Influência do temperamento de vacas Nelores sobre a perfusão vascular do folículo e do corpo lúteo e sobre a fertilidade, quando submetidas à IATF

• Autor(a) principal: Guerson, Yuri Barbosa
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
• Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10290
• topic: Estresse; Folículo pré-ovulatório; Color Doppler; Progesterona; Fertilidade; Stress; Preovulatory follicle; Color Doppler; Progesterone; Fertility; Zootecnia

O presente estudo foi dividido em dois capítulos sendo que no primeiro objetivou-se avaliar a influência do temperamento sobre a perfusão vascular do folículo pré-ovulatório (FPO) e do corpo lúteo (CL) assim como sobre a produção de progesterona (P4) e sobre a taxa de concepção de vacas Nelores submetidas à IATF. Já no segundo capítulo, o objetivo foi estudar as relações entre o diâmetro do FPO e do CL com a quantidade e intensidade do fluxo sanguíneo nestas estruturas, produção de P4 e a fertilidade de vacas Nelores submetidas à IATF. No primeiro experimento, 201 fêmeas foram submetidas à sincronização da ovulação e, no momento da IA, foram determinados o escore de brete e velocidade de saída deste para avaliação do temperamento. De acordo com os escores individuais, os animais foram classificados em temperamento adequado (ADQ) ou excitável (EXC). Amostras de sangue foram coletadas para dosagem de cortisol e progesterona. As avaliações ultrassonográficas por Doppler colorido foram realizadas para determinar o diâmetro, volume e a vascularização do FPO e do CL no momento da IA (D0) e sete dias (D7) após, respectivamente. As taxas de sincronização, ovulação e de concepção foram comparadas entre os grupos ADQ e EXC. As variáveis número de pixels do FPO no momento da IA (p=0,01), intensidade dos pixels na parede do folículo (p=0,01), diâmetro (p=0,02) e volume (p=0,01) do folículo pré-ovulatório no momento da IA foram todas menores para o grupo de vacas do grupo EXC, enquanto as concentrações de cortisol foram maiores no grupo de vacas excitáveis, o que foi relacionado ao estresse durante o manejo da IATF. O número e a intensidade dos pixels do CL não apresentaram diferença entre os grupos, enquanto o diâmetro e volume também foram menores (p=0,01) para o grupo EXC. Não foi observada diferença entre os grupos para as taxas de sincronização, ovulação e de concepção assim como para a concentração de progesterona no D7. Pode-se concluir que vacas Nelores de temperamento excitável apresentam menor fluxo sanguíneo folicular e redução no tamanho do folículo e do corpo lúteo sem, no entanto, comprometer a fertilidade. No segundo experimento, foram determinados o diâmetro e o volume do FPO (D0) e CL (D7) de 201 vacas submetidas a IATF, assim como a quantidade e intensidade de pixels coloridos presente nelas. Adicionalmente, amostras de sangue também foram coletadas no D7 para dosagem de P4. Pará análise dos dados, as vacas foram divididas em vazias e gestantes e também de acordo com o diâmetro do FPO: vacas de folículo pequeno, com diâmetro < 11mm (FP; n= 35); vacas de folículo médio, com diâmetro entre 11 e 14mm (FM; n=84) e vacas de folículo grande, com diâmetro > 14mm (FG; n= 70). As variáveis ultrassonográficas do FPO e do CL, bem como a concentração de P4 foram comparadas entre os grupos FP, FM e FG e entre fêmeas vazias e gestantes. Foram encontradas diferenças entre os grupos FP, FM e FG para diâmetro e volume do FPO e do CL, demonstrando que folículos maiores também originam corpos lúteos maiores. O grupo FG apresentou maior quantidade e intensidade de pixels no FPO em relação ao FP. A intensidade de fluxo no CL e a concentração de P4 também foram maiores no FG. O grupo FP apresentou menor intensidade de fluxo e taxa de ovulação em relação aos demais, embora a taxa de concepção tenha sido semelhante para todos. Foram encontradas correlações fracas entre o tamanho do FPO e do CL assim como entre o diâmetro ix e volume do CL com sua quantidade pixels e concentração de P4. Além de correlação moderada entre o diâmetro e sua intensidade de pixels. Não houve diferença entre fêmeas vazias e gestantes para todas as variáveis analisadas. Os resultados confirmam a presença de relações entre o tamanho das estruturas ovarianas e a quantidade e intensidade de fluxo destas, bem como a sua capacidade de produzir progesterona. A intensidade dos pixels do FPO mostrou-se relevante, demonstrando correlações com o tamanho e o fluxo do CL, que não foram encontradas avaliando somente a quantidade de pixel, revelando a importância de avaliar características complementares do fluxo