Nas muralhas sombrias: experiências carcerárias na Penitenciária Modelo, Aracaju/SE, 1926-1955

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gois, Mariana Emanuelle Barreto de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10059
Resumo: A presente tese busca analisar as experiências dos indivíduos na comunidade prisional da Penitenciária Modelo de Aracaju, conhecida como ―A Grandeǁ, no período de 1926-1955, perscrutando as relações mantidas entre os detentos e estes com guardas, direção e moradores da região, nos espaços internos e externos da instituição. A ―Grandeǁ foi construída em uma área rural denominada ―Alto da Pindaíbaǁ, distante do perímetro urbano e que posteriormente foi chamada de Bairro América, urbanizado pelos familiares dos presos. Fato este, que possibilitou a troca de práticas culturais no entorno da Penitenciária, e que nos fez alegar que apesar de ser intitulada de Penitenciária Modelo continuou a reproduzir os resquícios das cadeias antigas sergipanas. Para além desta questão, objetivou analisar as relações de gênero permeadas pelo cotidiano prisional, bem como discutir a trajetória de indivíduos no pós- abolição sergipano. Das narrativas analisadas, discutimos episódios que mostram o dinâmico mundo prisional sergipano, ladeado pela violência entre o corpo administrativo e os detentos, pela falta de higiene, comida insuficiente, ausência de estrutura, castigos corporais, abusos sexuais e racismo. À luz dos debates sobre a história social, utilizamos um corpo documental diverso, a exemplo de processos-crimes; Livro de parte diária da Penitenciária; Relatórios institucionais de governo; Ofícios; Laudos médicos; Prontuários; Fichas de presos; Mapas da população prisional; Censos; Regulamento; Correspondências de presos; Livros de castigos; romances; periódicos e obras de memorialistas. Do cotejamento da documentação concluímos que havia ausência de atributos exigidos pela ciência penal na concepção global moderna, mesmo tendo ocorrido uma reforma prisional de forma tardia. A Penitenciária Modelo de Aracaju, entre suas ―muralhas sombriasǁ, continuou oferecendo um precário serviço prisional.
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spelling Gois, Mariana Emanuelle Barreto deNascimento, Álvaro Pereira doCPF: 778.267.437-15Popinigis, FabianeSant'Anna, Marilene AntunesFonseca, Marcos Luiz Bretas daSilva, Fernanda Oliveira daCPF: 008.397.825-94http://lattes.cnpq.br/34612295879825012023-12-21T18:56:54Z2023-12-21T18:56:54Z2019-12-12GOIS, Mariana Emanuelle Barreto de. Nas muralhas sombrias: experiências carcerárias na Penitenciária Modelo, Aracaju/SE, 1926-1955. 2019. 230 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2019.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10059A presente tese busca analisar as experiências dos indivíduos na comunidade prisional da Penitenciária Modelo de Aracaju, conhecida como ―A Grandeǁ, no período de 1926-1955, perscrutando as relações mantidas entre os detentos e estes com guardas, direção e moradores da região, nos espaços internos e externos da instituição. A ―Grandeǁ foi construída em uma área rural denominada ―Alto da Pindaíbaǁ, distante do perímetro urbano e que posteriormente foi chamada de Bairro América, urbanizado pelos familiares dos presos. Fato este, que possibilitou a troca de práticas culturais no entorno da Penitenciária, e que nos fez alegar que apesar de ser intitulada de Penitenciária Modelo continuou a reproduzir os resquícios das cadeias antigas sergipanas. Para além desta questão, objetivou analisar as relações de gênero permeadas pelo cotidiano prisional, bem como discutir a trajetória de indivíduos no pós- abolição sergipano. Das narrativas analisadas, discutimos episódios que mostram o dinâmico mundo prisional sergipano, ladeado pela violência entre o corpo administrativo e os detentos, pela falta de higiene, comida insuficiente, ausência de estrutura, castigos corporais, abusos sexuais e racismo. À luz dos debates sobre a história social, utilizamos um corpo documental diverso, a exemplo de processos-crimes; Livro de parte diária da Penitenciária; Relatórios institucionais de governo; Ofícios; Laudos médicos; Prontuários; Fichas de presos; Mapas da população prisional; Censos; Regulamento; Correspondências de presos; Livros de castigos; romances; periódicos e obras de memorialistas. Do cotejamento da documentação concluímos que havia ausência de atributos exigidos pela ciência penal na concepção global moderna, mesmo tendo ocorrido uma reforma prisional de forma tardia. A Penitenciária Modelo de Aracaju, entre suas ―muralhas sombriasǁ, continuou oferecendo um precário serviço prisional.