A luta pelo controle da informação nas redações cariocas (1975-1981). A abertura política e as estratégias de poder no campo do jornalismo.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vaz, Ana Lúcia
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10065
Resumo: A presente tese tem como objetivo analisar as estratégias dos jornalistas na luta pelo controle da informação, no período da abertura política da ditadura militar. Utilizando os conceitos de campo e de habitus, de Pierre Bourdieu, esta pesquisa investiga o campo do jornalismo para identificar as estratégias de luta de seus agentes na disputa de poder com a instituição da censura. Para tanto, foram analisadas reportagens dos jornais O Globo e Jornal do Brasil sobre as bombas do Riocentro (1981), que revelaram critérios de seleção próprios aos procedimentos jornalísticos que condicionam as narrativas públicas sobre o episódio. Através de fontes orais e de registros nas páginas dos jornais, descreveu-se a estrutura e os procedimentos de produção da notícia, as condições de trabalho do jornalista e as relações entre repórteres, colunistas, editores e diretores de jornal com as instâncias de poder de Estado. Com isso, demonstrou-se a interdependência entre os campos do jornalismo e da política, não como desvio de função da instituição imprensa, mas como parte das regras que constituem e são constituídas pelos dois campos. Neste sentido, a censura pode ser vista como uma estratégia do Estado que rompe as regras do jogo de poder pela invasão do campo jornalístico. Os agentes do campo invadido reagem pela unificação do campo para enfrentamento do invasor. Com isso, as estratégias de controle da informação próprias ao campo do jornalismo foram ocultadas por uma narrativa que supervalorizou a ação da censura e o princípio da resistência como condição de pertencimento ao campo do jornalismo.
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Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2019.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10065A presente tese tem como objetivo analisar as estratégias dos jornalistas na luta pelo controle da informação, no período da abertura política da ditadura militar. Utilizando os conceitos de campo e de habitus, de Pierre Bourdieu, esta pesquisa investiga o campo do jornalismo para identificar as estratégias de luta de seus agentes na disputa de poder com a instituição da censura. Para tanto, foram analisadas reportagens dos jornais O Globo e Jornal do Brasil sobre as bombas do Riocentro (1981), que revelaram critérios de seleção próprios aos procedimentos jornalísticos que condicionam as narrativas públicas sobre o episódio. Através de fontes orais e de registros nas páginas dos jornais, descreveu-se a estrutura e os procedimentos de produção da notícia, as condições de trabalho do jornalista e as relações entre repórteres, colunistas, editores e diretores de jornal com as instâncias de poder de Estado. Com isso, demonstrou-se a interdependência entre os campos do jornalismo e da política, não como desvio de função da instituição imprensa, mas como parte das regras que constituem e são constituídas pelos dois campos. Neste sentido, a censura pode ser vista como uma estratégia do Estado que rompe as regras do jogo de poder pela invasão do campo jornalístico. Os agentes do campo invadido reagem pela unificação do campo para enfrentamento do invasor. Com isso, as estratégias de controle da informação próprias ao campo do jornalismo foram ocultadas por uma narrativa que supervalorizou a ação da censura e o princípio da resistência como condição de pertencimento ao campo do jornalismo.CAPESThis thesis’ goal is to analyze the strategies of journalists in the struggle for information control, during the political opening of the military dictatorship. Using Pierre Bourdieu’s concepts of field and habitus, this research investigates the field of journalism in order to identify its agents’ strategies in the struggle for power against government censorship. With this goal, we analyzed reports by the newspapers O Globo and Jornal do Brasil on the Riocentro bombs (1981) that revealed selection criteria specific to the journalistic procedures tailoring the public narratives about the episode. Through oral sources and newspaper pages records, this work describes the structure and procedures of news production, the journalists’ working conditions and the relations between reporters, columnists, editors and newspaper directors with state power instances. The interdependence between the fields of journalism and politics is then revealed, not as a deviation from the press institution's function, but as part of the rules that constitute and are constituted by both fields. In this sense, censorship may be seen as a state strategy that breaks the power game rules by invading the journalistic field. The invaded field agents react by unifying the field to confront the invader. The field of journalism’s strategies of information control are then hidden by a narrative that overestimated the action of censorship and the principle of resistance as a belonging condition to the field of journalism.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e SociaisCensuraCampo do jornalismoBombas do RiocentroDitadura militarNotíciaCensorshipField of journalismRiocentro bombsMilitary dictatorshipNewsHistóriaCiências SociaisA luta pelo controle da informação nas redações cariocas (1975-1981). A abertura política e as estratégias de poder no campo do jornalismo.The struggle for information control in Rio de Janeiro newsrooms (1975- 1981). Political opening and power strategies in the field of journalism.