“Só os Vitoriosos Esqueceram”: Intelectuais de direita e as disputas pela memória da ditadura civil-militar brasileira.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Fernanda Teixeira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13995
Resumo: O presente trabalho versa sobre a intervenção de um campo intelectual de direita, a partir da segunda metade da década de 1980, no processo de disputa pela memória do golpe de 1964 e da ditadura civil-militar. Trata-se de um estudo de casos, no qual analiso os discursos e formas de ação no Espaço público do Coronel Reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, do Coronel Reformado Jarbas Passarinho e de Olavo de Carvalho. A escolha partiu do interesse em examinar as imagens do período ditatorial produzidas por esses indivíduos e as formas específicas de intervenção no espaço público em que estão envolvidos. Para tal, parte-se de um questionamento central, qual seja, saber o que legitima a entrada desses intelectuais nas “batalhas pela memória” da ditadura. Assim, constitui como objetivo desta dissertação examinar a intervenção desses que intitulo como intelectuais de direita no processo de disputa e na tentativa de construção e de reconhecimento social de uma versão desse passado recente em que sejam relativizados aspectos negativos associados aos governos civil-militares, a saber, os crimes cometidos por agentes do Estado. Diante do exposto, o eixo articulador da investigação proposta será a análise das estratégias argumentativas e de enquadramento das lembranças e esquecimentos organizados por estes indivíduos que vão a público defender as ideias de um campo intelectual, tal como porta-vozes. Por fim, vale ressaltar que as escolhas de Passarinho, Ustra e Olavo de Carvalho ocorreram no sentido de abarcar as narrativas construídas não só no âmbito dos militares que participaram e foram figuras ativas durante a ditadura, mas também daqueles sujeitos que incorporaram e ressignificaram tais discursos nos anos que sucederam a abertura política e o fim do estado de exceção. Para além, como uma forma de compreender a complexidade dessas narrativas e os diferentes lugares de fala em defesa da ditadura.
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Trata-se de um estudo de casos, no qual analiso os discursos e formas de ação no Espaço público do Coronel Reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, do Coronel Reformado Jarbas Passarinho e de Olavo de Carvalho. A escolha partiu do interesse em examinar as imagens do período ditatorial produzidas por esses indivíduos e as formas específicas de intervenção no espaço público em que estão envolvidos. Para tal, parte-se de um questionamento central, qual seja, saber o que legitima a entrada desses intelectuais nas “batalhas pela memória” da ditadura. Assim, constitui como objetivo desta dissertação examinar a intervenção desses que intitulo como intelectuais de direita no processo de disputa e na tentativa de construção e de reconhecimento social de uma versão desse passado recente em que sejam relativizados aspectos negativos associados aos governos civil-militares, a saber, os crimes cometidos por agentes do Estado. Diante do exposto, o eixo articulador da investigação proposta será a análise das estratégias argumentativas e de enquadramento das lembranças e esquecimentos organizados por estes indivíduos que vão a público defender as ideias de um campo intelectual, tal como porta-vozes. Por fim, vale ressaltar que as escolhas de Passarinho, Ustra e Olavo de Carvalho ocorreram no sentido de abarcar as narrativas construídas não só no âmbito dos militares que participaram e foram figuras ativas durante a ditadura, mas também daqueles sujeitos que incorporaram e ressignificaram tais discursos nos anos que sucederam a abertura política e o fim do estado de exceção. Para além, como uma forma de compreender a complexidade dessas narrativas e os diferentes lugares de fala em defesa da ditadura.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil.This present work talks about the intervention of an intellectual field right from the second half of the 1980s, in the dispute process by the memory of the 1964 coup and civil-military dictatorship. This is a case study, in which I analyze the discourses and forms of action in the public space of the Colonel Carlos Alberto Brilhante Ustra, Colonel Jarbas Passarinho and Olavo de Carvalho. The choice came from the interest in examining the images of the dictatorial period produced by these individuals and specific forms of intervention in the public space in which they are involved. To this end, I get a central question, which is, know what legitimizes the entry of these intellectuals in "battles for memory" of the dictatorship. Thus, the objective of this dissertation is examine the intervention of those who I call as right-wing intellectuals in the process of dispute and attempt to build and social recognition of a version of the recent past as they are relativized negative aspects associated with civil-military governments, namely, the crimes committed by state agents. The central theme of the proposed research is the analysis of argumentative strategies and framework of the memories and forgetfulness organized by these individuals who go to public defend the ideas of an intellectual field, as spokespersons. Finally, the choice by the names of Passarinho, Ustra and Olavo de Carvalho occurred in order to cover the narratives constructed not only the military who participated and were active figures during the dictatorship, but also those individuals who continued and incorporated new elements in such speeches after the political opening and the end of the state of exception. That is, a way of understanding the complexity of these narratives and different places of speech in defense of the dictatorship.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e Sociaismemóriaditaduraintelectuais de direitaMemorydictatorshipright-wing intellectualsCiências Humanas“Só os Vitoriosos Esqueceram”: Intelectuais de direita e as disputas pela memória da ditadura civil-militar brasileira.“ ‘Only the Victors Forgotten’: Right intellectual and disputes by the memory of Brazilian civil-military dictatorship”.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisBREU, Hugo. O Outro Lado do Poder. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979. ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de; WEISS, Luiz. “Carro-zero e pau-de-arara: O cotidiano da oposição de classe média. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (org.). História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, vol. 4, 1998. 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description O presente trabalho versa sobre a intervenção de um campo intelectual de direita, a partir da segunda metade da década de 1980, no processo de disputa pela memória do golpe de 1964 e da ditadura civil-militar. Trata-se de um estudo de casos, no qual analiso os discursos e formas de ação no Espaço público do Coronel Reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, do Coronel Reformado Jarbas Passarinho e de Olavo de Carvalho. A escolha partiu do interesse em examinar as imagens do período ditatorial produzidas por esses indivíduos e as formas específicas de intervenção no espaço público em que estão envolvidos. Para tal, parte-se de um questionamento central, qual seja, saber o que legitima a entrada desses intelectuais nas “batalhas pela memória” da ditadura. Assim, constitui como objetivo desta dissertação examinar a intervenção desses que intitulo como intelectuais de direita no processo de disputa e na tentativa de construção e de reconhecimento social de uma versão desse passado recente em que sejam relativizados aspectos negativos associados aos governos civil-militares, a saber, os crimes cometidos por agentes do Estado. Diante do exposto, o eixo articulador da investigação proposta será a análise das estratégias argumentativas e de enquadramento das lembranças e esquecimentos organizados por estes indivíduos que vão a público defender as ideias de um campo intelectual, tal como porta-vozes. Por fim, vale ressaltar que as escolhas de Passarinho, Ustra e Olavo de Carvalho ocorreram no sentido de abarcar as narrativas construídas não só no âmbito dos militares que participaram e foram figuras ativas durante a ditadura, mas também daqueles sujeitos que incorporaram e ressignificaram tais discursos nos anos que sucederam a abertura política e o fim do estado de exceção. Para além, como uma forma de compreender a complexidade dessas narrativas e os diferentes lugares de fala em defesa da ditadura.
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