“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10096 |
Resumo: | O propósito desta pesquisa é entender, o modo como a elite imperial tentou solucionar a questão servil a partir da articulação e elaboração de um projeto de emancipação que garantisse a manutenção dos seus privilégios e determinasse o destino da gente negra emancipada, fosse nos embates políticos, ou nas narrativas elaboradas fora dos espaços institucionais. Alinhar emancipação, manutenção de privilégios e ordenamento social parece ter sido o centro dos debates e das propostas que resultaram na lei de 28 de setembro de 1871. As narrativas sobre a emancipação e as possibilidades de reinvenção da ordem social foram diversas e muitas as cenas que resultaram na abolição. Os debates acerca da condução da lei do Ventre Livre saltaram os muros do parlamento e acessaram os tribunais, as ruas, as casas, a imprensa e a literatura. Homens e mulheres sentiram que tinham algo a dizer e assim o fizeram, articulando- se para que suas ideias, projetos e intenções fossem conhecidos e, quiçá, pudessem interferir, influenciar ou manipular o projeto político institucional. Esta tese busca percorrer parte do trajeto entre a discussão sobre a elaboração da lei e sua promulgação, adentrando, inclusive, as vielas e os becos dessas narrativas: os escritos que indicam o quanto a ideia de uma emancipação perturbou o imaginário social dos apoiadores da escravidão (proprietários de terras e de escravizados, em sua maioria) e a sua sanha de poder e garantia de manutenção dos privilégios pautados na estrutura escravista. Para isso, a pesquisa que apresento foi se costurando a partir da apresentação ao Parlamento de projetos de emancipação em 1865, da inquietação gerada com a proposta oficial de emancipação lançada por D. Pedro II e da ambiguidade entre o incômodo de ser o último país escravista nas Américas e a resistência em efetivar a abolição. Nesta perspectiva, defendi nas linhas que seguem a premissa de que o debate em torno da emancipação foi pensado de forma a garantir a manutenção dos privilégios sociais e econômicos da elite proprietária e do controle social sobre libertos e ingênuos através da legislação, alicerçados na mentalidade que formalizou o racismo como elemento estrutural da sociedade brasileira. Se a elite política imperial discutiu, narrou e questionou-se sobre os caminhos para emancipação do ventre da mulher escravizada, durante os anos que antecederam a efetivação do projeto paulatino de emancipação, também discutiu, narrou e questionou-se sobre a abolição e seus efeitos, a ponto de forjar de uma memória histórica desse período pautada no discurso de glorificação de seus feitos. |
id |
UFRRJ-1_e36aa1401e3d4321f26a4df1d4c75eb7 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:rima.ufrrj.br:20.500.14407/10096 |
network_acronym_str |
UFRRJ-1 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRRJ |
repository_id_str |
|
spelling |
Gonçalves, Aline Najara da SilvaNascimento, Álvaro Pereira do778.067.437-15https://orcid.org/0000-0001-7938-9095http://lattes.cnpq.br/8828847259602722Nascimento, Álvaro Pereira do778.067.437-15http://lattes.cnpq.br/8828847259602722Costa, Carlos Eduardo Coutinho dahttps://orcid.org/0000-0001-7779-5655http://lattes.cnpq.br/6172194514076168Souza, Robério Santos987.923.185-68http://lattes.cnpq.br/4837291412641477Viana, Iamara da Silva037.409.057-27http://lattes.cnpq.br/8734218761246193Reis, Isabel Cristina Ferreira dos349.135.305-00http://lattes.cnpq.br/2638469674649457909.940.275-91http://lattes.cnpq.br/95455803198406782023-12-21T18:57:06Z2023-12-21T18:57:06Z2022-12-12GONÇALVES, Aline Najara da Silva. “É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908. 2022. 158 f. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2022.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10096O propósito desta pesquisa é entender, o modo como a elite imperial tentou solucionar a questão servil a partir da articulação e elaboração de um projeto de emancipação que garantisse a manutenção dos seus privilégios e determinasse o destino da gente negra emancipada, fosse nos embates políticos, ou nas narrativas elaboradas fora dos espaços institucionais. Alinhar emancipação, manutenção de privilégios e ordenamento social parece ter sido o centro dos debates e das propostas que resultaram na lei de 28 de setembro de 1871. As narrativas sobre a emancipação e as possibilidades de reinvenção da ordem social foram diversas e muitas as cenas que resultaram na abolição. Os debates acerca da condução da lei do Ventre Livre saltaram os muros do parlamento e acessaram os tribunais, as ruas, as casas, a imprensa e a literatura. Homens e mulheres sentiram que tinham algo a dizer e assim o fizeram, articulando- se para que suas ideias, projetos e intenções fossem conhecidos e, quiçá, pudessem interferir, influenciar ou manipular o projeto político institucional. Esta tese busca