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisABRAMO, Cláudio. A Regra do Jogo: O jornalismo e a ética do marceneiro. São Paulo: Schwarcz, 1988. 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Antônio Henrique Lago: realizada em 29 de novembro de 2017, na residência do entrevistado. Belisa Ribeiro: realizada em 27 de julho de 2017, via skipe. Celeste Soares Cintra Lima: realizada em 28 de novembro de 2018 na Casinha da Paz, Spa Pedro Américo Zen, Rua Pedro Américo, 329. José Sérgio Rocha, Osvaldo Maneschy e Cláudio Renato Ferreira da Silva: realizada no dia 21 de julho de 2017, no restaurante Toca do Baiacu, Rua do Ouvidor. Joelle Rouchou: realizada em 27 de setembro de 2018 na Fundação Casa de Rui Barbosa, Rua São Clemente. Kristina Michahelles: realizada em 26 de setembro de 2018, na padaria La Bicyclette, Rua Pacheco Leão, 320. Luarlindo Ernesto Silva: realizada em 26 de maio de 2017 na redação do jornal O Dia. Luiz Eduardo Rezende: realizada em 21 de setembro de 2018 na residência da entrevistadora. Milton Coelho da Graça: realizada em 5 de dezembro de 2017, na sede do CPDA/UFRRJ, Rua Presidente Vargas, 417, 6º andar. Murilo Rocha: realizada em 19 de setembro de 2018, no gabinete da vereadora Teresa Berger, Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Regina Zappa: realizada em 27 de novembro de 2018, na residência da entrevistada. Romildo Guerrante: realizada em 26 de julho de 2017, na residência do entrevistado. Ubirajara Roulien: realizada em 26 de novembro de 2018, na residência do entrevistado. Vera Perfeito: realizada em 25 de setembro de 2018, na residência da entrevistada.https://tede.ufrrj.br/retrieve/69437/2019%20-%20Ana%20Lucia%20Vaz.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/5692Submitted by Leticia Schettini (leticia@ufrrj.br) on 2022-05-25T13:06:40Z No. of bitstreams: 1 2019 - Ana Lucia Vaz.pdf: 11445044 bytes, checksum: 01bb0bba3d6b396a1763297731b3399e (MD5)Made available in DSpace on 2022-05-25T13:06:40Z (GMT). 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description A presente tese tem como objetivo analisar as estratégias dos jornalistas na luta pelo controle da informação, no período da abertura política da ditadura militar. Utilizando os conceitos de campo e de habitus, de Pierre Bourdieu, esta pesquisa investiga o campo do jornalismo para identificar as estratégias de luta de seus agentes na disputa de poder com a instituição da censura. Para tanto, foram analisadas reportagens dos jornais O Globo e Jornal do Brasil sobre as bombas do Riocentro (1981), que revelaram critérios de seleção próprios aos procedimentos jornalísticos que condicionam as narrativas públicas sobre o episódio. Através de fontes orais e de registros nas páginas dos jornais, descreveu-se a estrutura e os procedimentos de produção da notícia, as condições de trabalho do jornalista e as relações entre repórteres, colunistas, editores e diretores de jornal com as instâncias de poder de Estado. Com isso, demonstrou-se a interdependência entre os campos do jornalismo e da política, não como desvio de função da instituição imprensa, mas como parte das regras que constituem e são constituídas pelos dois campos. Neste sentido, a censura pode ser vista como uma estratégia do Estado que rompe as regras do jogo de poder pela invasão do campo jornalístico. Os agentes do campo invadido reagem pela unificação do campo para enfrentamento do invasor. Com isso, as estratégias de controle da informação próprias ao campo do jornalismo foram ocultadas por uma narrativa que supervalorizou a ação da censura e o princípio da resistência como condição de pertencimento ao campo do jornalismo.
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Disponível em: www.youtube.com/watch?v=d1oGbON1wIM&t=14s FONTES HISTORIOGRÁFICAS Fontes orais Entrevistas realizadas pela autora: Ana Lagoa: realizada em 8 de dezembro de 2017, na residência da entrevistada. Antero Luiz Martins Cunha: realizada em 9 de agosto de 2017 no escritório de advocacia do entrevistado. Antônio Henrique Lago: realizada em 29 de novembro de 2017, na residência do entrevistado. Belisa Ribeiro: realizada em 27 de julho de 2017, via skipe. Celeste Soares Cintra Lima: realizada em 28 de novembro de 2018 na Casinha da Paz, Spa Pedro Américo Zen, Rua Pedro Américo, 329. José Sérgio Rocha, Osvaldo Maneschy e Cláudio Renato Ferreira da Silva: realizada no dia 21 de julho de 2017, no restaurante Toca do Baiacu, Rua do Ouvidor. Joelle Rouchou: realizada em 27 de setembro de 2018 na Fundação Casa de Rui Barbosa, Rua São Clemente. Kristina Michahelles: realizada em 26 de setembro de 2018, na padaria La Bicyclette, Rua Pacheco Leão, 320. Luarlindo Ernesto Silva: realizada em 26 de maio de 2017 na redação do jornal O Dia. Luiz Eduardo Rezende: realizada em 21 de setembro de 2018 na residência da entrevistadora. Milton Coelho da Graça: realizada em 5 de dezembro de 2017, na sede do CPDA/UFRRJ, Rua Presidente Vargas, 417, 6º andar. Murilo Rocha: realizada em 19 de setembro de 2018, no gabinete da vereadora Teresa Berger, Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Regina Zappa: realizada em 27 de novembro de 2018, na residência da entrevistada. Romildo Guerrante: realizada em 26 de julho de 2017, na residência do entrevistado. Ubirajara Roulien: realizada em 26 de novembro de 2018, na residência do entrevistado. Vera Perfeito: realizada em 25 de setembro de 2018, na residência da entrevistada.
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