Efeitos gastrointestinais e sistêmicos em eqüinos submetidos à sobrecarga dietética com amido

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Tiago Marques dos
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11846
Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar as alterações sistêmicas, da mucosa e conteúdo do trato gastrointestinal de eqüinos submetidos à sobrecarga dietética com amido. Foram utilizados oito eqüinos adultos castrados, com peso vivo médio de 364 kg, adaptados a dieta composta por feno de Coastcross e concentrado, na proporção de 60:40. Foi utilizado um delineamento experimental com três tratamentos: Tratamento I (Controle) (n=2), eutanásia dos animais sem sobrecarga com amido; Tratamentos II (n=3) e III (n=3), animais submetidos à sobrecarga com amido, com infusão gástrica de 17,6 g amido/kg de peso corporal e eutanásia após 24 e 36 horas, respectivamente. Os eqüinos foram submetidos a avaliações clínicas, hematológicas e físico-químicas das fezes antes da sobrecarga e 2, 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32 e 36 horas pós-sobrecarga. Os animais apresentaram-se apáticos quatro horas após a sobrecarga permanecendo assim até o final da avaliação e apenas um animal apresentou claudicação, 36 horas pós-sobrecarga. Não houve diferença (P>0,05) na freqüência cardíaca, freqüência respiratória, temperatura corporal e temperatura dos cascos. Houve aumento (P<0,05) no volume globular e proteína plasmática total, 24 horas pós-sobrecarga, variando de 26,7 a 32,0% e de 7,1 e 8,1 g/dL, respectivamente. Houve diferença (P<0,05) na concentração plasmática de lactato no tempo zero, 20 e 28 horas pós-sobrecarga, com valores de 0,7, 1,04 e 1,22 mmol/L, respectivamente. A concentração plasmática de endotoxinas não ultrapassou 0,1000 EU/mL, podendo estar até mesmo ausente. O conteúdo do intestino grosso nos eqüinos submetidos à sobrecarga apresentou cor verde esbranquiçada, aspecto leitoso, com bolhas de gás e odor ácido. Não houve diferença (P>0,05) no teor de água das fezes e do conteúdo da digesta, no entanto, o pH fecal reduziu ao longo de 36 horas pós-sobrecarga (P<0,01), variando de 6,09 a 4,46. Houve redução na capacidade de tamponamento das fezes nos eqüinos submetidos à sobrecarga e, de forma similar, ocorreu no conteúdo do ceco-cólon. O cólon dorsal direito, cólon transverso e cólon descendente foram os segmentos, com exceção do estômago, que apresentaram a digesta com menores valores de pH, variando de 4,49 a 4,56. À histopatologia, a infiltração de eosinófilos esteve presente na mucosa e submucosa de todos os eqüinos, no entanto, somente em dois eqüinos submetidos à sobrecarga, observou-se leucocitoestase de neutrófilos e eosinófilos, com predominância de neutrófilos no intestino grosso. As alterações circulatórias observadas no trato gastrointestinal foram congestão, edema e dilatação de vasos linfáticos, sendo mais evidentes na submucosa, local de maior infiltração de células inflamatórias nos eqüinos submetidos à sobrecarga. A mucosa dos segmentos do trato gastrointestinal dos eqüinos eutanasiados 36 horas póssobrecarga apresentou maior grau de imunorreatividade anti-mieloperoxidase, seguido dos eqüinos avaliados 24 horas pós-sobrecarga e dos eqüinos do tratamento controle, variando de 2,7 a 4,0, 1,0 a 3,7 e 1,0 a 2,5, respectivamente. A sobrecarga dietética com amido em eqüinos promove fermentação intensa no ceco-cólon, predispondo ao aparecimento de distúrbios clínicos, alterações do conteúdo da digesta e lesões de leve a moderada na mucosa e submucosa do trato gastrointestinal dos eqüinos, após 36 horas da sobrecarga.
