DESCRIÇÃO E FUNCIONALIDADE: O CASO DO GÊNERO TEXTUAL INSTRUCIONAL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: de Castro, Onireves Monteiro
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Interdisciplinar
Texto Completo: https://periodicos.ufs.br/interdisciplinar/article/view/1329
Resumo: Objetivamos dar a conhecer os aspectos descritivos e funcionais dos gêneros textuais, especialmente, os de caráter instrucional, nos moldes da tradição discursiva. O texto não é um amontoado de frases, uma enunciação, um enunciado primário ou secundário, um ato verbal da oralidade ou da escrita, um tipo relativamente estável, mas a percepção de que se manifesta em termos históricos, materializando-se em gêneros e tipos peculiares. O estudo dos gêneros textuais é marcado por um grau singular de interdisciplinaridade. Há, por sua vez, certa imprecisão terminológica ao se adotar os termos tipos e gêneros. A diversidade terminológica sobre texto implica observar a orientação teórica especificada. Assim, os que seguem Bakhtin (1992), empregam o termo gêneros do discurso – para outros, correspondem aos gêneros textuais (BRONCKART, 1999; DOLZ, 1996; MARCUSCHI, 2002; SCHNEUWLY, 1994). Um arcabouço de textos que compõe o corpus para o trabalho de análise contempla aqueles que são típicos exemplares de campanhas educativas, propagandas políticas, sociais e econômicas veiculadas no Brasil em finais do século passado. Tais textos constituem o que se considerou chamar, convencionalmente, de tradições textuais historicamente construídas. Tomando como referência os postulados fundamentais da Tradição Discursiva, o enfoque textual-discursivo para a discussão, principia uma busca de ancoragem nas considerações de Eugenio Coseriu (1980), para quem os níveis de falar implicam atividades lingüísticas, i) do falar em geral: nível comum aos humanos e que, ao mesmo tempo, faz distinções entre o que é da ordem universal ou geral; ii) o histórico das línguas, que se determinam historicamente estabelecidas e, por fim, iii) o nível textual, ou dos discursos que se manifestam efetivamente. Das inferências possíveis a partir do trabalho reflexivo de um autor (possível) e a recepção (ou leitor potencial) do discurso em dados, ideias, sentidos manifestados nos textos, a Tradição Discursiva surge como um modo de se proceder à análise a partir do observável e permissível em termos dos processos sociais e políticos determinados ao longo da história, as tendências adotadas para a veiculação de um determinado gênero. Assim, os discursos (e seus componentes textuais) seguem sempre um padrão determinado pela sua tradição discursiva e, ao tempo, circulam seguindo a determinadas propriedades, interesses e finalidades. De certo, são produtos de uma série de interações determinadas (e autorizadas) por uma época da história.
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