Propriedades prebióticas e antimicrobianas de mel de abelha

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Macedo, Lívia Nolasco
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10957
Resumo: Os prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro, por estimularem seletivamente a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no cólon, as chamadas bactérias probióticas, como bifidobactérias e lactobacilos. Presume-se que o mel de abelha possa exercer efeito prebiótico sobre a microbiota colônica intestinal, por conter uma série de oligossacarídeos, compostos reconhecidos como prebióticos. Por outro lado, o mel apresenta propriedades antimicrobianas inerentes que limitam a sobrevivência e o desenvolvimento da grande maioria dos microrganismos, como alta pressão osmótica e baixo pH, entre outros. O presente estudo teve como objetivo estudar as propriedades prebióticas e antimicrobianas do mel de abelhas brasileiras e européias. Foram utilizadas as culturas probióticas Lactobacillus acidophilus LA-5, Lactobacillus casei-01 e Bifidobacterium BB-12 (Christian Hansen®), Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis (Sacco®), e L. casei Shirota. O crescimento e a viabilidade destas culturas durante o armazenamento foi determinada em leite em pó desnatado reconstituído a 12% adicionado de 3% (p/v) de mel de Apis mellifera previamente pasteurizado. Foram preparados controles sem mel. Em intervalos de 23; 35 e 46 dias, foram coletadas amostras para determinação do número de células viáveis, pH e acidez titulável. Todos os cultivos mantiveram-se viáveis por 46 dias a 7ºC independente da adição de mel. A adição de mel ao leite não resultou em efeito prebiótico sobre as linhagens de lactobacilos. Por outro lado, as linhagens de bifidobactérias, produziram mais ácido na presença de mel (p<0,05) e mostraram capacidade de adaptação em pH reduzido e altos níveis de acidez, maior que aquela normalmente aceita como limite para crescimento de bactérias bífidas, especialmente a linhagem B. lactis Sacco®. O maior número de células viáveis foi observado nos cultivos de L. casei-01 e L. casei Shirota contendo mel (> 9,0 log10 UFC/mL) e o menor crescimento (6,11 log10 UFC/mL) e a menor acidificação (0.30% ) no 46º dia foi observada nos cultivos de B. BB-12, sem adição de mel. Para o teste de resistência a sais biliares foi utilizado caldo MRS adicionado de 0,3% oxgall e 3% de mel. Em intervalos de 3, 6, 12, 24, 30 e 36 horas foram feitas leituras da densidade ótica. Todos os probióticos foram parcialmente inibidos pela presença de sais biliares durante as primeiras 6 horas de incubação. O mel não contribuiu para aumentar significativamente (p>0,05) o crescimento das bactérias probióticas na presença de sais biliares. A atividade antimicrobiana dos diferentes tipos de mel foi determinada pela técnica de difusão em agar, utilizando mel de Apis e de Melipona com diferentes tratamentos (filtrado e pasteurizado). As culturas de Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) e Listeria inocua foram resistentes, enquanto as culturas de Salmonella Typhimurium e E. coli ATCC 25922 apresentaram sensibilidade, sendo o efeito do mel de Apis resultante do aumento da pressão osmótica, já que os controles com glicose apresentaram efeito similar.
