas sintetizado no “Consenso de Washington”, quanto no debate sobre a superação do mesmo após as crises em meados dos anos de 1990. No decênio seguinte, na esteira dos ataques ao World Trade Center, o Banco Mundial assumiu matérias relacionadas à segurança, passando a ter os “Estados frágeis” como um dos elementos centrais da agenda, e lançou-se como um dos atores centrais no campo da reconstrução. Durante o recorte temporal proposto, a pauta da reforma do Estado forjada no início da década de 1990 se manteve na agenda do Banco, apesar das alterações conjunturais. Por intermédio do neoinstitucionalismo, a agência produziu o que ficou conhecido como “Consenso de Washington ampliado”, incorporando novos âmbitos ao pacote reformador, aumentando as áreas de atuação e sofisticando os mecanismos de intervenção. A atuação da agência também foi marcada pelo alargamento e politização do seu mandato. Durante a década de 1990, através da categoria de "governança", a organização expandiu suas áreas de atuação e esteve cada vez mais próxima da engenharia institucional dos Estados, construindo o arcabouço do que denominou “Estado efetivo”. No decênio seguinte, com a pauta das ameaças internacionais, o Banco Mundial alcançou a própria ideia de construção e um Estado nacional. A agenda produzida combinou o combate às ameaças à segurança, a reforma do Estado e o “Consenso de Washington ampliado”. Por um lado, há a reforma das instituições dos Estados emergentes e pobres. Por outro, há a reconstrução dos Estados considerados fracassados. |
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Mateus, Rafael de Paula FernandesPereira, João Márcio Mendes052.504.387-09Pereira, João Márcio MendesSales, Jean RodriguesGarcia, Ana Elisa SaggioroFontes, Virgínia Maria Gomes de Mattos136.616.827-50http://lattes.cnpq.br/52705279267531762023-12-22T02:52:09Z2023-12-22T02:52:09Z2016-06-29MATEUS, Rafael de Paula Fernandes. Da reforma à (re)construção: as prescrições do Banco Mundial para os Estados nacionais (1989 - 2011). 2016. 175 f. Dissertação (Mestrado em História). Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2016.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13892Esta dissertação dedica-se ao estudo das prescrições do Banco Mundial para a reforma e reconstrução dos Estados nacionais no pós-Guerra Fria, a partir da análise dos “Relatórios Sobre o Desenvolvimento Mundial” publicados no período. O Banco cumpriu papel fundamental na remodelagem política e econômica dos Estados periféricos, dentro dos marcos da agenda neoliberal, em especial após a crise da dívida latino-americana na década de 1980. A organização teve atuação destacada tanto na proliferação do pacote de medidas sintetizado no “Consenso de Washington”, quanto no debate sobre a superação do mesmo após as crises em meados dos anos de 1990. No decênio seguinte, na esteira dos ataques ao World Trade Center, o Banco Mundial assumiu matérias relacionadas à segurança, passando a ter os “Estados frágeis” como um dos elementos centrais da agenda, e lançou-se como um dos atores centrais no campo da reconstrução. Durante o recorte temporal proposto, a pauta da reforma do Estado forjada no início da década de 1990 se manteve na agenda do Banco, apesar das alterações conjunturais. Por intermédio do neoinstitucionalismo, a agência produziu o que ficou conhecido como “Consenso de Washington ampliado”, incorporando novos âmbitos ao pacote reformador, aumentando as áreas de atuação e sofisticando os mecanismos de intervenção. A atuação da agência também foi marcada pelo alargamento e politização do seu mandato. Durante a década de 1990, através da categoria de "governança", a organização expandiu suas áreas de atuação e esteve cada vez mais próxima da engenharia institucional dos Estados, construindo o arcabouço do que denominou “Estado efetivo”. No decênio seguinte, com a pauta das ameaças internacionais, o Banco Mundial alcançou a própria ideia de construção e um Estado nacional. A agenda produzida combinou o combate às ameaças à segurança, a reforma do Estado e o “Consenso de Washington ampliado”. Por um lado, há a reforma das instituições dos Estados emergentes e pobres. Por outro, há a reconstrução dos Estados considerados fracassados.CAPESThis work aims to study World Bank prescriptions for reform and reconstruction of national states in the post-Cold War Era, based on the analysis of the World Development Reportspublished in that period. The Bank played a key role in the economic and political reshaping of the peripheral states, within the frameworks of the neoliberal agenda, especially after the