percorrer parte do trajeto entre a discussão sobre a elaboração da lei e sua promulgação, adentrando, inclusive, as vielas e os becos dessas narrativas: os escritos que indicam o quanto a ideia de uma emancipação perturbou o imaginário social dos apoiadores da escravidão (proprietários de terras e de escravizados, em sua maioria) e a sua sanha de poder e garantia de manutenção dos privilégios pautados na estrutura escravista. Para isso, a pesquisa que apresento foi se costurando a partir da apresentação ao Parlamento de projetos de emancipação em 1865, da inquietação gerada com a proposta oficial de emancipação lançada por D. Pedro II e da ambiguidade entre o incômodo de ser o último país escravista nas Américas e a resistência em efetivar a abolição. Nesta perspectiva, defendi nas linhas que seguem a premissa de que o debate em torno da emancipação foi pensado de forma a garantir a manutenção dos privilégios sociais e econômicos da elite proprietária e do controle social sobre libertos e ingênuos através da legislação, alicerçados na mentalidade que formalizou o racismo como elemento estrutural da sociedade brasileira. Se a elite política imperial discutiu, narrou e questionou-se sobre os caminhos para emancipação do ventre da mulher escravizada, durante os anos que antecederam a efetivação do projeto paulatino de emancipação, também discutiu, narrou e questionou-se sobre a abolição e seus efeitos, a ponto de forjar de uma memória histórica desse período pautada no discurso de glorificação de seus feitos.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThe purpose of this research is to understand how the imperial elite tried to solve the serfdom issue based on the articulation and elaboration of an emancipation project that would guarantee the maintenance of its privileges and determine the fate of emancipated black people, whether in political clashes, or in narratives elaborated outside institutional spaces. Aligning emancipation, maintenance of privileges and social order seems to have been the center of the debates and proposals that resulted in the law of September 28, 1871. The narratives about emancipation and the possibilities of reinventing the social order were diverse and many scenes resulted in abolition. Debates about the conduct of the Free Womb law jumped the walls of parliament and accessed the courts, the streets, homes, the press and literature. Men and women felt that they had something to say and they did so, articulating themselves so that their ideas, projects and intentions were known and, perhaps, could interfere, influence or manipulate the institutional political project. This thesis seeks to cover part of the path between the discussion about the elaboration of the law and its enactment, even entering the alleys and alleys of these narratives: the writings that indicate how much the idea of emancipation disturbed the social imaginary of supporters of slavery (mostly landowners and enslaved people) and their rage for power and guarantee of maintaining the privileges based on the slave structure. For this, the research that I present was sewn from the presentation to the Parliament of emancipation projects in 1865, from the uneasiness generated with the official proposal of emancipation launched by D. Pedro II and from the ambiguity between the discomfort of being the last slave- owning country in the Americas and resistance to enact abolition. In this perspective, I defended, along the lines that follow, the premise that the debate around emancipation was designed to guarantee the maintenance of the social and economic privileges of the property- owning elite and social control over freedmen and naïves through legislation, based on the mentality that formalized racism as a structural element of Brazilian society. If the imperial political elite discussed, narrated and questioned about the ways to emancipate the enslaved woman's womb, during the years that preceded the implementation of the gradual emancipation project, it also discussed, narrated and questioned about abolition and its effects , to the point of forging a historical memory of that period based on the discourse of glorification of its deeds.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e SociaisQuestão ServilEmancipaçãoImpério do BrasilNarrativasServile QuestionEmancipationEmpire of BrazilNarrativesHistória“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908“It is to contain the blacks”: debates and narratives on the issue of the servile element in the Empire of Brazil, 1865-1908info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis159 TOCQUEVILLE, Alexis de. A democracia na América: leis e costumes de certas leis e certos costumes políticos que foram naturalmente sugeridos aos americanos por seu estado social democrático. Tradução de Eduardo Brandão; prefácio, bibliografia e cronologia François Furet. