Que se abram os sertões: um projeto político de centralização e livre comércio para o tráfico de cativos e a escravização em Angola (1753-1772)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miguel, Gabriel de Souza
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14053
Resumo: Em 11 de janeiro de 1758 foi publicado um alvará que liberava o comércio sertanejo em Angola para comerciantes brancos. A dissertação, portanto, analisa como essa lei deu início a um projeto político de centralização e livre comércio para o tráfico de cativos e a escravização no sertão de Angola na segunda metade do século XVIII, período de profundos intentos reformistas ao longo do Império português. O exame desse projeto legislativo é um dos caminhos possíveis para compreender a face reformista da monarquia lusa na África Centro-Ocidental, assim como seus limites em terreno africano. A pesquisa perscruta as representações evocadas pela arquitetura administrativa nos textos normativos para os domínios portugueses em Angola. Para isso, salientam-se alguns temas recorrentes no projeto político, como a tentativa de criar diretrizes comerciais baseadas no conceito jurídico de “boa fé”, políticas que combatessem a entrada de gêneros provenientes do comércio estrangeiro, além do estabelecimento de jurisdições bem definidas para capitães-mores, escrivães das feiras e contratadores dos direitos dos escravos. No entanto, a agência africana fora obstáculo, por vezes intransponível, à plena efetivação do projeto político.
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spelling Miguel, Gabriel de SouzaFerreira, Roberto Guedes014.361.327-89http://lattes.cnpq.br/0920997544430620Ferreira, Roberto GuedesSilva, Daniel Barros Domingues daMello, Isabele de Matos Pereira deLoureiro, Marcello José Gomes143.176.417-55http://lattes.cnpq.br/52847824732300892023-12-22T02:54:50Z2023-12-22T02:54:50Z2021-12-17MIGUEL, Gabriel de Souza. Que se abram os sertões: um projeto político de centralização e livre comércio para o tráfico de cativos e a escravização em Angola (1753-1772). 2021. 195 f. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2021.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14053Em 11 de janeiro de 1758 foi publicado um alvará que liberava o comércio sertanejo em Angola para comerciantes brancos. A dissertação, portanto, analisa como essa lei deu início a um projeto político de centralização e livre comércio para o tráfico de cativos e a escravização no sertão de Angola na segunda metade do século XVIII, período de profundos intentos reformistas ao longo do Império português. O exame desse projeto legislativo é um dos caminhos possíveis para compreender a face reformista da monarquia lusa na África Centro-Ocidental, assim como seus limites em terreno africano. A pesquisa perscruta as representações evocadas pela arquitetura administrativa nos textos normativos para os domínios portugueses em Angola. Para isso, salientam-se alguns temas recorrentes no projeto político, como a tentativa de criar diretrizes comerciais baseadas no conceito jurídico de “boa fé”, políticas que combatessem a entrada de gêneros provenientes do comércio estrangeiro, além do estabelecimento de jurisdições bem definidas para capitães-mores, escrivães das feiras e contratadores dos direitos dos escravos. No entanto, a agência africana fora obstáculo, por vezes intransponível, à plena efetivação do projeto político.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorOn January 11, 1758, a license was published that freed the interior trade in Angola for white traders. The dissertation therefore analyses how that law started a political project of centralization and freedom of trade to the captive trade and enslavement in Angola’s hinterland in the second half of the Eighteenth century, a period of deep reformist attempts along the Portuguese Empire. The examination of this legal project is one of the possible ways to understand the reformist face of the Portuguese monarchy in West Central-Africa, as well as its bounds on African terrain. The research examines the representations that were evoked by the administrative architecture in the normative texts for the Portuguese domains in Angola. For that, it is noteworthy some recurring themes in the political project, such as the attempt to create commercial guidelines based on the juridical concept of “good faith”, policies to combat the entrance of goods from foreign trade, in addition to stablishing well-defined jurisdictions for capitães-mores, escrivães das feiras and the slave duty contractors. However, the African agency was an almost insurmountable obstacle for the full realization of the political project.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e Sociaislegislaçãoprojeto políticoescravizaçãotráfico de escravosséculo XVIIIHistória da ÁfricaAngolalegislationpolitical projectenslavementslave tradeEighteenth century,History of AfricaHistóriaQue se abram os sertões: um projeto político de centralização e livre comércio para o tráfico de cativos e a escravização em Angola (1753-1772)Let the sertões open: a political Project of centralization and freedom of trade to the captive trade and enslavement in Angola (1753-1772)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisFONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: • Fontes Manuscritas Arquivo Histórico Ultramarino (AHU). AHU, Angola, códice 555. 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description Em 11 de janeiro de 1758 foi publicado um alvará que liberava o comércio sertanejo em Angola para comerciantes brancos. A dissertação, portanto, analisa como essa lei deu início a um projeto político de centralização e livre comércio para o tráfico de cativos e a escravização no sertão de Angola na segunda metade do século XVIII, período de profundos intentos reformistas ao longo do Império português. O exame desse projeto legislativo é um dos caminhos possíveis para compreender a face reformista da monarquia lusa na África Centro-Ocidental, assim como seus limites em terreno africano. A pesquisa perscruta as representações evocadas pela arquitetura administrativa nos textos normativos para os domínios portugueses em Angola. Para isso, salientam-se alguns temas recorrentes no projeto político, como a tentativa de criar diretrizes comerciais baseadas no conceito jurídico de “boa fé”, políticas que combatessem a entrada de gêneros provenientes do comércio estrangeiro, além do estabelecimento de jurisdições bem definidas para capitães-mores, escrivães das feiras e contratadores dos direitos dos escravos. No entanto, a agência africana fora obstáculo, por vezes intransponível, à plena efetivação do projeto político.
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