Caracterização pedológica e gênese de solos em duas topossequências no sistema cárstico da Serra da Bodoquena (MS)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9078 |
Resumo: | Foram caracterizados solos em topossequências no carste carbonático da Serra da Bodoquena, no sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul, com o objetivo de compreender a gênese dos solos desenvolvidos a partir de litologia carbonática em condições de clima topical. Adicionalmente buscou-se avaliar, por meio da assembleia fitolítica dos solos, a influência de condições paleoclimáticas na gênese das precipitações carbonáticas, bem como fornecer melhores critérios para a caracterização e/ou definição de horizontes cálcicos e petrocálcicos no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Nove perfis de solos foram selecionados, descritos e coletados ao longo de duas topossequências, sendo uma em área de planalto com relevo suave ondulado e pendente longa (T1) e outra em relevo forte ondulado (T2). As análises compreenderam a caracterização física, química, mineralógica e micromorfológica dos perfis, além da análise da assembleia fitolítica. Os resultados da análise de fitólitos sugerem a ocorrência de um clima mais seco atualmente na Serra da Bodoquena após uma alternância de eventos de maior abundância hídrica com períodos de maior aridez. As análises micromorfológicas corroboram tal suposição, pela presença de recobrimentos de feições de iluviação de argila por acumulações de CaCO3, em coexistência com concreções ferromanganosas. Sob condições paleoclimáticas mais úmidas formaram-se na T1 solos com similaridade de atributos, com cores avermelhadas, aumento no teor de argila em profundidade e atividade de argila variável entre 17 e 27 cmolc.kg-1. Na T2, solos com menor grau de evolução pedogenética e maior variabilidade de atributos foram formados em razão da instabilidade da superfície, de relevo forte-ondulado. Quanto aos horizontes diagnósticos, apenas nos perfis T2P1 e T2P4 há horizontes cálcicos, sendo as acumulações carbonáticas no T2P1 de origem geogênica – devido às oscilações do lençol freático, e no T2P4 de origem pedogênica. Nenhum dos perfis apresentou endurecimento contínuo por CaCO3 para ser classificado como petrocálcico. Segundo o SiBCS, os perfis T1P1 (sopé) e T1P2 (terço médio) da T1, respectivamente com sequência A-Bt e A-E-Bt, cerosidade fraca a moderada e policromia acentuada, são identificados como Argissolos Vermelhos, sendo o T1P1 Eutrófico típico (Typic Argiudoll) e o T1P2 Distrófico típico (Typic Hapludult). O T1P3 (topo) com sequência A-Bi-C, é classificado como Cambissolo Háplico Eutrófico típico (Typic Humudept). Na T2, o perfil T2P1, em terraço fluvial, com teores de CaCO3 equivalente muito superiores aos exigidos para o reconhecimento de horizonte cálcico ou petrocálcico, é classificado como Chernossolo Rêndzico Órtico típico (Mollic Fluvaquent). Em superfícies côncavas, os perfis T2P2 e T2P3 com sequências A-Bt e A-E-Bt são Luvissolos Háplicos, respectivamente, Pálico típico e Órtico abrúptico (Typics Hapludalfs). O perfil T2P4 (terço médio inferior) possui horizonte cálcico coincidente com o C (sequência A-Ck’-R), sendo classificado como Neossolo Litólico Carbonático típico (Lithic Udorthent). Os perfis T2P5 e T2P6, nos terços médio superior e superior da encosta com sequência A-R, apesar da forte efervescência por HCl a 10%, não apresentam CaCO3 equivalente suficiente para o reconhecimento de horizonte cálcico, sendo classificados como Chernossolos Ebânicos Órticos típicos, respectivamente Lithic Hapludoll e Lithic Udorthent pelo Soil Taxonomy. |
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Adicionalmente buscou-se avaliar, por meio da assembleia fitolítica dos solos, a influência de condições paleoclimáticas na gênese das precipitações carbonáticas, bem como fornecer melhores critérios para a caracterização e/ou definição de horizontes cálcicos e petrocálcicos no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Nove perfis de solos foram selecionados, descritos e coletados ao longo de duas topossequências, sendo uma em área de planalto com relevo suave ondulado e pendente longa (T1) e outra em relevo forte ondulado (T2). As análises compreenderam a caracterização física, química, mineralógica e micromorfológica dos perfis, além da análise da assembleia fitolítica. Os resultados da análise de fitólitos sugerem a ocorrência de um clima mais seco atualmente na Serra da Bodoquena após uma alternância de eventos de maior abundância hídrica com períodos de maior aridez. 