Quem vê cara não vê orientação, nem a identidade de gênero: compreensões e práticas docentes frente às LGBTIfobia na escola
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9923 |
Resumo: | Lésbicas, gays, bissexuais, mulheres travestis, mulheres transexuais, homens transexuais e pessoa intersexo (LGBTI) sofrem a LGBTIfobia na escola. Mesmo sendo crime análogo ao racismo (STF, 2019), na escola essa LGBTIfobia se manifesta na deslegitimação de discursos que abordam a orientação sexual e a identidade de gênero enquanto categorias científicas. As pesquisas que teorizam sobre esses silenciamentos da escola com a LGBTIfobia se organizam através das pedagogias da sexualidade (LOURO, 1999), da omissão (DINIS, 2011), do heteroterrorismo (BENTO, 2011), do assujeitamento (ANDRADE, 2012) e do armário (JUNQUEIRA, 2013). Por outro lado, há professores que tornam a escola um espaço de sociabilidade LGBTI (RANNIERY, 2016) ou através de brechas e parcerias (SEFFNER e CAETANO, 2016; AMARO, 2018; SEPULVEDA e SEPULVEDA, 2018). O objetivo deste trabalho é investigar as compreensões de docentes sobre suas ações frente à LGBTIfobia na escola. O percurso metodológico está pautado nos pressupostos da pesquisa qualitativa em educação (GATTI e ANDRÉ, 2013) e se estrutura em três passos metodológicos: o primeiro passo se refere à receptividade de doze escolas para o projeto de investigação sobre “ações frente às LGBTIfobias na escola” quando observamos e participamos de 23 ações nesse sentido; o segundo passo diz respeito à análise de conteúdo (BARDIN, 2011) das práticas docentes que ocorrem nas escolas via projetos de trabalho, imersão no currículo, culminância de projeto, aconselhamento de estudantes e formação de professores; o terceiro passo se concretiza por meio de oito entrevistas com professores e professoras que desenvolveram projetos de trabalho e organizaram formação de professores de forma institucionalizada. A pesquisa revela a existência de uma Pedagogia de Aproximações LGBTI desenvolvida na escola. Tal Pedagogia se realiza na relação entre docentes, estudantes, gestores, sujeitos e instituições externas na criação de movimentos de aproximação das demandas dos estudantes, da sensibilização em gênero, identidade de gênero e orientação sexual; da institucionalização de atividades e práticas na escola; e do estabelecimento de parcerias com sujeitos externos à escola. |
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Silva, Luciano Marques daSales, Sandra Regina183.268.462-87http://lattes.cnpq.br/6700481146248917Carvalho, Carlos Roberto deSilva Junior, Jonas Alves daFischman, Gustavob EnriqueJesus, Jaqueline Gomes deSilva, Sergio Luiz Baptista da042.681.427-46https://orcid.org/0000-0003-4000-8333http://lattes.cnpq.br/92933632899326792023-12-21T18:54:38Z2023-12-21T18:54:38Z2020-02-28SILVA, Luciano Marques da. Quem vê cara não vê orientação, nem a identidade de gênero: compreensões e práticas docentes frente às LGBTIfobia na escola. 2020. 180 f. Tese (Doutorado em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares) - Instituto de Educação/Instituto Multidisciplinar, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica/Nova Iguaçu, RJ, 2020.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9923Lésbicas, gays, bissexuais, mulheres travestis, mulheres transexuais, homens transexuais e pessoa intersexo (LGBTI) sofrem a LGBTIfobia na escola. Mesmo sendo crime análogo ao racismo (STF, 2019), na escola essa LGBTIfobia se manifesta na deslegitimação de discursos que abordam a orientação sexual e a identidade de gênero enquanto categorias científicas. As pesquisas que teorizam sobre esses silenciamentos da escola com a LGBTIfobia se organizam através das pedagogias da sexualidade (LOURO, 1999), da omissão (DINIS, 2011), do heteroterrorismo (BENTO, 2011), do assujeitamento (ANDRADE, 2012) e do armário (JUNQUEIRA, 2013). Por outro lado, há professores que tornam a escola um espaço de sociabilidade LGBTI (RANNIERY, 2016) ou através de brechas e parcerias (SEFFNER e CAETANO, 2016; AMARO, 2018; SEPULVEDA e SEPULVEDA, 2018). O objetivo deste trabalho é investigar as compreensões de docentes sobre suas ações frente à LGBTIfobia na escola. O percurso metodológico está pautado nos pressupostos da pesquisa qualitativa em educação (GATTI e ANDRÉ, 2013) e se estrutura em três passos metodológicos: o primeiro passo se refere à receptividade de doze escolas para o projeto de investigação sobre “ações frente às LGBTIfobias na escola” quando observamos e participamos de 23 ações nesse sentido; o segundo passo diz respeito à análise de conteúdo (BARDIN, 2011) das práticas docentes que ocorrem nas escolas via projetos de trabalho, imersão no currículo, culminância de projeto, aconselhamento de estudantes e formação de professores; o terceiro passo se concretiza por meio de oito entrevistas com professores e professoras que desenvolveram projetos de trabalho e organizaram formação de professores de forma institucionalizada. A pesquisa revela a existência de uma Pedagogia de Aproximações LGBTI desenvolvida na escola. Tal Pedagogia se realiza na relação entre docentes, estudantes, gestores, sujeitos e instituições externas na criação de movimentos de aproximação das demandas dos estudantes, da sensibilização em gênero, identidade de gênero e orientação sexual; da institucionalização de atividades e práticas na escola; e do estabelecimento de parcerias com sujeitos externos à escola.