A dinâmica das interações discursivas na abordagem dos conhecimentos químicos em uma sala de aula de ciências do nono ano na cidade de Itabaiana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santana, Ramon de Oliveira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFS
Texto Completo: https://ri.ufs.br/handle/riufs/5134
Resumo: Na pesquisa traçamos o objetivo de caracterizar a dinâmica discursiva de uma sala de aula de Nono Ano do Ensino Fundamental da cidade de Itabaiana e suas relações com aspectos característicos da formação inicial e continuada do professor que conduz tal dinâmica. Para essa caracterização, inicialmente foi elaborado o perfil dos professores que lecionam a disciplina Ciências no Nono Ano do Ensino Fundamental de escolas públicas da região central da cidade de Itabaiana, localizada no Agreste Sergipano. Os dados foram obtidos por meio de um questionário que focalizou aspectos relevantes do ponto de vista da formação e atuação desses profissionais. A caracterização desse grupo de professores teve como propósito proporcionar uma visão panorâmica dos profissionais responsáveis pela introdução dos alunos da região aos conceitos fundamentais da Química, tendo-se em vista que, tradicionalmente nos currículos, a Química é introduzida por meio da disciplina Ciências, no Nono Ano do ensino fundamental. Além disso, a percepção sobre tal grupo serviu como um primeiro passo para a seleção de um professor cuja sala de aula seria investigada. Desse modo, a caracterização iniciada com os questionários foi aprofundada por meio da análise da dinâmica discursiva de uma professora selecionada, a qual apresentava características que incentivavam a interação em sala de aula. As interações discursivas desenvolvidas pela professora com seus alunos foi analisada tendo-se em vista as categorias de uma ferramenta proposta por Mortimer e Scott (2002) e ampliada por Mortimer et al (2007). A análise ancorou-se nas teorias de Vygostsky e Bahktin, visto que esses pensadores nos dão suporte no sentido de compreender a importância do ambiente, do diálogo e das interações entre os indivíduos. Os dados foram coletados com a utilização de gravações em vídeo e anotações de campo. As aulas registradas em vídeos foram mapeadas em episódios. Também foram realizadas entrevistas com a professora selecionada e com a maioria dos professores que responderam ao questionário. Isso nos proporcionou uma melhor compreensão das ações apresentadas pela professora em sala de aula, bem como do grupo de professores do qual faz parte. Foram priorizados dois momentos distintos para a análise da dinâmica discursiva da sala de aula. Em um deles a professora trabalhou os conceitos de substância, mistura e separação de misturas utilizando experimentos e no segundo momento a professora trabalhou os conceitos de tabela periódica por meio de uma aula expositiva. Os resultados obtidos mostram que a professora é bastante interativa nos dois momentos, mas na aula experimental fica evidente que a interatividade ajuda na construção de alguns momentos dialógicos, os quais não apareceram na aula expositiva. Essa característica é melhor compreendida quando observamos a categoria locutor, visto que o tempo de fala dos alunos é maior na aula experimental, situação essa essencial nos momentos dialógicos. As intenções da professora variam com o tipo de aula e se articulam com os tipos de abordagem comunicativa. As diferenças verificadas nos tipos de abordagem comunicativa e intenções em ambas as aulas foram relacionadas à relação da professora com os diferentes conhecimentos abordados. Verificou-se que, embora a professora fomentasse a interação em sala de aula, as interações de natureza dialógica eram bastante reduzidas comparadas às de autoridade. Isso ficou evidente quando a professora trabalhava com conhecimentos mais abstratos da Química. As dificuldades em manter uma abordagem mais dialógica dos conteúdos foram identificadas e relacionadas com as características de sua formação inicial e continuada.
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Para essa caracterização, inicialmente foi elaborado o perfil dos professores que lecionam a disciplina Ciências no Nono Ano do Ensino Fundamental de escolas públicas da região central da cidade de Itabaiana, localizada no Agreste Sergipano. Os dados foram obtidos por meio de um questionário que focalizou aspectos relevantes do ponto de vista da formação e atuação desses profissionais. A caracterização desse grupo de professores teve como propósito proporcionar uma visão panorâmica dos profissionais responsáveis pela introdução dos alunos da região aos conceitos fundamentais da Química, tendo-se em vista que, tradicionalmente nos currículos, a Química é introduzida por meio da disciplina Ciências, no Nono Ano do ensino fundamental. Além disso, a percepção sobre tal grupo serviu como um primeiro passo para a seleção de um professor cuja sala de aula seria investigada. Desse modo, a caracterização iniciada com os questionários foi aprofundada por meio da análise da dinâmica discursiva de uma professora selecionada, a qual apresentava características que incentivavam a interação em sala de aula. As interações discursivas desenvolvidas pela professora com seus alunos foi analisada tendo-se em vista as categorias de uma ferramenta proposta por Mortimer e Scott (2002) e ampliada por Mortimer et al (2007). A análise ancorou-se nas teorias de Vygostsky e Bahktin, visto que esses pensadores nos dão suporte no sentido de compreender a importância do ambiente, do diálogo e das interações entre os indivíduos. Os dados foram coletados com a utilização de gravações em vídeo e anotações de campo. As aulas registradas em vídeos foram mapeadas em episódios. Também foram realizadas entrevistas com a professora selecionada e com a maioria dos professores que responderam ao questionário. Isso nos proporcionou uma melhor compreensão das ações apresentadas pela professora em sala de aula, bem como do grupo de professores do qual faz parte. Foram priorizados dois momentos distintos para a análise da dinâmica discursiva da sala de aula. Em um deles a professora trabalhou os conceitos de substância, mistura e separação de misturas utilizando experimentos e no segundo momento a professora trabalhou os conceitos de tabela periódica por meio de uma aula expositiva. Os resultados obtidos mostram que a professora é bastante interativa nos dois momentos, mas na aula experimental fica evidente que a interatividade ajuda na construção de alguns momentos dialógicos, os quais não apareceram na aula expositiva. Essa característica é melhor compreendida quando observamos a categoria locutor, visto que o tempo de fala dos alunos é maior na aula experimental, situação essa essencial nos momentos dialógicos. 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