Latin American debt crisis of the 1980s. The organization played a prominent role in the proliferation of the package of measures summarized in the "Washington Consensus" and the debate about overcoming the itafter the crisis in the mid 1990s. In the following decade, in the wake of the attacks on the World Trade Center, the World Bank introduced measures related to security, with the "fragile states" as one of the central elements of its agenda and became one of the central actors in the field of reconstruction.During the proposed time frame, the agenda of state reform forged in the early 1990s remained on the agenda of the Bank, despite the conjuncturalchanges.Through the neoinstitutionalism, the agency produced what became known as the "Washington Consensus expanded," incorporating new areas to its reform package, increasing the areas and sophisticating intervention mechanisms.The agency's acting was also marked by the enlargement and politicization of its mandate. During the 1990s, through the category of "governance", the organization expanded its areas of operation and has been ever closer to the institutional engineering of states, building the framework of what it called an "effective state".In the following decade, with the agenda of international threats, the World Bank has achieved the idea of construction and a national state. The resulting agendacombined fighting threats to security, reform of the state and the "Washington Consensus expanded." On the one hand, there is the reform of the institutions of emerging as well as of poor states. On the other, there is the reconstruction of so-called failed states.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e SociaisWorld Bankreform of the statereconstruction of stateBanco Mundialreforma do Estadoreconstrução do EstadoHistóriaDa reforma à (re)construção: as prescrições do Banco Mundial para os Estados nacionais (1989 - 2011)From reform to reconstruction: World Bank prescriptions for national States (1989 - 2011)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisACUÑA, Carlos; SMITH, William. La economia politica del ajuste estrutural: la logica de apoyo y oposicion a las reformas neoliberais, Desarrollo Económico, vol. 36, nº 141, abril-junio, 1996, pp. 355 – 389. AHMAD, Aiijaz. Imperialism of our time. In: PANITCH, Leo; COLIN, Leys. Socialist Register 2004: the new imperial challenge. London: Merlin Press, 2003, pp. 43 – 62. ALBO, Gregory. 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Esta dissertação dedica-se ao estudo das prescrições do Banco Mundial para a reforma e reconstrução dos Estados nacionais no pós-Guerra Fria, a partir da análise dos “Relatórios Sobre o Desenvolvimento Mundial” publicados no período. O Banco cumpriu papel fundamental na remodelagem política e econômica dos Estados periféricos, dentro dos marcos da agenda neoliberal, em especial após a crise da dívida latino-americana na década de 1980. A organização teve atuação destacada tanto na proliferação do pacote de medidas sintetizado no “Consenso de Washington”, quanto no debate sobre a superação do mesmo após as crises em meados dos anos de 1990. No decênio seguinte, na esteira dos ataques ao World Trade Center, o Banco Mundial assumiu matérias relacionadas à segurança, passando a ter os “Estados frágeis” como um dos elementos centrais da agenda, e lançou-se como um dos atores centrais no campo da reconstrução. Durante o recorte temporal proposto, a pauta da reforma do Estado forjada no início da década de 1990 se manteve na agenda do Banco, apesar das alterações conjunturais. Por intermédio do neoinstitucionalismo, a agência produziu o que ficou conhecido como “Consenso de Washington ampliado”, incorporando novos âmbitos ao pacote reformador, aumentando as áreas de atuação e sofisticando os mecanismos de intervenção. A atuação da agência também foi marcada pelo alargamento e politização do seu mandato. Durante a década de 1990, através da categoria de "governança", a organização expandiu suas áreas de atuação e esteve cada vez mais próxima da engenharia institucional dos Estados, construindo o arcabouço do que denominou “Estado efetivo”. No decênio seguinte, com a pauta das ameaças internacionais, o Banco Mundial alcançou a própria ideia de construção e um Estado nacional. A agenda produzida combinou o combate às ameaças à segurança, a reforma do Estado e o “Consenso de Washington ampliado”. Por um lado, há a reforma das instituições dos Estados emergentes e pobres. Por outro, há a reconstrução dos Estados considerados fracassados. |
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