Composição de espécies e padrões espaço-temporais das capturas provenientes da pesca amadora na baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/17634 |
Resumo: | A pesca amadora é uma atividade praticada por uma grande quantidade de pessoas em todo o mundo, cujo principal objetivo é o desporto e lazer. Nas últimas décadas, a sua prática tem apresentado um aumento significativo, especialmente em centros urbanos de países em desenvolvimento. Apesar das características desportivas, esta modalidade pode afetar diferentes populações de peixes, especialmente em ambientes costeiros usados como áreas de reprodução e crescimento. A falta de informações sobre a composição de espécies e o volume das capturas, principalmente em ambientes costeiros, representa uma importante lacuna a ser preenchida. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo investigar a composição das espécies capturadas pela pesca amadora desenvolvida na Baía de Sepetiba (RJ), um dos mais importantes ambientes costeiros do sudeste do Brasil. Para isso, dados primários, provenientes de registros das capturas, foram obtidos a partir de um programa de acompanhamento sistemático das pescarias praticadas com embarcações de pequeno e médio porte, além de caiaques, entre outubro de 2019 a setembro de 2020. Foram registradas 1.190 pescarias (85 embarcações e 77 barqueiros). O volume total de peixes capturados foi de 63.479,7 kg em 12.268 horas de pesca, gerando um rendimento pesqueiro (CPUE) de 53,3 kg/viagem, 7,1 kg/pescador e 5,2 kg/hora. Foram registradas 52 categorias de espécies em 42 pontos de pesca (pesqueiros), sendo as mais frequentes, corvina – Micropogonias furnieri (45,0%), robalo-peva – Centropomus parallelus (26,9%), bagres – Cathorops spixii e Genidens genidens (17,6%), cocorocas – Orthopristis ruber, Haemulon steindachneri e Haemulopsis corvinaeformis (16,7%), espada – Trichiurus lepturus (14,7%) e peroá – Balistes capriscus (11,6%). As espécies que se destacaram em volume de captura foram, T. lepturus (23,4%), B. capriscus (13,8%), olho-de-cão – Priacanthus arenatus (10,0%), M. furnieri (9,2%), dourado – Coryphaena hippurus (6,6%) e pargo – Pagrus pagrus (5,7%). As espécies com maior frequência de liberação foram, C. spixii e G. genidens (58,9%), cação-viola – Pseudobatos percellens (55,6%) e baiacu – Chilomycterus spinosus (53,6%). As capturas realizadas em caiaques se concentraram essencialmente na zona interna e sobre o robalo-flecha (C. undecimalis). A maior riqueza de espécies, assim como a maior quantidade de pescarias (47,3%), foram registradas na zona externa da baía. Mais da metade das capturas foram realizadas em pontos com fundo rochoso e os com iscas naturais (camarão e sardinha). As estações do ano que se destacaram pela maior quantidade de pescarias foram primavera (27,9%) e inverno (27,8%). Padrões sazonais de rendimento pesqueiro bem marcados foram verificados para espécies da zona oceânica (P. arenatus, P. pagrus e C. hippurus), principalmente durante o outono e inverno. As variações de peso máximo das espécies indicaram tendências de sazonalidade para M. furmieri, Pomatomus saltatrix e T. lepturus. Apesar das capturas acessarem uma grande variedade de espécies, as variações registradas determinam um padrão de diferenciação espaço-temporal bem marcado. A identificação da composição de espécies nas capturas e o reconhecimento dos padrões de variação espaço-temporais constituem informações fundamentais para a avaliação de eventuais impactos sobre as populações de peixes e contribuem para gestão ecossistêmica |
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Souza, Wesley Duarte deTubino, Rafael de Almeidahttp://lattes.cnpq.br/3833439576748268Tubino, Rafael de Almeidahttp://lattes.cnpq.br/3833439576748268Freire, Kátia de Meirelles Felizolahttps://orcid.org/0000-0002-6190-3532http://lattes.cnpq.br/1427843816775379Neves, Leonardo Mitranohttp://lattes.cnpq.br/9490750242360258Tomás, Acácio Ribeiro Gomeshttp://lattes.cnpq.br/8044992031219691Andrade-Tubino, Magda Fernandes dehttp://lattes.cnpq.br/6719722191305292http://lattes.cnpq.br/87361904981636922024-07-16T15:38:55Z2024-07-16T15:38:55Z2022-04-28SOUZA, Wesley Duarte. Composição de espécies e padrões espaço-temporais das capturas provenientes da pesca amadora na baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil. 2022. 54 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal). Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2022.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/17634A pesca amadora é uma atividade praticada por uma grande quantidade de pessoas em todo o mundo, cujo principal objetivo é o desporto e lazer. Nas últimas décadas, a sua prática tem apresentado um aumento significativo, especialmente em centros urbanos de países em desenvolvimento. Apesar das características desportivas, esta modalidade pode afetar diferentes populações de peixes, especialmente em ambientes costeiros usados como áreas de reprodução e crescimento. A falta de informações sobre a composição de espécies e o volume das capturas, principalmente em ambientes costeiros, representa uma importante lacuna a ser preenchida. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo investigar a composição das espécies capturadas pela pesca amadora desenvolvida na Baía de Sepetiba (RJ), um dos mais importantes ambientes costeiros do sudeste do Brasil. Para isso, dados primários, provenientes de registros das capturas, foram obtidos a partir de um programa de acompanhamento sistemático das pescarias praticadas com embarcações de pequeno e médio porte, além de caiaques, entre outubro de 2019 a setembro de 2020. Foram registradas 1.190 pescarias (85 embarcações e 77 barqueiros). O volume total de peixes capturados foi de 63.479,7 kg em 12.268 horas de pesca, gerando um rendimento pesqueiro (CPUE) de 53,3 kg/viagem, 7,1 kg/pescador e 5,2 kg/hora. Foram registradas 52 categorias de espécies em 42 pontos de pesca (pesqueiros), sendo as mais frequentes, corvina – Micropogonias furnieri (45,0%), robalo-peva – Centropomus parallelus (26,9%), bagres – Cathorops spixii e Genidens genidens (17,6%), cocorocas – Orthopristis ruber, Haemulon steindachneri e Haemulopsis corvinaeformis (16,7%), espada – Trichiurus lepturus (14,7%) e peroá – Balistes capriscus (11,6%). As espécies que se destacaram em volume de captura foram, T. lepturus (23,4%), B. capriscus (13,8%), olho-de-cão – Priacanthus arenatus (10,0%), M. furnieri (9,2%), dourado – Coryphaena hippurus (6,6%) e pargo – Pagrus pagrus (5,7%). As espécies com maior frequência de liberação foram, C. spixii e G. genidens (58,9%), cação-viola – Pseudobatos percellens (55,6%) e baiacu – Chilomycterus spinosus (53,6%). As capturas realizadas em caiaques se concentraram essencialmente na zona interna e sobre o robalo-flecha (C. undecimalis). A maior riqueza de espécies, assim como a maior quantidade de pescarias (47,3%), foram registradas na zona externa da baía. Mais da metade das capturas foram realizadas em pontos com fundo rochoso e os com iscas naturais (camarão e sardinha). As estações do ano que se destacaram pela maior quantidade de pescarias foram primavera (27,9%) e inverno (27,8%). Padrões sazonais de rendimento pesqueiro bem marcados foram verificados para espécies da zona oceânica (P. arenatus, P. pagrus e C. hippurus), principalmente durante o outono e inverno. As variações de peso máximo das espécies indicaram tendências de sazonalidade para M. furmieri, Pomatomus saltatrix e T. lepturus. Apesar das capturas acessarem uma grande variedade de espécies, as variações registradas determinam um padrão de diferenciação espaço-temporal bem marcado. A identificação da composição de espécies nas capturas e o reconhecimento dos padrões de variação espaço-temporais constituem informações fundamentais para a avaliação de eventuais impactos sobre as populações de peixes e contribuem para gestão ecossistêmicaCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESRecreational fisheries is an activity practiced by a large number of people around the world, whose main objective is sport and leisure. In recent decades, this practice has shown a significant increase, especially in urban centers of developing countries. Despite the sporting characteristics, this modality can affect different populations of fish, especially in coastal environments used as breeding and growth areas. The lack of information on species composition and volume of catches, especially in coastal environments, represents an important gap to be filled. In this context, this work aims to investigate the composition of species captured by recreational fisheries developed in Sepetiba Bay (RJ), one of the most important coastal environments in southeastern Brazil. Primary data, from capture records, were obtained from a program of systematic monitoring of fisheries carried out with small and medium-sized boats, in addition to kayaks, between October 2019 and September 2020. Were recorded 1,190 fisheries (85 boats and 77 anglers). The total volume of fish caught was 63,479.7 kg in 12,268 hours of fishing, generating a fishing yield (CPUE) of 53.3 kg/trip, 7.1 kg/fisher and 5.2 kg/hour. Were recorded 52 categories of species in 42 fishing grounds, the most frequent were corvina – Micropogonias furnieri (45.0%), robalo-peva – Centropomus parallelus (26.9%), bagre – Cathorops spixii and Genidens genidens (17.6%), cocoroca – Orthopristis ruber, Haemulon steindachneri and Haemulopsis corvinaeformis (16.7%), espada – Trichiurus lepturus (14.7%) and peroá – Balistes capriscus (11.6%). The most important species in terms of capture volume were T. lepturus (23.4%), B. capriscus (13.8%), olho-de-cão – Priacanthus arenatus (10.0%), M. furnieri (9.2%), dourado – Coryphaena hippurus (6.6%) and pargo – Pagrus pagrus (5.7%). The species with the highest frequency of release were C. spixii and G. genidens (58.9%), cação-viola – Pseudobatos percellens (55.6%) and baiacú – Chilomycterus spinosus (53.6%). The captures carried out in kayaks were essentially concentrated in the inner zone and on the robalo-flecha (C. undecimalis). The greatest richness of species, as well as the greatest number of fisheries (47.3%), were registered in the outer