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorLesbians, gays, bisexuals, travestites, male and female transsexuals, intersex (LGBTI) suffer homophobia at school. Even though it is considered crime, like racism (STF, 2019), at school, this homophobia is manifested in the contempt of speeches in which sexual orientation and gender identity are addressed. The researches that theorize about the silencing of school on homophobia are organized by pedagogy of sexuality (LOURO, 1999), omission (DINIS, 2011), heteroterrorism (BENTO, 2011), subjection (ANDRADE, 2012) and closet (JUNQUEIRA, 2013). On the other hand, there are teachers who create a space of sociability for LGBTI+ (RANNIERY, 2016) through gaps and partnerships (SEFFNER e CAETANO, 2016; AMARO, 2018; SEPULVEDA e SEPULVEDA, 2018). The aim of this work is to investigate the comprehension of teachers about their actions towards homophobia at school. The methodological process is based on the assumptions of the qualitative research in education (GATTI e ANDRÉ, 2013), and is built in three methodological steps. The first step refers to the reception of the investigation project on actions towards homophobia at school in 12 schools -- we have observed and participated in 23 actions of this project. The second step concerns to the content analysis (BARDIN, 2011) of teaching practices that occur at school via work project; content immersion, project evaluation meeting; advice of students and teachers training. The third step happens through eight interviews with teachers who developed work projects and organized teachers training in an institutionalized way. The research revealed the existence of a Pedagogy of approaching to LGBTI developed at schools. Such pedagogy takes place in the relation between teachers, students, principals, coordinators, people and other institutions in the creation of movements that approach students’ requests, gender awareness, gender identity and sexual orientation, institutionalization of activities and school practices, and the establishment of partnerships with people outside of the school environment.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas PopularesUFRRJBrasilInstituto Multidisciplinar de Nova IguaçuInstituto de EducaçãoLGBTIfobia na escolaorientação sexualidentidade de gêneroLGBTIphobia at schoolsexual orientationgender identityEducaçãoQuem vê cara não vê orientação, nem a identidade de gênero: compreensões e práticas docentes frente às LGBTIfobia na escolaComprehension and teaching practices concerning LGBTIphobia at schoolinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. Tradução de Christina Baum. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. Coleção Feminismos Plurais, coordenação de Djamila Ribeiro. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. Coleção Feminismos Plurais. Djamila Ribeiro (Coord.). São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith. O dilema atual sobre os paradigmas de pesquisa em educação. In: Cadernos de Pesquisa São Paulo, n. 96, Fev., 1996. ALVES, Nilda. Práticas pedagógicas em imagens e narrativas: memórias de processos didáticos e curriculares para pensar as escolas hoje. São Paulo: Cortez, 2019. _______. Criar currículo no cotidiano. Nilda Alves. São Paulo: Cortez: 2004. ALTMANN, Helena. Orientação sexual nos parâmetros curriculares nacionais. Revista Estudos Feministas, ano 9, 2/2001. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ref/v9n2/8641>. Acesso em: 2 mai. 2015. AMARO, Ivan. 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Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça – GPP – GeR: módulo II. Orgs. Maria Luiza Heilborn, Leila Araújo, Andreia Barreto. Parceria: SPM (Secretaria de Políticas para as Mulheres), SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher), CLAM/IMS/UERJ (Centro Latino-Americano em Sexualidade, Instituto Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e MEC (Ministério da Educação). Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010b. _______. Presidência da República. Conferência Nacional de Educação 2010 (CONAE 2010). Documento final. Brasília: Ministério da Educação, 2010c. _______. Presidência da República. Secretaria Especial de Direitos Humanos. 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Lésbicas, gays, bissexuais, mulheres travestis, mulheres transexuais, homens transexuais e pessoa intersexo (LGBTI) sofrem a LGBTIfobia na escola. Mesmo sendo crime análogo ao racismo (STF, 2019), na escola essa LGBTIfobia se manifesta na deslegitimação de discursos que abordam a orientação sexual e a identidade de gênero enquanto categorias científicas. As pesquisas que teorizam sobre esses silenciamentos da escola com a LGBTIfobia se organizam através das pedagogias da sexualidade (LOURO, 1999), da omissão (DINIS, 2011), do heteroterrorismo (BENTO, 2011), do assujeitamento (ANDRADE, 2012) e do armário (JUNQUEIRA, 2013). Por outro lado, há professores que tornam a escola um espaço de sociabilidade LGBTI (RANNIERY, 2016) ou através de brechas e parcerias (SEFFNER e CAETANO, 2016; AMARO, 2018; SEPULVEDA e SEPULVEDA, 2018). O objetivo deste trabalho é investigar as compreensões de docentes sobre suas ações frente à LGBTIfobia na escola. O percurso metodológico está pautado nos pressupostos da pesquisa qualitativa em educação (GATTI e ANDRÉ, 2013) e se estrutura em três passos metodológicos: o primeiro passo se refere à receptividade de doze escolas para o projeto de investigação sobre “ações frente às LGBTIfobias na escola” quando observamos e participamos de 23 ações nesse sentido; o segundo passo diz respeito à análise de conteúdo (BARDIN, 2011) das práticas docentes que ocorrem nas escolas via projetos de trabalho, imersão no currículo, culminância de projeto, aconselhamento de estudantes e formação de professores; o terceiro passo se concretiza por meio de oito entrevistas com professores e professoras que desenvolveram projetos de trabalho e organizaram formação de professores de forma institucionalizada. A pesquisa revela a existência de uma Pedagogia de Aproximações LGBTI desenvolvida na escola. Tal Pedagogia se realiza na relação entre docentes, estudantes, gestores, sujeitos e instituições externas na criação de movimentos de aproximação das demandas dos estudantes, da sensibilização em gênero, identidade de gênero e orientação sexual; da institucionalização de atividades e práticas na escola; e do estabelecimento de parcerias com sujeitos externos à escola. |
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