Distribuição espacial, em microescala, e sazonal das microalgas potencialmente toxígenas Dinophysis spp. (Ehremberg 1839) na ilha Guaíba (Mangaratiba, RJ) e suas possíveis implicações no cultivo de moluscos bivalvos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Vanessa de Magalhães
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9627
Resumo: Na ilha Guaíba (município de Mangaratiba, litoral sul do Rio de Janeiro) localiza-se a fazenda marinha da Associação de Maricultores de Mangaratiba. O principal molusco cultivado é o mexilhão Perna perna, que se alimenta principalmente de organismos fitoplanctônicos (microalgas). No entanto, na comunidade fitoplanctônica podem estar presentes microalgas nocivas, como os dinoflagelados Dinophysis spp. que podem produzir toxinas diarréicas. A principal ficotoxina diarréica produzida por essas microalgas é o ácido okadaico (AO), já anteriormente detectado na região e associado à D. acuminata. Tal ficotoxina encontra-se implicada na síndrome Envenenamento Diarréico por Moluscos, que acomete humanos, apresentando como efeito agudo sintomatologia gastrintestinal (vômito, dor abdominal e diarréia) e crônico promoção de carcinogênese no estômago e intestino. Em relação à sanidade animal o AO afeta o sistema imune dos mexilhões tornando-os susceptíveis à patógenos e poluentes. Além disso, é genotóxico e pode levar à perda de biodiversidade genética de P. perna. Dinophysis, como todo organismo planctônico, apresenta uma restrita capacidade de natação. No entanto, sob condições de estabilidade da coluna d água o dinoflagelado pode agregar-se em determinadas profundidades, o que pode vir a se tornar um agravante na contaminação de moluscos se houver produção de AO. Tal distribuição em microescala resulta da interação entre fatores bióticos e abióticos. Dessa forma o presente trabalho buscou identificar e quantificar as espécies de Dinophysis presentes na ilha Guaíba, bem como verificar se houve a formação de adensamentos ao longo da coluna d água ao longo de um ano. Foram realizadas coletas mensais, ao longo de um perfil vertical de 8 metros de profundidade, sempre na preamar. As microalgas foram coletadas com garrafa Van- Dorn e fixadas com formaldeído para posterior realização de microscopia em campo claro e contraste de fase. Foram mensuradas: temperatura, salinidade, profundidade Secchi. Dados climatológicos de pluviosidade, intensidade e direção dos ventos foram cedidos pela Cia. Vale. Foram identificadas 6 espécies de Dinophysis: D. acuminata, D. caudata, D. fortii, D. cf ovum, D. tripos e D. rotundata. A análise de classificação revelou que D. acuminata foi dominante (Fitopac v1.6, p<0,001), além de ser a espécie mais frequente e abundante ao longo de todo o ano. Apenas durante o verão a espécie apresentou maior densidade celular (média de 297 células.l-1, uma abundância relativa considerada baixa pela literatura) no estrato de 0-4 metros de profundidade, do que no estrato > 4 metros (160 células.l-1), significativamente diferente do resto do ano (ANOVA, p<0.0001). D. fortii e D. rotundata foram co-dominantes no verão e outono/inverno, respectivamente. As demais espécies ocorreram como acessórias. D. ovum apenas ocorreu no verão e o presente trabalho é o primeiro relato da espécie em águas brasileiras. Análise de redundância revelou que dos parâmetros hidrológicos e climatológicos analisados apenas salinidade e vento (selecionadas pelo Teste de Monte Carlo) explicaram 11% da variância dos dados de distribuição de Dinophysis. Embora não tenha sido realizada análise para a presença do ácido okadaico salienta-se que todas as espécies identificadas são relatadas como potenciais produtoras de toxinas diarréicas. Dessa forma faz-se necessário a realização de uma avaliação de risco em relação às toxinas diarréicas com vistas à sanidade animal e à segurança para a saúde pública.
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O principal molusco cultivado é o mexilhão Perna perna, que se alimenta principalmente de organismos fitoplanctônicos (microalgas). No entanto, na comunidade fitoplanctônica podem estar presentes microalgas nocivas, como os dinoflagelados Dinophysis spp. que podem produzir toxinas diarréicas. A principal ficotoxina diarréica produzida por essas microalgas é o ácido okadaico (AO), já anteriormente detectado na região e associado à D. acuminata. Tal ficotoxina encontra-se implicada na síndrome Envenenamento Diarréico por Moluscos, que acomete humanos, apresentando como efeito agudo sintomatologia gastrintestinal (vômito, dor abdominal e diarréia) e crônico promoção de carcinogênese no estômago e intestino. Em relação à sanidade animal o AO afeta o sistema imune dos mexilhões tornando-os susceptíveis à patógenos e poluentes. Além disso, é genotóxico e pode levar à perda de biodiversidade genética de P. perna. Dinophysis, como todo organismo planctônico, apresenta uma restrita capacidade de natação. No entanto, sob condições de estabilidade da coluna d água o dinoflagelado pode agregar-se em determinadas profundidades, o que pode vir a se tornar um agravante na contaminação de moluscos se houver produção de AO. Tal distribuição em microescala resulta da interação entre fatores bióticos e abióticos. Dessa forma o presente trabalho buscou identificar e quantificar as espécies de Dinophysis presentes na ilha Guaíba, bem como verificar se houve a formação de adensamentos ao longo da coluna d água ao longo de um ano. Foram realizadas coletas mensais, ao longo de um perfil vertical de 8 metros de profundidade, sempre na preamar. As microalgas foram coletadas com garrafa Van- Dorn e fixadas com formaldeído para posterior realização de microscopia em campo claro e contraste de fase. Foram mensuradas: temperatura, salinidade, profundidade Secchi. Dados climatológicos de pluviosidade, intensidade e direção dos ventos foram cedidos