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. (Paidéia) Disponível no sitte https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/9555 TOMICH, Dale. Pelo Prisma da Escravidão. Trabalho, Capital e Economia MundiaL. São Paulo: Edusp, 2011. 248 p. TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história. Tradução de Sebastião Nascimento. Curitiba: Huya, 2016. 272p. TRUTH, Sojourner. E não sou uma mulher? Disponível em <https://www.geledes.org.br/e- nao-sou-uma-mulher-sojourner-truth/>. Acesso em: 03 de março de 2021, às 18h40min. VIANNA, Hélio. “Francisco Gê Acayaba de Montezuma, Visconde de Jequitinhonha”. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 244. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, p. 104-134, julho-setembro de 1959 disponível no sítio eletrônico <https://drive.google.com/file/d/0B_G9pg7CxKSsblhLYjNhUzUtcDQ/view?resourcekey=0- Ex73KQ0P_C383E1bf2fAIg> ZILBERMAN, Regina. O Romance histórico – teoria e prática. In: BORDINI, Maria da Glória (org.) Lukács e a Literatura. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. p. 116.https://tede.ufrrj.br/retrieve/74005/2022%20-%20Aline%20Najara%20da%20Silva%20Gon%c3%a7alves.Pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/6752Submitted by Leticia Schettini (leticia@ufrrj.br) on 2023-07-24T15:42:46Z No. of bitstreams: 1 2022 - Aline Najara da Silva Gonçalves.Pdf: 1735401 bytes, checksum: d8ba6d74f5bfdc720c4d82beb7e4d167 (MD5)Made available in DSpace on 2023-07-24T15:42:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2022 - Aline Najara da Silva Gonçalves.Pdf: 1735401 bytes, checksum: d8ba6d74f5bfdc720c4d82beb7e4d167 (MD5) Previous issue date: 2022-12-12info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJinstname:Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)instacron:UFRRJTHUMBNAIL2022 - Aline Najara da Silva Gonçalves.Pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2313https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/10096/1/2022%20-%20Aline%20Najara%20da%20Silva%20Gon%c3%a7alves.Pdf.jpgab244d114b5be617f0a0e6364f02a1ceMD51TEXT2022 - Aline Najara da Silva Gonçalves.Pdf.txtExtracted Texttext/plain398629https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/10096/2/2022%20-%20Aline%20Najara%20da%20Silva%20Gon%c3%a7alves.Pdf.txtc2f92405555f2cd8af5a028dd3a1ee00MD52ORIGINAL2022 - Aline Najara da Silva Gonçalves.Pdf2022 - Aline Najara da Silva Gonçalvesapplication/pdf1735401https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/10096/3/2022%20-%20Aline%20Najara%20da%20Silva%20Gon%c3%a7alves.Pdfd8ba6d74f5bfdc720c4d82beb7e4d167MD53LICENSElicense.txttext/plain2089https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/10096/4/license.txt7b5ba3d2445355f386edab96125d42b7MD5420.500.14407/100962023-12-21 15:57:06.894oai:rima.ufrrj.br:20.500.14407/10096Tk9UQTogQ09MT1FVRSBBUVVJIEEgU1VBIFBSP1BSSUEgTElDRU4/QQpFc3RhIGxpY2VuP2EgZGUgZXhlbXBsbyA/IGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxJQ0VOP0EgREUgRElTVFJJQlVJPz9PIE4/Ty1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YT8/byBkZXN0YSBsaWNlbj9hLCB2b2M/IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSA/IFVuaXZlcnNpZGFkZSAKWFhYIChTaWdsYSBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUpIG8gZGlyZWl0byBuP28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyP25pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zID91ZGlvIG91IHY/ZGVvLgoKVm9jPyBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZT9kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YT8/byAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhPz9vLgoKVm9jPyB0YW1iP20gY29uY29yZGEgcXVlIGEgU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGM/cGlhIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgCmRpc3NlcnRhPz9vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuP2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YT8/by4KClZvYz8gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YT8/byA/IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvYz8gdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2VuP2EuIFZvYz8gdGFtYj9tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVwP3NpdG8gZGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gbj9vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgCmNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3U/bS4KCkNhc28gYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YT8/byBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jPyBuP28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jPyAKZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzcz9vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgPyBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbj9hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Q/IGNsYXJhbWVudGUgCmlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IG5vIGNvbnRlP2RvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgVEVTRSBPVSBESVNTRVJUQT8/TyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0M/TklPIE9VIApBUE9JTyBERSBVTUEgQUc/TkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTj9PIFNFSkEgQSBTSUdMQSBERSAKVU5JVkVSU0lEQURFLCBWT0M/IERFQ0xBUkEgUVVFIFJFU1BFSVRPVSBUT0RPUyBFIFFVQUlTUVVFUiBESVJFSVRPUyBERSBSRVZJUz9PIENPTU8gClRBTUI/TSBBUyBERU1BSVMgT0JSSUdBPz9FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28sIGUgbj9vIGZhcj8gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhPz9vLCBhbD9tIGRhcXVlbGFzIApjb25jZWRpZGFzIHBvciBlc3RhIGxpY2VuP2EuCg==Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://tede.ufrrj.br/PUBhttps://tede.ufrrj.br/oai/requestbibliot@ufrrj.br||bibliot@ufrrj.bropendoar:2023-12-21T18:57:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)false |