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O perfil T2P4 (terço médio inferior) possui horizonte cálcico coincidente com o C (sequência A-Ck’-R), sendo classificado como Neossolo Litólico Carbonático típico (Lithic Udorthent). Os perfis T2P5 e T2P6, nos terços médio superior e superior da encosta com sequência A-R, apesar da forte efervescência por HCl a 10%, não apresentam CaCO3 equivalente suficiente para o reconhecimento de horizonte cálcico, sendo classificados como Chernossolos Ebânicos Órticos típicos, respectivamente Lithic Hapludoll e Lithic Udorthent pelo Soil Taxonomy.CAPESSoil profiles were characterized in toposequences located in Serra da Bodoquena carbonate karts, Southwestern State of Mato Grosso do Sul, to elucidate the genesis of soils developed from carbonate lithology in tropical climate; to evaluate, by means of the soil phytolith assemblage, the influence of paleoclimatic conditions in the genesis of carbonate precipitation features; and to provide a better criteria for characterization and/or definition of calcic and petrocalcic horizons in the Brazilian System of Soil Classification (SiBCS). Nine soil profiles were selected, described and sampled along two toposequences, one at a plateau with slightly undulated relief and a long slope (T1) and the other in a strong undulated relief (T2). Analyses involved the physical, chemical, mineralogical and micromorphological characterization of soil profiles, and phytolith assemblage characterization. The results of the phytolith analyses suggest the occurrence of a drier climate at present in Serra of Bodoquena, after alternating periods of wet and arid conditions. The micromorphological analyzes corroborated this assumption, as evidenced by the presence of clays coatings around CaCO3 accumulations, coexisting with iron-manganese concretions. Under more humid paleoclimatic conditions the soils in T1 developed with similar attributes, such as reddish colors, increase in clay content with depth, and clay activity variable between 17 and 27 cmolc.kg-1. In the T2, the soils formed were least developed and had greatest variability of attributes. This was due mainly to the landscape unevenness, in the strongly undulating relief. Related to the diagnostic horizons, only in T2P1 and T2P4 profiles it was observed the calcic horizon, with the carbonate accumulations in T2P1 of lithogenic origin - formed under oscillation of the water table, and in T2P4 they were pedogenic. None of the profiles showed a layer with continuous hardening due to CaCO3 that would qualify as a petrocalcic horizon. According to the SiBCS, the T1P1 (footslope) and the T1P2 (backslope) profiles, respectively with sequence of horizons A-Bt and A-E-Bt, presence of weak to moderate clays films, and distinguishable polychrome, were classified as Argissolo Vermelho Eutrófico típico (Typic Argiudoll) and Argissolo Vermelho Distrófico típico (Typic Hapludult). The T1P3 (summit), with sequence A-Bi-C, was classified as Cambissolo Háplico Eutrófico típico (Typic Humudept). In T2, the T2P1 profile located in a fluvial terrace and with CaCO3 equivalent levels much higher than required for calcic or petrocalcic horizons was classified as Chernossolo Rêndzico Órtico típico (Mollic Fluvaquent). On the concave surfaces, the T2P2 and T2P3 profiles with A-Bt and A-E-Bt sequences, respectively, were classified as Luvissolo Háplico Pálico típico and Luvissolo Háplico Órtico abrúptico (Typics Hapludalfs). The T2P4 profile (backslope) showed a calcic horizon coincident with the C (sequence A-Ck'-R) and it was classified as Neossolo Litólico Carbonático típico (Lithic Udorthent). The T2P5 and T2P6 profiles, on the shoulder position and with A-R horizon sequence, despite the strong field effervescence with HCl 10%, did not fulfill the CaCO3 requirement for the calcic horizon, and they were classified as Chernossolos Ebânicos Órticos típicos, respectively Lithic Hapludoll and Lithic Udorthent according to the Soil Taxonomy.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do SoloUFRRJBrasilInstituto de AgronomiaCalcificaçãoSolos com carbonato de cálcioSiBCSCalcificationSoils with calcium carbonateBrazilian System of Soil ClassificationAgronomiaCaracterização pedológica e gênese de solos em duas topossequências no sistema cárstico da Serra da Bodoquena (MS)Pedological characterization and soil genesis in two toposequences in karst environment of Serra da Bodoquena (MS)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://tede.ufrrj.br/retrieve/11922/2013%20-%20Marlen%20Barros%20e%20Silva.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/17190/2013%20-%20Marlen%20Barros%20e%20Silva.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/23498/2013%20-%20Marlen%20Barros%20e%20Silva.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/29876/2013%20-%20Marlen%20Barros%20e%20Silva.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/36250/2013%20-%20Marlen%20Barros%20e%20Silva.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/42644/2013%20-%20Marlen%20Barros%20e%20Silva.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/49022/2013%20-%20Marlen%20Barros%20e%20Silva.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/55468/2013%20-%20Marlen%20Barros%20e%20Silva.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/3201Submitted by Jorge Silva (jorgelmsilva@ufrrj.br) on 2019-12-27T15:50:48Z No. of bitstreams: 1 2013 - Marlen Barros e Silva.pdf: 27525438 bytes, checksum: d856cb24a0d411fd1486ad2d2aac8dc6 (MD5)Made available in DSpace on 2019-12-27T15:50:48Z (GMT). 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Agronomia |
