Presença de dinoflagelados bentônicos potencialmente tóxicos: identificação do perigo em áreas destinadas à maricultura na Baía de Sepetiba, RJ
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9296 |
Resumo: | A malacocultura (cultivo de moluscos) é a segunda atividade mais expressiva da maricultura brasileira, onde o cultivo de moluscos bivalvos (mexilhões, ostras e vieiras) destaca-se nacionalmente. Como alimento utilizado pelo homem, os bivalvos são considerados de excelente valor nutricional, pois contém proteínas de excelente valor biológico, baixo teor de gorduras, vitaminas, minerais e carboidratos. No entanto, a contaminação destes organismos por algas tóxicas e pelas ficotoxinas constitui um perigo para a saúde dos consumidores, principalmente nas áreas de produção sem monitoramento, consideradas pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental de alto risco para a saúde pública. O monitoramento efetivo é a única forma de garantir a qualidade higiênico-sanitária do molusco comercializado e a segurança do consumidor. Nas Baías de Sepetiba e Ilha Grande (RJ) a ficotoxina diarréica ácido okadaico (AO) foi detectada em mexilhões de bancos naturais e cultivados. Sua produção foi associada a dinoflagelados planctônicos do gênero Dinophysis. No entanto, o papel de dinoflagelados bentônicos na produção de AO e de outras ficotoxinas de origem bentônica ainda é pouco estudado. Neste contexto, o presente estudo objetivou investigar a ocorrência de dinoflagelados bentônicos potencialmente tóxicos associados à macroalgas coletadas nas ilhas Guaíba e Marambaia por serem áreas de cultivo e de extração natural de mexilhões (Perna perna). Macroalgas foram coletadas mensalmente (janeiro a dezembro de 2008) por mergulho livre (1 metro), usando bolsa de polietileno. Em seguida foram transferidas para garrafas de polietileno e agitadas (1 minuto) para separar os dinoflagelados epífitos. O material foi filtrado em diferentes malhas (150, 115 e 20μm) e o volume final de 250ml foi concentrado e fixado. Somente os dinoflagelados potencialmente tóxicos e nocivos foram identificados e quantificados (Método de Uthermöl) sob microscopia invertida. As macroalgas foram fixadas e identificadas. A densidade celular de dinoflagelados foi expressa em relação ao peso seco da macroalga (células.g-1). Foram identificadas 32 espécies de macroalgas (8 feofíceas, 6 clorofíceas e 18 rodofíceas). A partir de 97 amostras de dinoflagelados identificou-se 11 morfotipos de dinoflagelados: Coolia sp., Prorocentrum cf. arenarium, P. cf. balticum, P. cf. concavum, P. cf. emarginatum, P. gracile, P. cf. lima, P. cf. mexicanum, P. micans, Ostreopsis sp1 e sp2 ocorrendo em Padina, Sargassum, Codium, Caulerpa e Laurência, substratos mais freqüentes no período estudado. A análise de variância bifatorial mostrou diferenças espaciais e temporais entre as concentrações de Ostreopsis e Prorocentrum. Ostreopsis ocorreu ao longo de todo o ano, em ambos locais associados principalmente à Padina gymnospora. A ilha Guaíba apresentou constantemente maiores densidades celulares e riqueza de Prorocentrum. O verão foi à época do ano onde Prorocentrum foi mais abundante. Coolia apresentou ocorrência pontual e esporádica. O conhecimento da ocorrência de dinoflagelados potencialmente tóxicos é importante para melhor compreender a real implicação dessas espécies na produção e transferência de toxinas na teia trófica costeira, além de poder contribuir, com as informações geradas, para o desenvolvimento da maricultura responsável no litoral sul do Rio de Janeiro sob a perspectiva do alimento seguro. |
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Como alimento utilizado pelo homem, os bivalvos são considerados de excelente valor nutricional, pois contém proteínas de excelente valor biológico, baixo teor de gorduras, vitaminas, minerais e carboidratos. No entanto, a contaminação destes organismos por algas tóxicas e pelas ficotoxinas constitui um perigo para a saúde dos consumidores, principalmente nas áreas de produção sem monitoramento, consideradas pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental de alto risco para a saúde pública. O monitoramento efetivo é a única forma de garantir a qualidade higiênico-sanitária do molusco comercializado e a segurança do consumidor. Nas Baías de Sepetiba e Ilha Grande (RJ) a ficotoxina diarréica ácido okadaico (AO) foi detectada em mexilhões de bancos naturais e cultivados. Sua produção foi associada a dinoflagelados planctônicos do gênero Dinophysis. No entanto, o papel de dinoflagelados bentônicos na produção de AO e de outras ficotoxinas de origem bentônica ainda é pouco estudado. Neste contexto, o presente estudo objetivou investigar a ocorrência de dinoflagelados bentônicos potencialmente tóxicos associados à macroalgas coletadas nas ilhas Guaíba e Marambaia por serem áreas de cultivo e de extração natural de mexilhões (Perna perna). Macroalgas foram coletadas mensalmente (janeiro a dezembro de 2008) por mergulho livre (1 metro), usando bolsa de polietileno. Em seguida foram transferidas para garrafas de polietileno e agitadas (1 minuto) para separar os dinoflagelados epífitos. O material foi filtrado em diferentes malhas (150, 115 e 20μm) e o volume final de 250ml foi concentrado e fixado. Somente os dinoflagelados potencialmente tóxicos e nocivos foram identificados e quantificados (Método de Uthermöl) sob microscopia invertida. As macroalgas foram fixadas e identificadas. A densidade celular de dinoflagelados foi expressa em relação ao peso seco da macroalga (células.g-1). Foram identificadas 32 espécies de macroalgas (8 feofíceas, 6 clorofíceas e 18 rodofíceas). A partir de 97 amostras de dinoflagelados identificou-se 11 morfotipos de dinoflagelados: Coolia sp., Prorocentrum cf. arenarium, P. cf. balticum, P. cf. concavum, P. cf. emarginatum, P. gracile, P. cf. lima, P. cf. mexicanum, P. micans, Ostreopsis