dc.title.por.fl_str_mv |
“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908 |
dc.title.alternative.eng.fl_str_mv |
“It is to contain the blacks”: debates and narratives on the issue of the servile element in the Empire of Brazil, 1865-1908 |
title |
“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908 |
spellingShingle |
“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908 Gonçalves, Aline Najara da Silva Questão Servil Emancipação Império do Brasil Narrativas Servile Question Emancipation Empire of Brazil Narratives História |
title_short |
“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908 |
title_full |
“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908 |
title_fullStr |
“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908 |
title_full_unstemmed |
“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908 |
title_sort |
“É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908 |
author |
Gonçalves, Aline Najara da Silva |
author_facet |
Gonçalves, Aline Najara da Silva |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Gonçalves, Aline Najara da Silva |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Nascimento, Álvaro Pereira do |
dc.contributor.advisor1ID.fl_str_mv |
778.067.437-15 https://orcid.org/0000-0001-7938-9095 |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/8828847259602722 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Nascimento, Álvaro Pereira do |
dc.contributor.referee1ID.fl_str_mv |
778.067.437-15 |
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/8828847259602722 |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Costa, Carlos Eduardo Coutinho da |
dc.contributor.referee2ID.fl_str_mv |
https://orcid.org/0000-0001-7779-5655 |
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/6172194514076168 |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Souza, Robério Santos |
dc.contributor.referee3ID.fl_str_mv |
987.923.185-68 |
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/4837291412641477 |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Viana, Iamara da Silva |
dc.contributor.referee4ID.fl_str_mv |
037.409.057-27 |
dc.contributor.referee4Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/8734218761246193 |
dc.contributor.referee5.fl_str_mv |
Reis, Isabel Cristina Ferreira dos |
dc.contributor.referee5ID.fl_str_mv |
349.135.305-00 |
dc.contributor.referee5Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/2638469674649457 |
dc.contributor.authorID.fl_str_mv |
909.940.275-91 |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/9545580319840678 |
contributor_str_mv |
Nascimento, Álvaro Pereira do Nascimento, Álvaro Pereira do Costa, Carlos Eduardo Coutinho da Souza, Robério Santos Viana, Iamara da Silva Reis, Isabel Cristina Ferreira dos |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Questão Servil Emancipação Império do Brasil Narrativas |
topic |
Questão Servil Emancipação Império do Brasil Narrativas Servile Question Emancipation Empire of Brazil Narratives História |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Servile Question Emancipation Empire of Brazil Narratives |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
História |
description |
O propósito desta pesquisa é entender, o modo como a elite imperial tentou solucionar a questão servil a partir da articulação e elaboração de um projeto de emancipação que garantisse a manutenção dos seus privilégios e determinasse o destino da gente negra emancipada, fosse nos embates políticos, ou nas narrativas elaboradas fora dos espaços institucionais. Alinhar emancipação, manutenção de privilégios e ordenamento social parece ter sido o centro dos debates e das propostas que resultaram na lei de 28 de setembro de 1871. As narrativas sobre a emancipação e as possibilidades de reinvenção da ordem social foram diversas e muitas as cenas que resultaram na abolição. Os debates acerca da condução da lei do Ventre Livre saltaram os muros do parlamento e acessaram os tribunais, as ruas, as casas, a imprensa e a literatura. Homens e mulheres sentiram que tinham algo a dizer e assim o fizeram, articulando- se para que suas ideias, projetos e intenções fossem conhecidos e, quiçá, pudessem interferir, influenciar ou manipular o