zone of the bay. More than half of the captures were carried out in points with a rocky bottom and those with natural baits (shrimp and sardines). The main seasons for the largest number of fisheries were spring (27.9%) and winter (27.8%). Apparent seasonal patterns of fishing yield were verified for oceanic species (P. arenatus, P. pagrus and C. hippurus), mainly during autumn and winter. The maximum weight variations of the species indicated seasonality trends for M. furnieri, Pomatomus saltatrix and T. lepturus. Despite the captures accessing a wide variety of species, the variations registered determine an evident spatial-temporal differentiation pattern. The identification of species composition in catches and the recognition of spatial-temporal patterns of variation constitute fundamental information for the assessment of possible impacts on fish populations and contribute to ecosystem managementporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFRRJBrasilInstituto de Ciências Biológicas e Da SaúdeEcologiaPesca costeiraictiofaunacomposição de capturaliberaçãorendimento pesqueiroComposição de espécies e padrões espaço-temporais das capturas provenientes da pesca amadora na baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, BrasilSpecies composition and spatial-temporal patterns of catches from recreational fisheries in Sepetiba Bay, Rio de Janeiro, Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisAGOSTINHO, A. A.; GOMES, L. C.; & PELICICE, F. M. Ecologia e manejo de recursos pesqueiros em reservatórios do Brasil. UEM, 2007. ALTIERI, A. H.; BERTNESS, M. D.; COVERDALE, T. 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A pesca amadora é uma atividade praticada por uma grande quantidade de pessoas em todo o mundo, cujo principal objetivo é o desporto e lazer. Nas últimas décadas, a sua prática tem apresentado um aumento significativo, especialmente em centros urbanos de países em desenvolvimento. Apesar das características desportivas, esta modalidade pode afetar diferentes populações de peixes, especialmente em ambientes costeiros usados como áreas de reprodução e crescimento. A falta de informações sobre a composição de espécies e o volume das capturas, principalmente em ambientes costeiros, representa uma importante lacuna a ser preenchida. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo investigar a composição das espécies capturadas pela pesca amadora desenvolvida na Baía de Sepetiba (RJ), um dos mais importantes ambientes costeiros do sudeste do Brasil. Para isso, dados primários, provenientes de registros das capturas, foram obtidos a partir de um programa de acompanhamento sistemático das pescarias praticadas com embarcações de pequeno e médio porte, além de caiaques, entre outubro de 2019 a setembro de 2020. Foram registradas 1.190 pescarias (85 embarcações e 77 barqueiros). O volume total de peixes capturados foi de 63.479,7 kg em 12.268 horas de pesca, gerando um rendimento pesqueiro (CPUE) de 53,3 kg/viagem, 7,1 kg/pescador e 5,2 kg/hora. Foram registradas 52 categorias de espécies em 42 pontos de pesca (pesqueiros), sendo as mais frequentes, corvina – Micropogonias furnieri (45,0%), robalo-peva – Centropomus parallelus (26,9%), bagres – Cathorops spixii e Genidens genidens (17,6%), cocorocas – Orthopristis ruber, Haemulon steindachneri e Haemulopsis corvinaeformis (16,7%), espada – Trichiurus lepturus (14,7%) e peroá – Balistes capriscus (11,6%). As espécies que se destacaram em volume de captura foram, T. lepturus (23,4%), B. capriscus (13,8%), olho-de-cão – Priacanthus arenatus (10,0%), M. furnieri (9,2%), dourado – Coryphaena hippurus (6,6%) e pargo – Pagrus pagrus (5,7%). As espécies com maior frequência de liberação foram, C. spixii e G. genidens (58,9%), cação-viola – Pseudobatos percellens (55,6%) e baiacu – Chilomycterus spinosus (53,6%). As capturas realizadas em caiaques se concentraram essencialmente na zona interna e sobre o robalo-flecha (C. undecimalis). A maior riqueza de espécies, assim como a maior quantidade de pescarias (47,3%), foram registradas na zona externa da baía. Mais da metade das capturas foram realizadas em pontos com fundo rochoso e os com iscas naturais (camarão e sardinha). As estações do ano que se destacaram pela maior quantidade de pescarias foram primavera (27,9%) e inverno (27,8%). Padrões sazonais de rendimento pesqueiro bem marcados foram verificados para espécies da zona oceânica (P. arenatus, P. pagrus e C. hippurus), principalmente durante o outono e inverno. As variações de peso máximo das espécies indicaram tendências de sazonalidade para M. furmieri, Pomatomus saltatrix e T. lepturus. Apesar das capturas acessarem uma grande variedade de espécies, as variações registradas determinam um padrão de diferenciação espaço-temporal bem marcado. A identificação da composição de espécies nas capturas e o reconhecimento dos padrões de variação espaço-temporais constituem informações fundamentais para a avaliação de eventuais impactos sobre as populações de peixes e contribuem para gestão ecossistêmica |
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