sp1 e sp2 ocorrendo em Padina, Sargassum, Codium, Caulerpa e Laurência, substratos mais freqüentes no período estudado. A análise de variância bifatorial mostrou diferenças espaciais e temporais entre as concentrações de Ostreopsis e Prorocentrum. Ostreopsis ocorreu ao longo de todo o ano, em ambos locais associados principalmente à Padina gymnospora. A ilha Guaíba apresentou constantemente maiores densidades celulares e riqueza de Prorocentrum. O verão foi à época do ano onde Prorocentrum foi mais abundante. Coolia apresentou ocorrência pontual e esporádica. O conhecimento da ocorrência de dinoflagelados potencialmente tóxicos é importante para melhor compreender a real implicação dessas espécies na produção e transferência de toxinas na teia trófica costeira, além de poder contribuir, com as informações geradas, para o desenvolvimento da maricultura responsável no litoral sul do Rio de Janeiro sob a perspectiva do alimento seguro.Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de JaneiroThe malacoculture (cultivation of shellfish) is the second most significant activity of the Brazilian mariculture, where the cultivation of bivalve molluscs (mussels, oysters and scallops) stands out nationally. The bivalves show an excellent nutritional value when they are used as food by humans, containing a great biological value of protein, low in fat, vitamins, minerals and carbohydrates. However, their contamination by toxic algae and its phycotoxins represents a danger to consumer s health, particularly in the production areas without monitoring, considered by the Intergovernmental Oceanographic Commission of high risk to public health. The effective monitoring is the only way to ensure the hygienic-sanitary quality of commercialized shellfish and consumer s safety. The diarrheic phycotoxin okadaic acid (OA) was detected in mussels from natural beds and from shellfish farms located in the bays of Sepetiba and Ilha Grande (RJ). Its production was associated with planktonic dinoflagellates of the Dinophysis genus. However, the role of benthic dinoflagellates in the production of OA and other benthic phycotoxins is still poorly studied. In this context, this study aimed to investigate the occurrence of potentially toxic benthic dinoflagellates associated with macroalgae collected in Guaiba and Marambaia islands, areas of cultivation and extraction of mussels (Perna perna). Macroalgae were collected monthly (january to december 2008) by snorkeling (1 meter), using a polyethylene bag, then were transferred to polyethylene bottles and agitated (1 minute) to separate the epiphytic dinoflagellates. The material was filtered on differents meshes (150, 115 and 20 μm) and the final volume of 250ml was concentrated and set. Only the potentially toxic and harmful dinoflagellates were identified and quantified (Method of Uthermöl) under inverted microscope. The macroalgae were fixed and identified. The cell density of dinoflagellates was expressed on the dry weight of macroalgae (células.g-1). Were identified 32 species of macroalgae (8 Phaeophytes, 6 chlorophytes and 18 rhodophytes). From 97 samples of dinoflagellates was identified 11 morphotypes of dinoflagellates: Coolia sp., Prorocentrum cf. arenarium, P. cf. balticum, P. cf. concavum, P. cf. emarginatum, P. gracilis, P. cf. lima, P. cf. mexicanum, P. micans, Ostreopsis sp1 and sp2 occurring in Padina, Sargassum, Codium, Caulerpa and Laurence, substrates frequently during the study period. The analysis of variance bifactorial showed differences between spatial and temporal concentrations of Ostreopsis and Prorocentrum. Ostreopsis occurred throughout the year on both sites associated mainly with Padina gymnospora. The Guaiba island constantly showed higher cell densities and richness of Prorocentrum. Summer was the season of year when Prorocentrum was more abundant. Coolia showed punctual and sporadic occurrence. The knowledge of the occurrence of potentially toxic dinoflagellates is important to better understand the real implications of these species in the production and transference of toxins in coastal trophic web, and can help generating information to the development of mariculture in the southern coast of Rio de Janeiro from the perspective of safe food.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de AlimentosUFRRJBrasilInstituto de Tecnologiamusselsphycotoxinssafe foodmexilhõesficotoxinasalimento seguroCiência e Tecnologia de AlimentosPresença de dinoflagelados bentônicos potencialmente tóxicos: identificação do perigo em áreas destinadas à maricultura na Baía de Sepetiba, RJPresence of potentially toxic benthic dinoflagellates: identification of hazard in shellfish growing areas in the Sepetiba Bay, RJinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://tede.ufrrj.br/retrieve/13824/2009%20-%20Gesilene%20Mendon%c3%a7a%20de%20Oliveira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/18340/2009%20-%20Gesilene%20Mendon%c3%a7a%20de%20Oliveira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/24666/2009%20-%20Gesilene%20Mendon%c3%a7a%20de%20Oliveira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/31063/2009%20-%20Gesilene%20Mendon%c3%a7a%20de%20Oliveira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/37453/2009%20-%20Gesilene%20Mendon%c3%a7a%20de%20Oliveira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/43799/2009%20-%20Gesilene%20Mendon%c3%a7a%20de%20Oliveira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/50191/2009%20-%20Gesilene%20Mendon%c3%a7a%20de%20Oliveira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/56659/2009%20-%20Gesilene%20Mendon%c3%a7a%20de%20Oliveira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/tede/431Made available in DSpace on 2016-04-28T14:55:28Z (GMT). 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