A medicalização a partir da autolesão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Beatriz Corrêa da Silva
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14529
Resumo: Este trabalho parte da prática de autolesão como operador conceitual para problematizar a medicalização na contemporaneidade. A medicalização é tomada segundo o reducionismo de práticas multifacetadas a uma relação de causa e efeito que envolve apenas o médico-biológico e que tem como resultado a patologização de condutas desviantes. Um desses comportamentos desviantes pode ser ilustrado pela prática de autolesão, caracterizada por cortes, lesões ou queimaduras pelo corpo, realizados pelo próprio sujeito sem intenção de suicídio. A presente dissertação busca investigar as eventuais descontinuidades do corpo da modernidade à contemporaneidade, situar a questão da medicalização a partir da prática de autolesão e problematizar a concepção medicalizante a respeito do tema. Para a consecução desse objetivo, utiliza a revisão bibliográfica do tipo narrativa a fim de refletir sobre as eventuais descontinuidades do corpo da modernidade à contemporaneidade. Aplica também o método netnográfico, ramo da etnografia, para levantamento de relatos de autolesão em redes sociais. Sustenta-se que, na contemporaneidade, ganha ainda mais força a percepção da autolesão como prática desviante, pois o corpo é considerado como bem supremo e, como tal, deve ser protegido. Em contraponto à lógica medicalizante, esta pesquisa buscou lançar luz sobre a complexidade do fenômeno da autolesão, ressaltando a importância de considerar a singularidade do sujeito que realiza a prática
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A medicalização é tomada segundo o reducionismo de práticas multifacetadas a uma relação de causa e efeito que envolve apenas o médico-biológico e que tem como resultado a patologização de condutas desviantes. Um desses comportamentos desviantes pode ser ilustrado pela prática de autolesão, caracterizada por cortes, lesões ou queimaduras pelo corpo, realizados pelo próprio sujeito sem intenção de suicídio. A presente dissertação busca investigar as eventuais descontinuidades do corpo da modernidade à contemporaneidade, situar a questão da medicalização a partir da prática de autolesão e problematizar a concepção medicalizante a respeito do tema. Para a consecução desse objetivo, utiliza a revisão bibliográfica do tipo narrativa a fim de refletir sobre as eventuais descontinuidades do corpo da modernidade à contemporaneidade. Aplica também o método netnográfico, ramo da etnografia, para levantamento de relatos de autolesão em redes sociais. Sustenta-se que, na contemporaneidade, ganha ainda mais força a percepção da autolesão como prática desviante, pois o corpo é considerado como bem supremo e, como tal, deve ser protegido. Em contraponto à lógica medicalizante, esta pesquisa buscou lançar luz sobre a complexidade do fenômeno da autolesão, ressaltando a importância de considerar a singularidade do sujeito que realiza a práticaCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis work starts from the practice of self-injury as a conceptual operator to problematize medicalization in the contemporary world. Medicalization is based on a simplistic logic that reduces a multifaceted set of practices to a cause-and-effect relationship that involves only the medical-biological and which results in the pathologization of deviant conducts. One of these deviant behaviors can be illustrated by the practice of self-injury, which is characterized by cuts, injuries or burns by the body, performed by the subject without suicide intention. The present dissertation seeks to investigate the possible discontinuities of the body from modernity to contemporaneity, to situate the issue of medicalization based on self-injury and to problematize the medicalizing conception of the practice of self-injury. In order to achieve this goal, it uses the bibliographical revision of the narrative type to reflect on the conception of body in the contemporaneity and the netnographic method, branch of ethnography, to survey reports of self-harm in social networks. It is maintained that, in the present time, self-harm has come to be seen as deviant practice, since the body is considered as supreme good and, as such, must be protected. In counterpoint to the medicalizing logic, this research emphasized the importance of privileging the singularity of the discourse of the one who experiences the practice of self-injury, especially in what justifies such practiceapplication/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaUFRRJBrasilInstituto de EducaçãoMedicalizaçãoAutolesãoPsicologiaContemporaneidadeMedicalizationSelf-injuryPsychologyContemporaneityPsicologiaA medicalização a partir da autolesãoMedicalization from self-injuryinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisAmerican Psychiatric Association. (2014). DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora. Arcoverde, R.L. (2013). Autolesão e Produção de Identidade. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) – Departamento de Psicologia, Universidade Católica de Pernambuco, Recife. Ariès, P. (1978). A História social da criança e da família. 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description Este trabalho parte da prática de autolesão como operador conceitual para problematizar a medicalização na contemporaneidade. A medicalização é tomada segundo o reducionismo de práticas multifacetadas a uma relação de causa e efeito que envolve apenas o médico-biológico e que tem como resultado a patologização de condutas desviantes. Um desses comportamentos desviantes pode ser ilustrado pela prática de autolesão, caracterizada por cortes, lesões ou queimaduras pelo corpo, realizados pelo próprio sujeito sem intenção de suicídio. A presente dissertação busca investigar as eventuais descontinuidades do corpo da modernidade à contemporaneidade, situar a questão da medicalização a partir da prática de autolesão e problematizar a concepção medicalizante a respeito do tema. Para a consecução desse objetivo, utiliza a revisão bibliográfica do tipo narrativa a fim de refletir sobre as eventuais descontinuidades do corpo da modernidade à contemporaneidade. Aplica também o método netnográfico, ramo da etnografia, para levantamento de relatos de autolesão em redes sociais. Sustenta-se que, na contemporaneidade, ganha ainda mais força a percepção da autolesão como prática desviante, pois o corpo é considerado como bem supremo e, como tal, deve ser protegido. Em contraponto à lógica medicalizante, esta pesquisa buscou lançar luz sobre a complexidade do fenômeno da autolesão, ressaltando a importância de considerar a singularidade do sujeito que realiza a prática
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