pela Cia. Vale. Foram identificadas 6 espécies de Dinophysis: D. acuminata, D. caudata, D. fortii, D. cf ovum, D. tripos e D. rotundata. A análise de classificação revelou que D. acuminata foi dominante (Fitopac v1.6, p<0,001), além de ser a espécie mais frequente e abundante ao longo de todo o ano. Apenas durante o verão a espécie apresentou maior densidade celular (média de 297 células.l-1, uma abundância relativa considerada baixa pela literatura) no estrato de 0-4 metros de profundidade, do que no estrato > 4 metros (160 células.l-1), significativamente diferente do resto do ano (ANOVA, p<0.0001). D. fortii e D. rotundata foram co-dominantes no verão e outono/inverno, respectivamente. As demais espécies ocorreram como acessórias. D. ovum apenas ocorreu no verão e o presente trabalho é o primeiro relato da espécie em águas brasileiras. Análise de redundância revelou que dos parâmetros hidrológicos e climatológicos analisados apenas salinidade e vento (selecionadas pelo Teste de Monte Carlo) explicaram 11% da variância dos dados de distribuição de Dinophysis. Embora não tenha sido realizada análise para a presença do ácido okadaico salienta-se que todas as espécies identificadas são relatadas como potenciais produtoras de toxinas diarréicas. Dessa forma faz-se necessário a realização de uma avaliação de risco em relação às toxinas diarréicas com vistas à sanidade animal e à segurança para a saúde pública.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESAt Guaiba island (Mangaratiba municipality, south coast of Rio de Janeiro) is located the Association of Marine Maricultores of Mangaratiba s farm. The region has excellent conditions for growth of molluscs bivalves: mild water temperatures, mesotrophic and with good sanitary conditions (under bacteriological aspects). The crop is the main shellfish mussel Perna perna, which feeds mainly phytoplanktonic organisms (microalgae). However, the phytoplankton community may be present harmful microalgae such as dinoflagellates Dinophysis spp. that can produce diarrhoetic toxins. The main diarrhoetic phycotoxin produced by these microalgae is okadaic acid (OA), previously detected in the region and associated with D. acuminata. This phycotoxin is implicated in the syndrome Diarrhoetic Shellfish Poisoning, which affects humans, showing the acute effect gastrointestinal symptoms (vomiting, abdominal pain and diarrhea) and chronic promotion of carcinogenesis in the stomach and intestine. Regarding the animal sanity OA affects the immune system of mussels making them susceptible to pathogens and pollutants. In addition is genotoxic and can lead to loss of genetic biodiversity of P. perna. This effect can generate mutations that compromise the future generations of shellfish can lead to disastrous consequences for the mitiliculture. Dinophysis as planktonic organism, has a limited ability to swim. However, under conditions of stability of the water column the dinoflagellate may attach to certain depths, which may become an aggravating factor in the contamination of shellfish if production of OA. This distribution on the microscale is from the interaction between biotic and abiotic factors. Thus the present work to identify and quantify the Dinophysis species present at Guaiba island and verify whether the formation of density along the water column over a year. Were collected monthly, in high tide, over a vertical profile of 8 meters deep. The microalgae were collected with Van-Dorn bottle and fixed with formaldeído for further work on microscopy. We measured temperature, salinity, Secchi depth. Climatological data of rainfall, intensity and direction of winds were released by Vale. We identified 6 species of Dinophysis: D. acuminata, D. caudata, D. fortii, D. ovum, D. tripos and D. rotundata. The Cluster analysis revealed D. acuminata was dominant (Fitopac v1.6, p <0001), besides being the most frequent and abundant throughout the year. Only the species during summer showed higher cell density (average of 297 células.l-1, a low relative abundance according literature) in the stratum of 0-4 meters deep, than in the stratum > 4 meters (160 células.l-1), significantly different from the rest of the year (ANOVA, p <0.0001). D. fortii and D. rotundata were codominant in summer and autumn/winter, respectively. The remaining species occurred as incidental. D. ovum only occurred in summer and this work is the first report of this species in Brazilian waters. Redundancy analysis showed that the hydrological and climatological parameters analyzed only salinity and wind (selected by the Monte Carlo test) explained 11% of the variance of the data distribution of Dinophysis. Although no analysis has been performed for the presence of okadaic acid that all identified species are reported as potential producers of toxins diarrhea. Thus it is necessary for an evaluation of risk for diarrhoetic toxins aimed at animal health and safety to public health in the region.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasUFRRJBrasilInstituto de Veterináriadiarrhoetic toxinsmonitoringmalacoculturetoxinas diarréicasmonitoramentomalacoculturaMedicina VeterináriaDistribuição espacial, em microescala, e sazonal das microalgas potencialmente toxígenas Dinophysis spp. (Ehremberg 1839) na ilha Guaíba (Mangaratiba, RJ) e suas possíveis implicações no cultivo de moluscos bivalvosSpacial, in microscale, and sazonal distribution of toxic microalgae Dinophysis spp. (Ehremberg 1839) at Guaíba island (Mangaratiba, RJ) and yours probably implications in bivalves cultureinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://tede.ufrrj.br/retrieve/60054/2009%20-%20Vanessa%20de%20Magalh%c3%a3es%20Ferreira.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/tede/842Made available in DSpace on 2016-04-28T20:16:30Z (GMT). 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