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis thesis seeks to analyze the experiences of individuals in the prison community of Aracaju Model Penitentiary, popularly known as ―A Grande", in the period 1926-1955, examining the relations maintained between the detainees and these with guards, direction and residents of the region, in the internal and external spaces of the institution. ―A Grandeǁ was built in a rural area called ―Alto da Pindaíbaǁ, far from the urban perimeter and later turned Bairro América, urbanized by the prisoners' relatives. This fact enabled the exchange of cultural practices around the Penitentiary, and made us claim that despite being called the Model Penitentiary, it continued to reproduce the remnants of the ancient jails of Sergipe. In addition to this issue, it aimed to analyze the gender relations permeated by prison daily life, as well as to discuss the individuals‘ trajectory in the post-abolition of Sergipe. From the narratives analyzed, we discuss episodes that show the dynamic Sergeant Prison world, flanked by violence between the administrative body and the detainees, lack of hygiene, insufficient food, lack of structure, corporal punishment, sexual abuse racism. In the light of the debates on social history, we use a diverse documentary body, for instance Criminal proceedings: Penitentiary daily part Book; Institutional government reports; Crafts; Medical reports; Medical records; prisoners‘ files, prison population maps; Census; Regulation; prisoners‘ correspondence; punishment Books; Romance; Journals and memorialists‘ work. From the documentation collation, we conclude that there was a lack of attributes required by criminal science in the modern global conception, even though there was a late prison reform, the Aracaju Model Penitentiary, among its ―dark wallsǁ, continued to offer a precarious prison service.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e SociaisPenitenciáriaCrimeCorGêneroPós-aboliçãoPenitentiaryColorGenrePost abolitionHistóriaNas muralhas sombrias: experiências carcerárias na Penitenciária Modelo, Aracaju/SE, 1926-1955In the dark walls: prison experiences in the Model Penitentiary, Aracaju/SE, 1926-1955info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisAGUIRRE, Carlos. Cárcere e sociedade na América Latina, 1800-1940. In: MAIA, Clarissa Nunes; SÁ NETO, Flávio de; COSTA, Marcos; BRETAS, Marcos Luiz (org.). História das prisões no Brasil. 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Post abolition
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description A presente tese busca analisar as experiências dos indivíduos na comunidade prisional da Penitenciária Modelo de Aracaju, conhecida como ―A Grandeǁ, no período de 1926-1955, perscrutando as relações mantidas entre os detentos e estes com guardas, direção e moradores da região, nos espaços internos e externos da instituição. A ―Grandeǁ foi construída em uma área rural denominada ―Alto da Pindaíbaǁ, distante do perímetro urbano e que posteriormente foi chamada de Bairro América, urbanizado pelos familiares dos presos. Fato este, que possibilitou a troca de práticas culturais no entorno da Penitenciária, e que nos fez alegar que apesar de ser intitulada de Penitenciária Modelo continuou a reproduzir os resquícios das cadeias antigas sergipanas. Para além desta questão, objetivou analisar as relações de gênero permeadas pelo cotidiano prisional, bem como discutir a trajetória de indivíduos no pós- abolição sergipano. Das narrativas analisadas, discutimos episódios que mostram o dinâmico mundo prisional sergipano, ladeado pela violência entre o corpo administrativo e os detentos, pela falta de higiene, comida insuficiente, ausência de estrutura, castigos corporais, abusos sexuais e racismo. À luz dos debates sobre a história social, utilizamos um corpo documental diverso, a exemplo de processos-crimes; Livro de parte diária da Penitenciária; Relatórios institucionais de governo; Ofícios; Laudos médicos; Prontuários; Fichas de presos; Mapas da população prisional; Censos; Regulamento; Correspondências de presos; Livros de castigos; romances; periódicos e obras de memorialistas. Do cotejamento da documentação concluímos que havia ausência de atributos exigidos pela ciência penal na concepção global moderna, mesmo tendo ocorrido uma reforma prisional de forma tardia. A Penitenciária Modelo de Aracaju, entre suas ―muralhas sombriasǁ, continuou oferecendo um precário serviço prisional.
publishDate 2019
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dc.identifier.citation.fl_str_mv GOIS, Mariana Emanuelle Barreto de. Nas muralhas sombrias: experiências carcerárias na Penitenciária Modelo, Aracaju/SE, 1926-1955. 2019. 230 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2019.
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