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Por outro lado, o mel apresenta propriedades antimicrobianas inerentes que limitam a sobrevivência e o desenvolvimento da grande maioria dos microrganismos, como alta pressão osmótica e baixo pH, entre outros. O presente estudo teve como objetivo estudar as propriedades prebióticas e antimicrobianas do mel de abelhas brasileiras e européias. Foram utilizadas as culturas probióticas Lactobacillus acidophilus LA-5, Lactobacillus casei-01 e Bifidobacterium BB-12 (Christian Hansen®), Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis (Sacco®), e L. casei Shirota. O crescimento e a viabilidade destas culturas durante o armazenamento foi determinada em leite em pó desnatado reconstituído a 12% adicionado de 3% (p/v) de mel de Apis mellifera previamente pasteurizado. Foram preparados controles sem mel. Em intervalos de 23; 35 e 46 dias, foram coletadas amostras para determinação do número de células viáveis, pH e acidez titulável. Todos os cultivos mantiveram-se viáveis por 46 dias a 7ºC independente da adição de mel. A adição de mel ao leite não resultou em efeito prebiótico sobre as linhagens de lactobacilos. Por outro lado, as linhagens de bifidobactérias, produziram mais ácido na presença de mel (p<0,05) e mostraram capacidade de adaptação em pH reduzido e altos níveis de acidez, maior que aquela normalmente aceita como limite para crescimento de bactérias bífidas, especialmente a linhagem B. lactis Sacco®. O maior número de células viáveis foi observado nos cultivos de L. casei-01 e L. casei Shirota contendo mel (> 9,0 log10 UFC/mL) e o menor crescimento (6,11 log10 UFC/mL) e a menor acidificação (0.30% ) no 46º dia foi observada nos cultivos de B. BB-12, sem adição de mel. Para o teste de resistência a sais biliares foi utilizado caldo MRS adicionado de 0,3% oxgall e 3% de mel. Em intervalos de 3, 6, 12, 24, 30 e 36 horas foram feitas leituras da densidade ótica. Todos os probióticos foram parcialmente inibidos pela presença de sais biliares durante as primeiras 6 horas de incubação. O mel não contribuiu para aumentar significativamente (p>0,05) o crescimento das bactérias probióticas na presença de sais biliares. A atividade antimicrobiana dos diferentes tipos de mel foi determinada pela técnica de difusão em agar, utilizando mel de Apis e de Melipona com diferentes tratamentos (filtrado e pasteurizado). As culturas de Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) e Listeria inocua foram resistentes, enquanto as culturas de Salmonella Typhimurium e E. coli ATCC 25922 apresentaram sensibilidade, sendo o efeito do mel de Apis resultante do aumento da pressão osmótica, já que os controles com glicose apresentaram efeito similar.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESThe prebiotics are non-digestible food components that improve host health by selectively stimulating, the growth and/or activity of desirable bacteria populations in the colon, such as bifidobacteria and lactobacilli. It is believed that honey bee may exert a prebiotic effect on the microbial population of the colon as it contains a series of oligosaccharides, which are well known prebiotic compounds. On the other hand, the honey presents inherent antimicrobial properties that limit the survival and the development of the great majority of the microorganisms, such as high osmotic pressure, low pH, among others factors. The aim of the work was to study the prebiotic and antimicrobial properties of honeys from Brazilian and European bees. The probiotics cultures employed were Lactobacillus acidophilus LA-5, Lactobacillus casei-01 e Bifidobacterium BB-12 (Christian Hansen®), Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis (Sacco®), and L. casei Shirota. Growth and viability of the cultures along the storage, was determined in reconstituted nonfat dry milk, containing 3% (wt/vol) of Apis mellifera pasteurized honey. Controls without honey were prepared. At 23, 35 and 46 day interval, samples were collected for determination of the viable cell number, pH and titrable acidity. All cultures remained viable for up 46 days at 7ºC despite of being added of honey. The addition of honey to milk did not result in prebiotic effect for lactobacili. However, bifidobacteria strains produced more acid in the presence of honey (p<0,05) and shown an ability to adapt at low pH and high acidic conditions higher than that is normally accept as a limit for bifidobacteria growth, especially the strain B. lactis Sacco®. At the 46º day of storage, the higher cell counts was observed with L. casei-01 e L. casei Shirota (>9,0 log10 CFU/g) cultures in the presence of honey, whereas the lowest growth (6.11 log CFU/mL) and acidity (0,30%) was observed with B. BB-12 in the absence of honey. Probiotic resistance to bile salts, was evaluated using MRS broth added of 0,3% oxgall and 3% honey. Optical density was measured at 3, 6, 12, 24, 30 and 36 hours intervals. All probiotics were partially inhibited by bile salts during the first 6 hours of incubation. The honey did not contribute for a significant increase (p>0,05) on growth of probiotic bacteria in the presence of bile salts. The antimicrobial activity of different types of honey was determined by agar diffusion technique, using Apis and Melipona honeys (filter sterilized and pasteurized). Staphylococcus aureus ATCC 25923, enterotoxigenic Escherichia coli (ETEC) and Listeria inocua were resistant, whereas Salmonella Typhimurium and E. coli ATCC 25922 cultures were sensible. However the effect of Apis honey was due only the result of the increase of osmotic pressure, as the controls with glucose showed similar response.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de AlimentosUFRRJBrasilInstituto de TecnologiamellactobacilosbifidobactériasprebióticohoneylactobacillibifidobacteriaprebioticCiência e Tecnologia de AlimentosPropriedades prebióticas e antimicrobianas de mel de abelhaPrebiotic and antimicrobial properties of honey beeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttps://tede.ufrrj.br/retrieve/56643/2007%20-%20L%c3%advia%20Nolasco%20Macedo.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/tede/384Made available in DSpace on 2016-04-28T14:54:32Z (GMT). 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