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Foi utilizado um delineamento experimental com três tratamentos: Tratamento I (Controle) (n=2), eutanásia dos animais sem sobrecarga com amido; Tratamentos II (n=3) e III (n=3), animais submetidos à sobrecarga com amido, com infusão gástrica de 17,6 g amido/kg de peso corporal e eutanásia após 24 e 36 horas, respectivamente. Os eqüinos foram submetidos a avaliações clínicas, hematológicas e físico-químicas das fezes antes da sobrecarga e 2, 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32 e 36 horas pós-sobrecarga. Os animais apresentaram-se apáticos quatro horas após a sobrecarga permanecendo assim até o final da avaliação e apenas um animal apresentou claudicação, 36 horas pós-sobrecarga. Não houve diferença (P>0,05) na freqüência cardíaca, freqüência respiratória, temperatura corporal e temperatura dos cascos. Houve aumento (P<0,05) no volume globular e proteína plasmática total, 24 horas pós-sobrecarga, variando de 26,7 a 32,0% e de 7,1 e 8,1 g/dL, respectivamente. 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À histopatologia, a infiltração de eosinófilos esteve presente na mucosa e submucosa de todos os eqüinos, no entanto, somente em dois eqüinos submetidos à sobrecarga, observou-se leucocitoestase de neutrófilos e eosinófilos, com predominância de neutrófilos no intestino grosso. As alterações circulatórias observadas no trato gastrointestinal foram congestão, edema e dilatação de vasos linfáticos, sendo mais evidentes na submucosa, local de maior infiltração de células inflamatórias nos eqüinos submetidos à sobrecarga. A mucosa dos segmentos do trato gastrointestinal dos eqüinos eutanasiados 36 horas póssobrecarga apresentou maior grau de imunorreatividade anti-mieloperoxidase, seguido dos eqüinos avaliados 24 horas pós-sobrecarga e dos eqüinos do tratamento controle, variando de 2,7 a 4,0, 1,0 a 3,7 e 1,0 a 2,5, respectivamente. A sobrecarga dietética com amido em eqüinos promove fermentação intensa no ceco-cólon, predispondo ao aparecimento de distúrbios clínicos, alterações do conteúdo da digesta e lesões de leve a moderada na mucosa e submucosa do trato gastrointestinal dos eqüinos, após 36 horas da sobrecarga.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESThis work aimed to evaluate gastrointestinal and systemic disturbances, and mucosa and gut contents of gastrointestinal tract of horses subjected to overload carbohydrate. Eight crossbreed mature horses were used with body weight (BW) average of 364kg, geldings, adapted to diet composed by grass hay and concentrate, in a 60:40 proportion. A complete randomized design was used with horses allocated in three treatments. Treatment I: (Control) (n=2) horses were slaughtered without overload carbohydrate; Treatment II (n=3) and III (n=3), horses subjected to overload carbohydrate, with gastric infusion of 17.6 g starch/kg BW, and slaughtered after 24 and 36 hours, respectively. Horses were subjected to clinical, hematological and fecal evaluations before the overload and 2, 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32 and 36 hours after overload. Four hours after overload horses became depressed and keeping until the end of evaluation, and one horse presented lameness 36 hours after overload. Any difference (P>0.05) were observed in heart rate, respiratory rate, body temperature and hoof temperature. Increase in packed cell volume and plasma protein concentration were observed 24 hours after overload, varying from 26.7 to 32.0% and 7.1 to 8.1 g/dL, respectively (P<0.05). Differences were observed (P<0.05) in plasmatic lactate concentration in zero, 20 and 28 hours after overload, with values of 0.7, 1.04 and 1.22 mmol/L, respectively. Plasma endotoxin concentration didn't cross 0.1000 EU/mL and may be not present. There were any difference (P>0.05) in fecal and digesta water content, however, fecal pH reduced along 36 hours post-overload (P <0.01), varying from 6.09 to 4.46. Content of large intestine in horses subjected to overload presented whitish-green color, milk aspect, with gas bubbles and acid odor. There weren t difference (P>0.05) in water content of feces and digesta, however, fecal pH reduced along 36 hours post-overload (P <0.01), varying from 6.09 to 4.46. Buffering capacity of ceco-colon digesta and feces were reduced in horses subjected to overload. Right dorsal colon, transverse colon and descendent colon were segments, except stomach, that presented lower pH values, varying from 4.49 to 4.56. Eosinophils infiltration were presented in mucosa and submucosa of all horses, however, only horses submitted to overload presented neutrophils and eosinophils leucocitoestase with neutrophils predominance restricted to large intestine. Tract gastrointestinal circulatory alterations observed were congestion, edema and lymphatic vessels dilatation, more evident in submucosa, with larger inflammatory cells infiltration in horses subjected to overload. Intestinal mucosa 36 hours after overload presented larger degree of imunorreactivity anti-myeloperoxidase, followed by horses evaluated at 24 hours after overload and control horses, varying from 2.7 to 4.0, 1.0 to 3.7 and 1.0 to 2.5, respectively. Overload carbohydrate in horses promoted intensive fermentation in ceco-colon, predisposing clinical disturbances, digesta alterations and mucosa and submucosa lesions at gastrointestinal tract of horses with light to moderate degree,36 hours after overload.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasUFRRJBrasilInstituto de Veterináriaabdômen agudoeqüinosgastroenterologiaacute abdomenequinegastroenterologyMedicina VeterináriaEfeitos gastrointestinais e sistêmicos em eqüinos submetidos à sobrecarga dietética com amidoGastrointestinal and systemic effects in horses subject to overload carbohydrateinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttps://tede.ufrrj.br/retrieve/59651/2007%20-%20Tiago%20Marques%20dos%20Santos.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/tede/747Made available in DSpace on 2016-04-28T20:15:26Z (GMT). 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