projeto político institucional. Esta tese busca percorrer parte do trajeto entre a discussão sobre a elaboração da lei e sua promulgação, adentrando, inclusive, as vielas e os becos dessas narrativas: os escritos que indicam o quanto a ideia de uma emancipação perturbou o imaginário social dos apoiadores da escravidão (proprietários de terras e de escravizados, em sua maioria) e a sua sanha de poder e garantia de manutenção dos privilégios pautados na estrutura escravista. Para isso, a pesquisa que apresento foi se costurando a partir da apresentação ao Parlamento de projetos de emancipação em 1865, da inquietação gerada com a proposta oficial de emancipação lançada por D. Pedro II e da ambiguidade entre o incômodo de ser o último país escravista nas Américas e a resistência em efetivar a abolição. Nesta perspectiva, defendi nas linhas que seguem a premissa de que o debate em torno da emancipação foi pensado de forma a garantir a manutenção dos privilégios sociais e econômicos da elite proprietária e do controle social sobre libertos e ingênuos através da legislação, alicerçados na mentalidade que formalizou o racismo como elemento estrutural da sociedade brasileira. Se a elite política imperial discutiu, narrou e questionou-se sobre os caminhos para emancipação do ventre da mulher escravizada, durante os anos que antecederam a efetivação do projeto paulatino de emancipação, também discutiu, narrou e questionou-se sobre a abolição e seus efeitos, a ponto de forjar de uma memória histórica desse período pautada no discurso de glorificação de seus feitos. |
publishDate |
2022 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2022-12-12 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-12-21T18:57:06Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-12-21T18:57:06Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
GONÇALVES, Aline Najara da Silva. “É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908. 2022. 158 f. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2022. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10096 |
identifier_str_mv |
GONÇALVES, Aline Najara da Silva. “É para conter os pretos”: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908. 2022. 158 f. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2022. |
url |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10096 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.references.por.fl_str_mv |
159 TOCQUEVILLE, Alexis de. A democracia na América: leis e costumes de certas leis e certos costumes políticos que foram naturalmente sugeridos aos americanos por seu estado social democrático. Tradução de Eduardo Brandão; prefácio, bibliografia e cronologia François Furet. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. (Paidéia) Disponível no sitte https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/9555 TOMICH, Dale. Pelo Prisma da Escravidão. Trabalho, Capital e Economia MundiaL. São Paulo: Edusp, 2011. 248 p. TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história. Tradução de Sebastião Nascimento. Curitiba: Huya, 2016. 272p. TRUTH, Sojourner. E não sou uma mulher? Disponível em <https://www.geledes.org.br/e- nao-sou-uma-mulher-sojourner-truth/>. Acesso em: 03 de março de 2021, às 18h40min. VIANNA, Hélio. “Francisco Gê Acayaba de Montezuma, Visconde de Jequitinhonha”. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 244. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, p. 104-134, julho-setembro de 1959 disponível no sítio eletrônico <https://drive.google.com/file/d/0B_G9pg7CxKSsblhLYjNhUzUtcDQ/view?resourcekey=0- Ex73KQ0P_C383E1bf2fAIg> ZILBERMAN, Regina. O Romance histórico – teoria e prática. In: BORDINI, Maria da Glória (org.) Lukács e a Literatura. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. p. 116. |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em História |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFRRJ |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ instname:Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) instacron:UFRRJ |
instname_str |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) |
instacron_str |
UFRRJ |
institution |
UFRRJ |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/10096/1/2022%20-%20Aline%20Najara%20da%20Silva%20Gon%c3%a7alves.Pdf.jpg https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/10096/2/2022%20-%20Aline%20Najara%20da%20Silva%20Gon%c3%a7alves.Pdf.txt https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/10096/3/2022%20-%20Aline%20Najara%20da%20Silva%20Gon%c3%a7alves.Pdf https://rima.ufrrj.br/jspui/bitstream/20.500.14407/10096/4/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
ab244d114b5be617f0a0e6364f02a1ce c2f92405555f2cd8af5a028dd3a1ee00 d8ba6d74f5bfdc720c4d82beb7e4d167 7b5ba3d2445355f386edab96125d42b7 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
bibliot@ufrrj.br||bibliot@ufrrj.br |
_version_ |
1810107965219274752 |