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Foram caracterizados solos em topossequências no carste carbonático da Serra da Bodoquena, no sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul, com o objetivo de compreender a gênese dos solos desenvolvidos a partir de litologia carbonática em condições de clima topical. Adicionalmente buscou-se avaliar, por meio da assembleia fitolítica dos solos, a influência de condições paleoclimáticas na gênese das precipitações carbonáticas, bem como fornecer melhores critérios para a caracterização e/ou definição de horizontes cálcicos e petrocálcicos no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Nove perfis de solos foram selecionados, descritos e coletados ao longo de duas topossequências, sendo uma em área de planalto com relevo suave ondulado e pendente longa (T1) e outra em relevo forte ondulado (T2). As análises compreenderam a caracterização física, química, mineralógica e micromorfológica dos perfis, além da análise da assembleia fitolítica. Os resultados da análise de fitólitos sugerem a ocorrência de um clima mais seco atualmente na Serra da Bodoquena após uma alternância de eventos de maior abundância hídrica com períodos de maior aridez. As análises micromorfológicas corroboram tal suposição, pela presença de recobrimentos de feições de iluviação de argila por acumulações de CaCO3, em coexistência com concreções ferromanganosas. Sob condições paleoclimáticas mais úmidas formaram-se na T1 solos com similaridade de atributos, com cores avermelhadas, aumento no teor de argila em profundidade e atividade de argila variável entre 17 e 27 cmolc.kg-1. Na T2, solos com menor grau de evolução pedogenética e maior variabilidade de atributos foram formados em razão da instabilidade da superfície, de relevo forte-ondulado. Quanto aos horizontes diagnósticos, apenas nos perfis T2P1 e T2P4 há horizontes cálcicos, sendo as acumulações carbonáticas no T2P1 de origem geogênica – devido às oscilações do lençol freático, e no T2P4 de origem pedogênica. Nenhum dos perfis apresentou endurecimento contínuo por CaCO3 para ser classificado como petrocálcico. Segundo o SiBCS, os perfis T1P1 (sopé) e T1P2 (terço médio) da T1, respectivamente com sequência A-Bt e A-E-Bt, cerosidade fraca a moderada e policromia acentuada, são identificados como Argissolos Vermelhos, sendo o T1P1 Eutrófico típico (Typic Argiudoll) e o T1P2 Distrófico típico (Typic Hapludult). O T1P3 (topo) com sequência A-Bi-C, é classificado como Cambissolo Háplico Eutrófico típico (Typic Humudept). Na T2, o perfil T2P1, em terraço fluvial, com teores de CaCO3 equivalente muito superiores aos exigidos para o reconhecimento de horizonte cálcico ou petrocálcico, é classificado como Chernossolo Rêndzico Órtico típico (Mollic Fluvaquent). Em superfícies côncavas, os perfis T2P2 e T2P3 com sequências A-Bt e A-E-Bt são Luvissolos Háplicos, respectivamente, Pálico típico e Órtico abrúptico (Typics Hapludalfs). O perfil T2P4 (terço médio inferior) possui horizonte cálcico coincidente com o C (sequência A-Ck’-R), sendo classificado como Neossolo Litólico Carbonático típico (Lithic Udorthent). Os perfis T2P5 e T2P6, nos terços médio superior e superior da encosta com sequência A-R, apesar da forte efervescência por HCl a 10%, não apresentam CaCO3 equivalente suficiente para o reconhecimento de horizonte cálcico, sendo classificados como Chernossolos Ebânicos Órticos típicos, respectivamente Lithic Hapludoll e Lithic Udorthent pelo Soil Taxonomy. |
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2013 |
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2013-08-19 |
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SILVA, Marlen Barros e. Caracterização pedológica e gênese de solos em duas topossequências no sistema cárstico da Serra da Bodoquena (MS). 2013. 203 f. Tese (Doutorado em Agronomia, Ciência do Solo). Instituto de Agronomia, Departamento de Solos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2013. |
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